Índice de Capítulo

    Amara estava sentada na cama de seu quarto, enquanto limpava o cano de sua arma.

    Estava frustrada, não porque Hermione tinha morrido, era algo mais profundo.

    Tinha medo, de sua maior preocupação ser verdade. Bianca era a mais cotada a ser a culpada.

    Claro que tudo estava fazendo para provar sua culpa. O formato, e a própria garota. Tudo estava, mas, algo não parecia estar certo. Como se todas as pistas, claramente entregasse o culpado.

    — Isso não faz sentido.

    Pensando um pouco sobre as pistas, Bianca não tinha nenhum envolvimento real.

    — A carta foi encontrada no quarto de Eleanor, e as pistas apontavam para ela. A adaga e fotos de todos que dormiam no quarto de Talia, até as câmeras pegaram ela sendo envolvida. E no quarto de Hermione tinha as calcinhas roubadas.

    Parando de limpar o cano, ficou um pouco tensa. Ela lembrou das lágrimas de Bianca.

    Desde pequena, Bianca sempre foi excêntrica, diferente, e maluca. Algo como uma versatilidade cômica que sempre conseguia deixar todos alegres. Sua prima sempre pareceu ser muito sabiá, mesmo sendo bem louca. Aparava brigas internas, protegia-os de seus pais, e sempre dava ótimos conselhos. Era engraçado que em meio a tanta loucura, ela sempre estava lá para estender a mão.

    Mesmo assim, agora, porque agora, ela tinha se voltado a querer matar seus amigos.

    Não tinha provas de que era ela, mas, tinha certeza que era ela. Não conseguia provar seu envolvimento, mas…

    — Ela recebeu uma carta para não contar o culpado. Quem era tão louco que enviaria uma carta para…

    A única pessoa que tinha uma máquina de escrever era Eleanor. E a única pessoa que usou a máquina dela, era…

    Ela mesma.

    — Será que a culpada está mais na nossa cara do que imaginamos?

    Amara não conseguiu ficar parada. Ainda era manhã, então, andou até o quarto de Eleanor. A mesma, deveria estar investigando junto Bellatrix. A pistoleira não conseguiu reunir seu próprio grupo novamente, pela falta de um membro, e por raiva de outro.

    A porta estava destrancada.

    Claro que entrar assim poderia causar suspeita, tinha uma câmera naquele quarto, mesmo assim, gostaria de investigar algo. Passou por todo quarto, e tocou parede, piso, madeiras, moveis, guarda-roupa, tudo em seu mais minucioso detalhe.

    Aquele estilo de investigação, caberia melhor em Bellatrix, e a mesma já deveria ter feito toda essa inspeção. Por anos que passou com sua colega, aprendeu alguns truques, que já usou em diversas missões.

    Atualmente, Amara tinha a patente de líder de caça. Como a terceira melhor dos cavaleiros, se especializando em combates duradouros e a liberação continua de tropas, em meio lugares não muitos próprios para combates.

    Insurgia faz fronteira com algumas cidades e reinos, sendo uma divisão, entre a democracia, dinastia e monarquia, sendo apenas aqueles que dominam o país que o define. Tudo dentro do país Brasil.

    Por travarem muitas guerras, existe tropa que defende, tropa que ensina, e tropa que ataca. Daqueles que atacam, Amara, se tornou especialista, e em um território vasto, e muito árido e seco, quase como um deserto. Seu território é cercado por grandes areias e mata, sendo um grande e belo contraste natural.

    Amara se especializou diretamente em combates que duram dias em ambientes inóspitos como esse, sendo muito boa em combate a curta e longa distância.

    Mesmo com sua base sendo a liderança, sempre foi aquela que lutou na linha de frente, e voltou com a vitória.

    Seu estilo era voltado a combate, e ataque, então, por que ela estava investigando, tal como a especialização de Bellatrix?

    Porque as duas são rivais.

    Desde pequena, elas eram unha e carne, viviam juntas, e tornaram uma promessa de superação. Por isso, as duas nunca se contentavam em serem superadas, mesmo que suas capacidades fossem diferentes.

