Capítulo 1166 - Demônios: Morte Dos Especialistas de Rank Herói

『 Tradutor: Crimson 』

–Boom!!

A terrível erupção de relâmpagos cor de sangue reverberou pelo campo de batalha, sacudindo os céus e a terra. Dezenas de milhares voltaram seus olhares para a origem do fenômeno, onde uma enorme tempestade de relâmpagos carmesins jazia nos céus, o inundando com seu brilho pavoroso.

Uma onda de silêncio percorreu os exércitos em guerra.

Alguns rostos se contorceram de pavor. Outros se iluminaram com uma esperança desesperada. Mas todos compreendiam o que estavam presenciando.

A causa dessa devastação.

O epicentro desta guerra…

Era ninguém menos que o Monstro Relâmpago de Sangue.

A quarta evolução mais forte da história.

Aquele que realizou o impossível.

O mar de relâmpagos carmesins mudou de posição, seu brilho consumido por uma súbita onda de fumaça branca que se espalhou como névoa pela terra.

–Ohm!!

Todos que conheciam o Monstro Relâmpago de Sangue entendiam o que isso significava.

Ele havia invocado seu Mundo dos Sonhos.

Em instantes, os quatro especialistas foram engolidos pela fumaça, sua presença desaparecendo à medida que a própria realidade se distorcia.

–Swoosh!!

Então, duas figuras emergiram da névoa.

Souta estava em uma das extremidades, sua armadura carmesim pulsando levemente com energia vital. Do outro lado, estava um homem alto de longos cabelos negros, sua alabarda brilhando com uma luz mortal.

A respiração do homem estava ofegante. Gotas de suor escorriam por sua testa. Seu coração batia forte como um tambor de guerra em seu peito. Cada fibra do seu ser gritava perigo.

“V-Você…!” Ele gritou, com os dentes cerrados, o corpo tremendo sob a pressão sufocante.

O olhar de Souta era firme, frio, absoluto.

“Chegou a hora da sua morte.”

“Argh!!”

O homem rugiu e liberou seu poder sem restrições. Ondas de energia jorraram dele, abrindo rachaduras no chão sob seus pés. Ele não tinha escolha a não ser lutar…

Mais alguns segundos e chegariam os reforços.

Os outros quatro especialistas ainda estavam presos dentro do Mundo dos Sonhos de Souta. Eles não conseguiriam se libertar tão cedo.

Isso significava, por aquele momento fugaz e aterrador…

Ele estava sozinho.

Sozinho com o Monstro Relâmpago de Sangue.

Souta desembainhou lentamente a espada, com uma expressão calma e a voz baixa e cortante como uma lâmina.

“Diga-me…” Disse ele, com os olhos brilhando em um tom carmesim.

“Você acha que sua carne é mais resistente que a de um monstro no quinto estágio?”

…

Dentro do Mundo dos Sonhos.

Quatro especialistas ficaram presos naquele mundo estranho e mutável. Até mesmo aquele que havia desviado os tentáculos de aranha de Souta se viu encurralado ali, com seus instintos gritando que algo estava terrivelmente errado.

“Isto é mau…!!”

“Eu sei!”

“Nesse ritmo, ele vai nos matar um por um!!”

Todos sabiam o que os aguardava se hesitassem. O Monstro Relâmpago de Sangue não os enfrentaria juntos — ele os desmantelaria pedaço por pedaço.

Era um mundo dos sonhos. Um mundo completamente à parte.

Todo ser possuía um. Sua consciência entrava nele quando dormiam, mas apenas alguns raros conseguiam manipular sua estrutura e manifestar habilidades que afetavam a própria realidade.

E Souta era um desses poucos.

Um ser que dominava o poder dos sonhos.

Nesse reino, sua vontade moldava o mundo. Com poder suficiente, ele poderia até matar um homem aqui, e essa morte seria definitiva.

A única esperança de escapar era destruir o mundo dos sonhos por dentro.

“Não há tempo!!”

Os quatro rugiram enquanto suas auras se intensificavam, agitando a névoa carmesim ao seu redor. Eles canalizaram cada grama de poder em um único ataque desesperado, lançando golpes temíveis que rasgaram o espaço instável.

Explosões sacudiram o vazio, enviando ondas pela paisagem surreal.

Eles não se importavam mais com Souta—

Seu único objetivo era sobreviver.

Eles poderiam voar pela eternidade e jamais alcançar uma borda. O horizonte se curvava sobre si mesmo, infinito e zombeteiro.

A única saída era despedaçar o mundo dos sonhos.

Ou morrer tentando.

…

Fora do Mundo dos Sonhos.

Souta encarou o solitário especialista na Sétima Algema. Relâmpagos cor de sangue percorreram seu corpo, cada faísca sibilando com intenções destrutivas. Ele apontou sua espada para o homem, o ar tremendo sob o peso de sua aura assassina.

O especialista sentiu um arrepio percorrer sua espinha. Seus instintos gritavam perigo — perigo absoluto, inescapável.

“Se seu corpo for mais resistente que o monstro de quinto estágio que enfrentei”, disse Souta friamente e completou: “Então você poderá sobreviver a isso. Caso contrário…”

Ele inclinou ligeiramente a cabeça.

“… Ore a seu deus.”

Os quatro tentáculos de aranha giravam rapidamente em torno da ponta de sua espada vajra, formando uma espiral mortal de luz carmesim. O ar rugiu quando Souta impulsionou-se para a frente com uma força imparável, afastando-se do ar atrás de si.

[Arquétipo: Grande Sangue do Fim]!

[Segunda Forma: Relâmpago de Sangue — Perfurando os Céus]!

O ar se abriu.

