Índice de Capítulo


    『 Tradutor: Crimson 』


    Doranjan pairava no alto, acima do campo de batalha, seu olhar frio percorrendo o caos abaixo.

    Por um instante, tudo pareceu parar.

    Todos os soldados — amigos e inimigos — ergueram os olhos em sua direção. O peso esmagador de sua presença se espalhava pela terra, pressionando cada ser vivo.

    “Isso… isso evoluiu…!!”

    “Outro Quinto Estágio?!”

    “É tarde demais!!”

    O pânico se espalhou pelas fileiras inimigas. Muitos começaram a recuar, relutantes em enfrentar o monstro recém-evoluído, cuja aura por si só distorcia o ar ao seu redor.

    Doranjan ergueu lentamente a mão. Energia irrompeu de seu corpo como uma onda gigante, rasgando as nuvens acima. O chão tremeu enquanto ele concentrava poder para um golpe devastador.

    Mas antes que pudesse liberá-lo—

    “Doranjan! Você precisa voltar! Ainda não é hora!”

    A voz imponente rasgou a tempestade.

    Os olhos verde-dourados de Doranjan se voltaram para o som. Ele avistou Torkez parado em meio às defesas da fortaleza, gritando para ele.

    Um clarão de luz verde envolveu o corpo de Doranjan. Num instante, ele desceu do céu, materializando-se ao lado de Torkez.

    “Posso eliminar milhares deles agora mesmo”, disse Doranjan, com um tom de voz carregado de ferocidade contida.

    Torkez balançou a cabeça firmemente.

    “Não é o momento certo. Se agirmos agora, o ritmo da batalha se intensificará muito rapidamente.”

    Ele encarou Doranjan, sua voz firme apesar do caos ao redor.

    “Se isso acontecer, Souta será forçado a sair.”

    Doranjan ficou em silêncio, suas garras se apertando levemente. Ele entendeu a situação.

    Não se tratava apenas do lado deles. Se ele agisse agora, os heróis do lado oposto também se moveriam e, uma vez que isso acontecesse, não haveria volta.

    Eles não podiam se dar ao luxo de apressar o fim desta guerra — ainda não.

    “Entendo”, disse Doranjan, assentindo firmemente às palavras de Torkez. Ele reprimiu a onda de excitação que lhe queimava o peito. Por mais que quisesse testar sua força recém-adquirida, agora não era o momento.

    “Além disso”, continuou Torkez, estreitando os olhos em direção ao horizonte e dizendo: “Ainda temos aliados. Não é o fim do mundo. Estamos esperando por eles.”

    “Aliados?” Doranjan voltou seu olhar para ele, a curiosidade brilhando em seus olhos dracônicos.

    Torkez acenou com a cabeça uma vez, com a expressão inabalável.

    A batalha continuava frenética abaixo deles — caótica, brutal, mas ainda contida. Nenhum dos lados ousava escalá-la a um nível que levasse especialistas de Rank Herói a um combate direto.

    Até mesmo Berfien permaneceu à margem, sua figura flutuando longe do confronto principal. No momento em que confirmou que o dragão havia completado sua evolução, ele se absteve de entrar na luta.

    Por ora, a luta era dominada pelos combatentes de elite de Rank SSS — aqueles que se encontravam no ápice do Reino da Sexta Algema. Seus confrontos rasgavam o ar, sacudindo o campo de batalha a cada golpe.

    Na linha de frente, Alice e Vashno lutavam incansavelmente, repelindo ondas de inimigos. As lanças douradas de Alice e as construções de carne contorcida de Vashno abriam caminho através da oposição, impedindo que a linha desabasse.

    Mas, mesmo assim, o preço a pagar foi imenso.

    Berfien franziu a testa ao ver suas forças vacilarem. De sua posição elevada, ele viu seu povo cair um após o outro — milhares já mortos ou incapacitados.

    Então, algo lhe chamou a atenção. A tênue fumaça roxa que pairava perto da linha de frente.

    “… Aquela fumaça de antes,” murmurou Berfien. Seus olhos se estreitaram ao perceber e compreender: “Está interferindo na reserva de mana deles…”

    Ele observou seus especialistas lutarem para manter seus feitiços, com sua produção de energia diminuindo gradativamente.

