Índice de Capítulo


    『 Tradutor: Crimson 』


    “Mas… quem é essa criatura?” murmurou o semideus, sua voz grave carregando tanto admiração quanto medo.

    Ele podia sentir isso claramente — aquele ser diante dele era apenas um monstro no quarto estágio, mas a destruição ao seu redor desafiava a razão.

    “O Monstro Relâmpago de Sangue…” Sussurrou um dos demônios no Reino da Liberdade, com o nome tremendo nos lábios.

    “Até mesmo um monstro de quinto estágio no auge de sua força teria sido esmagado por essas restrições”, acrescentou outro, com a voz trêmula e afirmava: “Mas olhe para ele — seu corpo está repleto de dezenas de feitiços proibidos, todos ativos ao mesmo tempo! Sua velocidade, sua força, sua energia, sua própria carne…”

    Ele engoliu em seco, o pavor preenchendo sua voz.

    “Tudo nele está sendo levado ao limite!”

    Mesmo para os especialistas no Reino da Liberdade, a cena diante deles era horrível.

    Dominar casualmente vários feitiços proibidos — cada um capaz de distorcer a realidade — era algo muito além do alcance até mesmo dos maiores Arquimagos.

    O ar tremia devido à pressão. A quantidade de feitiços ativos girando em torno de Souta era impressionante, quase impossível de compreender.

    “N-Não me diga…” Os olhos do semideus demônio se arregalaram, sua voz tremendo. “Ele é… Mil Feitiços!”

    O nome ecoou pela câmara como uma maldição.

    Os três demônios observaram Souta emergir lentamente dos escombros. Sua figura estava envolta em relâmpagos vermelhos crepitantes, sombras escuras se enrolando em seu corpo como uma armadura viva. Seu olhar os encarou — frio, impiedoso e sedento de sangue.

    A expressão do semideus demônio endureceu.

    Impossível.

    Como um mero monstro de quarto estágio poderia ser o Mil Feitiços?

    As lendas falavam do Grimório de Feitiços — uma relíquia mítica que diziam conter todos os feitiços já criados. Se um novo feitiço surgisse, apareceria em suas páginas. Possuí-lo era comandar a totalidade da magia.

    E agora… aquele monstro diante deles se movia como se carregasse aquele poder impossível em suas veias.

    O semideus cerrou os punhos, sua voz ecoando pela fortaleza trêmula.

    “Todas as forças, preparem-se!” Ele rugiu e ordenou: “Vamos matar o intruso!”

    As paredes pulsavam com runas poderosas. O chão se abriu quando inúmeras asas e garras emergiram das sombras.

    Ao mesmo tempo, três demônios ainda mais poderosos emergiram das profundezas da fortaleza. Suas auras distorciam o próprio ar — seres que não se conteriam, não contra um monstro como ele.

    Toda a fortaleza tremeu quando o poder combinado deles irrompeu, abalando a terra flutuante até o seu núcleo.

    Enquanto isso, o caos reinava em todo o Vale da Pata de Urso.

    A terra, antes tranquila, agora estava mergulhada no terror.

    Vista de baixo, a massa de terra flutuante — uma fortaleza colossal suspensa no céu — resplandecia com uma luz caótica. Cada explosão que ecoava de dentro rasgava as nuvens, lançando ondas de choque sobre o vale.

    “O que é isso?!” Alguém gritou.

    Até mesmo o especialista mais poderoso do Vale da Pata de Urso, um mero cultivador no Reino da Primeira Algema, ficou paralisado. Seu olhar trêmulo acompanhou as silhuetas distantes que sobrevoavam a terra flutuante.

    “D-Demônios…!!”

    A notícia se espalhou como fogo em palha seca.

    Suspiros, gritos e pânico se seguiram quando a ficha caiu. Os Demônios — criaturas de terror que outrora afogaram nações inteiras em sangue — estavam ali.

    A sombra projetada pela terra flutuante cobria tudo. Mesmo a quilômetros de distância, as pessoas podiam ver a vasta estrutura pairando acima, suas bordas cintilando com uma energia sobrenatural.

    Pela primeira vez em séculos, os mortais sentiram o que significava estar impotentes diante da ira de seres superiores.

    Muito além do Vale da Pata do Urso, um general de um País Grande, a dez mil quilômetros de distância, estava no alto de sua torre de observação e olhava para o horizonte.

    Mesmo a essa distância, o fenômeno era visível: uma fortaleza gigante nas nuvens, brilhando como uma estrela moribunda.

    “Impossível…” Ele murmurou e disse: “Essa distância… e eu ainda consigo ver…”

    O ar estremeceu.

    –Boom—!!

    Uma coluna de energia ofuscante irrompeu da terra flutuante, perfurando o céu e a terra. A onda foi tão imensa que curvou a própria luz, dividindo as nuvens em uma tempestade espiral ao seu redor.

    Em todo o continente, especialistas se elevaram aos céus, contemplando a mesma cena com semblantes sombrios.

    Nenhum deles sabia o que realmente acontecia dentro daquela fortaleza.

    A terra tremeu.

    As pessoas gritavam enquanto ondas de energia percorriam o solo, rachando a terra e derrubando antigas muralhas de pedra. Nuvens de poeira se espalhavam pelo vale como se os próprios céus estivessem tremendo.

    No meio da Vale da Pata de Urso, fazendeiros, comerciantes e andarilhos pararam abruptamente. Seus olhares estavam fixos no alto — na monstruosa ilha no céu que encobria o sol.

    “Corram! Corram!!”, gritou alguém.

    Uma mãe abraçou o filho enquanto destroços dos penhascos próximos caíam como chuva. Cavalos relinchavam descontroladamente, carruagens capotavam e caravanas inteiras se dispersavam em pânico.

