Capítulo 1161 - Demônios: Confronto

『 Tradutor: Crimson 』

O objetivo deles não era derrotar o inimigo.

O objetivo era sobreviver a essa batalha.

Erkigal não conseguia compreender totalmente suas intenções, mas percebeu que Souta não era do tipo que lutava sem um plano. Seus olhos carregavam um propósito — um propósito frio e calculista.

“Fiquem atentos a emboscadas”, disse Souta  explicou: “Esses demônios devem estar escondidos, esperando o momento certo para atacar.”

Ele tinha certeza disso. Os demônios haviam instigado essa guerra — eles não ficariam simplesmente parados assistindo. A única explicação era que já estavam ali, à espreita no caos, manipulando os exércitos pelas sombras.

“Vamos.”

Uma onda carmesim explodiu do corpo de Souta. Sua aura espiralou como uma tempestade, sacudindo o ar enquanto ele assumia sua Forma Liberada em um único movimento. O céu escureceu sob a pressão, o chão sob seus pés se rachando com a força.

Sua forma normal não seria suficiente — não contra vinte e dois especialistas de Rank Herói.

“Não se contenham!” rugiu Souta, sua voz ecoando pelo campo de batalha e berrando: “Matem cada um desses filhos da puta!”

Uma intenção assassina irrompeu como uma onda gigante, varrendo a fortaleza e o campo de batalha além dela. Sob aquela aura sufocante, até os mais fortes sentiram seus corações apertarem.

A verdadeira batalha havia começado.

–Boom!!

Os vinte e dois especialistas de Rank Herói congelaram por um breve momento enquanto uma intenção assassina sufocante se fixava neles.

“O Monstro Relâmpago de Sangue…?”

“Ele vai começar.”

“Compreensível.”

Mesmo entre os Heróis, alguns sentiram um arrepio percorrer sua espinha. Ainda assim, não se acovardariam. Sua vantagem numérica era esmagadora — a vitória parecia inevitável. Tudo o que precisavam fazer era atrasar o Monstro do Relâmpago de Sangue, e reforços chegariam em massa.

Em todo o Continente de Deuses, inúmeros seres ansiavam por sua morte. Alguns buscavam vingança pela invasão dos demônios. Outros desejavam o que os próprios demônios almejavam — qualquer que fosse o segredo que Souta guardava dentro de si.

–Boom!!

No instante em que os Heróis se moveram, a própria atmosfera mudou. O ar tremeu e o peso da energia combinada deles pressionou todo o campo de batalha. Aqueles abaixo do Rank Herói cambalearam, lutando para respirar sob a pressão esmagadora.

“Souta…” Alice sussurrou, olhando na direção da fonte daquela aura monstruosa. Seu peito apertou, mas ela balançou a cabeça e voltou-se para a linha de frente.

Ela não tinha tempo para hesitar — dezenas de milhares de inimigos estavam invadindo a [Matriz-Barreira dos Cinco Elementos]. Entre eles, centenas de especialistas na Sexta Algema avançavam como uma onda mortal.

–Swoosh!!

No instante seguinte, várias figuras irromperam pelo ar, deixando rastros de energia em seu caminho.

Souta. Doranjan. Kessa. Erkigal.

Eles se moviam como um só, suas auras infladas ao limite.

Num instante, rasgaram os céus, atravessaram a matriz-barreira e se chocaram frontalmente com os especialistas de Rank Herói.

–Boom!!

Os céus trovejaram quando o confronto de lendas começou.

–Boom!!

O céu se abriu.

Uma onda de destruição se espalhou a partir do ponto de impacto, alastrando-se por todo o campo de batalha.

Até mesmo aqueles que não estavam diretamente envolvidos no confronto sentiram a pressão. Era como se os próprios céus estivessem prestes a desabar.

A [Matriz-Barreira dos Cinco Elementos] tremeu violentamente. Rachaduras percorreram sua superfície luminosa enquanto tempestades de energia assolavam o céu.

“O que está acontecendo?!” gritou um soldado, cobrindo o rosto enquanto destroços e areia eram levantados pela onda de choque.

“Os heróis começaram a lutar!!” gritou outro em resposta.

Alice cerrou os dentes, forçando-se a manter-se firme enquanto a pressão a oprimia seu corpo. No instante em que Souta e os outros se chocaram, a magnitude da energia subjugou todos abaixo.