    “Eles estão enfraquecendo… As forças do Monstro Relâmpago de Sangue prepararam este campo com antecedência.”

    Berfien cerrou os dentes, a frustração tomando conta de sua expressão enquanto observava a batalha lentamente pender para o lado oposto ao deles.

    No chão, em meio ao estrondo dos gritos de guerra e feitiços devastadores, Alice e Vashno estavam lado a lado.

    Relâmpagos carmesins cortaram o ar quando os braços monstruosos de Vashno — carne e metal fundidos — se chocaram contra um grupo de elites inimigas que avançava. Ossos estalaram e gritos irromperam quando a onda de choque arremessou corpos pelos ares.

    “Continuem avançando!” rugiu Vashno, sua voz ecoando pelo campo de batalha e continuando: “Não deixem que formem outra linha!”

    Alice avançou rapidamente, seus movimentos deixando rastros de imagens douradas. Suas lanças giravam como redemoinhos, abatendo inimigos com uma precisão aterradora. Cada estocada perfurava armaduras encantadas; cada golpe de sua arma liberava uma explosão de luz escaldante que derretia escudos.

    Dezenas de guerreiros inimigos caíram ao seu redor, seus corpos consumidos pela luz.

    Mas, mesmo com seu poder avassalador, sua respiração estava cada vez mais pesada. Sangue escorria pelo canto do seu lábio, prova de que o confronto anterior com Berfien havia cobrado seu preço.

    Mesmo assim, ela se recusou a vacilar.

    A névoa púrpura se aproximava, espalhando-se como uma maldição pelo campo de batalha. Os inimigos dentro dela diminuíram a velocidade, seus feitiços falhando.

    Vashno bateu a palma da mão no chão. Uma enorme explosão de tentáculos carmesins irrompeu, perfurando vários inimigos antes de se retrair para dentro de seu corpo. Sua estrutura monstruosa estremeceu.

    “… Nós os seguraremos”, disse Alice em voz baixa, apertando sua lança com mais força e afirmando: “Até que ele esteja pronto.”

    “Então vamos fazê-los sangrar até que esse momento chegue”, respondeu Vashno, enquanto seus braços se transformavam em enormes lâminas carmesim.

    Eles atacaram novamente — duas forças de devastação rasgando a fumaça, cada golpe ecoando como um trovão, cada movimento uma promessa de que o exército do Monstro Relâmpago de Sangue não quebraria.

    Dentro da Fortaleza Guardiã.

    No centro da estrutura, uma tempestade assolava o local, embora não fosse visível do exterior.

    –BOOM!

    Explosões ecoaram na consciência de Saya. O chão tremeu, ondas de energia violenta varrendo a extensão carmesim de seu domínio.

    Quando a poeira baixou, uma figura solitária surgiu em meio à névoa que se dissipava.

    Souta.

    Sua pele estava coberta por tênues traços de veias carmesim brilhantes, e gotas de sangue flutuavam no ar como vaga-lumes. Ele acenou com a mão, e o sangue disperso respondeu à sua vontade, reunindo-se em uma única esfera cintilante antes de se condensar em uma gota que afundou no dorso de sua mão.

    “Está feito…” murmurou ele, com a voz calma, mas a respiração pesada.

    Uma figura tênue materializou-se diante dele — uma presença familiar com um sorriso gentil e perspicaz.

    “Você é realmente forte, Souta”, disse o espírito de Saya suavemente  complementando: “É difícil acreditar que você era apenas um goblin quando nos conhecemos.”

    Souta deu uma risadinha discreta.

    “As circunstâncias me obrigaram a amadurecer rapidamente.”

    Saya inclinou a cabeça.

    “E seus feitiços… estão mais refinados agora. Você se adaptou ainda mais rápido do que antes.”

    Ele assentiu com a cabeça e, em seguida, sentou-se de pernas cruzadas no chão carmesim. Seus olhos se fecharam enquanto seu foco se voltava para o interior.

    Em sua consciência, runas e padrões de poder surgiram ao seu redor. Sua mente vagou em direção à sua habilidade central — [Douion II] — que pulsava fracamente, ressoando com o ritmo de seu coração.

    Agora estava mais forte. Mais estável. Ele podia sentir que estava se aproximando do limite, prestes a avançar.

