Capítulo 1180 - Separação e Descoberta II
『 Tradutor: Crimson 』
“Bandidos!!”
“Preparem-se para a batalha!!”
Vozes gritavam do lado de fora da carruagem.
Sergine levantou-se e saltou para baixo, segurando um cano de metal na mão.
Eztein olhou para ela, sentindo a mana fluindo por seu corpo. Ele se levantou, sacudiu a poeira das roupas e saiu.
Sergine apertou o cabo da arma, examinando os arredores. Os outros ao redor da carruagem também estavam em guarda, observando cautelosamente os bandidos escondidos entre os arbustos.
Com sua percepção, Eztein contou vinte e três bandidos. Ele não tinha intenção de tomar a iniciativa, pois não queria se incomodar. Agiria apenas se suas vidas estivessem realmente em perigo.
Eztein observava tudo com calma.
Os bandidos lançaram seu ataque, e Sergine, junto com os outros, revidou. A batalha foi feroz, mas o grupo de Sergine era composto por profissionais. Eles eram fortes o suficiente para derrotar os bandidos um após o outro.
Os bandidos eram fracos; a única vantagem que tinham era o número.
Meia hora depois, Sergine e os outros finalmente conseguiram repelir os bandidos. Não houve uma batalha épica, pois os níveis dos bandidos eram muito baixos para isso.
Eztein sabia que Sergine estava escondendo sua verdadeira força. Afinal, sua missão envolvia um dragão, e ela não teria sido escolhida se fosse fraca. Mesmo sem saber qual era sua missão, seus sentidos podiam facilmente detectar a mana ondulante ao seu redor.
Rank S.
Bastante forte, mas ainda insuficiente contra um monstro de evolução superior.
Talvez acreditam que o dragão estivesse apenas em sua terceira evolução.
Bem, não importava. Seu objetivo também era o dragão. Assim que terminasse seus afazeres, deixaria aquela terra para trás.
A jornada deles continuou.
Ao longo do caminho, se depararam com mais ataques de bandidos e até mesmo monstros que queriam se alimentar de sua carne. A estrada era perigosa, havia simplesmente muitas ameaças. Pessoas comuns não seriam capazes de atravessar aquelas terras.
Embora a situação fosse insignificante no contexto geral, ainda assim teve um impacto enorme sobre as pessoas comuns.
No dia seguinte, o grupo chegou a Montanha Reijun. Eztein e Sergine se despediram dos outros nas carruagens; aquele era o destino deles e não tinham motivos para continuar acompanhando o grupo.
Sergine olhou para Eztein ao seu lado e disse: “Hum… Então seu destino também é esta montanha.”
“Eu já não te disse? Vim aqui encontrar um amigo.” Eztein deu uma risadinha.
Eles conversavam enquanto caminhavam em direção à montanha. A Montanha Reijun era enorme, lar de inúmeros monstros. Era considerada um dos lugares mais perigosos da região e algumas pessoas até a rotulavam como zona proibida.
Eztein e Sergine disfarçaram bem a sua presença durante a escalada, até finalmente alcançarem o cume. No topo, não havia nada além da entrada de uma caverna escavada na encosta.
“Esta é a caverna?”, perguntou Eztein.
“Provavelmente”, respondeu Sergine, lançando-lhe um olhar furtivo, incerto quanto às suas verdadeiras intenções.
Ela percebeu que Eztein desviou o olhar de repente, com uma leve carranca no rosto.
“O que foi?”, perguntou ela.
Eztein saiu do transe e balançou a cabeça.
“Nada.”
Sergine continuou desconfiada, mas não insistiu. Ela entrou na caverna, encontrando uma passagem escura como breu que se estendia para o interior. Ela colocou a mão na parede úmida, sentindo a umidade aderir à sua pele.
Uma rajada de vento passou pelo túnel, fazendo com que sua expressão se contraísse. A energia ali era densa, muito mais densa do que ela esperava. Ela se perguntou se o dragão já havia se recuperado dos ferimentos.
Quanto ao motivo de ter sido ferido, ninguém sabia. O dragão já estava ferido quando reivindicou esta montanha.
Eztein não disse nada. Seguia Sergine, com a mente um turbilhão de pensamentos que não conseguia acalmar, cada um pesado e implacável.
A passagem estreita e sombria dava lugar a uma vasta câmara que parecia exalar fogo. Rios de magma derretido serpenteavam pelo chão, brilhando como sóis líquidos, e ondas de calor se moviam em sua direção em ondas sufocantes, quase palpáveis. O ar cintilava, pesado e denso, fazendo com que cada respiração tivesse gosto de ferro e cinzas.
Eztein parou, sentindo o calor queimar as bordas de sua capa, observando Sergine avançar com passos cuidadosos e deliberados. Então ele se virou, suas botas rangendo na pedra chamuscada, e partiu.
Sergine prosseguiu, tecendo sua mana em uma barreira cintilante que ondulava com a intensidade do calor. O suor escorria pelo seu rosto, ardendo em seus olhos, e o cheiro de rocha queimada invadia suas narinas. Então, o magma à sua frente se contraiu e se abriu, e dele emergiu uma cabeça colossal, o dragão, maior do que qualquer coisa que ela pudesse imaginar. Suas escamas brilhavam como obsidiana negra, seus olhos como ouro derretido, irradiando uma aura tão intensa que distorcia o ar e fazia o chão tremer.
