Capítulo 65: Bom Dia, Insurgia!
A noite passou tranquila. Kizimu descansou bem, enquanto refletia seu dia. Passou seus últimos instantes no quarto com Kim e Dalia, onde, os dois não paravam de falar. Kim estava de fato alegre, uma felicidade genuína que nunca imaginara ver.
Esse era o sorriso que queria conquistar dele, e finalmente, obteve.
Kim trocou sua roupa habitual, ele estava agora com uma camisa branca de gola alta, com detalhes azul-acinzentados discretos nas costuras e punhos. No lugar do colete tradicional, ele usa uma sobrecasaca de tom grafite, de colarinho elevado, com lapelas triangulares e fechos laterais que evocam uma leve inspiração militar. A calça é ajustada e também grafite, combinando com botas de couro preto bem polidas.
Kizimu assobiou vendo seu cavaleiro tão bem polido, e com um sorriso tranquilo, felizmente natural. Kizimu não poderia sentir algo diferente de orgulho.
Saindo do quarto, Hermione já se encontrava na porta.
— Mestre Kim, senhor Kizimu. Todos os aguardam já no salão de refeição.
Indo para lá, eles encontraram, rostos conhecidos. Bianca, a garota que queria sentir medo, Vicenzo, o garoto que acompanhava ela, Brielle, a garota que tinha tendencias a falas religiosas e Talia, a gatuna que tinha uma língua afiada como uma lâmina.
Olhando em volta, Kizimu viu uma cena cômica.
— Pedra!
— Papel!
— Tesoura!
Aisha e uma figura desconhecida estavam a trocar um jogo interessante.
— Eu ganhei! — Triunfou a garota nova.
— Claro, eu deixei — debochou Aisha.
— Claro que não, foi meu incrível intelecto que fez eu ganhar.
— Eu sou tão incrível que previ sua jogada e deixei você ganhar, tipo aquela Lycory que desvia de tiro de perto faz.
A briga assentida era cômica, porém bem disfuncional. Em frente a Aisha, tendo uma discussão infantil, era uma garota de presença intensa, com um ar de rebeldia silenciosa que se destacava em qualquer lugar. Seus cabelos cinza-prateados, cortados em um estilo moderno e desfiado, caiam logo acima dos ombros, com uma franja lateral que emoldurava seus olhos como uma moldura afiada e precisa. E que olhos… dourados como moedas antigas, com íris felinas que brilhavam com uma intensidade quase sobrenatural — impossíveis de ignorar. Carregavam consigo a beleza enigmática de alguém que já viu demais.
Seu corpo era magro, esguio e leve, moldado como uma lâmina — pronto para se mover, correr ou desaparecer. Usava uma camiseta preta folgada, de tecido simples, com decote discreto em “V” e mangas curtas, presa apenas de um lado dentro da calça. A calça, também preta, era do tipo cargo, com bolsos laterais volumosos e uma amarração firme nos tornozelos. Cada peça parecia pensada não apenas pelo estilo, mas pela praticidade. Um cinto escuro envolvia sua cintura, reforçando sua silhueta magra.
Nos pés, botas pretas de sola grossa e cadarços apertados denunciavam que ela andava por onde queria, sem pedir permissão. No pescoço, usava um choker justo e colares finos dourados que contrastavam com o tom escuro de sua roupa, como pequenas faíscas de luz numa noite sem luar. Vários brincos adornavam suas orelhas, exibindo rebeldia e estilo sem esforço.
A garota estava super animada, e sua existência coloria tudo, como uma arte em um quadro. A agitação fora do comum impregnou a todos e contagiava alegria.
— Ah, Rigel, você viu aquele anime das maldições?
Quem era Rigel? Era algum apelido para Aisha? Rigel é a estrela mais brilhante da constelação de Órion e é uma supergigante azul. Pensando um pouco, por que ele sabia sobre estrelas? Espera! Maldições? Tinha muita gente naquele ambiente, eles poderiam falar sobre isso?
— Sim, eu vi sim. É muito legaaal.
Porém, poderia ser apenas um tópico normal, deixando Kizimu apenas um pouco ansioso. O garoto de cabelos pretos se aproximou da considerada irmã.
