Capítulo 94: D.K.I

Kim sozinho estava no seu quarto. O medo em sua mente apossava pelo fato que poderia ocorrer um erro de cálculo de Absalom e mais uma morte ocorrer. A insônia apossou sua mente, talvez fosse cedo demais, porém, era a única coisa que pensava em fazer naquela noite.

Seu corpo estava um pouco dolorido por treinar com seu irmão mais velho todos os dias, e de passar por diversas provações de ideias de Absalom que criava mais e mais teorias de treino absurdos. Formas de atacar, formas de agir, formas de defender.

Kim aprendeu com muito cálculo. Estava exausto e mesmo assim sua mente não conseguia se acalmar. Precisava de um remédio magico para poder acalmar seu próprio coração.

E como desejando magia, um anjo passou pela porta. De imediato sentiu medo pela porta abrir tão lentamente, ficando em prontidão, mas, logo ao ver o rosto, respirou novamente.

— Podemos conversar?

Seu coração logo ficou ansioso em vê-la, era seu maior amor, era Dalia. Eles tinham brigado há alguns dias, onde ele escolheu ficar do lado de Kizimu ao invés dela.

— Dalia, me desculpa mesmo…

Ela balançou a cabeça, gerando uma ansiedade ainda maior, porém, seu sorriso deixou Kim um pouco mais calmo.

— Me escuta.

Kim levantou e ficou de frente para ela. A mesma, com um sorriso perfeito, vacilou.

— Eu cometi um erro… não tem como Kizimu ser o assassino… não passou pela minha cabeça o inimigo ter alguma maldição… talvez… ele possa conseguir fingir ser Kizimu, por que, o que eu vi era tão perfeito, era tão… ele. Eu fui impulsiva, e queria que você confiasse em mim. — Ela olhou para suas palmas juntas, e uma lágrima derramou pelo seu rosto, o fato de que tentou controlar Kim. — Desculpa Kalén, desculpa mesmo.

Seu rosto encheu de lágrimas, e Kim abraçou-a, mas, com um afastar bruto, Dalia fez Kim recuar.

— Você… não está fazendo isso por causa de minha maldição, né?

— Não! Eu estou fazendo isso por conta própria.

Ele determinou ali, algo desconhecido na maldição de Dalia, uma falha que ela aprenderia futuramente, aprenderia quando se tornasse uma residente da casa Kuokoa.

Kim então abraçou sua amada, um calor inerente que não poderia ser rompido de forma alguma, um amor-perfeito. Logo o calor se aprofundou e como se tivesse passado milhões de anos aquela separação, os seus lábios cheios de desejos fluíram seus amores.

Um trocar de saliva tão intenso e profundo deixava o coração do cavaleiro pulsante, ainda era um menino quando dito sobre amor. Logo toque tão perfeito teve seu fim.

— Isso é incrível…

— Sim, isso realmente é.

Dalia se separou contra vontade, e andou pelo quarto de Kim, que agora não tinha mais Kizimu nele, ela ficou triste pelo fato que era culpa sua, esse fato. Além disso, todo esse problema que ela causou separou eles dois, por culpa dela.

— Kalén… olha para mim.

Ele olhou com gosto, com um calor imenso em sua mente.

— Nunca mais, nunca mais vamos nos separar. Eu prometo isso. Eu sempre vou ficar do seu lado, e ouvir você. Confiaremos um no outro, e no fim, vamos ficar juntos para sempre. Isso é uma promessa.

— Sim, ficaremos juntos para sempre, isso é uma promessa.

O carinho daquelas palavras encheu o coração de Dalia. Ela também era nova nesse mundo do amor, então, seu coração palpitou ainda mais. Dalia puxou ele para a cama, e começou a fazer carinho. O tempo pareceu congelar, era tão gentil e confortável aquele toque, então, Dalia começou a rir sozinha.

— O que foi?

— Eu lembrei de uma coisa dos animes.

— O quê?

— Outra promessa. Vamos fazer, assim, uma ligação de almas. Eu prometo que sempre viverei com você, isso é uma promessa, eu vou me amaldiçoar em você, e não importa como, eu sempre estarei contigo. Assim, a nossa promessa anterior vai continuar mesmo se eu morrer. Eu vou estar contigo, mesmo depois da minha morte.

Kim achou aquilo lindo, mas a parte de morrer incomodou ele. Então, ele se levantou.

— Não fala uma coisa dessa, você não vai morrer, eu não vou deixar.

— Nos dois sabemos que não temos como prever.

— Então eu prometo, eu vou proteger você com minha vida. Eu não vou deixar que morra, de forma alguma.

Dalia se levantou, essa brincadeira sobre promessas se tornou interessante. Então, ela tocou nos lábios de seu cavaleiro.

— Como vai lidar… se eu morrer?

— Não diga uma coisa dessa, eu não vou…

— Então me prometa uma outra coisa. Quero que prometa que vai sempre evoluir, sempre procurar uma forma de ser mais forte do que seu eu antigo, sempre que lutar, vai tentar alcançar seu ápice, mesmo, que não tenha mais por quem lutar. Quero que no fim de tudo, você seja luz.

Aquilo foi sentido com o maior dos pesos, e então, Kim segurou a mão de sua amada em sua bochecha. Ele voltou a um beijo ainda mais intenso, e aquilo evoluiu cada vez mais.

Dalia estava realmente preocupada, o medo dela morrer era ainda menor do que o medo de perder Kim. Então, ao separar de seus lábios, Dalia foi quem se pronunciou.

— Temos que achar o culpado urgentemente!

— Falando nisso, Absalom tem uma teoria.

Dalia se virou surpresa, com brilho em seus olhos. Sua animação infantil se cruzou, e tão inocente quanto o trocar de foco das promessas, ela voltou seus brilhosos e determinados olhos para Kim. Ele se assustou e pigarreou.

— Olha, de acordo com as últimas mortes, tem duas coisas que levamos em consideração, um é que as mortes acontecem a cada 2 dias, então, amanhã será a próxima morte. A outra coisa é que provavelmente as mortes ocorrem por que eles sabem demais, e pela suas formas de pensar, então, a próxima morte provavelmente será Bellatrix.

Listando com seus dois dedos afrente, apontou para cada consideração em cada dedo subsequente. Os olhos de Dalia brilharam, porque ela tinha uma informação muito relevante em mãos, com isso, com certeza com isso ela poderia capturar o culpado.

— ISSO! Certo. Certo. Certo. O que faremos? — A garota rodou em círculos.

— Devemos pensar nisso amanhã, por agora, devemos descansar por que amanhã será o dia decisivo.

Dalia até entende, mas, sua ansiedade não aguentaria, precisava acalmar seu coração, até que um pensamento obsceno passou em sua mente.