    Amara nunca foi tão boa com conhecimento técnico e científico em áreas como criminalística, biologia e química. Mas, nunca se permitiu ficar para trás. Ficou sempre em segundo lugar quanto a essas baboseiras, e por isso, aprendeu muitos truques.

    De certa forma, Amara sempre foi boa em outras coisas. Pensamento sobre planejamento, ataque, e como seu alvo pensará. Suas capacidades de combates, as permitem ter uma visão diferente do teor critico, e sua imaginação, sempre levou sua visão até sua possibilidade informativa.

    Ela é a melhor em ataque, e consegue melhor prever suas presas, sendo assim.

    — Cheque.

    A janela, tinha um deslocamento estranho, e por isso, algo se acionava. Algo que parecia ser apenas um pressionado natural. Se fosse levar como algo, poderia apenas achar ser um erro de designer, mas, dessa forma, seria acreditar no seu inimigo.

    Nada é por acaso.

    Olhando para fora da janela, viu o abismo, dado a altura que aquele quarto se localizava. Na ala oeste do castelo, se localizava os quartos dos mais jovens, e olhando para o lado de fora, nada poderia ser dito estranho.

    Apertando o gatilho localizado na janela, e olhando para fora, notou pequenas elevações, que davam-se pela parede. Poderia parecer loucura, mas, isso foi apenas uma ideia que Amara teve.

    Pulou, e alcançou as pequenas elevações que surgiram na parede, seu equilíbrio era perfeito, e se falhasse, morreria, sem sombra de dúvidas.

    Olhando para frente, ainda poderia ver a janela, mas, notou abaixo dela, um vão, e esse vão, poderia ser segurado, pois, serviu de auxílio, tal como o provável proposito inicial.

    Segurando na abertura, uma espécie de botão foi tocado, e mais uma elevação, descendo surgiu, Amara pisou, e soltou o vão, para descer.

    Péssima decisão.

    Por um segundo, sua vida passou por um fio, já que a segunda elevação desapareceu. Se não fosse por reflexo, de um pensamento ínfimo dado, ela não teria sobrevivido. Após retornar a elevação anterior.

    Tocando no vão novamente, e mantendo-o pressionado, conseguiu descer degrau abaixo.

    Por que Eleanor tinha algo tão complexo assim em seu quarto?

    Novamente, viu outro vão, tocando nele, um novo caminho. Mas, algo surgiu em sua mente. Será que poderia saltar o anterior, para tocar nesse próximo caminho. Se falhasse, e soltasse, poderia resultar no desaparecimento da nova elevação.

    Amara não fugiria de uma aposta dessa. Soltou do antigo vão, e confiou completamente no novo, e…

    — Consegui.

    Respirando aliviada, sobreviveu. O novo vão, dava segurança a nova elevação e as anteriores também.

    Segundo, por essa sequência, desceu pelo lado de fora do castelo, mas por pouco tempo.

    — O que é isso?

    Um buraco na parede, revelava um cômodo secreto.

    Acendeu uma luz de teto, puxando uma corda pendurada.

    Lá era sem precedentes.

    — O que merda eu tô vendo?

    Diversos colecionáveis, artigos, séries, bonecos, tudo que poderia ser chamado de mundo otaku.

    Era o secreto armazém de Eleanor.

    Lá era guardado um mar de esquisitice, banners, papelões de personagens, dakimakuras masculinas, e diversos artigos.

    Mas…

    Tinha coisas muitos estranhas. A quantidade esmagadora, poderia ser chamado de pequeno museu.

    Onde a garota encontrou dinheiro para tudo isso?

    Investigando o quarto, que não era tão grande, mas, era definitivamente um cômodo do castelo. Achou diversas coisas curiosas. Tal como livros proibidos, que tinham escrituras do reino. Recibos, e diversas coisas fora de ordem.

    Aqueles eram roubos que tinha acontecido no próprio castelo. Mudança de cheque, e valorização por venda personalizada de artigos específico, informações e pessoas diversas.

    Ali existia um crime completamente diferente de tudo que já vinha acontecendo, mas, pior que isso.

    — Não acredito.