— Aisha, quem é ela? — perguntou Kizimu.
— Ah! Irmãozão, ela é a Eleanor Helen. Uma grande amiga minha. Ela assiste anime também, então trocamos muita mensagem sobre anime diariamente.
— Ham, ham, ham. Vejo que temos pequenas almas entraram no meu domínio. Estão preparados para conhecer um mundo novo?
Eleanor era como uma maré que quebrava o mar, pois sua presença anunciava a essência de seu ser. Seu ego empinado e sua alegria infantil, naquele rosto adolescente, causava familiaridade em Kizimu. Era como ver sua considerada irmã em outro rosto.
— Prazer em conhecer, eu sou Kizimu. — Com o estender de mãos, Kizimu usou seu truque para afastar qualquer medo de Kim, antes mesmo de ocorrer.
— Então esse é o tal, irmãozão que você vivia falando.
— Ai, para, não fala isso. Kya! — Aisha ainda em atuação fingia uma vergonha bem feita.
— Senho- digo, Kizimu, que tal sentarmos?
Kim entrou na conversa que não conseguira entrar por ser acelerada demais. Kizimu assentiu, e Eleanor olhou para ambos com curiosidade.
— Vocês são um casal?
…
— ELES NÃO SÃO! — protestou Aisha.
— Casal?
— Não, desculpa Eleanor, não somos.
Aisha gritou, Kizimu ficou confuso e Kim apenas negou.
— Ah, que chato, seria tão emocionante.
— Eu tinha esquecido que você é uma degenerada que gosta de BL. Fushoji do caralho.
— Hohohoho.
Eleanor riu exageradamente com o dorso da mão na boca. A mesma andou até Kizimu e segurou sua mão.
— Saiba que não tem problema um homem beijar outro homem e aaaaarpff.
Aisha deu uma voadora em Eleanor.
— Ei sua idiota, ele deve saber que o amor é livre.
— Ele é apenas uma criança! Ele não tem maturidade para escolher!
— Que criança o quê! Ele é mais velho que você.
Aisha parou, ela olhou para baixo e rapidamente achou algo para sobrescrever o sentimento que teve em si.
— Não! Para mim ele sempre será apenas um neném.
— Isso nem faz sentido, você se considera irmã, não mãe.
— Eu sou o que eu quiser ser. Kizimu vá para mesa agora.
Kizimu surpreso, apenas obedeceu. No instante que sentou, ouviu gritos vindo da porta.
Um homem — alto, esguio, com a presença imponente de quem nunca precisou levantar a voz para ser temido — entrou na sala com passos firmes e elegantes, como se cada movimento fosse parte de uma coreografia nobre. Sua capa negra com forro rubro oscilava às costas, e os detalhes dourados na bainha de sua espada denunciavam a pompa de sua linhagem. Seu bigode bem aparado, o olhar severo e a postura ereta o faziam parecer uma estátua de disciplina viva, talhada por anos de guerra e honra.
E então, sua voz ressoou — grossa, encorpada, marcada por um sotaque forte de terras distantes, como um trovão educado:
— Jovem Guto, rapaz de corpo forte mas espírito preguiçoso… deves entregar-te ao treino com afinco, dia após dia, sem descanso nem lamúrias. Como esperas tornar-te um verdadeiro cavaleiro de Insurgia com essa postura bruta e desleixada? A disciplina é a lâmina que forja o herói!
À sua frente, Guto, encolhido e derrotado, tapava os ouvidos desesperadamente, suando em frangalhos, como quem já ouvira aquele sermão mil vezes e ainda não conseguia escapar dele.
— Kim, quem é esse?
— Esse é Ernesto Damião, ele é o atual mestre de guarnição.
— Entendo.
As portas da sala que estavam novamente fechadas se abriram com um estrondo seco.
— Eu já disse, pimenta-do-reino vai no feijão, sim, senhora! — a voz da pistoleira cortou o ar como um disparo, arrastando consigo o peso de uma convicção milenar.