    O ar cintilava. Um estrondo ensurdecedor ecoou, seguido por um relâmpago vermelho que rasgou a borda da terra flutuante. A onda de choque resultante achatou árvores e lançou uma nuvem de poeira pelas planícies.

    “Mas o que está acontecendo… quem está lutando lá em cima?!” Exclamou um jovem aventureiro, agarrando sua espada trêmula.

    O vale brilhava fracamente com o reflexo da luz mágica acima. Cada explosão pintava o chão em tons alternados de vermelho e azul. Até os rios vibravam, ondulando com a força de feitiços invisíveis colidindo lá no alto.

    Dentro da Fortaleza dos Demônios.

    Souta estava cercado.

    Cinco demônios poderosos o cercaram, suas auras fazendo a enorme fortaleza tremer por dentro, enquanto dezenas de demônios de posição inferior pairavam nas bordas, despejando energia, lançando barreiras e fornecendo poder a seus superiores.

    –Boom!! Boom!!

    O corpo de Souta atravessou várias paredes com runas gravadas. Cada impacto desencadeava rajadas de luz enquanto as runas brilhavam violentamente, liberando ondas de choque que o atingiam de todos os lados.

    Cada centímetro desta fortaleza estava viva — uma enorme máquina de matar projetada para aniquilar intrusos.

    Rangendo os dentes, Souta firmou os pés em meio à tempestade de poder. Sua percepção se estendia pelas camadas da fortaleza—

    E seu sangue gelou.

    O portal estava sendo ativado.

    Uma onda de energia percorreu o ar, distante, mas inconfundível. Alice estava no centro dela.

    “Droga…” Souta murmurou, com a voz baixa e trêmula de raiva.

    Os cinco demônios pressionaram com mais força, percebendo sua distração. Suas armas se chocaram contra sua foice e espada em clarões de luz ofuscantes.

    E então, mais duas presenças avassaladoras invadiram sua percepção.

    Mais dois demônios do mesmo nível.

    O próprio ar parecia se comprimir ao seu redor.

    “Mil Feitiços! Morra!!”

    O semideus rugiu. Seu punho sequer chegou a tocar o chão — ele simplesmente socou o ar.

    O resultado foi apocalíptico.

    Uma força violenta detonou para a frente, e dela irromperam raios roxos em todas as direções. Espalharam-se como uma rede viva por dezenas de quilômetros, vaporizando tudo em seu caminho. Pisos desabaram. Tetos se estilhaçaram. Todo o andar superior se desintegrou em pó.

    O próprio ar gritava.

    Souta cruzou suas armas — espada vajra em uma mão, foice na outra — e um relâmpago próprio explodiu para fora.

    Relâmpagos vermelhos como sangue colidiam contra tempestades violetas, rasgando a realidade entre elas.

    –Boom!!

    A colisão provocou ondas de destruição que devastaram a fortaleza. Sombras e destroços se contorciam violentamente, e as runas cintilavam como se lutassem para conter o caos.

    A figura de Souta atravessou a rede de relâmpagos roxa, seu Arquétipo em seu poder máximo. Seu corpo crepitava como uma encarnação viva do relâmpago — cada respiração uma onda de fúria, cada passo queimando a opressão da fortaleza.

    Ele ergueu o olhar, os olhos brilhando com uma luz sangrenta.

    –Boom!!

    Souta foi arremessado para trás, atravessando uma parede de runas que flamejavam como linhas derretidas sobre a pedra. Poeira e detritos rodopiaram enquanto ele se equilibrava no ar, relâmpagos crepitando ao seu redor.

    Ele lançou um olhar rápido para a janela do sistema que piscava diante de seus olhos.

    A recompensa da missão…

    As inúmeras mortes que já havia acumulado…

    ‘Só mais um pouquinho…’

    Souta virou a mão, pegando uma única carta aleatória de seu inventário. Ela girou em sua palma como um fragmento de luz.

    Sem hesitar, ele a ativou. Sua figura se tornou um borrão no ar, desviando-se dos golpes dos demônios ao redor.

    Ele estava cercado, mas não com medo.

    Ele sabia que podia vencer.

    O problema não era se conseguiria derrotá-los.

    Até por quê…

    O tempo era seu verdadeiro inimigo.

    Por trás, dois demônios poderosos avançaram. Suas vozes trovejaram enquanto erguiam as mãos.

    Um enorme círculo mágico surgiu atrás deles, tão grande que preencheu toda a câmara. A pressão que se seguiu foi como se o próprio mundo estivesse prendendo a respiração.

    [Silenciando o Mundo]!!

    Um feitiço proibido — um feitiço destinado a congelar o campo de batalha, negar a magia, movimento e a própria respiração.

    Num instante, Souta sentiu isso.

    O ar ficou denso.

    O próprio espaço se fechou ao seu redor, como se correntes invisíveis tivessem prendido seus membros.

    Seu corpo congelou no ar.

    Até mesmo o fluxo de energia falhou.

    Por um breve instante, o silêncio consumiu o mundo.

    Então-

    “Não é suficiente!!”

    Sua voz quebrou o silêncio.

    Os olhos dos demônios se arregalaram quando relâmpagos cor de sangue jorraram de cada poro do corpo de Souta. Ele apertou a foice com mais força, e a arma rangia em ressonância.

    Ele balançou o braço.

    –Bang!!

    O ataque não apenas cortou o ar — ele rasgou o espaço.

    Uma enorme rachadura espacial se abriu diante dele, distorcendo a própria realidade. A onda de choque obliterou os resquícios do feitiço, e a fortaleza tremeu como se os céus tivessem se partido.

    A energia se espalhou em espiral como uma tempestade carmesim.

    E no centro de tudo, Souta estava…

    Sangrando, furioso e imparável.

    –BOOM!!

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