Índice de Capítulo


    『 Tradutor: Crimson 』


    –Ohm!!

    O som reverberou pela terra — profundo, trêmulo e antinatural.

    As cidades próximas à Floresta Involin tremeram com a passagem das ondas de choque. Janelas se estilhaçaram. Pedras racharam. O próprio céu parecia pulsar no ritmo da energia que irrompia da floresta.

    Não havia como ignorar. Ninguém conseguia.

    “O que está acontecendo na Floresta Involin?!”

    “Essa flutuação de energia… é muito forte!”

    “Isso não pode ser real!”

    Vozes de pânico ecoavam pelas ruas enquanto as pessoas corriam para fora, olhando fixamente para o horizonte onde pilares de luz brilhavam no mar escuro de árvores. Mesmo a quilômetros de distância, a energia opressiva pressionava seus peitos, dificultando a respiração.

    Os especialistas entre eles foram os primeiros a sentir — o choque inconfundível de seres muito além de seu alcance. Suas expressões se endureceram em medo e admiração.

    “Seres no Reino da Liberdade…” Sussurrou um deles antes de dizer: “Elas estão lutando lá dentro.”

    Para as pessoas comuns, a sensação era insuportável. A pressão era tão grande que seus joelhos fraquejavam e sua visão ficava turva. Muitos começaram a recuar para o interior, buscando abrigo de uma catástrofe invisível.

    O ar tremeu. A terra estremeceu.

    Toda a região parecia à beira do colapso, como se a Floresta Involin tivesse se tornado o epicentro de uma tempestade capaz de engolir o mundo.

    Nas profundezas da Floresta Involin, o mundo tremeu.

    Na visão de Souta oscilou com a luz enquanto janelas translúcidas se materializavam diante de seus olhos.

    [Uma Missão foi Desencadeada]!!

    » [Exército de Demônios]

    O Grande Imperador Demônio Lúcifer enviou sua legião para recuperar sua filha.

    Objetivos: Escolha um;

    Escape das Garras dos Demônios — Recompensa: 3 Cartas Aleatórias

    Mate todos os Dez Demônios do Reino da Liberdade — Recompensa: 40 Pontos de Habilidade, 60 Pontos de Atributos Livre, 20.000.000.000 EXP, 1 Carta Aleatória

    Os olhos de Souta se estreitaram.

    “Então é esse tipo de missão…”

    Ele não hesitou. Já sabia o que tinha que fazer.

    Uma onda de energia carmesim irrompeu de seu corpo, fazendo tremer o chão da floresta sob seus pés.

    –Swoosh!!

    Uma após a outra, padrões rúnicos se acenderam em sua pele enquanto ele ativava suas bênçãos — as Bênçãos dos Comandantes do País Mecânico, seguidas por uma cascata de outras que havia conquistado há muito tempo no jogo. Cada uma sobrepunha-se à seguinte, seus poderes se acumulando e se entrelaçando, forjando uma harmonia sem igual de força e precisão.

    O ar ficou pesado. As árvores dentro de quilômetros começaram a se desintegrar sob a pressão crescente.

    Os dez demônios no Reino da Liberdade estremeceram. Pela primeira vez, uma expressão de inquietação tomou conta de seus rostos.

    “O que… o que ele está fazendo?!”

    “Recuem!! Cerquem-no!! Não deixem que ele termine isso!!”

    Suas auras explodiram em uníssono, dilacerando a paisagem. O chão se abriu, seções inteiras da floresta foram arrancadas e flutuaram para o céu. O choque das forças elementais — fogo, relâmpago, escuridão e caos — transformou a floresta em um turbilhão de campo de batalha de aniquilação.

    “Matem-no!!” Um deles rugiu, sua voz ecoando como um trovão pelo céu.

    Souta ergueu a mão, demonstrando calma em meio à tempestade.

    Diversos círculos mágicos intrincados materializaram-se sob seus pés, brilhando com uma luz que desafiava a realidade. Os símbolos pulsavam em ritmo com as batidas do seu coração, alimentando a crescente tempestade de poder que o envolvia.

    ‘A força do Blood se somou ao meu poder atual’, pensou Souta enquanto sua energia aumentava. ‘Desta vez… é muito mais poderoso.’