–Boom! Boom! Boom!

Explosões irrompiam incessantemente no céu. Cada impacto enviava ondas destrutivas de mana que se chocavam contra o solo, despedaçando montanhas e evaporando batalhões inteiros de soldados.

O campo de batalha transformou-se num inferno.

Até mesmo os especialistas na Sexta Algema foram forçados a recuar, incapazes de se aproximar da origem da batalha.

“Todos, mantenham suas posições!! Reforcem a matriz!!” gritou Alice, com os olhos dourados faiscando. Uma energia dourada emanou de seu corpo, espalhando-se para as tropas próximas.

Vashno estava ao lado dela, liberando sua energia para estabilizar a barreira que desmoronava. “Nesse ritmo, nem mesmo a barreira vai durar muito.”

“Só nos resta aguentar”, disse Alice. Sua voz era firme, embora suas mãos tremessem levemente enquanto dizia: “Assim que o Comandante terminar… nós recuamos.”

Ao longe, o céu já não era azul. Estava tingido de carmesim e dourado — raios, chamas e sangue se entrelaçavam enquanto Souta e os Heróis lutavam além da compreensão humana.

Os soldados da Astros só podiam observar de baixo, com a moral oscilando entre o temor e o desespero.

Alguns gritaram o nome de Souta.

Outros caíram de joelhos, rezando para deuses que já não respondiam.

E bem acima de todos eles, o choque entre seres superiores continuava a destruir os céus.

–Boom!!

Ondas de choque rasgaram o ar, sacudindo todo o campo de batalha.

Souta havia desencadeado a guerra entre especialistas de alto nível. Os heróis do lado oposto não tiveram escolha a não ser responder.

Doranjan, Kessa e Erkigal avançaram em direção aos inimigos. O único especialista na Oitava Algema imediatamente entrou em confronto com Kessa — chamas e escuridão colidindo em uma explosão cataclísmica.

Vinte e dois especialistas de Rank Herói.

Era uma formação que até os países grandes teriam dificuldade em atravessar.

E abaixo deles, dezenas de milhares de especialistas avançavam em direção à Fortaleza Guardiã como uma maré interminável.

Souta ergueu a mão. O sangue espiralou em seu braço e, em seguida, jorrou para o céu.

–Swoosh!

Incontáveis ​​estacas carmesins se formaram acima dele antes de caírem sobre o exército inimigo como uma tempestade escarlate.

–Splat! Crack! Boom!

Seguiram-se gritos. Centenas foram empaladas instantaneamente; milhares mais foram dilaceradas e queimadas pelas consequências da energia de sangue.

“Piedade!!”

“Socorro!!”

“R-Relâmpago de Sangue—!”

Os gritos foram abafados pelo som da carne sendo dilacerada e da terra queimando.

Quando a chuva finalmente parou, um vasto campo de cadáveres se estendia abaixo. Os sobreviventes olhavam para o céu horrorizados, tremendo sob a luz carmesim. O medo penetrava em seus ossos enquanto contemplavam o lendário Monstro Relâmpago de Sangue.

Souta exalou lentamente, uma névoa carmesim rodopiando ao redor de seu corpo enquanto seu poder aumentava. Seus olhos brilhavam com fria determinação.

Então ele virou a cabeça.

Três figuras estavam diante dele, suas energias inflamando violentamente.

“Oh?” Souta inclinou levemente a cabeça, seu tom calmo e cortante como uma lâmina.

“Vocês três vão lutar comigo — ou admirar minha beleza?”

As três figuras avançaram. Cada uma irradiava um poder imenso — uma aura que distorcia o ar ao seu redor.

Todos eram especialistas na Sétima Algema.

Dois eram homens idosos, com os rostos marcados pela experiência de batalha e intenção assassina. A terceira era uma mulher na casa dos trinta, com seus longos cabelos carmesins balançando ao vento. Um dos homens não era humano — suas orelhas de raposa se moviam e sete caudas chicoteavam atrás dele como espirais de energia.

A demi esboçou um fraco sorriso.

“Monstro do Relâmpago de Sangue… sua reputação realmente a precede.”

Os lábios de Souta se curvaram para cima, tênues relâmpagos vermelhos dançando sobre sua pele.

“Ótimo. Então já sabe—”

Ele desapareceu.