— Kim… podemos?

Um entrelaçar passou por Kim. Dessa vez não era a maldição, e sim, um desejo intenso que cruzou junto a beleza que ultrapassava os mundos. Envergonhou-se, mas, logo assentiu, e então, a noite foi apenas uma criança.

Com o cansaço de seus corpos, uma boa noite de sono tiveram.

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O sentimento mais puro que causava em si era a perdição. Os olhos cruzaram o céu do seu quarto. Tinha se passado um dia desde que treinou com Guto, estava péssimo, seus pensamentos não tinham ligações com nada além de culpa.

Mais do que nunca sentiu a morte de Amara como sua culpa, estava sentindo dor física de tanto ódio que aposseava sua mente.

Matar.

Matar.

Matar.

Matar.

Tinha que matar a pessoa que eliminou Amara, tinha que acabar com a vida do desgraçado que fez isso. Só que, não era capaz de vencer Guto, sua força não era o suficiente nem mesmo se aprendesse a lutar contra ele.

Seu limite tão visível, tão risível, tão supérfluo¹.

Ele chorava enquanto olhava para o céu de seu quarto. A Temperança apertava seu coração como agulhas pesadas, o sentimento que apossava sua alma cruzavam, mutilavam ele, não conseguia sentir nada além de raiva, ódio, medo, tristeza e dor.

Raiva de não achar o culpado.

Ódio de quem matou Amara.

Medo de mais alguém próximo morrer.

Tristeza pelo entender da morte, e sua aceitação.

E dor… a dor física de toda sua falha, de não ser o suficiente, de nunca ter feito nada. Assim como não fez nada contra Samuel. Sua única luta vitoriosa verdadeiramente foi graças a carta Papa, e nem mesmo Tarotian tinha sido ele que matou, foi a carta morte.

Nada foi pelas suas mãos, e agora que suas mãos eram aquilo que salvaria a todos, ele falhava, e falhava, e falhava. O medo da noite anterior de dormir e acordar com o fato de que alguém tinha morrido, queria estar fora do seu quarto investigando, procurando cada canto, cada centímetro, queria, queria, queria, queria, queria, mas…. Preso estava, pela própria decisão de fuga, tão inútil que dava mais raiva nele.

Afogou na própria dor, afundou no próprio sentimento, e quando achou que nada poderia salvar ele. As trancas se abriram com força. De lá, algo tão radiante quanto o universo apareceu.

— Acha que vai ficar aí até quando? Eu disse não disse, acharemos o culpado, e acabaremos com isso hoje!

Tudo se transformou. O mundo que ali se contaminava por trevas e tremores em sua alma. O réquiem profundo que ecoou sobre a sua existência, aquilo que iluminou aquelas raízes podres de própria dor profunda. A próxima que iria salvar ele.

Quebrado.

Será que era a próxima que estava prestes a causar a própria ruína? Estar perto de Kizimu sempre gerava o fim na próxima morte.

O medo não desapareceu.

Ela andou até ele com um grande sorriso no rosto, determinada, feliz, irritava o seu brilho como uma galáxia que preenchia beleza como uma mera deusa no mundo. Seus cabelos prateados pareciam divinos de forma que pousavam no mundo. Sua beleza supérflua, desnecessária de tanto que era cósmica, aflorou sua animação declarada.

Kizimu que pérfido² aquela perfeição a sua frente, ficou agoniado enquanto os olhos esveredejados esmeralda brilhavam sobre o coração álgido³ do garoto.

— Desculpa, ainda não consigo me sentir bem, mas—

— Se está sendo oprimido pela morte, evite a próxima. Eu estou pior que você, mas estou motivada a resolver isso.

Ela estava certa, Kizimu não poderia ficar triste para sempre, e achar o culpado era a necessidade atual. Não se sentiu melhor, mas definiu o foco atual. Impedir a próxima morte.

— De acordo com Kim, a próxima morte será hoje, e provavelmente será Bellatrix. Então, vamos formar um plano para salvar ela!

Apontando seu dedo para Kizimu, ele viu uma luz, aquela garota tinha dito duas informações super importantes, o fator de qual seria o dia da morte, e a próxima a morrer. Essas informações eram mais do que tudo que tinha até hoje, por isso.

— Sim!

Seus olhos marejados, mortos, com olheiras pesadas, viram-se com animação. Mesmo que seu coração ainda não tinha sido salvo, poderia usar esse sentimento para firmar o maior do seu objetivo.

Salvar.

— Certo, então, agora formaremos o plano de ação para salvar Bellatrix. — A garota apontou seu dedo aos céus, e ululuou⁴. — Esse será o D.K.I: plano Defesa Kuokoa Insurgiana.

Aquele esgoelar⁵ de Dalia geriu esperanças na alma quebrada, e ele ficou determinado, ali, ofuscado por tamanho brilho e beleza, afirmou sua determinação.

— Vamooos!

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— Primeiro, temos que pensar como o assassino.

— Sim, como ele agiu até agora?

— Usou de artimanhas dos próprios residentes. Mas antes, como sabe que a próxima vitima é Bellatrix ou que vai acontecer hoje?

Dalia e Kizimu estavam em pé com uma mesa entre eles, estavam tão estagnados no plano de ação que não conseguiram nem mesmo sentar.

— Kalén me contou que de acordo com as últimas mortes, provavelmente elas seguiam a base do culpado saber demais, e poder usar seus próprios conhecimentos para achar o culpado. E sobre o dia da morte, foi levado em consideração como as mortes aconteceram, sempre a cada dois dias, então, seguindo o padrão, a próxima morte será hoje!

Como um soldado fazendo relatório, Dalia repassou as importantes informações que tinha para Kizimu. E ele começou a elaborar.

Se o inimigo seguia um padrão… ele usou dois dias armas, que poderia culpar Talia, e agora usou um truque que poderia culpar ou Kizimu, ou até mesmo Bellatrix. Além disso, a própria Amara suspeitava da comissária de ordem e depois de ver algo em seu quarto, foi cotada a morrer.

— Espera? Bellatrix será mesmo a próxima a morrer?

— Sim, por quê?

— Se Amara morreu por que poderia ter descoberto culpado, isso é estranho, sua maior teoria foi a própria Bellatrix.

Dalia ficou tensa, nunca tinha cogitado esse fato.

— Ela viu algo no quarto da própria, e depois apareceu morta. Será que… Bellatrix não é a própria culpada?

— Então… ela poderia fingir a própria morte e ser impossível de achar a culpada…

Como eles poderiam provar isso? Submissina? Mas Kizimu não tinha acesso a esses métodos. Como eles poderiam forçar a comissária de ordem a dizer que era a culpada. Como poderiam obrigar ela a contar algo que nunca diria…

Kizimu olhou para Dalia.