Um clarão de luz vermelho-sangue rasgou o céu. As defesas do especialista se estilhaçaram no instante em que a lâmina encontrou sua aura. O golpe perfurante atravessou seu peito, relâmpagos de sangue percorrendo cada veia de seu corpo.

Por um instante, ele não sentiu nada além de um brilho intenso.

–Boom!!

Então sua visão se distorceu.

Ele viu as nuvens acima dele e então percebeu que já estava caindo.

Ele não sentia os membros. Não sentia dor. Apenas o vazio. Sua visão turva captou um último vislumbre do Monstro Relâmpago de Sangue em meio à fumaça branca rodopiante — frio, imóvel e intocável.

Então a escuridão o envolveu.

Seu corpo caiu, sem vida, desaparecendo na névoa abaixo.

Um especialista no Reino da Sétima Algema havia morrido.

A explosão de energia resultante de sua morte reverberou pela atmosfera, espalhando-se como uma onda de choque pelo campo de batalha. Soldados e especialistas voltaram seus olhares para a imponente coluna de fumaça branca.

Eles sentiram isso — o súbito desaparecimento daquela assinatura de energia poderosa.

Um dos seus mais fortes havia morrido.

Outro Sétimo Algema havia caído diante do Monstro Relâmpago de Sangue.

Do outro lado do campo de batalha, Doranjan e Erkigal voltaram seus olhares para a coluna de fumaça branca. Ambos sentiram — o súbito desaparecimento de uma aura poderosa.

“Mais um morreu…” Murmurou Erkigal, sombriamente.

Este não era um guerreiro caído qualquer. Um especialista de Rank Herói — alguém que estava próximo ao ápice do poder — havia perecido nesta guerra caótica.

“Vamos lá! Lutem contra eles!” rugiu Doranjan.

Ele abriu suas enormes asas, a rajada sacudindo o ar enquanto se lançava para o céu. Erkigal permaneceu abaixo, sua concentração se aguçando enquanto aumentava seu poder de fogo. Ao seu redor, outros especialistas de Rank Herói avançavam para enfrentar o inimigo.

“Bloqueie isso!!” gritou Erkigal.

Ela estendeu as duas mãos para a frente.

Uma onda de chamas escaldantes irrompeu de suas palmas, espalhando-se como uma parede flamejante. O inferno se transformou em uma barreira de fogo, forçando os inimigos a interromper seu avanço e desmantelando sua formação.

Entretanto, a quinhentos metros do solo, Doranjan olhou para baixo. Viu Erkigal cercada, suas chamas tremulando em meio ao caos.

Seus olhos se estreitaram.

–Swoosh!!

Uma onda de poder emanou de seu corpo enquanto ele batia as asas, desaparecendo em um rastro de luz esverdeada.

Os especialistas de Rank Herói abaixo congelaram e olharam para cima. Seus corações estremeceram ao verem um dragão gigantesco mergulhando dos céus, suas escamas brilhando com uma energia violenta.

“Preparem-se!!”, gritou alguém.

Mas já era tarde demais.

A velocidade de Doranjan aumentou drasticamente mais uma vez. A pressão ao seu redor distorceu o ar, e uma rajada estrondosa irrompeu. A energia que girava em torno de seu corpo condensou-se em um tornado esverdeado e imponente que engolfou tudo em seu caminho.

[Condenação Primordial]!!

O tornado se expandiu com um rugido ensurdecedor. Aqueles que demoraram a fugir foram arrastados para sua corrente violenta, suas defesas cedendo sob a energia esmagadora.

–Bang!!

Sem hesitar, Doranjan torceu o pescoço e lançou um feixe concentrado de energia direto no centro do tornado.

[Bestrou]!!

No segundo seguinte, uma série de violentas explosões irrompeu. O tornado se desfez num clarão de luz verde, enquanto ondas de força destrutiva se espalhavam pela área.

–Boom!!

As ondas de choque atravessaram o campo de batalha, espalhando destroços e energia em todas as direções.

Erkigal voou até ficar ao lado de Doranjan, suas chamas tremulando ao seu redor. “Você os pegou?”, perguntou ela, com a voz tensa.

Doranjan balançou a cabeça, semicerrando os olhos.

“Não. Eles ainda estão vivos. Mas devem estar pelo menos feridos depois desse golpe.”

Ele voltou o olhar para a Fortaleza Guardiã ao longe. Ela já começava a se mover — mais um pouco, e deixaria completamente aquele lugar. O restante das forças da Astros já havia se retirado do campo de batalha.

Então-

–Ohm!!

Uma súbita explosão de energia avassaladora irrompeu pelo campo, sacudindo o próprio ar antes de se dispersar lentamente na atmosfera.

Doranjan e os outros seres poderosos voltaram suas cabeças na direção da fonte, com expressões endurecidas.

“O que-?”

“Mais um caiu!” gritou alguém.

Seus olhos se arregalaram ao verem a causa. Uma hidra colossal com nove cabeças se erguia à distância, cada cabeça brilhando com uma tonalidade de energia diferente.

Kessa.

Ela acabara de derrotar outro especialista de Rank Herói.

O exército adversário vacilou. A constatação os atingiu como um trovão. A Hidra de Nove Cabeças era o monstro mais perigoso naquele campo de batalha — sua força estava além do que um grupo de especialistas na Sétima Algema poderia enfrentar.

Para derrotá-la, eles precisariam de pelo menos um Oitavo, talvez até um Nona Algema.

O medo começou a se insinuar em seus corações enquanto encaravam sua figura imponente e ameaçadora.

Os inimigos só podiam manter suas posições, paralisados ​​pela visão da monstruosa hidra cujas nove cabeças se moviam em perfeita e assustadora harmonia.