Uma mulher de presença marcante entrou como uma tempestade seca — alta, silhueta longilínea e poderosa, os cabelos negros escorrendo em ondas fartas até a cintura, tão escuros quanto o céu antes do trovão. Vestia uma camisa preta abotoada até a metade, colada ao corpo como se o tecido tivesse sido moldado sobre a pele. As mangas estavam dobradas até os cotovelos, revelando antebraços firmes e prontos, de quem já passou mais dias treinando do que tem vividos.
Calças jeans escuras desenhavam suas pernas com brutal honestidade, presas por um cinto de couro largo onde dois coldres repousavam — e ninguém duvidava que sabiam cuspir bala mais rápido do que o olhar dela piscava. Botas marrons de cano alto batiam firmes no chão a cada passo, como martelos num funeral.
Na cabeça, um chapéu de aba larga lançava sombra sobre os olhos cor de brasa acesa, vermelhos e perigosos. Os brincos vermelhos, em forma de gotas alongadas, balançavam como se sentissem o cheiro de sangue antes de qualquer outro sentido. A expressão era dura, séria, moldada por uma vida de pólvora e decisões rápidas — mas havia um canto nos lábios que ameaçava sorrir… como quem aprecia uma boa briga.
— Isso é uma afronta à culinária decente! Você quer estragar o sabor todo com aquela porcaria ardente?! — rebateu a tática, marchando logo atrás com os punhos fechados e os óculos descendo até a ponta do nariz.
Uma outra mulher veio logo atrás, com passos firmes e certeiros, como quem entra num campo minado já sabendo onde pisa. De estatura média, mas sem um centímetro de hesitação no corpo, trazia os cabelos curtos, negros como grafite e cortados com precisão militar. Mechas caíam rebeldes sobre a testa, enquanto seus olhos verdes faiscavam por trás dos óculos que haviam escorregado até a ponta do nariz — um gesto quase teatral, mas involuntário, de quem perde a paciência com frequência.
O corpo era envolto por uma jaqueta tática ajustada, repleta de bolsos e fechos, negra como a própria noite. Por baixo, uma blusa de tecido firme revelava o contorno da força contida, uma mulher acostumada a carregar mais armas do que desculpas. Calças de combate, grossas e funcionais, completavam o visual, com coldres discretos e equipamentos bem posicionados. Tudo nela era pensado, prático, letal — mas ainda assim, havia vaidade na forma como os colares e os brincos encaixavam com precisão cirúrgica, como peças de um quebra-cabeça belamente planejado.
Mesmo com os punhos cerrados e o tom de voz em fúria organizada, havia algo no jeito que ela se portava que dizia: não era a pimenta que a incomodava… era a ideia de alguém errar na execução. A honra culinária era só o estopim.
Os outros presentes congelaram. Até Ernesto calou-se, observando com um gole de vinho.
— Escuta aqui, boina tática, você pode saber tudo sobre bombas e infiltração, mas nunca meteu a colher numa panela fumegante numa noite fria no deserto, cercada de coiotes famintos!
— E você já mediu o pH de um prato depois de colocar tempero demais? Eu trabalho com precisão! Equilíbrio! Ciência!
— Você trabalha é com chatice!
— E você com gosto questionável, Maria do Texas!
Elas pararam, frente a frente, tão próximas que os brincos da pistoleira tilintaram contra os óculos da tática.
O silêncio caiu como um manto pesado.
Até que…
— … vai um café? — murmurou a pistoleira, desviando o olhar.
— Se não tiver pimenta, aceito.
Ambas riram com desprezo afetuoso, andando lado a lado até a cafeteira — ainda discutindo sobre o uso de coentro como se a paz mundial dependesse disso.
Kim viu como Kizimu ficou sem palavras e riu, o mesmo iniciou a explicação:
— Aquela garota com aquele objeto diferente na perna é Amara Dandara. Ela usa uma tecnologia nova chamada Revolver. Muita gente diz que é a nova marca das guerras, mas, ainda não estão convencidos.
— Aquela coisa pequena?
Um mundo que desenvolveu de maneira estranha, fez com que armas de fogo sejam coisas novas e raras. Mesmo com celulares, televisões, animes, e muitas histórias, armas de fogo apenas foram desenvolvidos nos últimos dez anos.