Uma luz.

— Podemos usar sua maldição para obrigá-la a contar…

— Contar que é a culpada? Talvez… isso possa funcionar! Mas… eu não sei controlar minha maldição…

Esse não era o verdadeiro problema, e seu coração apertava como vidros quebrando sobre ele.

— Isso não seria um problema, o real problema é… se ela for a culpada, ela vai querer matar você…

Dalia bateu suas mãos na mesa.

— Isso é o menor dos nossos problemas, se pudermos provar que ela é a assassina.

— Não! Eu não posso deixar mais ninguém morrer!

— Bem… é só sermos inteligentes, não?

— Hã?

Com um toque delicado, Dalia sorriu.

— Se eu usar placa de metal sobre minhas roupas, se ela tentar um ataque rápido e eficaz ela acertaria isso, basta que eu corra e… você entre em ação.

— Eu entrar em ação?

— Sim, você é incrível lutando, eu vi isso. Bellatrix é um oponente difícil, mas não é capaz de vencer nós dois lutando.

— Eu tenho minhas dúvidas quanto a isso.

O sorriso de Dalia era hipnotizante, mas, tornava mais animador.

— Então, chamaremos ele.

— Ele?

— Sim, meu cavaleiro, amor, e namorado. Vamos chamar o Kalén para lutar conosco. Se lutarmos três contra um, ela não terá a menor chance.

E assim ela declarou seu plano para vencer.

✡︎—————✡︎—————✡︎

— Guto, quero que me ensine melhor como usar meu corpo! Eu quero ser capaz de vencer até mesmo Bellatrix.

— Vencer Bellatrix?

— Eu e Dalia temos uma teoria, queria conseguir lutar com habilidade o suficiente para enfrentar ela, caso precise proteger alguém.

Guto viu aquele olhar incendiado de dever, e lembrou de seu começo. Cada dia em que passou depois de perder para Kim, treinou com um sentimento parecido para melhorar, e tinha certeza que tinha alcançado sua metamorfose lutística. Estava muito superior a antes, e agora, gostaria de passar isso para seu aluno.

— Então, eu vou fazer com que você tenha o melhor dos treinos, vai ser capaz de aprender cada truque que eu possa passar e conseguir enfrentar até mesmo Bellatrix.

— Certo!

Então, ambos iniciaram.

Com a troca eminente de golpes, Kizimu usava as diversas posições de combate que aprendeu, mesmo que todas ineficientes contra Guto.

— Para conseguir enfrentar Bellatrix, precisa conseguir ler seu ritmo. Isso parece impossível, mas, é muito mais fácil do que parece.

— Como eu consigo ler ela? Ela parece conseguir revidar tudo que eu faço com mais qualidade que você.

— É realmente difícil, talvez mais difícil do que enfrentar Amara, que é previsível. Bellatrix se adapta ao seu oponente, mas sua fraqueza é inocente.

Kizimu em meio a conversa trocava diversos golpes, claro que todos vinham dele eram apenas desprezavelmente defendidos.

— Olha, se fizer algo que surpreenda ela, no mínimo que seja, pode fazer com que ela pare por um segundo para analisar e pensar em um plano totalmente novo. Se conseguir atacar nessa brecha, SMASH! — O corte cruzou retirando a lâmina da mão de Kizimu. — Você consegue vencer ela. Mas é um segredo nosso, viu.

Guto sorriu dando uma piscadela.

Kizimu ficou surpreso e assustado, como ele poderia surpreender Bellatrix, logo ela. Mas do jeito que ele falou…

— Já venceu ela alguma vez?

— Sim, poucas vezes consegui superar tanto ela, quanto Amara, o único que nunca consegui vencer era Ernesto e Leonardo. Mas é ridículo, vencer qualquer uma delas fazia elas evoluírem em dias 13 vezes mais, era irreal. Por isso sempre me motivei a aprender com os três, e me moldei a aprender tudo que eles poderiam me oferecer. Ah claro, não posso esquecer os outros 7 mais fortes.

— Pode me contar um pouco sobre esses outros mais fortes?

— Claro. Por onde eu começo?

Então, em meio a luta, Guto começou a explicar.

‘Tatiane Garuda é conhecida como falcão. Ela tem a maior precisão dos cavaleiros, seus golpes são extremamente calculados. Mas se você enfrentar seus golpes algumas vezes…

Guto deu uma estocada tão precisa que a arma de Kizimu apenas saltitou de sua mão.

— Oh, impressionante.

‘Edmund Alden é um caso muito especial, ele criou o que chamamos de a defesa impenetrável. Ele consegue defender com uma qualidade fora do comum, algo que essa defesa para até mesmo os ataques de Leonardo, o nosso atual melhor.

— E como vence isso?

— Temos um truque interessante, mesmo que seja algo absurdo, sua habilidade meio que se resume a isso.

‘Adalgisa Cacilda, ela é uma mulher muito eficiente. Dentre os ensinamentos de Ernesto, ela criou algo impressionante. Ela criou o que chamamos de contra golpe brutal. Um contra-ataque perfeito, capaz de ser impossível de ser defendido.

— Nem pelo Edmund?

— Os ataques de Adalgisa ele consegue defender com qualidade, mas o contra-ataque dela consegue ser mais rápido do que a defesa dele. Eles são muito amigos, e toda hora estão treinando juntos, tentando superar um ao outro.

Kizimu tentou atacar, e recebeu um contra-ataque tão brutal que a única coisa que pode fazer foi cair ao chão.

‘Tem um cara que a gente chama de “Son Goku” porque ele sempre aparece mais forte. É como se ele se transformasse, ou algo assim, mas é apenas apelido. Seu nome, eu nunca soube para falar a verdade. Mas sua forma de lutar é algo brutal, é uma soma de força física com velocidade. Ele é um brutamontes, com certeza.

‘Um cara que é bem divertido de lutar é Ismael shama. Seu estilo de luta é uma dança perfeita. Ele literalmente luta dançando. O que torna ele um inimigo bem difícil de prever. Mesmo assim, sempre me sinto mais forte quando eu o enfrento.

Kizimu estava impressionado com os nomes tão incríveis, eles pereciam ser pessoas bem poderosas e habilidosas. Será que algum dia Kizimu iria enfrentar algum deles? Enquanto imaginava, Guto continuou.

‘César Marlon é… difícil de explicar. Ele é alguém bem poderoso, sim, ele é alguém que não se explica. Seu estilo de luta é bem sanguinário e é como lutar contra um verdadeiro assassino. 

