Índice de Capítulo


    『 Tradutor: Crimson 』


    Leo fez uma pausa, com um tom grave.

    “O Décimo Terceiro despertou e há um caos enorme na Terra Desolada da Ruína.”

    Ele lançou um olhar para o vasto vazio estrelado além das paredes transparentes da câmara.

    “A próxima barreira a cair será a Terra dos Demônios. A barreira lá ainda resiste, embora fraca. Assim que quebrar por completo, a inundação virá.”

    Suas palavras pairavam pesadas, e o espaço ao seu redor tremia como se até as próprias estrelas compreendessem o peso de sua declaração.

    “Os Três Grandes Imperadores Demônio…”

    “Os Seis Grandes Reis Demônios…”

    Ele recostou-se, com o olhar distante.

    “Dentre eles, apenas um se movimenta com maior intensidade: o Palácio Demoníaco Celestial, sob o reinado do Grande Imperador Demônio… Lúcifer.”

    Um silêncio denso, tenso e profético preencheu a câmara.

    Então a voz de Leo baixou para um sussurro, mais pensamento do que som.

    “O Décimo Terceiro Signo não permanecerá no escuro para sempre…”

    “O que devemos fazer?” Perguntou uma voz do outro lado da mesa, suave, mas carregada de tensão.

    “Faça como sempre fez”, respondeu Leo, com a voz serena como a de uma estrela em repouso.

    “Faça o que quiser.”

    A risada de quem fez a pergunta era seca.

    “E se eu o matar?”

    O olhar de Leo não vacilou.

    “Então você terá matado um monstro. Isso não mudará nosso objetivo.”

    Em todo o mundo, inúmeras forças ficaram abaladas com o resultado da batalha.

    Nações e seitas lançaram extensas investigações para descobrir o paradeiro do Monstro Relâmpago de Sangue, mas todos os esforços foram em vão. O Poder do Infinito reduziu tudo a nada — nenhum vestígio, nenhuma essência, nenhum resquício a ser perseguido.

    Algumas das criaturas ancestrais encararam o evento com indiferença, enquanto outras observavam em silenciosa expectativa, aguardando as ondas de caos que se desenrolariam. Havia até mesmo aqueles que afirmavam que o Monstro Relâmpago de Sangue havia perecido… Pois o Poder Cósmico não era algo que um mortal pudesse usar sem consequências.

    E assim, quatro meses se passaram num piscar de olhos.

    Dentro de um bar com pouca luz, um homem de cabelos brancos curtos estava sentado sozinho, envolto em um simples pano branco e um manto marrom. Ele bebia em silêncio, ouvindo apenas parcialmente a conversa fiada que preenchia o ambiente.

    “Você ouviu?” Sussurrou alguém por perto e completou: “Um dragão terrível apareceu na Montanha Reijun…”

    “Sim”, respondeu outro e afirmou: “Dizem que dizimou centenas de guerreiros num instante.”

    Os olhos do homem brilharam com interesse. Lentamente, ele voltou o olhar para a janela.

    A montanha Reijun se ergue no horizonte distante. O lugar era conhecido por suas bestas ferozes e bandidos sem lei, um ninho de perigos ao qual poucos ousavam se aproximar.

    “Um dragão…” Murmurou ele, com um sorriso curvando seus lábios.

    Ele se levantou, colocou algumas moedas no balcão e saiu.

    Sob a luz do sol poente, ele fixou o olhar nos picos distantes.

    Então, sem fazer barulho, ele desapareceu.

    Ninguém notou sua partida.

    Ninguém sequer pressentiu que ele estivera ali.

    Serra Negra.

    O homem de cabelos brancos estava parado diante do enorme portão metálico. Uma forte sensação de opressão emanava dele, deixando claro que um poderoso especialista o havia forjado.

    “Esse é o Portão Leinar”, disse uma voz atrás dele, antes de explicar: “Dizem que o próprio Rei do Ocaso o construiu para repelir a maré monstruosa há muito tempo.” 1

    O homem virou a cabeça na direção da pessoa que falava, uma mulher vestida com um manto branco e vermelho.

    Ela encontrou o olhar dele e disse: “Sou Sergine, discípula da Escola da Grande Vida.”

    O homem estendeu a mão e respondeu: “Pode me chamar de Eztein.”

    Sergine aparentava ter quase trinta anos. Seus cabelos pretos estavam presos cuidadosamente na nuca, e sua pele clara parecia quase luminosa. Seus olhos verdes brilhavam como esmeraldas polidas.

    “Então, senhorita Sergine”, disse Eztein com um sorriso e perguntou: “O que a traz até mim?”

    “Pela sua presença, percebo que você não é um especialista qualquer,” respondeu Sergine, encarando-o nos olhos e dizendo: “Eu esperava que você pudesse se juntar ao nosso grupo na jornada que temos pela frente.”

    A expressão de Eztein permaneceu calma.

    “Hum… e que benefícios isso me traria?”

    “Podemos nos proteger mutuamente”, disse ela e explicou: “O caminho além do Portão Leinar é traiçoeiro, com monstros e bandidos à espreita por toda parte, esperando uma oportunidade para atacar.”

    “E qual é exatamente o seu destino?”

    “Montanha Reijun.”

    “Ah?” Eztein ergueu uma sobrancelha, com um lampejo de interesse nos olhos. Parecia que compartilhavam o mesmo objetivo. Ele não pôde deixar de se perguntar o que aquela mulher estaria fazendo em um lugar tão perigoso.

