Capítulo 1176 - Demônios: Nível 80
『 Tradutor: Crimson 』
Mesmo que fortificassem a própria estrutura do espaço, Souta a destruiria.
As bênçãos que queimavam dentro dele concediam mais do que força — elas lhe davam habilidades capazes de ir além de seus limites, elevando cada movimento, cada pensamento, à pura destruição.
Não seria tão fácil prendê-lo.
Rachaduras se espalhavam pelo ar como cacos de vidro. De cada rachadura, uma energia violenta irrompia, devorando tudo o que tocava. Os demônios mais fracos, próximos às rachaduras, sequer tiveram tempo de gritar — foram instantaneamente aniquilados por uma torrente de poder caótico.
–Boom!!
O céu convulsionou quando Souta colidiu com os demônios restantes, sua figura se tornando indistinta entre os golpes. O choque foi tão violento que ondas de choque se propagaram em ondas centrais, deformando o solo abaixo.
Em um piscar de olhos, milhares de golpes já haviam sido desferidos.
Então, com um som como o da própria realidade se rasgando, a estrutura espacial desmoronou.
O campo de batalha desapareceu.
–Swoosh!!
No instante seguinte, estavam em outro lugar — um reino de penumbra e cores mutáveis, onde o ar ondulava como água e o chão se dissolvia a cada passo.
O Reino dos Sonhos.
O semideus percebeu isso primeiro. Seus olhos percorreram o horizonte distorcido, oscilando entre a existência e a inexistência, transitando entre o mundo real e o reino dos sonhos a cada golpe de suas armas.
A fronteira entre a realidade e a ilusão se desfez. Montanhas surgiram do nada, transformando-se em rios; cidades fantasmas erguiam e desapareciam; gritos ecoavam do nada.
–Ohm!
Souta chutou o demônio para a esquerda, fazendo a criatura despencar em uma miragem que se dissipava. No mesmo movimento, ele golpeou o semideus à sua frente com sua foice, cortando tanto a armadura quanto a energia.
Mais dois demônios atacaram por trás, apenas para serem despedaçados pelo contra-ataque passivo de Souta. Dezenas de cortes sangrentos apareceram em seus corpos antes mesmo que o tocassem.
Ele estava lutando contra sete no total — cada um deles no Reino da Liberdade ou Semideus.
Mas, nesse nível, a posição hierárquica quase não importava. A linha que separava os dois era tênue; alguns Reinos da Liberdade eram fracos como poeira, outros podiam rivalizar com os próprios semideuses.
O ar se abria a cada choque.
Cada golpe entre Souta e os sete demônios dilacerava a realidade e sonho, abrindo rachaduras que liberava luz e escuridão. Suas armas cortavam fragmentos flutuantes de sonhos — uma montanha inacabada, um templo em ruínas, um céu sem estrelas — apenas para que esses fragmentos se dissolvessem e se reformassem em outro lugar.
O Reino dos Sonhos invadia o mundo real, sobrepondo-se a ele até que não fosse mais possível distingui-los.
Rugidos ecoavam de lugares invisíveis. Lâminas colidiam em flashes de luz que se estendiam ao infinito antes de se dissiparem como uma miragem.
“Mantenham-no contido!” Rugiu o semideus, com o corpo meio submerso no mundo dos sonhos. Sua figura oscilou — primeiro sólida, depois transparente, depois algo monstruoso que não era ele.
“Contê-lo?!” Outro gritou, aparando a foice de Souta enquanto uma tempestade de relâmpagos de sangue irrompia do impacto.
“Ele já está destruindo a barreira!”
Os olhos de Souta brilhavam com uma concentração feroz. As runas esculpidas na fundação da fortaleza reluziam mesmo dali, sua energia se espalhando pelo céu fraturado como se a própria estrutura se recusasse a desmoronar.
Relâmpagos de sangue saltaram de seu corpo, colidindo com os relâmpagos roxos do demônio. A colisão distorceu o ar em espirais de gravidade deformada.
Para cada golpe que Souta desferia, outro o atingia em cheio — a armadura estalava, os ossos tremiam, o sangue jorrava em uma fina névoa antes de evaporar em pó brilhante.
Ele não cedeu. Nem eles.
Os demônios desencadearam uma avalanche de habilidades — emblemas da escuridão, chamas infernais, relâmpagos que destruíam o espaço — mas Souta contrariou cada uma delas com precisão. Suas armas cortaram a tempestade, relâmpagos de sangue dividiam as chamas e engoliam a escuridão.
Para os demônios mais fracos que observavam de longe, a luta pareceu um borrão de luz e som — menos de um minuto havia se passado.
Mas para os combatentes presos naquele reino, o próprio tempo parecia se estender. Cada batida do coração continha mil trocas, cada respiração um embate entre monstros e deuses.
Os sete demônios de alto nível se moviam como um só, sua sincronização aprimorada por séculos de batalha. Souta, ensanguentado e implacável, acompanhava seus passos.
E então — em meio ao caos — seus olhos se voltaram para o sistema.
> [Carta aleatória: Ativada]
Um lampejo de esperança cruzou seus olhos.
> [Você obteve: 1.000.000 EXP!!]
A expressão de Souta escureceu.
“Tch… não era o que eu precisava, mas é o suficiente.”
Ele sentiu a onda de adrenalina imediatamente. A experiência da missão, o massacre e agora essa recompensa final — tudo convergindo em sua essência.
> [Você Subiu de Nível: 80]
Ele não hesitou. Não agora. Não quando a vida de Alice estava escapando por entre os dedos.
“Aconteça o que acontecer”, murmurou ele, cerrando os punhos e afirmando: “Eu resolvo isso depois.”