‘E por fim, Wilma Livi, com exceção de Leonardo, Bellatrix e Amara, ela com certeza é a mais forte. Ela é extremamente inteligente, e é praticamente capaz de prever você. Desafiando as probabilidades. Ela será uma grande estrategista com certeza.

— Esse são todos da turma especial de Ernesto. A minha turma, é claro. Leve em consideração que Amara e Bellatrix formam parte dessa turma também, assim como o Leonardo, o melhor dos cavaleiros. E outra coisa, eu aprendi a lutar com todos eles, então, todos seus trunfos, eu sei usar muito bem.

Falou com muito orgulho de si.

Saber disso, fazia Kizimu entender o quão incrível foi a vitória de Kim contra ele, seu cavaleiro tinha lutado de igual para igual com Guto e superado ele com extrema dificuldade, então, apenas por um instante, Kim foi tão poderoso quanto Amara e Bellatrix e os outros oito cavaleiros citados.

— Certo!

Kizimu pegou sua arma mais uma vez.

Ele precisava de uma motivação maior do que tudo para vencer Bellatrix, um sentimento intenso perfeito, algo que poderia ajudar ele a superar barreiras inimagináveis, mas, pensar em superar o impossível, o fez lembrar de Amara.

Sua motivação foi pro caralho.

— Olha, eu entendo que está mal pela morte… eu também estou, mas, sempre que a morte se tornar um peso, sua lâmina ficará nublada e você não vai alcançar seu máximo, nunca vai lutar no seu máximo, enquanto não tiver lutando com coração e alma no momento.

Guto estava certo, se ele sentisse mal na hora de lutar contra Bellatrix, tanto Dalia quanto Kim poderiam estar em apuros. Então fracamente se levantou, ele apontou sua arma para seu mentor e gritou:

— Estou pronto!

— Muito bem. Vamos, me surpreenda!

E assim um treino intensivo entre aluno e mestre se iniciou.

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Desde que Aisha e Pandora ouviram sobre a comissária de ordem ser o alvo do próximo assassinato, elas não saíram de sua cola, disseram que ajudariam ela em sua investigação. E juntas aprenderam um pouco sobre a profissão dela, e como era seu modos operante.

Kim, Absalom e Leonardo rodavam todos os cantos, olhavam lugares suspeitos e estava firmando onde estava cada pessoa do reino, a única pessoa que não localizaram foi Talia.

Eventualmente Dalia achou eles, e ela animadamente contou seu plano.

— Então, eu gostaria de chamar esse ataque de D.K.I: plano Defesa Kuokoa Insurgiana.

— Isso é interessante, então você também tem uma maldição?

Dalia não pestanejou em contar para os irmãos de Kim, ao qual já sabiam estar situados sobre a condição de Kim e suas maldições.

— Pelo visto, pessoas amaldiçoadas é menos raro do que eu imaginava.

— Sim…

— Eu não concordo! — Kim protestou.

Enquanto Leonardo ficou pensativo quanto a veracidade dos fatos, Kim ergueu sua voz com um detalhe.

— Se Bellatrix for realmente a suspeita, não posso deixar se arrisque assim!

— Kim, ela treina com os cavaleiros, mesmo que seu desempenho seja mediano, ela sabe se defender de um ataque fatal.

Quem defendeu ela foi Leonardo, ao qual viu com seus próprios olhos as capacidades de Dalia.

— E ela vai estar usando uma placa de metal, nem mesmo Bellatrix vai estar esperando por uma jogada tão inteligente, um golpe direto no peito é mais o estilo dela. — Complementou Absalom.

— E vocês estarão lá para me proteger, sei que juntos podemos pegar, além de quê é apenas uma teoria, pode ser que ela não seja realmente a assassina.

Absalom olhou afiadamente para ela.

— Maldições tendem a ser difíceis de controlar, como aprendeu a sua?

— Kizimu me ensinou algumas coisas. Pelo visto, ela tende a funcionar mesmo sem eu querer, ela vai fazer com que meus desejos se entrelacem aos da pessoa. Com uma exceção.

— Uma?

— Se eu amar a pessoa, ou gostar o suficiente, isso não ocorre, mas, se meu coração vacilar em medo um momento, ela voltará a fluir.

Absalom ficou pensativo sobre isso, mas se fosse o caso, isso seria muito útil, ela seria a chave para retirar uma peça do tabuleiro, e como ela uma das guardas mais fieis ao reino, era uma ótima peça do rei.

— Certo, faremos isso. Faremos ao anoitecer, logo às seis horas, assim ficará mais fácil ficar a espreita.

— Tudo bem, seguiremos assim, irei avisar Cobalt.

Animada, Dalia correu e deu um beijo no rosto de Kim, que logo enrubesceu, ela correu pelos corredores até ir onde sabia que Kizimu estaria.

— Ela é uma boa garota.

— Sim, ela parece ser muito divertida.

— Obrigado.

Envergonhado, Kim aceitou os elogios de Leo e Absalom. E então, eles foram treinar, para se preparar para a guerra.

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A escuridão iniciava no castelo, e logo Dalia achou Bellatrix em um saguão.

— Aisha, Pandora, eu posso falar com ela um momento, é importante.

As duas se colocaram na frente de Bellatrix, logo as duas que não foram informadas. Mas Bellatrix colocou a mão no ombro delas.

— Obrigado. Mas não se preocupem, eu consigo cuidar de mim.

A mulher incrível andou na frente e bateu seu grande lança ao chão. Chamar de lança era um erro. A verdade era que aquela arma era uma glaive do tipo oriental. Aisha e Pandora ficaram atentas, mas logo Dalia interveio.

— Por favor, eu quero falar apenas com Bellatrix, por favor mesmo.

Inseguras ficaram, a ansiedade bateu pelo fato daquilo ser apenas um teatro calculado para um assassinato, porém, olhando para aquele forte armado, não sentiam como se algo pudesse dar errado.

Com medo, mas, aceitando, logo elas acataram o pedido de Dalia e cruzaram o saguão para fora dele. Bellatrix passou seu olhar afiado a garota de olhos esmeralda, que estava tão ansiosa que poderia declarar que estava lá para cometer um crime.

Procurou as duas que logo estariam saindo, mas, Aisha e Pandora não estavam na porta, estranho, saíram rápido demais, tudo parecia suspeito.

Dalia suspirou, por que, agora, o plano entraria em ação.

A garota se aproximou, ficou próxima demais. Com atenção redobrada, força para se necessário revidar, mesmo que em centímetros, ela observou com cautela a maior que tinha até então, pois a assassina poderia estar diante de si.