    Um baú, que não foi escondido, porque ninguém imaginou que poderiam achar ali.

    Era um baú com diversas roupas, e mascarás. Mas, o que assustou Amara não era as roupas, e sim as fotos.

    Fotos de Eleanor, antes e depois das roupas.

    Eram disfarces.

    Eleanor conseguia usar disfarces perfeitos, conseguindo se parecer com todos em insurgia.

    — Isso é… definitivamente algo.

    Ali era a prova que Eleanor conseguiria se passar por qualquer pessoa, e pior que isso, levando em consideração com o que Bellatrix falou, o assassino conseguiu se disfarçar de Talia.

    Amara se assustou com um barulho.

    — Droga, você descobriu, o que eu faço contigo?

    — Eleanor?

    — Olá…

    Insegura, e sem reação, não conseguiu processar o que viu. Estava muito assustada com as capacidades de Eleanor, e por provas definitivas, achou a culpada.

    — Você achou meu canto escuro, que coisa chata.

    — O que é tudo isso?

    — Ué, exatamente o que está vendo, fantasias.

    Mais do que descaradamente, ali, tinha algo acontecendo, tinha algo em sua essência, tinha um crime imenso. Segurou firme sua arma em seu coldre, estava muito assustada por descobrir algo tão… sujo. Por isso…

    — Vamos colocar as cartas na mesa, líder de caça, Amara Dandara. Ou devo dizer, traidora real?

    Amara travou.

    Uma frase foi o suficiente para travar, e voltar todo seu ódio a uma pessoa. Amara tinha descoberto um segredo de Eleanor, mas, seu maior segredo, seu crime contra o mundo, também foi descoberto.

    — Certo, pequena calanga, vamos conversar então.

    No instante seguinte, o confronto teve seu final.

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    — Calma? Então Amara é irmã da rainha? Seraphina é filha do irmão do pai da rainha? E Eleanor é filha da irmã do pai da rainha.

    — Isso, dessa forma também, Bianca é filha da tia da rainha e tia de Amara.

    Guto explicava para Kizimu e Pandora, a linhagem bagunçada da família em Insurgia. Logo, sua considerada irmã também entrou na conversa.

    — Se for levar em consideração o pai de Kim, o rei. Tem Bellatrix que é filha da tia de Maxuel, e o irmão do pai de Bellatrix é pai de Talia. A irmã do rei é mãe da Dalia e a irmã do pai de Dalia é mãe de Brielle.

    Kizimu estava soltando fumaça pela cabeça, mas algo iluminou ele, como tendo uma certeza absoluta, e conseguindo compreender completamente a linhagem familiar.

    — Mas, ainda está faltando gente. Tipo, e você Guto?

    — Ah, minha mãe é a Viviane, e nossa família serve aos Umbral a gerações. O mesmo serve para… os Freya.

    Kizimu ficou meio triste com o fato que Hermione foi a última de sua linhagem, provavelmente, dando um fim a gerações de servidão.

    — E aquela mulher que fica ao lado do rei?

    Pandora entrou no meio da conversa, quebrando o gelo que tinha ficado.

    — Hm… Ah, sim, você fala da Labella Cyfher, o escudo do reino. Ela é a secretaria pessoal do rei. E não, ela não é da família. Assim como Ernesto, eles apenas tem cargos altos, diante a seu incrível desempenho em suas funções. Por isso moram no castelo. Se eu não me engano, Labella não dorme na ala oeste e sim na ala trazeira.

    — Certo, e Vicenzo?

    — Ele é apenas um amigo de Bianca, que ela trouxe e mantém ele aqui. Como ele é um bom alquimista e ajuda o rei, foi aceito no castelo, dando seus serviços ao mesmo.

    Aquele tour familiar ocorria, enquanto Guto, Kizimu, Aisha e Pandora estavam esperando Bellatrix e Amara voltarem. Elas estavam falando com todos os parentes presentes lá.

    O grande castelo de insurgia tinha 5 grandes alas que compunha seu grande império, sendo considerado um enorme castelo. As duas partes traseiras, eram como se fossem torres, muito belas, com quartos organizados, sendo os quartos de todos os familiares da grande classe Insurgiana.