Seus pontos de habilidade e pontos de atributo livre desapareceram.
Ding! Ding! Ding!
Uma avalanche de notificações do sistema inundou sua mente, sobrepondo-se em um coro incompreensível.
E então-
–BOOOOOOM!!
Toda a fortaleza tremeu.
Os sete demônios foram arremessados para trás quando uma aura esmagadora explodiu do corpo de Souta. O ar se estilhaçou como vidro, e o chão sob seus pés se fraturou em rachaduras brilhantes.
Toda estrutura do espaço se curvou.
Sonho e realidade se fundiram, incapazes de conter a força que irrompia de dentro dele. O peso de sua mera presença fazia com que demônios menores se ajoelhassem, com sangue jorrando de seus olhos e ouvidos.
“O quê… o que é esse poder?!” Gritou o semideus, erguendo o braço para resistir à pressão.
Em meio às paredes que desabavam e às tempestades de energia estrondosas, Souta estava no centro de tudo —
Seus relâmpagos eram vermelhos como sangue, seus olhos ardiam com a vontade de dilacerar os próprios deuses.
“Tudo o que importa…” Ele sussurrou, apertando com força a espada e a foice, afirmando: “… É salvá-la.”
E então—ele se mexeu.
O segundo round começou abalando os alicerces tanto do sonho quanto da realidade.
“O que será que esse monstro tem de errado?!”
“Isso é loucura!!”
Os gritos dos demônios foram abafados pelo rugido da destruição.
Runas se estilhaçaram por todos lados, como se dilaceradas por garras invisíveis. A matriz maciça — outrora a espinha dorsal da fortaleza — foi rasgada, desmoronando sobre si mesma.
–BOOOOM!!
A terra estremeceu. Pináculos de pedra negra explodiram para cima. A intrincada matriz que delimitava esta região — aquela criada pelo próprio Pilar Demoníaco — foi reduzida a fragmentos de luz flamejante.
Os demônios congelaram, o horror estampado em seus rostos.
Sem a matriz, sem as inúmeras runas que os fortalecem…
Eles não tinham mais defesa.
“Aquela matriz foi feita por um Pilar Demoníaco… um ser equivalente a uma divindade!” gritou alguém, com a voz trêmula e afirmou: “E ele… ele a destruiu como se não fosse nada!!”
Um som sinistro rasgou o ar.
Então veio a onda.
Uma onda de energia ofuscante varreu a fortaleza, apagando tudo em seu caminho.
–HISSSSSHHHH!!
Num instante, todos os demônios abaixo da Nona Algema foram vaporizados — corpos transformados em pó, almas dispersas no vazio.
Do centro do caos, emergiu Souta.
Relâmpagos de sangue o envolviam como serpentes vivas, e o ar se distorcia sob o peso esmagador de sua presença.
[Você obteve a Autoridade Cósmica: Serpentário]!!
[Todos Atributos aumentaram em 1.000 pontos]!!
O choque do selo sendo quebrado rasgou a própria realidade. O espaço se curvou, a luz se distorceu e seções inteiras da fortaleza se desintegraram ao seu redor.
A transformação começou dentro de seu corpo.
Seu [Corpo Cósmico], [Veias Estelares], [Coração Nebuloso] e [Veias Galácticas]—outrora perfeitos—estavam evoluindo novamente, remodelados pela autoridade divina.
[O Décimo Terceiro Signo nasceu por completo]!!
[O Domínio Serpentário se transformou em Aniquilação do Serpentário]!!
[Aniquilação do Serpentário: Apaga o alvo do espaço e tempo. Mesmo que a história seja reescrita, o ser aniquilado não voltará a existir.]
Um silêncio se instalou.
Então, Souta expirou e o ar tremeu.
O poder emanava dele, devorando a luz, devorando o ar. Sua sombra se estendia por todas as superfícies, uma silhueta que desafiava a razão.
Ele ergueu a cabeça, os olhos ardendo como estrelas moribundas, e o som que lhe escapou da garganta não era humano—
–ROOOOOAAAAARRRR!!!
Os céus tremeram. A terra se abriu.
Todos os demônios que ainda estavam de pé caíram de joelhos, tremendo diante do nascimento de uma nova autoridade cósmica — um monstro cujo nome ecoaria pelos mundos.
Não havia tempo para pensar — não havia tempo para respirar.
Souta avançou com ímpeto, todo o seu ser consumido por um único propósito. O ar ondulou ao seu redor enquanto sua intenção assassina se intensificava, fundindo-se perfeitamente com seu poder até se tornar uma força tangível que devorava a própria luz.
–BOOOOM!!
Ele colidiu com a linha de frente dos demônios como um meteoro rasgando os céus. A onda de choque atravessou o salão, destruindo paredes e runas. Dezenas de barreiras se estilhaçaram enquanto os demônios eram arremessados a centenas de metros de distância, com sangue jorrando no ar como névoa.
Mas Souta não parou.
Nem por um segundo.
Ele irrompeu pela fortaleza como uma tempestade de relâmpagos de sangue — paredes desmoronando, corredores sumindo sob o peso de seu poder. Seus sentidos se fixaram em uma única coisa: Alice. Cada movimento o aproximava dela, cada golpe era um passo em sua direção.
Atrás dele, os demônios sobreviventes cambalearam e se levantaram, com o horror estampado em seus rostos.
“E-Ele ficou mais forte… de novo?!” Um deles exclamou, limpando o sangue dos lábios.
“Isso não é possível! Nem mesmo a matriz consegue mais contê-lo!”
Suas vozes tremiam enquanto o chão estremecia sob o avanço de Souta. Cada encontro com aquele monstro só o tornava mais aterrorizante. Era a primeira vez que vivenciavam algo assim.

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