Aisha e Pandora estavam assustadas, puxadas por Kizimu e Absalom para deixar Dalia a sós com a comissária de ordem. Aquele plano era perfeito. Mesmo assim, todos estavam ansiosos com aquilo, pois poderia finalmente ser revelado a verdadeira assassina.

Pandora e Aisha foram situadas da situação, cada um por quem a pegou. E então, param para ouvir a conversa.

— Bellatrix…

— Diga.

A fala ansiosa e acovardada foi travada pelo dizer cheio de ímpeto da guarda. Então, continuou, elevou suas mãos para ela, a mesma que via aquelas mãos erguidas com total atenção, ficou em prontidão, era apenas um desvio e tudo acabaria.

— Me diga a verdade, por favor, não minta, não falhe, não esconda, por favor, faça para mim, me diga, você é a assassina? Você matou todos? Eu quero que me conte.

Instantaneamente, o mundo parou, por meio de Bellatrix, algo como se ervas daninhas em formas de flores estavam enroscando em cada parte do corpo da guarda. Medo se tornou paz, e tensão se tornou tranquilidade.

Tudo que parecia errado pareceu se tornar perfeito e logo seu desejo foi mais do que merecido ser respondido, aquilo era muito mais efetivo que uma efêmera droga, era um pecado no mundo, uma obrigação pertinente.

Tudo tornou e seu coração se tornou a falar.

— Eu juro, eu não matei ninguém, eu realmente não matei ninguém, mas, eu me sinto tão frustrada, eu não aguento mais tanta morte, tanta falha, não conseguir resolver esse caso, é péssimo.

Com as flores contaminando seu coração, aquilo tornou a verdade mais do que absoluta, mais do que poderia dizer, e lágrimas caíram em seu rosto, frágil ela ficou e Dalia viu o quão poderosa sua maldição era quando usada adequadamente.

Todos ali viam aquela cena com pesar, as palavras de Bellatrix aumentando cada vez mais, ela desabafando e as palavras mais profundas, todos ficaram tristes por sequer duvidar dela.

“Atenção, eu senti com seu ritual novo, uma ação suspeita, vou enviar para você as informações.”

Recebendo de imediato onde uma possível ameaça estaria, Kizimu correu surpreendendo a todos, sem meramente avisar ninguém, correu cruzando os ares. Por um breve instante Bellatrix viu essa cena, viu o passar rápido do corpo de Kizimu, e tornou aquilo como a atividade mais suspeita de todas.

Ela livrou-se das ervas daninhas que perfuravam seu coração, e avançou mais rápido que uma bala, cruzou o saguão, viu a todos que lá espreitava, e correu, ela correu mais do que tudo.

Kizimu correu pelos corredores, lá a noite se tornava presente como um fator absoluto, a escuridão diante aos corredores ainda não iluminados por lustres caros davam-se assustadores.

Aquela sombra pertinente se colocava no mais assustador limite, e correram pelos diversos corredores. Como um verdadeiro labirinto, correu por diversos corredores a ponto de verdadeiramente se perder.

Kizimu correu pelo máximo da sua velocidade e não poderia falhar. Aquela sombra suspeita, aquela pessoa que tinha certeza ser o culpado, a mesma que viu no noite da segunda morte, era com certeza iria matar alguém se deixasse ele fugir.

Bellatrix também correu atrás, sempre seguindo vendo o virar de corredor de Kizimu, tantos anos de treino, para nem conseguir alcançar um mero moleque? Era uma insolência por isso.

O garoto, por sua vez, também ficou no limite da sombra, perseguindo, cruzando corredores quase não o alcançando, sua corrida desesperada, o fio de esperança, ao menos meramente ver de quem era o semblante, mas nem isso conseguia.

Até que diante a vastos corredores, diversos guardas paravam, eles estavam nos quartos, os guardas posicionados para parar exatamente aquilo que tentava perseguir, mas em vão.

Eles viram Kizimu e ficaram postos, eles ficariam no meio? Ele viu a sombra correr pelo corredor e passar ao outro lado. Como ele desviou dos guardas? Kizimu precisava correr.

Kuzimu, como eu posso passar dos guardas?

“Para passar desses guardas, velocidade é necessária, por isso, Gama. Garoto, você vai sentir um cansaço imenso, por isso, use o ritual de anestesia.”

— Como eu faço isso? Isso não demora um minuto?

“Apenas flua para si, eu faço o resto.”

Ele sentiu enquanto corria, os guardas pegaram suas armas, e logo o corpo de Kizimu transpareceu energia, o mover cinético, o andar sobrescrito e então, pulou.

Eletrizante eras, porque quântico ficou sobre efeito elétrico de Gama, pulou tão alto surpreendendo a todos, e a si mesmo. Quando caiu ao chão, um corte logo veio, mas, elevou seu braço e de seu pulso um bracelete de ferro. O mesmo que ganhou de Ronan.

O ataque foi absorvido, mas sua roupa foi cortada, sem danos.

Kizimu ainda eletrizado, correu por debaixo dos guardas, a energia passava por tudo, passava por todos, e então, cruzou em instantes por todo o ambiente. Logo correu, sem rumo, mas por tudo, esquivando sempre de diversos guardas que apenas viam seu limite.

Corredores e corredores sem fim, procurou, procurou e nada, cada vez se afastava, sala de jantar, sala de joias, sala de costura, ateliê, louvre, sala de jogos, academia, tudo aquilo que se mantinha como abertura possível para fuga, Kizimu passou por tudo, até o cessar de energia passou efemeramente como se nunca tivesse existido.

Aquilo foi insano, foi apenas 90 segundos, mas foi a mais pura adrenalina. Mesmo assim, não deveria parar, correu, correu, correu, mas pareceu mais lento. Não sentia a dor, porém a certeza veio, seu corpo agora estava inutilizável, era impossível entrar em combate com o corpo tão pesado.

Era uma troca muito cruel, ficou pesado demais, do que ele adiantaria agora, mesmo assim, não parou, correu todos os corredores, ouviu barulhos, ecos de uma possível luta, mas eram corredores e mais corredores, então, se viu frustrado.

Por mais de 5 minutos talvez andou, talvez 10, mas exausto e sem folego já estava, seu limite, nem se fala, e então o pior percebeu.

Um cheiro tão familiar, um cheiro tão comum por esses dias, sim, o cheiro da morte, ou melhor, o cheiro do sangue.

A hemoglobina quente entrava pelos canais respiratórios de Kizimu conforme ele se aproximava dos corredores escuros, não passou tempo para ligarem todas as luzes ainda, falhos eram.

Kizimu correu pelo seu limite, pela sua vida, apenas com mera menção de ver o culpado, então, o pior aconteceu.

Chegando novamente na mesa de jantar, logo o lugar em que passou primeiro, observou tudo e correu, logo ali, parava algo que tremeu do fundo de seus ossos.