“—como isso vai acabar.”

–BOOM!!

Os três membros na Sétima Algema se moveram, mas o impacto os afastou uns dos outros.

“Monstro Relâmpago de Sangue, o que você está escondendo dos demônios?”

A mulher alta deu um passo à frente, sua pouca roupa que mal cobria seus seios, reluzia sob a luz carmesim. Duas espadas longas pendiam em suas mãos, ambas gravadas com runas que pulsavam com intenção assassina. Cicatrizes percorriam seu corpo — marcas de incontáveis ​​batalhas.

Souta deu um sorrisinho.

“Um demônio…?”

“Humph! Acha que vamos acreditar nisso?”, rosnou o homem magro com roupas verdes. Sua voz era fria, seus movimentos tensos e precisos como os de uma víbora à espreita.

Eles claramente não acreditaram nas palavras dele. Nenhum deles acreditou.

Mesmo assim, não se precipitaram de forma imprudente. Cada um manteve distância, circulando, observando cada movimento do corpo de Souta. Conheciam as lendas: um passo em falso e seus cadáveres seriam apagados antes mesmo de tocarem o chão.

O sorriso de Souta se alargou.

“Por que se dar ao trabalho de me perguntar…?”

Ele levantou a mão.

O [Orbe do Selo Arcano]— um artefato de Grau Universal—flutuava ao lado dele, pulsando com luz carmesim e preta.

“Vamos conversar com firmeza.”

O artefato zumbia. Feitiços se ativavam em rápida sucessão — encantamentos em camadas e matrizes sobrepostas em uma espiral.

Os instintos dos três especialistas de Rank Herói entraram em ação.

Eles se transformaram em um borrão em movimento, se separando no exato momento em que colunas de sangue irromperam onde estavam, rasgando o espaço e pulverizando o chão.

–Boom! Boom! Boom!

A demi com orelhas de raposa ergueu ambas as mãos, suas sete caudas brilhando como fluxos de mana derretida.

“Bênção da Lua Sétupla!”

–Ohm!!

Uma onda de energia surgiu. Sua aura envolveu seus dois companheiros, aumentando sua força e velocidade várias vezes. A pressão de seu poder combinado fez o próprio ar tremer.

Eles não podiam se dar ao luxo de se conter — não contra ele.

Os olhos de Souta brilharam com uma luz carmesim. “Ótimo. Mostre-me o seu melhor.”

Sangue e relâmpagos se entrelaçavam em seu corpo, sua forma cintilando com energia violenta. Ele avançou, cortando o ar como um meteoro escarlate.

O campo gravitacional ao seu redor distorcia a realidade — escombros e poeira se curvavam em sua direção como se o próprio mundo estivesse sendo arrastado para sua órbita.

–Crack!

Cada passo seu rasgava o ar.

Os três heróis se prepararam, armas no punho, enquanto o Monstro Relâmpago de Sangue descia sobre eles.

A mulher alta e o homem magro se prepararam para o impacto.

Num instante, entraram em conflito com Souta.

–Boom! Boom! Boom!

Ondas de choque explodiram em rápida sucessão. A terra tremeu enquanto violentas tempestades de energia devastavam o campo de batalha.

Em menos de um segundo de intenso combate, os dois especialistas de Rank Herói foram arremessados ​​para longe, lançados a vários quilômetros pelo ar. Quando pararam, seus corpos estavam ensanguentados e machucados, suas armaduras rachadas e sua respiração ofegante.

Souta exalou lentamente, seu corpo agora revestido pela [Armadura de Sangue: Retribuição Divina]. Uma luz carmesim pulsava pelas rachaduras da armadura como veias vivas de relâmpago.

Eles haviam trocado golpes em menos de um segundo — mas para especialistas do calibre deles, isso significava centenas de golpes, rápidos demais para o olho nu acompanhar. Para os guerreiros abaixo, era como se os próprios céus tivessem colidido.

Os três especialistas de Rank Herói fixaram o olhar em Souta, com expressões sombrias.

“O poder do Monstro Relâmpago de Sangue… mais forte do que pensávamos.”

“Ele é demais para um de nós só.”

Trocaram olhares rápidos e cúmplices.

Um acordo tácito foi firmado entre eles.

Eles teriam que lutar juntos — com tudo o que tinham — se quisessem ter a mínima chance de derrotá-lo.