    Camadas de barreiras carmesim surgiram ao seu redor, brilhando fracamente contra a escuridão que se aproximava.

    Então-

    –BOOM!!

    Os dez demônios desencadearam seu poder. Líquido negro, relâmpagos, chamas e caos convergiram em um aguaceiro cataclísmico que engoliu a terra por completo.

    As barreiras tremeram e depois se despedaçaram.

    –Bang! Bang! Bang!

    O mundo entrou em erupção. Explosões irromperam como trovões, ondas de choque rasgando a terra. Toda a Floresta Involin foi reduzida a ruínas — árvores apagadas, montanhas esmagadas, rios transformados em vapor. Rachaduras no espaço se abriram no céu, distorcendo a própria estrutura da realidade.

    E em meio àquela tempestade…

    –Swoosh!!

    Uma única figura irrompeu do núcleo da destruição.

    Souta.

    Seu corpo estava ensanguentado, chamuscado e dilacerado, mas ele ainda permanecia de pé. O parasita dentro dele se contorcia e pulsava, regenerando carne e músculos a uma velocidade desumana.

    Ele ergueu o olhar, os olhos brilhando com uma luz carmesim. Então, abriu a mão.

    Uma foice materializou-se em sua mão, sua lâmina curva e negra como o vazio, exalando uma aura assassina tão densa que fazia o ar vibrar.

    Os dez demônios do Reino da Liberdade vacilaram.

    “Ele ainda está de pé?!”

    “Sua regeneração de novo?!”

    “Acabem com isso! Destruam a recuperação dele!”

    Um demônio feminino com asas vastas que lembram couro— cada uma com cinco metros de envergadura — avançou num instante. Seus movimentos foram além da barreira do som quando ela apareceu ao lado dele, com garras reluzindo como obsidiana.

    Souta se esquivou para o lado, mas o golpe dela ainda roçou seu braço.

    O sangue espirrou no ar e, instantaneamente, transformou-se numa saraivada de espinhos afiados como navalhas.

    A demônio zombou. Com um movimento da outra mão—

    –Crash!!

    Os espinhos se estilhaçaram como vidro, espalhando-se inofensivamente enquanto suas garras rasgavam o ar mais uma vez.

    Souta impulsionou-se no ar, uma onda de choque percorrendo seu corpo enquanto ganhava distância.

    Ele olhou para a mão — a ferida aberta pela demônio feminino ainda sangrava lentamente, recusando-se a cicatrizar.

    ‘O quê…? Ela interrompeu sua regeneração’, a voz calma de Saya ecoou em sua mente. ‘Ela interrompeu a função do parasita. Ele ainda está te curando, mas mais lentamente. Muito mais lentamente.’

    Souta estalou a língua, relâmpagos carmesins crepitando fracamente em seus ombros.

    ‘Para que ela possa interromper minha regeneração…’

    Saya hesitou, sentindo a enorme pressão que emanava dele. Ela queria perguntar como ele havia obtido tamanho poder, mas não era o momento. A sobrevivência vinha em primeiro lugar.

    “Cortando a regeneração, hein…” Souta murmurou, estreitando os olhos enquanto mais dois demônios surgiam pelas laterais. Suas asas rasgavam o ar, sua intenção assassina tão densa que fazia o céu estremecer.

    Essa não era uma habilidade comum. Ela envolvia leis, conceitos, o tipo de poder que apenas seres próximos da divindade poderiam exercer.

    Mesmo assim, um sorriso irônico surgiu nos lábios de Souta.

    “Não é perfeito… Você pode me atrasar, mas não pode me parar.”

    Ele levantou a mão.

    Uma onda de escuridão se propagou quando vinte sombras irromperam de seu corpo, cada uma assumindo uma figura ilusória antes de se dissolver novamente nele. O ar se distorceu, carregado de poder.

    [Doppelganger Máximo]!!

    O mundo estremeceu.

    A força de cada um de seus doppelgangers fundiu-se à sua própria, camada sobre camada, até que sua aura explodiu como um sol vermelho-sangue. A terra abaixo se estilhaçou e os fragmentos restantes da Floresta Involin se desintegraram sob a pressão.

    Este era um feitiço proibido — um que multiplicava seu poder além dos limites mortais, fundindo cada sombra de si mesmo em uma única força imparável.