Aproximou-se se arrastando, aquilo não poderia estar acontecendo, mas…

Aconteceu.

Falhou mais uma vez.

Perdeu mais uma vez.

Morreu mais uma vez.

Em cima da mesa, com sangue espalhado por todos os lados, um corpo sem vida repousava, ele perfurado por uma arma tão específica e perfeita, não poderia ser diferente. Era a arma de Bellatrix.

E a pessoa perfurada no peito, jogada na mesa e que jazia sem vida era….

A comissária de ordem — Bellatrix Ursula.

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Bellatrix correu dentre os guardas, seguiu ofegante pelo fato que todos pareciam abalados, estava correndo pelos corredores, e tinha que alcançar aquela criança, até que ela perdeu ele de vista.

— Como ele pode ser tão rápido? Será que graças a maldição dele?

Uma maldição capaz de abrir fechaduras e cortar o tempo, era algo fora da curva. A mulher andou pelos corredores, até que chegou no salão do jantar. 

Ela entrou, algo dentro de si apontava para aquele lugar. Ela andou no ambiente escuro. Seus passos ressoando por todo o local, os olhos verdes penetraram a penumbra e então focou em cada detalhe, então…

— …! — Bellatrix cortou.

Um corte tão preciso que sua falha definitivamente causaria sua morte. Dando mortais para trás como uma atleta olímpica, o corpo em meio ao umbra da noite ficou sob a mesa.

Sem saco, Bellatrix ligou aquela luz, então, revelou.

— Tcsk, realmente era você.

Sob cabelos pretos e olhos azuis-escuros gentis, lá estava ele, Kizimu. Em carne em ossos.

— Uma hora ou outra você iria descobrir.

O sorriso de ponta a ponta se irradiava, enquanto balançava uma espada de um dos guardas que provavelmente matou. A lâmina já banhada em sangue provava sua loucura, pois ali, um novo palco se formava.

Bellatrix rugiu. Ela ergueu sua arma, um cabo longo e robusto, tingido em um vermelho profundo, lembrando a cor de madeira envernizada pelo tempo. Na ponta, ergue-se uma lâmina curva e imponente, larga e pesada, com gravações sinuosas que lembram ondas ou dragões dançando pelo aço. A transição entre o cabo e a lâmina é reforçada por uma guarda ornamentada em dourado, com arabescos metálicos que parecem raízes se entrelaçando na base da arma.

Dançaram, cruzaram em um impacto digno de aplausos. Um teatro tinha seus atores, e ali, um se formava. De um lado o garoto louco da casa Kuokoa e do outro a comissária de ordem.

As cortinas se abrem e uma estocada novamente cruzou, o impacto feroz das lâminas jorraram faíscas que dançaram, a ótica se distorceu e em um passe de mágica, as lâminas giraram por cima dos empunhadores.

 Bellatrix e Kizimu sorridente chutaram e colidiram-se para trás.

A arma da guarda girou sobre seu corpo em uma bela dança perfeita, deixando-a em posição de equilíbrio, ataque e contra-ataque, uma forma, em meio a confusão. Não saber como seu inimigo lutava fez ela optar por essa estratégia.

O sorridente olhar azul-escuro cruzou a sala em uma velocidade que aumentava cada vez mais, fazendo um movimento perpendicular, avançou sua espada para frente, o contra-ataque perfeito executado, a ação sem falha foi feita, e ali, algo inverteu;

A lógica em questão de como o movimento era executado, Bellatrix se viu indefesa quando a mudança de estratégia a fez largar a arma por receber um uppercut inesperado. Kizimu tinha replicado um golpe brutal de Amara.

A troca de estilo de combate ocorreu em um instante, no momento de contra-ataque, a menor abertura, o fez soltar sua espada e socar com as mãos, e logo em seguida, retomou sua arma a mão e fez um corte horizontal.

Dobrou seu corpo ao máximo desviando da lâmina que passou pela sua barriga, o vento soprou e na abertura que ganhou, assim a guarda chutou perfeitamente em sua costela.

Um golpe segurado, por fios de aço? O chute perfeitamente calculado, defendido por uma estratégia desconhecida, e então, os fios rasgaram a carne da perna. Usando sua glaive fez um corte fazendo brutalmente aquele teatro sorridente recuar.

Seu modos de operar era desconhecido, trocando de estilos de combate. Mesmo assim, Bellatrix não sentiu medo, e sim mais determinação. Ela é a guarda do reino, a segunda mais forte, precisava definir esse cargo.

Os olhos verdes ficaram mais afiados, e o corte cruzou cortando em uma velocidade excedente, talvez até impossível de se escapar, mesmo assim. Postura de contra-ataque, a perfeita e excelente postura de Ernesto coube ali, o único melhor que ela, e que nunca foi capaz de vencer.

O corte cruzou tudo e perfurou parte da bochecha de Bellatrix, fazendo um medo minúsculo vibrar, abalada, não, não poderia. Ela girou a lâmina que agarrou com as mãos e deu uma sequência de chutes.

Defesa, defesa, defesa, mas não qualquer defesa, uma que se adapta ao golpe, a incrível defesa de Bellatrix. Ali não enfrentava uma pessoa, e sim, um grande ator em um teatro, onde apenas no trocar de máscaras era capaz de assumir a forma de lutar de qualquer um do reino.

— Isso é idiotice, o verdadeiro Kizimu não conseguiria fazer isso, não é do seu estilo.

Enfrentar aquela ameaça ambulante era de certa forma impossível, pois, não tinha como criar um plano de ataque, cada movimento que ela tentava, ela era surpreendida por um movimento diferente, então uma nova estratégia deveria ser usada.

Bellatrix sempre se adaptava ao oponente, mas se o oponente mudasse de estilo de combate no meio da luta, complicaria completamente seu estilo. Um segundo passava e falhava tentando mudar o planejamento, por isso…

— Você é minha inimiga natural.

— Inimiga? Eu sou Kizimu esqueceu?

— Não, você com certeza é de insurgia, mas qual das duas eu vou descobrir agora. Eu tenho certeza que é uma das duas.

Avançou e tentou estocadas velozes de ataques com sua arma, uma postura perfeita para desvio de lâmina, e assim seus ataques voaram. Bellatrix sorriu.

— Isso… é tão incrível! Eu estou enfrentando alguém insuperável!

O medo não conhecia o coração de Bellatrix que estava entrando em sua maior excitação. Sempre foi assim. Ela era superada, ela era vencida, e ela voltava, desenvolvia uma estratégia nova.

Ela apenas precisava remodelar, adaptar, aprender, evoluir, se tornar mais do que era. 

