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    Colin estava sentado na imponente sala de reunião, as paredes cobertas por tapeçarias que contavam a história de Runyra. À sua frente, Adris, o Rei dos Elfos do Mar, estava sentado com uma expressão séria.

    — Eu já esperava que eles não nos ajudassem — disse Colin, a voz firme. — Você fez um bom trabalho.

    Adris abaixou a cabeça, lamentando. — Gostaria de poder fazer mais.

    — Você fez mais que o suficiente — respondeu Colin, com um leve aceno.

    Adris levantou os olhos para encontrar os de Colin, notando sua inquietação que estampava seu semblante há minutos. — O que aflige o rei?

    Uma sombra de preocupação passou pelo rosto de Colin. — Uma informante valiosa desapareceu. Temo que algo grave tenha acontecido com ela.

    Adris inclinou-se para frente. — Há algo que eu possa fazer para ajudar?

    Colin balançou a cabeça. — Está tudo bem. Se precisar de algo, avisarei.

    De repente, passos apressados ecoaram pelo corredor até que a porta se abriu, revelando Tuly. — Majestade, trago notícias urgentes… esta manhã vinte e seis pessoas faleceram devido à doença misteriosa.

    Colin franziu o cenho. — Onde está Brighid?

    — Ela já partiu para a cidade para prestar sua ajuda — respondeu Tuly rapidamente, antes de acrescentar. — Há outro problema… Corvos chegaram do norte. Estão sendo atacados. As bandeiras são da ilha das brumas. O palácio de gelo de Closgant está cercado. Se ele cair, é provável que todo o norte caia com ele…

    Colin foi pego de surpresa. Cerrou os dentes, mas manteve a calma, a mente trabalhando rapidamente para encontrar uma solução.

    Tudo parecia estar conspirando contra ele.

    Yonolondor e os outros ainda estavam se recuperando, e o restante de sua força estava espalhada pelo oeste e sul. Não havia muito a ser feito, e Colin não podia deixar a capital. Todos os seus homens estavam posicionados estrategicamente para evitar o avanço dos Elfos Negros.

    Qualquer movimento errado poderia resultar em perdas significativas.

    Colin se levantou lentamente, sua presença dominando a sala. — Darei um jeito nisso — disse ele, a voz firme.

    Adris e Tuly observaram em silêncio, confiando na liderança do rei. Não havia porque duvidar de suas decisões, Colin e suas esposas resolveram todos os problemas sérios do país mesmo quando estavam em desvantagem.

    Não apenas eles, mas toda Runyra tinha fé na família real.

    Porém, a verdade era que Colin não tinha ideia de como resolver esse problema.


    Grakk, o Rei da Grande Ilha Marcada do Sul, caminhava por seus luxuosos aposentos com a elegância de um predador. Suas garras macias acariciavam os intrincados tapetes de seus aposentos enquanto ele se aproximava de uma janela ampla, banhada pela luz da lua.

    Parando, ele pegou um copo de leite fresco e bebeu como um gato.

    De repente, ele se virou rapidamente, sentindo uma presença.

    Sentado confortavelmente em sua cadeira de comando, estava Ryan. Grakk arregalou os olhos, surpreso e irritado.

    — Como você entrou aqui? — rosnou Grakk, a mão imediatamente indo para a cimitarra em sua cintura.

    Antes que ele pudesse desenhar a arma, espectros emergiram das sombras. Seus corpos estavam revestidos com armaduras sombrias e seus olhos esverdeados brilhavam intensamente sob os elmos.

    Eles seguraram o punho de Grakk com uma força esmagadora, provocando uma dor lancinante.

    Ryan se levantou lentamente, um sorriso frio no rosto. — Soube que os homens do rei Colin estiveram aqui e pediram sua ajuda. Elogio sua decisão de não os ajudar. Você tem sorte que o rei está ficando mole, porque em outro tempo ele teria vindo até aqui e o faria se ajoelhar. Ele é um demônio de verdade, não a gente.

    Grakk rosnou, tentando se libertar da pressão esmagadora dos espectros. — O que você quer?

    Ryan deu um passo à frente. — Vim pedir o mesmo. Quero que invada Runyra pelo extinto Império do Sul.

    Grakk rosnou mais forte, os músculos se contorcendo sob o pelo. — Prefiro a morte!

    Ryan não perdeu a compostura. Abriu um portal sombrio e dele caíram três criaturas, amarradas e amordaçadas. Grakk reconheceu imediatamente: era sua esposa e seus dois filhos, humanoides tigres como ele.

    — Você não tem escolha — disse Ryan suavemente. — Ou faz o que mando, ou eu os mato.

