Capítulo 143: O Tesouro do Atributo
Um membro do Clã Mamute com a Doença do Fragmento possuía uma alta concentração de sangue de Presa Empírea.
Em suma, ele era o membro do Clã Mamute geneticamente mais próximo de uma Presa Empírea. Era por isso que, quando dois portadores da Doença do Fragmento copulavam, davam à luz uma Presa Empírea.
Claro, se a fêmea não tivesse uma constituição forte o bastante para nutrir um bebê de Presa Empírea, ela morria, e a criança também. Apenas aquelas com um alto nível de cultivo no Estágio Vital conseguiam dar à luz, e mesmo assim, o risco de falha era considerável.
Todas as Presas Empíreas nasciam de membros do Clã Mamute.
A cura, no fundo, era muito simples: mutar os dados genéticos de um membro do Clã Mamute com a Doença do Fragmento, dando o empurrão final para que se tornasse uma Presa Empírea.
Aquele que tivesse sucesso se tornaria uma Presa Empírea. Não uma comum, mas uma capaz de cultivar — basicamente uma fração do que Inala desejava alcançar na pequena Gannala. Essa era a cura.
Ao obtê-la, a Natureza Primária de Resha foi aprimorada.
A Natureza Primária de uma Presa Empírea é a Gravidade Inercial Interna, um poder gravitacional que afeta seu corpo internamente. Mas quando esse mesmo poder consegue afetar o exterior do corpo, passa a ser chamado de Gravidade Inercial Externa. A combinação dos dois cria a Gravidade Inercial Total, a Natureza Primária que Resha obteve.
Isso explica como ele conseguiu se lançar como um estilingue contra o Rei Javali durante a luta. Ele travou a mira no alvo com a Gravidade Inercial Externa e fez com que seu corpo e o do Rei Javali se atraíssem mutuamente.
Apenas sete pessoas tinham os requisitos para obter a cura: Virala, Inala, Blola, Grehha, Yennda, Orakha e Resha.
Isso porque, geneticamente, eles eram filhos de Gannala, e seu material genético era muito semelhante ao da Presa Suprema.
Mas era aí que o problema residia.
Não era qualquer membro do Clã Mamute com a Doença do Fragmento que poderia obter o poder de uma Presa Empírea apenas absorvendo seu sangue e essência no momento em que avançasse para o Estágio Corporal.
Eles simplesmente não eram capazes de absorver algo assim.
Apenas os portadores da Doença do Fragmento de Gannala podiam. Afinal, não eram filhos de uma Presa Empírea comum, mas da Presa Suprema.
Se Inala tivesse encontrado o coração de qualquer Presa Empírea e absorvido seu sangue por um tempo, teria obtido o mesmo poder que Resha nas Crônicas de Sumatra.
Essa era a razão do sucesso de Blola e Virala em se tornarem Presas Empíreas. Contudo, o que elas obtiveram não era a cura.
Somente absorvendo o sangue e a essência de Gannala, a Presa Suprema, era possível obter a Natureza Primária da Gravidade Inercial Total. Infelizmente, Gannala só tinha o suficiente para um deles.
Ela havia usado todo o resto para criar os caminhos em seus sete filhos. Naquela época, quando Inala estava prestes a despertar sua linhagem, se tivesse recebido o empurrão final, ele teria obtido apenas a Gravidade Inercial Interna e o poder de se transformar em uma Presa Empírea, assim como Blola e Virala.
Por isso, Gannala esperava que, com a experiência de viver em outro mundo, os seis reencarnados encontrassem outra cura. Infelizmente, eles tiveram menos de um ano para isso.
Consequentemente, nenhum dos reencarnados encontrou uma solução.
A falta de comunicação entre eles também foi um fator decisivo. Todos se basearam nas Crônicas de Sumatra e assumiram que o coração de uma Presa Empírea era a cura, quando, na verdade, sempre foi o coração de Gannala — não por ela ser uma Presa Empírea, mas por ser a Presa Suprema.
As Crônicas de Sumatra não mentiram. Os reencarnados simplesmente entenderam errado por falta de informação.
Sem os dados que Inala obteve da Gannala anterior, teria sido impossível conectar os pontos.
Afinal, mesmo quando conversaram durante a fusão dele com o ovo da Rainha Zinger, o tempo foi curto demais. Eles só conseguiram trocar algumas frases, e tudo isso ocorreu durante o processo de fusão. Ou seja, mesmo que Inala descobrisse, já seria tarde para agir.
Esse foi o principal motivo pelo qual os reencarnados falharam em obter a cura.
Dos sete filhos de Gannala, dois estavam mortos. Blola e Virala usaram o sangue de outra Presa Empírea para ganhar seu poder. Grehha e Inala sequer chegaram a obter tal poder.
No fim, apenas Resha conseguiu a cura, que lhe deu força suficiente para ferir até o Rei Javali. Afinal, a Gravidade Inercial Total era uma habilidade simplesmente apelona, com usos infinitos.
Era por isso que Resha já possuía metade da força de sua vida anterior. Apenas um ano havia se passado desde sua regressão, mas ele já acumulara o equivalente a cinquenta anos de poder de sua vida passada.
Dos cinco tesouros, o primeiro — a Cura — foi obtido por Resha. O segundo — o Atributo — surgiria no Império Brimgan vinte anos depois, durante o Segundo Grande Desastre.
Cada grande tesouro apareceria durante um Grande Desastre. No Quarto Grande Desastre, o Animal de Estimação1 e o Trono da Transcendência surgiriam.
O Trono da Transcendência era tão poderoso que, antes mesmo de se materializar, liberava uma intensa flutuação de Prana, alertando todos os cultivadores e Bestas Prânicas do Continente de Sumatra. Como resultado, bilhões de criaturas convergiriam para a região, culminando em um banho de sangue quando o Trono finalmente aparecesse.
Foi nesse lugar que o Rei Javali enfrentou a manada de Presas Empíreas e a aniquilou. Claro, a essa altura, a manada já estava massacrada após enfrentar hordas e mais hordas de Bestas Prânicas para se aproximar do Trono.
Cura, Atributo, Arma, Animal de Estimação e Trono da Transcendência; cada um era poderoso à sua maneira. E a cada grande tesouro que Resha obtinha, sua força dava saltos de poder.
O tesouro do Atributo concede uma propriedade ao Prana do seu dono, com base na Natureza do cultivador.
Quando Resha o obteve, ele possuía apenas sua Natureza Primária de Gravidade Inercial Interna. Portanto, foi esse o atributo concedido.
A partir daquele momento, seu próprio Prana passou a ter o poder da Gravidade Inercial Interna. Consequentemente, qualquer item que contivesse seu Prana também manifestava essa força.
Qualquer Arma Espiritual que ele refinasse detinha esse poder. E um dos usos mais absurdos disso era sua capacidade de criar Lanternas de Armazenamento sem limites.
Como seu Prana tinha a propriedade da Gravidade Inercial Interna, contanto que ele mesmo carregasse a lanterna, o espaço de armazenamento poderia superar um metro cúbico e ainda assim se manter estável e eficiente. Só esse detalhe já a fazia valer uma fortuna. Em batalha, porém, tornava Resha ainda mais forte.
Se ele podia liberar o poder da Gravidade Inercial Interna apenas com seu Prana, o que aconteceria se ele ativasse sua Natureza Primária por cima disso?
A resposta? A receita para um protagonista apelão!2
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