— Sim, e a outra garota é a Bellatrix Ursula, a melhor guarda do reino. Ficando atrás apenas de Ernesto. Sua habilidade física é impressionante, tanto que ela é chamada de pequena ursa.
Kim conhecia elas desde de pequeno, mas as informações que elas se tornaram guardas tão aclamadas veio de Anastácio. Por isso, ele mesmo nem sabia que Bellatrix era a segunda melhor guarda apenas, ficando atrás de um jovem que mostrou ainda mais suas capacidades.
— Ooh.
Kizimu ficou deveras impressionado com a explicação, e uma nova discussão corta os ares.
— Eu já disse! Café não coloca açúcar, é preto e amargo — indagou Bellatrix, a tática.
— Igual sua vida, vai procurar desarmar uma armadilha, vá — retrucou Amara, a pistoleira.
— Tinha que ser a princesinha do reino, não aguenta tomar um café preto, não é?
— Princesinha? Eu vou mostrar do que sou feita. — Amara tomou a xícara da mão de Bellatrix e virou o conteúdo inteiro em um gole. O amargo cruzou seu corpo e um vibrar em sua alma fez a mesma sentir um enjoo.
— Há, consegue sentir o sabor belo e acerbo, isso é um café de verdade.
— Ah é! — A pistoleira pegou sua xícara de café ao leite e muito açúcar e esfregou na cara da tática. — Agora quero ver se você consegue beber isso.
Bellatrix temeu pela sua vida. Aquele líquido quase branco, cheio de açúcar, estava dando diabetes apenas de olhar, mesmo assim, guardou seus medos e tomou a xícara, e em um gole, usufruiu do líquido marrom-claríssimo.
Um gosto enjoado passou pela garganta, onde a mesma sentiu espasmos ao terminar, ela apenas pode enguiar e segurar o vomito.
— Há, você não é tão forte assim, não é mesmo? Eu consegui beber o seu líquido horroroso sem fazer uma careta.
— Meu liquido era bebível, diferente dessa pouca-vergonha!
— Pouca-vergonha, sabe o que é pouca-vergonha…?
E a conversa continuou em um tom que não pareceria que pararia.
— Kizimu, bom dia.
Uma voz bela cheia de significado trouxe a mente de Kizimu ao eixo.
— Bom dia, Pandora.
A garota de longos cabelos pretos que quase beijavam o chão estava radiante. Usando sua nova roupa, uma blusa de manga longa bege, levemente folgada, com pequenos detalhes florais bordados no tecido e uma saia azul-marinho que ia até os joelhos, sua presença radiava um brilho profundo, a quem carregava um sentimento profundo em sua alma.
— Conseguiu dormir bem?
— Mais ou menos, Aisha me fez assistir anime com ela, porém eu dormi no primeiro episódio.
Kizimu sorriu. — É bem a cara dela mesmo.
Pandora sentou ao seu lado, e o observou de perto, deixando Kizimu confuso.
— O que foi?
— Nada, eu apenas gosto de observar você.
No meio daquele ar mistico de sua presença, Ernesto grunhiu de forma estranha.
— Ohh… Aquele é Kim Umbral? A praga que assolou os campos? O rapaz que derrubou com sangue-frio o meu antigo mestre? Como ousas, sem honra nem convite, macular esta sagrada mesa de jantar com a tua presença?
No instante que Ernesto resmungou, Amara e Bellatrix se sentaram na mesa, o clima pareceu pesar.
Amara foi a primeira a abrir a boca, com aquele tom provocador e olhos semicerrados:
— Então esse aí é o moleque psicopata que deu cabo dos próprios companheiros e até do mestre? — perguntou com um meio sorriso, como se estivesse cutucando ferida antiga só pra ver sangrar.
Bellatrix ajeitou os óculos, já irritada com o tom exagerado da colega, mas manteve o ar clínico e direto:
— Não foi exatamente assim. A verdade é mais sombria… Esse garoto, dizem, é a reencarnação do diabo em pessoa. As pessoas perto dele simplesmente… definham.
Amara bufou, balançando a cabeça:
— Ah, por favor, isso é uma idiotice sem tamanho.