Se a Bellatrix não era capaz de vencer aquele oponente, tudo que precisava fazer era ser muito, muuuito superior aquela Bellatrix que estava ali em combate.

Seus olhos verdes se tornaram mais intensos e sua velocidade começava a aumentar, conforme a dança ocorria, mais e mais trocas, mas o verdadeiro ápice estava prestes a começar, tudo necessitava, tudo evoluía.

Ela: uma estocada, ele: um corte limpo, troca; Ele: um ataque físico direto; Bellatrix, troca, defesa contra combate contra Amara. Chutou, reversão; Defesa adaptativa; Bellatrix usou toda força cinética para girar seu corpo e deu um giro completo em um chute talvez impossível.

Reversão, postura de defesa; Falha; Bellatrix conhecia a perfeição de Ernesto e aquilo nem se comparava, por isso, corte arrançou sua espada, mas, voltou com fios de aço, dando uma abertura fora da imaginação, um corte direto quando seu corte cruzava para os ares.

A linha direta seria fatal, já não bastavam os cortes em sua perna, então, arriscou, avançou na lâmina na diagonal, o corte limpo passou pela carne rasgando, mas o que era um ataque se tornou a falha, pois da abertura do corte direto; Bellatrix trocou, ela agora usou o estilo de luta de Amara e cortou um direto perfeito no rosto imaculado de Kizimu sorridente.

Perfeito, golpe onisciente⁶, por uma arma esmerilhada⁷ — seus próprios punhos. Como surpreso, o sorriso encantador soltou uma risada que ecoou por todo o local, e então, os fios de aço cruzaram tudo como um mar tão cortante que foi destruindo o chão até que magnanimamente⁸ os olhos rutilantes⁹ esmeraldas gritaram com fervor na alma daquela guarda que apenas enxergava a fúria de superar a si mesma.

A arma filigranada¹⁰ de Bellatrix cortou 1, 2, 3, 5, 10, 15 vezes no mesmo segundo, fervendo em superar, evoluir, e aumentar, em alcançar pelo seu reino tudo que merecia alcançar. A velocidade dela superou meramente naquele instante o que poderia ser chamado de humano.

Fervendo estava, seu corpo em chama pura, queimava, gritava, logo, avançou.

Calma Bellatrix. Calma Bellatrix. Calma Bellatrix. Isso é excitante, mas não perca o foco, precisa matar ela.

Com um ataque veloz como o contra-ataque perfeito, foi logo a estocada fulcral¹¹ daquela guarda, a segunda mais forte dos cavaleiros. 

O mais forte. Leonardo. A segunda Bellatrix. A terceira jazia em paz, era Amara.

Não deixaria que mais ninguém morresse, herdaria a vontade de lutar de sua amiga, gritaria para tudo, sua alma gritou, e sua garganta parecia acompanhar, logo, sua velocidade explodiu mais uma vez.

Cortes quase arcanos cruzaram em velocidades inumanas sobre a criança que trocava para diversas posturas, defesa, desvio, contra-ataque, mas o fim era falho, pois…

— O que está acontecendo aqui? — Kizimu sorriu assustado.

— Isso é a força da pequena ursa, a guarda que será a mais forte.

Tenebrosamente explodiu cortes Oníricos¹² e Abssais¹³, não era de se esperar que aquele sorriso não vacilasse, ele ali enfrentava de verdade a verdadeira Deusa da guerra, ou, aquela que herdou os desejos da Deusa da guerra.

— Mais isso é perfeito! — O arco do sorriso de Kizimu estava maior.

Se Bellatrix estava evoluindo assim, apenas precisava que Kizimu sorridente evoluísse também, assim poderia copiar perfeitamente seu alvo. Então, puxou com os fios de aço sua arma de volta a mão.

Os olhos intenso brilharam com um Crepuscular¹⁴ no próprio corpo, e logo começou sua evolução, ali eram dois monstros se enfrentando, ali, duas almas quebrariam o mundo.

Meros humanos tolos que queriam brincar de Deus. E suas evoluções não paravam.

Hierática¹⁵ foi o corte direto da arma rubra¹⁶, então um prateado arco cruzou, e duas laminas secaram uma na outra, o toque tenuo gerou faíscas tão fortes que apenas um pouco mais intenso geraria chamas.

Logo, um, dois, nove, quinze, vinte, cinquenta. Todos os cortes que evoluíram da mesma maneira, parou de trocar, pois queria chegar naquela perfeição a sua frente, naquele momento, a assassina também estava evoluindo, para um nível acima do que ela mesma imaginou alcançar.

Ferviam, seus corpos ferviam, a febre poderia ser dita como 40 graus, então, um corte de cima para baixo, da glaive Abissalmente bateu na prateada lâmina que tão forte foi o ataque que o chão quebrou, rachou, e logo Bellatrix mais rápida acertou um chute jogando o corpo ao longe.

Em um pulo avançou e o corte seguiu como um trovão seco, uma tempestade, como ataques diretos físicos, a lâmina preencheu todo o salão e no ar, um teatro de fios explodiram cortando tudo, ambas no ar, ambas sem possibilidade de fugir, então.

A barriga de Kizimu foi perfurado, e fios prenderam diversas partes do corpo de Bellatrix, presa como uma marionete, ela ficou sem ação, por isso, tossindo sangue o ator pulou para trás e retirou a arma de sua barriga. 

Kizimu sorridente segurou a glaide em sua mão e de forma críptica¹⁷ Bellatrixx lacerou¹⁸ sua própria carne fugindo da prisão de fios de aço, e então, quando o Kizimu sorridente falharia vendo-a retirar um facão de sua cintura, analisou, perfurou, pressentiu, visualizou, adaptou e viu a melhor oportunidade, pois sabia a fraqueza de Bellatrix.

Então, ela retirou sua mascará no mesmo instante.

A arma de Bellatrix seria mais rápido, dando um fim obvio, mas, o que ela viu, o rosto que ela viu, travou-a completamente, pois sua maior suspeita foi confirmada.

Erro brutal.

O segundo que ela parou, o mero segundo que ela sempre parava por uma surpresa, ali, foi sua ruína, pois, a própria glaive perfurou seu peito no centro dele, e ela que praticamente se jogou no ataque, se viu empalada.

O segundo se passou e o sorriso que estava vacilante e nervoso pareceu se reerguer, então, passou mais um segundo, Bellatrix fez sua jogada final, não desistiria, Amara em luta nunca se renderia assim.

A sua soberba lhe permitiu chutar a espada do Kizimu sorridente para cima, e em um giro teatral, imitando a própria assassina, ela perfurou seu braço esquerdo, única coisa que conseguiu levar, antes de cair sem forças ao chão.