    Assim que atingisse o próximo estágio, ele sabia o que isso significaria: um salto qualitativo em sua força. A barreira entre a realidade e o reino dos sonhos enfraqueceria, talvez até desaparecesse por completo. Ele poderia puxar mais seres através desse limiar, manipulando ambos os reinos livremente.

    Se ao menos ele já tivesse alcançado esse poder…

    Seus pensamentos vagaram brevemente para a Terra de Vanko — para os Soberanos que lá permaneciam, seu poder à espera, selado e isolado desta batalha. Se ele pudesse trazê-los para cá, o equilíbrio da guerra mudaria num instante.

    Mas a realidade ainda tinha seus limites. Por enquanto.

    Souta abriu os olhos, relâmpagos carmesins crepitando fracamente em suas pupilas.

    “Ainda assim, a melhoria é boa o suficiente… Um Reino da Oitava Algema normal teria dificuldade em penetrar meu mundo dos sonhos. Talvez, quando eu alcançar [Douion III], apenas aqueles na Nona Algema possam destruí-lo.”

    Ao pensar em [Douion III], Souta não pôde deixar de se lembrar das palavras de Agares. O Rei do Mar possuía uma habilidade semelhante à sua, porém muito superior ao seu nível atual.

    Ele se lembrou dos encontros que tiveram no jogo. Todos os confrontos terminavam da mesma forma: com a morte dele. Mesmo quando lutava ao lado de Comandantes do País Mecânico, o poder avassalador de Agares os deixava indefesos.

    Souta expirou lentamente, deixando a memória se dissipar. Seu foco se voltou para seu Arquétipo, o núcleo de sua existência. Ele se fortalecia a cada batalha, a cada aprimoramento — um poder que se tornara um de seus maiores trunfos ao enfrentar oponentes de alto nível.

    Então seu olhar se voltou para dentro, para a interface familiar de seu sistema.

    Ele estava perto — muito perto — de alcançar o Nível 79. Se não fossem os efeitos de [Douion], que reduziram seu nível como uma troca por poder, ele já teria cruzado para o Nível 80 agora.

    Ainda assim, ele não se arrependeu. Os benefícios superavam em muito a perda. [Douion] já havia se tornado um pilar de seu poder de combate, concedendo-lhe uma vantagem que nenhuma evolução comum poderia proporcionar.

    “E ainda tem a minha classe…” Souta murmurou, estreitando ligeiramente os olhos e relembrando: “Eu ainda sou um Grande Mago de Batalha.”

    Ele poderia ascender ao próximo nível a qualquer momento, mas isso consumiria seus pontos de habilidade, impedindo-o de desbloquear seu legado. Por ora, ele adiaria o avanço e investiria tudo em fortalecer sua base.

    Cada escolha importava. Cada decisão o aproximava daquilo que ele precisava se tornar.

    E Souta sabia: a hora de agir estava chegando.

    » [Arquétipo: Formação Estelar da Eternidade]

    Requisitos: [Veias Estelares], [Coração Nebuloso], [Olhos Galácticos] e [Corpo Cósmico]

    Custo: 70 Pontos de Habilidade e 50 Pontos de Atributo Livres

    » [Autoridade Cósmica: Serpentário]

    Requisitos: Nível 80, [Veias Estelares], [Coração Nebuloso], [Olhos Galácticos] e [Corpo Cósmico]

    Custo: 100 Pontos de Habilidade e 200 Pontos de Atributos Livre

    Faltavam apenas dois níveis para que Souta pudesse cumprir os requisitos da Autoridade.

    Quanto ao Arquétipo, ele poderia adquiri-lo agora mesmo, mas fazê-lo dividiria seu foco e consumiria um tempo valioso.

    ‘Bem’, pensou Souta, estreitando os olhos e dizendo: “Se as coisas derem errado, não hesitarei em comprá-lo. Mas, por agora… prefiro guardar tudo para a Autoridade.”

    Sua última batalha contra os demônios lhe rendeu vinte e um pontos de habilidade, o suficiente para comprar o Arquétipo imediatamente, se quisesse.

    E era tentador — esse Arquétipo, a [Formação Estelar da Eternidade], sincronizaria perfeitamente com seu Corpo Cósmico.

    Mas Souta não era impulsivo. Ele podia sentir — a pressão silenciosa em seu peito, a tempestade se formando tanto dentro quanto fora da fortaleza.

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