    Grakk rugiu de desespero, chamando por sua esposa, mas ela não respondeu, seus olhos cheios de desespero.

    — Vou matá-lo com minhas próprias mãos, sacerdote! Irá se arrepender de ter tocado neles! — gritou Grakk, a voz cheia de fúria.

    Ryan sorriu, assentindo. — É melhor que você comece a agir. Caso contrário, enviarei um pedaço de sua família por dia.

    Antes que Ryan pudesse desaparecer completamente, Grakk, com a fúria de um tigre enlouquecido, destruiu um dos espectros com suas unhas afiadas.

    Em um movimento rápido, ele apanhou sua cimitarra e lançou um corte preciso na direção de Ryan. No entanto, Ryan desapareceu com a família do rei, escapando do ataque mortal por um triz.

    Booom!

    Uma explosão ressoou pelo salão, o mármore desmoronando do teto. Os pedaços caíram ao redor de Grakk, que ergueu a cabeça, pronto para mais uma investida. De repente, Ryan apareceu flutuando no ar, um sorriso arrogante no rosto, as mãos enfiadas nos bolsos.

    — Você trabalha para a senhora Thaz’geth agora — ele declarou com uma calma assustadora antes de desaparecer novamente, deixando um rastro de escuridão.

    Os homens de Grakk invadiram o recinto com armas em punho. — O que aconteceu, meu senhor? — um deles perguntou, a voz trêmula.

    Grakk permaneceu em silêncio por um instante, sua respiração pesada ecoando pelo salão devastado. Finalmente, ele respirou fundo, a fúria fria em seus olhos amarelos.

    — Colin de Runyra mandou assassinos atrás de mim e raptou minha família — ele disse, furioso. — Preparem-se para a guerra. Vamos mostrar a eles a fúria da Grande Ilha Marcada do Sul.

    Seus generais assentiram, rapidamente se retirando para reunir as tropas. Grakk, agora sozinho, olhou para o ponto onde Ryan havia desaparecido.

    — Merda!


    No gélido norte, o cerco estava em pleno andamento. As muralhas de gelo, outrora impenetráveis, agora cediam lentamente aos incessantes disparos dos canhões das Ilhas das Brumas. Soldados das Ilhas, em suas armaduras cravadas com runas, se mantinham aquecidos contra o frio glacial que assolava a região.

    Cada disparo dos canhões ressoava como um trovão, ecoando pela vastidão branca. Nada saía ou entrava pelas fortalezas sitiadas, isoladas no meio do desespero.

    Dentro das muralhas, os gigantes estavam assustados.

    Muitos deles já haviam caído na batalha contra Ghindrion e seus homens. O número de defensores era escasso.

    A sala do trono de Closgant, o rei gigante, era um misto de ansiedade e determinação. Ele estava pensativo, avaliando cada possibilidade com cuidado.

    Um de seus homens se aproximou, os olhos refletindo a preocupação que tomava conta de todos. — O que devemos fazer, meu senhor? — perguntou, a voz tensa.

    Closgant respirou fundo antes de responder. — Continuem evacuando o máximo de gigantes que conseguirem pelo subterrâneo — ordenou.

    Tlack!

    Nesse momento, um mensageiro adentrou apressadamente, carregando um pergaminho. Ele se aproximou do trono e entregou o documento nas mãos de Closgant.

    O rei desenrolou o pergaminho e leu em silêncio. A mensagem era clara: se eles se rendessem e jurassem lealdade à Ilha das Brumas, seriam poupados. Caso contrário, seriam todos mortos.

    Todos os olhares se voltaram para Closgant, esperando sua decisão. Um de seus homens bateu a mão no peito e declarou com voz firme — Irei segui-lo até o fim, não importa o que escolha.

    Closgant ergueu-se, imponente em seus seis metros de altura, e cravou sua espada no chão com um estrondo. — Não vou trair o rei de Runyra — proclamou. — Fizemos um juramento. Ele é o nosso rei! Um rei que não nos viu como ameaça, mas como iguais. Um rei que pacificou o norte e permitiu que prosperássemos. Seria uma honra morrer por um homem assim!

    A determinação em suas palavras ressoou no coração de seus homens. — Continuem com a evacuação — ordenou. — Se esta for nossa hora, aceitaremos com um sorriso no rosto, porque somos guerreiros e a morte é a nossa amante!

    Seus homens bateram no peito com orgulho, ecoando sua fidelidade ao rei gigante.

    Enquanto os preparativos para a evacuação continuavam, o espírito dos gigantes permanecia inquebrável, prontos para lutar até o fim em defesa de sua honra e de seu lar.

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