    “Tudo bem. Vou me juntar ao seu grupinho”, disse ele.

    “Obrigada. Então, deixe-me apresentar os outros.” Sergine sorriu lindamente.

    Eztein a seguiu enquanto ela o conduzia até o grupo. Havia três carruagens no total, e a maioria das pessoas presentes havia sido contratada por um mercador chamado Halmun. Embora seus destinos fossem diferentes, seus caminhos se cruzaram por um tempo.

    Mantendo um sorriso educado, Eztein cumprimentou os outros um a um. Pelas conversas, ele descobriu que o Portão Leinar só se abria uma vez por dia, um breve momento em que as pessoas podiam entrar ou sair. Mais de mil pessoas estavam reunidas, tanto dentro quanto fora do portão.

    O lugar inteiro fervilhava de vida. Comerciantes gritavam de todos os cantos, anunciando seus produtos. Por um instante, pareceu menos um portão de fortaleza e mais uma cidade próspera.

    Mais tarde, enquanto estava sentado em silêncio dentro de uma carruagem, Eztein fechou os olhos e ouviu a conversa dos especialistas reunidos perto do portão.

    “Você já ouviu falar? Os seguidores da Gula invadiram esta terra.”

    “A situação está ficando perigosa lá fora. Ouvi dizer que massacraram uma cidade inteira como oferenda ao seu deus.”

    “Para onde podemos ir? Não há mais nenhum lugar seguro…”

    Meses se passaram, e os seguidores da Gula continuavam a saquear e matar. O caos parecia não ter fim. Pior ainda, o próprio Soberano da Gula lançou um ataque contra Aaru, entrando em confronto com Rá, o Deus do Sol, do Céu e dos Reis, em uma batalha tão feroz que milhões pereceram.

    A terra de Aaru fora banhada em sangue antes que Rá finalmente conseguisse repelir o Soberano da Gula. Após o confronto, Anúbis e os outros deuses de Aaru perseguiram o governante em fuga por todos os reinos.

    Devido à devastação causada pela Gula, a atenção da maioria das pessoas se desviou do incidente envolvendo o Monstro Relâmpago de Sangue. Afinal, durante aquele evento, poucos deuses tentaram intervir; foi um conflito travado principalmente por mortais. Mesmo assim, o nome Monstro Relâmpago de Sangue permaneceu gravado nos corações de todos que ouviram falar dele.

    O Portão Leinar se abriu.

    As pessoas entravam e saíam pelo portão, num fluxo constante. Eztein estava sentado na carruagem enquanto ela se embrenhava cada vez mais na selva escura.

    Este lugar era chamado de Selva das Profundezas. Vários monstros e bandidos habitavam a área, transformando esta terra em uma zona sem lei.

    Eztein simplesmente fechou os olhos enquanto os outros mantinham uma vigilância cautelosa sobre os arredores. Ele ouvia a conversa deles, o que tornava a viagem um pouco menos entediante.

    “Está tudo bem?”

    Eztein abriu ligeiramente os olhos e viu a mulher sentada ao seu lado.

    “Sim”, respondeu ele.

    “Hum… O que te levou a fazer essa viagem?” Perguntou Sergine, olhando para ele.

    “Viagem? Bem, acho que sim… Vou visitar um amigo”, respondeu Eztein.

    Sergine não sabia o que mais dizer. Ela estava curiosa sobre ele. Sentia que ele era diferente dos outros. Havia uma aura que ele emanava, uma aura que só alguém forte poderia transmitir.

    Eztein olhou para ela novamente antes de fechar os olhos.

    “E você? Por que está indo para a Montanha Reijun?”

    “É uma missão que meu professor me designou. Veja bem… há um dragão na Montanha Reijun. Ele apareceu há menos de dois meses e rapidamente tomou conta de toda a montanha.”

    “Ouvi dizer que matou todos que o procuraram. Você não tem medo de que a mate também?”

    Sergine balançou a cabeça, com um toque de desprezo na expressão.

    “Os especialistas que morreram eram nobres da Capital Real. Esses nobres ignorantes acham que podem controlar tudo. Eles se tornaram complacentes demais, já que esta terra mal foi afetada pela guerra em curso.”

    Havia desdém em sua voz. Aqueles nobres se tornaram gananciosos no momento em que souberam que o dragão estava ferido.

    “Vim com um propósito diferente. Fui enviado aqui para indagar sobre as intenções do dragão e alertá-lo sobre os nobres da capital real.”

    “Então este lugar foi pouco afetado pela guerra contra o Exército da Gula?”, perguntou Eztein, embora já soubesse a resposta.

    Sergine assentiu com a cabeça.

    Eztein refletiu sobre a situação atual da nação. Eles mal haviam sido afetados pela guerra, mas centenas de milhares de refugiados passaram por ali, e alguns deles se estabeleceram nesta terra. Uma parte desses refugiados acabou se tornando bandidos, atacando outros.

    Foi um caos, mas comparado às nações encurraladas na guerra contra o Exército da Gula, isso não era nada.

    Aos seus olhos, aquele era um território pequeno, comparável apenas ao Vale das Minas. Se o Exército da Gula resolvesse invadi-lo, cairia num instante.

    De repente, Eztein e Sergine sentiram ondulações de energia no ar. Um forte cheiro de sangue atingiu suas narinas, fazendo com que ambos semicerrassem os olhos.

    1. Ocaso significa pôr do sol, fim do dia, queda da luz.[]

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