    Na frente, ficava a ala principal, onde ficava o almoxarifado, biblioteca, sala dos heróis, sala de refeições, enfermaria, entre muitas outras salas de grande importância. Onde, lá no topo, fica a sala do trono.

    Nas alas oeste ficavam os quartos dos mais jovens, os quais querem ter liberdade e viverem em um quarto próprio, longe dos pais, e ao Leste fica o quarto dos funcionários, tals como hóspedes também. Kizimu, Kim, Aisha e Pandora estão na ala oeste, assim como todos que tomam café da manhã com eles.

    Atualmente estavam nas alas traseiras, esperando em um grande elevador que iria para cada andar separado de grandes apartamentos luxuosos. A triste notícia veio com um amargor, onde, a própria mãe de Hermione teve de saber de sua triste morte.

    Claro que os pais não foram informados do jogo de assassinato, mas, foram pedidos que não saiam sem qualquer necessidade, pois, algo muito perigoso estava para acontecer.

    Kizimu estava lá, determinado, já que precisava dessa determinação, para poder proteger a todos de insurgia.

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    — Aaarg. Que inferno.

    A tática bateu sua mão no balcão. E lá estava ela, no Espaço Gourmet do castelo, voltado apenas a guarnição. Um espaço separado, mas, ainda anexado aos corredores principais do castelo. Voltado na parte da base, das alas traseiras.

    Estava frustrada, sua investigação não estava indo a lugar algum. Nunca teve esse problema.

    Desde que se tornou a Comissária da Ordem, tal qual uma delegada, mas, em sua maior patente, em servidão ao exército de cavaleiros. Suas habilidades excepcionais, eram perfeitas, e ela sempre achou os culpados na primeira busca.

    Estava decepcionada em sua própria fraqueza, e falha em sua própria determinação.

    — Estou decepcionada com sua ineficiência.

    — Pega leve, por favor, eu estou fazendo todo o possível.

    Servindo whisky, estava uma mulher de grande presença. Até mesmo no simples ato de servir, ela passava com superioridade exponencial. Seu vestido longo e impecável nos tons preto, branco e dourado e corpete firme eram únicos em todo o reino. O símbolo em sua cintura — uma estrela estilizada — indicava sua posição. Diversas empregadas existiam, mas, ela, era especial, pois sua posição ocupava o topo do topo, em liderança.

    Colocando o copo sobre o balcão, impeliu suavemente a frente e a mulher de cortesia militar se serviu de imediato.

    — Em todos os anos que passei servindo-na, me incomoda que agora que minha querida funcionaria teve seu fim, está sendo inútil, talvez eu dei créditos demais.

    — Está com a língua muito afiada, por favor, eu estou fazendo de tudo. É como se eu estivesse caçando um fantasma.

    A mulher, em sua existência perfeita, lavava alguns copos que foram servidos naquele balcão. No qual, diversos jovens cavaleiros vinham para acalmar-se naquele ambiente.

    Seus cabelos negros com mechas brancas, presos de forma estratégica, passava todo seu refinamento, em sua maior compreensão. Seus olhos escuros observavam firmemente, a comissária de ordem que se embriagava irritadiça.

    Ao lado, repousava luvas brancas em uma bengala ornamentada que passava o símbolo de autoridade.

    — O que a chefe das empregadas faz em um lugar como esse?

    — Estava estressada, resolvi fazer coisas diferentes, mas, vejo que tem muito tempo livre, se pode vir aqui beber.

    — Me deixa vai, eu estou o dia todo procurando pistas, e pior, amanhã provavelmente terá mais um assassinato. Eu estou fazendo todos os movimentos que posso para pegar o culpado. Aumentei a segurança, solicitei guardas, estou fazendo todo o possível.

    Bateu ao balcão com raiva.

    — Não haverá nenhuma morte aqui, eu protegerei a todos!

    — Assim eu espero, eu cuidei de todos vocês desde pequenos, quero que fiquem vivos até a minha morte.

    — Claro, obrigada por se importar.

    Assim, a bebedeira de Bellatrix, estava longe no seu fim.

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