Grito de dor não foi escutado, mas sim, som de passos que se aproximaram. A assassina então pegou seu corpo e jogou sobre a mesa, empalada viva, e então apagou as luzes, os quais foram junto as câmeras, as únicas provas restantes.

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Uma alma acabou de entrar em derrocada¹⁹, lágrimas quebraram sem fim, seus ossos entraram em estado de anquilose²⁰. Em seu âmago, a perdição.

Kizimu sentiu a maior náusea existencial

O cansaço que sentia, se misturou aos sentimentos da Temperança, e logo, viu os resultados de sua falha. Bellatrix estava morta, ele não conseguiu alcançar a sombra, e não conseguiu prova alguma, e agora, aquela pessoa também havia morrido.

Ele sabia quem morreria.

Ele sabia o dia que morreria.

Sua falha foi impossível, pois seu debacle²¹ da própria Inépcia²² foi fruto de seu Malogro²³

Quebrado estava, quebrado estava, quebrado estava.

Rachava mais, mais, mais, cada fragmento de Kizimu, cada centímetro de sua colocação, ele se via a mais absoluta derrocada.

Deu finalmente um passo, lento, lento passou pelo líquido rubra que contaminava todo o local, a luta intensa se mostrava pelos próprios cortes afiados na mesa e cadeiras, o chão também tinha sido destruído…

Qual era o verdadeiro nível de Bellatrix? E o quão forte era o assassino? Ele conseguiu matar uma aberrosidade²⁴ como ela? Ajoelhou-se, estava perdido.

Não….

……………….. 

Tem…

………………..

Como……

………………..

Vencer,,,,

………………..

Isso….

Um momento de perder sua própria esperança. Não tinha como lutar contra isso. Não era rápido o suficiente. Não era forte o suficiente. Não era inteligente o suficiente. Não conseguia salvar ninguém.

— Por que o assassino não me mata?

Se o assassino mata-se Kizimu ele não precisaria passar por isso…

Fragmentos de sua alma rachou em milhões de pedaços.

Se Kizimu desistisse de tudo, ele não precisaria se preocupar com a dor de falhar.

Migalhas de sua alma rachou em bilhões de pedaços.

Os olhos de Kizimu vibrava em seu maior temor, onde seus pensamentos mais perturbadores o controlava, o ápice que a Temperança poderia alcançar era.

— Alguém… por favor… apenas… me… mata.

Farelos de sua alma rachou em trilhões de pedaços.

Precisava se manter, mesmo que um sequer nanotezimo de vontade, pois, sem essa vontade, ele poderia pegar sua arma e se matar ali mesmo. O ódio do suicídio talvez seja o motivo de não ter se matado ali, pois olhou para própria lâmina.

Foi apenas uma periclitarão²⁵ de uma decisão.

Sua promessa ao rei…

Uma promessa fez ele dar mais um passo, então, ouviu novos passos. Ele se escondeu se arrastando até ficar embaixo de uma das mesas, talvez um esconderijo frívolo, mas, sua mente não pensou em algo bom, não tinha força para pensar, já que não tinha energia alguma em seu corpo, literalmente.

O fator estar sem energia, o fez aumentar o cortisol em extremo.

Passo por passo entrou naquela cena de crime. Kizimu viu com seus olhos quem entrou, mas a escuridão deixava tudo a deriva.

Mesmo assim a lua iluminou, era Ernesto, quem olhou, observou e saiu do local, como se nada precisasse ser dito.

Profundo, mas necessário, o que droga isso deveria significar?

— Droga, e do que adianta me esconder?

Ele saiu, e andou… logo, todos chegaram, e viram, o mar de sangue que ali se formou.

Kizimu sentava em uma cadeira…

Supérfluo.

1. “Supérfluo” significa algo desnecessário, excessivo ou supérfulo. ↩︎
2. “Pérfido” é um adjetivo que descreve alguém desleal, traidor e infiel, que falta à fé jurada ou a acordos, e no contexto Kizimu estava traindo o sentimento a frente dele. ↩︎
3. “Álgido” é um adjetivo que significa muito frio ou gelado. ↩︎
4. “Ululou” é o pretérito perfeito do indicativo do verbo “ulular”, que significa soltar um grito alto, longo e lamentosos, semelhante a um uivo. ↩︎
5. “Esgoelar” significa gritar muito alto, abrindo a goela, ou, menos comum, estrangulou ↩︎
6. “Onisciente” significa que tem saber absoluto, pleno; que tem conhecimento infinito sobre todas as coisas. ↩︎
7. “esmerilhada” se refere a algo que foi polido ou aperfeiçoado ↩︎
8. “Magnanimamente” é um advérbio que significa de forma magnânima, ou seja, com grande nobreza, generosidade e liberalidade ↩︎
9. “Rutilantes” significa algo que brilha intensamente, resplandecente, cintilante ou faiscante ↩︎
10. “Filigranada” Algo trabalhado com extrema delicadeza, detalhe e refinamento, como se fosse feito em filigrana ↩︎
11. “Fulcral” é um adjetivo que significa essencial, fundamental, crucial ou muito importante ↩︎
12. “Onírico” é um adjetivo que significa relativo ou pertencente aos sonhos ↩︎
13. “Abissais” refere-se a algo extremamente profundo ou insondável ↩︎
14. “Crepuscular” Relaciona-se ao crepúsculo, ou seja, ao momento do dia entre luz e escuridão — seja o amanhecer ou o entardecer. Nesse seus olhos tiveram um brilho profundo como a luz do crepúsculo. ↩︎
15. “Hierática” Deriva do grego hieratikós — “relativo ao sagrado”. ↩︎
16. “rubra” é a forma feminina do adjetivo “rubro”, que significa vermelho forte ou intenso, da cor do sangue ou do fogo ↩︎
17. “Críptica” é um adjetivo feminino que significa oculta, secreta, enigmática ou codificada, ↩︎
18. “Lacerou” Significa rasgar com violência, dilacerar ou romper grosseiramente ↩︎
19. “Derrocada” significa desabamento, desmoronamento ou ruína ↩︎
20. Anquilose é a fusão parcial ou total de superfícies articulares, resultando na perda de mobilidade de uma articulação ↩︎
21. “Debacle” mau resultado; fracasso, queda, ruína. ↩︎
22. “Inépcia” significa falta de aptidão, inteligência ou habilidade ↩︎
23. “Malogro” falta de sucesso; resultado ruim; insucesso, fracasso, desdita. ↩︎
24. “Aberrosidade” desvio, anomalia, monstruosidade, erro grave. ↩︎
25. “Periclitarão” Significa que um grupo de pessoas ou coisas estará em risco, em perigo, em decadência ou que será destruído. ↩︎