Bellatrix, agora mais séria, cruzou os braços:
— Eu falo sério. Vi com estes olhos. Dois guardas morreram do lado dele. E fui eu quem analisou os corpos. Nada natural naquilo.
A pressão caiu sobre Kim como uma chuva. Todos na mesa começaram a falar algo entre si, e o garoto loiro apenas pode abaixar a cabeça.
Ernesto ficou de frente a Kim.
— Retira-te. Não és digno de te fazer presente diante de nós. És nada mais que um assassino vil.
— Eu não…
— Olha, o assassino de amigos está sendo oprimido — debochou Talia com sua língua afiada.
— Se for possível, quanto depender de vós, tende paz com todos os homens, Talia, por favor, não piora as coisas — clamou Brielle.
— Ernesto, a culpa não foi minh- — Kim tentou falar.
— E foi de quem? Do Papa? De Deus? És um assassino, e um assassino não deve estar entre nós.
— Senhor Ernesto, nosso rei que pediu para que eles ficassem aqui alguns dias. Eles têm coisas a resolver. — A emprega nervosamente tentou aliviar a sitação, mas…
— Assuntos a resolver? Isso é uma calúnia! Recuso-me a partilhar a mesma mesa com esse… pedaço de imundície.
Com Ernesto apontando o dedo na cara de Kim, Kizimu ficou extremamente irritado, queria sair no soco com aquele homem, e no instante em que pensou em levantar-se.
— Retira agora o que disse! — Bateu as mãos na mesa.
Pandora, aquela que irritada gritou, estava mais séria do que nunca.
— Você não percebe o quão egoísta está sendo? O quão injusto? Ele disse que não teve culpa.
— Mesmo que não tenha feito nada… é um perigo! Deve permanecer sob custódia. E se nós também perecermos aqui?
— Não confia na decisão de seu rei? Ele mesmo disse para ficarmos.
— Jovem, perdoa-me, mas quem és tu afinal? És… a donzela de Kim?
— Não, eu sou uma amiga dele, e acima disso, empregada Pessoal de Kizimu, porém, ninguém fala mal dos meus amigos.
Ernesto ficou irritado, queria falar algo, porém não queria faltar com respeito diante dos convidados do rei. Kizimu então se levantou.
— Atualmente, Kim Umbral é meu cavaleiro pessoal, peço que retire o que disse, e peça desculpas.
— Como?
— Não é seu direito dizer onde ele deve estar, apenas faça isso, e eu te perdoarei.
— E você tu eres?
— Kizimu Kuokoa, filho de Anastácio.
— Filho de Anastácio?! Mil perdões, eu… não fazia ideia de quem eras. Rogo-te desculpa. — Ernesto caiu ao chão colocando sua testa no chão.
Kizimu não entendeu o que isso significava, porém, usaria isso ao seu favor.
— Kim agora é um residente da casa Kuokoa, peço que peça desculpas por desrespeitar meu residente.
— Mas… — Mesmo querendo entregar respeito, hesitava. — Está bem, Kim Umbral… peço-te desculpa pela forma como me expressei.
Kim olhou Ernesto nos olhos e balançou a cabeça. — Não se preocupe, até porque, meus pecados do passado, nunca desapareceram.
Uma batida seca ecoou por toda sala e ela era Aisha batendo uma palma para chamar atenção a ela.
— Agora que resolvemos nossas diferenças, vamos comer?
— Nossos corações unidos por um passado trágico só pode se tornar um se usufruir da mesma refeição. — Como uma atuação bela, Eleanor, a otaka, complementou as falas de Aisha.
Do canto da mesa, Bianca riu:
— Que galerinha barulhenta essa, isso vai ser bem divertido.
— Acha mesmo? Eu sinto que esses novos visitantes vão trazer uma dor de cabeça — reclamou Vicenzo, o garoto da voz monocromática.
— Vocês não calam a boca, me deixem dormir — murmurou Guto.
A refeição se iniciou em caos, e terminou em uma trégua de guerra.
Regras dos Comentários:
Para receber notificações por e-mail quando seu comentário for respondido, ative o sininho ao lado do botão de Publicar Comentário.