    Os olhos de Souta brilhavam com intenção assassina.

    “Agora… vamos lá, demônios, tentem parar essa regeneração.”

    Com [Entrelaçamento do Vazio] e [Cobertura do Vazio], Souta criou dezenas de feitiços proibidos e sublimou artes de combate no jogo. Essas artes eram seus verdadeiros trunfos — ferramentas capazes de distorcer as próprias leis da batalha e amplificar sua força a níveis divinos.

    Então, ele convocou todos.

    [Colosso Supremo das Sombras]!!

    Uma silhueta imponente de pura escuridão ergueu-se atrás dele, seus olhos carmesins brilhando na noite.

    [Aprimoramento de Energia Abissal]!!

    [Vontade de Destruição Obsidiana]!!

    [Supremo Máximo Escuro]!!

    [Cortina Negra Sem Fim]!!

    Cada invocação rasgava a realidade como trovões. Sua aura espiralava para cima, consumindo o próprio céu.

    A cada batida do coração, dava origem a um novo feitiço proibido — cada um se acumulando sobre o anterior até que a floresta não conseguisse mais suportar a pressão.

    Os dez demônios no Reino da Liberdade atacaram juntos, sua força combinada capaz de destruir continentes.

    Mas Souta já tinha desaparecido.

    –Swoosh!!

    O espaço se distorceu enquanto sua figura se tornava indistinta e desaparecia.

    Com o [Orbe do Selo Arcano], cada feitiço que ele conjurava era duplicado — cada invocação ecoava duas vezes pelo vazio, um reflexo do poder se multiplicando.

    O mundo escureceu.

    A escuridão se espalhou, engolindo toda a terra.

    [Sentinela da Noite Desperado]!!

    Uma noite sufocante caiu sobre o campo de batalha. Os demônios aguçaram os sentidos, mas o silêncio foi quebrado apenas por um sussurro fraco e cortante. 1

    Então…

    –Shuuk!

    Um feixe de luz preta cruzou o ar. Os dez demônios no Reino da Liberdade se viraram, mas seus olhos mal conseguiam acompanhá-lo.

    Souta não estava mirando neles.

    Ele estava massacrando o exército deles.

    Sua figura ziguezagueava pela escuridão, movendo-se mais rápido que um relâmpago — um carrasco envolto em trevas.

    Um único golpe de sua foice abriu caminho através do exército. Centenas de demônios foram cortados ao meio, seus torsos se desintegrando em pó antes mesmo de seus pés tocarem o chão.

    Outro balanço — outro clarão de luz vermelho-escura — e os fragmentos restantes de seus corpos desapareceram completamente, devorados pelo abismo.

    Toda a floresta havia se transformado em um silencioso campo de massacre.

    Restava apenas o zumbido do vazio — e o eco das batidas do coração de Souta.

    Não havia sangue. Nem gritos. Nem vestígios de vida.

    Apenas silêncio.

    O campo de batalha havia se tornado um vazio — frio e desolado, como se a própria realidade tivesse sido apagada.

    Souta permanecia em meio a tudo aquilo, o ar ondulando levemente ao seu redor. Sombras se agarravam à sua figura como fumaça viva.

    Então, ele se moveu.

    Um feixe de luz negra rasgou o ar.

    No instante seguinte, as tropas restantes do exército de demônios desapareceram. Sumiram. Nem um corpo, nem um sussurro de mana, nem mesmo poeira restou.

    Em menos de um sopro, apenas dez figuras pairavam no ar.

    Os demônios no Reino da Liberdade.

    –Ohm!!

    A energia ao redor deles se distorceu enquanto encaravam Souta incrédulos, seus instintos gritando perigo.

    “O que é isso?!”

    “É impossível!!”

    “Quem é você?! Você não é o Monstro Relâmpago de Sangue!!”

    Suas vozes tremiam. Pela primeira vez, esses demônios — seres que se erguiam acima do reino mortal — sentiram verdadeiro medo.

    Aquilo diante deles… não podia ser um mero monstro no quarto estágio.

    Era algo extraordinário.

    Algo que não deveria existir.

    1. Desperado significa alguém que age sem medo, fora da lei, extremo, arriscado.[]

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