Uma pressão esmagadora atingiu seu peito, fazendo suas pernas fraquejarem. Era como se o calor e o próprio peso do dragão tentassem forçá-la ao chão. Todos os seus instintos gritavam que aquela não era uma besta comum; não era de admirar que as forças de elite dos nobres tivessem sido aniquiladas.
“Fale. Por que você veio aqui?” A voz ecoou pela câmara, um estrondo trovejante que fez o ar vibrar, sacudindo seus ossos e fazendo o magma sibilar e jorrar como se estivesse com medo.
O rosto de Sergine empalideceu. Suas mãos tremiam violentamente e sua garganta estava seca como pedra. O cheiro de enxofre era sufocante. O poder por trás daquela voz era capaz de destruí-la com um único pensamento.
“Eu… eu vim pedir que você se retire deste lugar”, disse ela, forçando-se a manter a postura ereta, embora suas pernas ameaçassem ceder.
“Sair daqui?!” O rugido do dragão foi agudo, explosivo, ecoando pelas paredes da caverna como um trovão de lava.
“Por que eu faria isso?”
“Os nobres da capital real estão se preparando para subjugá-lo”, disse Sergine, com a voz trêmula, mas firme continuando: “Nós, da Escola da Grande Vida, não desejamos vê-lo cair, nem ver seu povo sofrer. Estamos preparados para ajudá-lo a se recuperar de seus ferimentos.”
O olhar do dragão a penetrava, ardendo com mais intensidade que o magma ao redor deles.
“Por quê?”
“Porque o Exército da Gula está avançando. Precisamos de todas as forças que pudermos reunir, até mesmo da nobreza, para enfrentá-los.”
A câmara mergulhou num silêncio suspenso. O dragão não se movia, não falava. Seus olhos, incandescentes e insondáveis, pareciam pesar a própria alma dela. O ar estava denso de enxofre e o calor irradiava em ondas que faziam a pele de seus braços formigar e crepitar. Até mesmo seu escudo de mana tremia sob a força opressiva, oscilando como uma bolha frágil.
O Exército da Gula se tornou um pesadelo neste continente nos últimos meses. Ceifaram inúmeras vidas, sua brutalidade superando até mesmo a dos demônios.
O dragão encarou Sergine, silencioso e imóvel.
“Pare, Doranjan… eles já estão aqui.” Uma voz firme quebrou a tensão.
Sergine e o dragão se viraram e viram Eztein caminhando em direção a eles.
“Eu já senti sua energia. Pensei que você fosse ficar longe deste lugar”, disse Doranjan, com o olhar fixo em Eztein.
“Bem… eu só vim verificar se havia outras pessoas, e eu estava certo”, respondeu Eztein, dando de ombros casualmente.
Sergine observou a conversa entre Eztein e o venerado dragão, e então a ficha caiu. O amigo que Eztein havia mencionado antes, ele estava falando deste dragão, Doranjan.
Eztein se virou para Sergine, com um sorriso no rosto.
“Você acha que esse cara está ferido? Não, ele não está ferido. Ele só está atraindo aqueles que estão à espreita nas sombras.”
Os olhos de Sergine se arregalaram ao olhar para o enorme dragão.
“Ele é muito mais forte do que você imagina. Mesmo que estivesse ferido, os nobres da capital real não teriam a menor chance”, acrescentou Eztein com uma risadinha, os cantos de seus lábios se curvando em discreto divertimento.
Eztein falou com franqueza porque, de sua perspectiva, era a verdade. A nação de onde Sergine vinha era fraca. Aquela terra era árida, e a maioria dos especialistas que conseguiam ascender ali acabavam fugindo para outras regiões em busca de melhores oportunidades.
Era quase tão desolado quanto o Vale das Minas; os recursos disponíveis ali eram poucos, e aqueles que valiam a pena saquear eram ainda menos numerosos.
Sergine ficou sem palavras.
“Aquele pessoal do Exército da Gula? O alvo deles é este cara.” Eztein apontou casualmente para Doranjan e disse: “Então não precisa se preocupar. Nós cuidaremos deles.”
“Eu já planejava matar todos “, acrescentou Doranjan, sua voz grave ecoando pela câmara e continuou: “Eles simplesmente tiveram sorte da última vez.”
Sergine ficou sem palavras. Ela não entendia de onde Eztein e Doranjan vieram, nem por que o Exército da Gula chegaria ao ponto de caçar um dragão da estatura de Doranjan.
“Eles chegaram…” Murmurou Eztein, sua voz mal audível em meio ao calor opressivo.
No instante em que as palavras saíram de seus lábios, uma onda colossal de mana irrompeu dele, fluindo para fora como energia incandescente. Ela invadiu a câmara, sondando cada sombra, cada rachadura, cada centímetro do espaço. O próprio ar parecia vibrar e crepitar sob sua força.
“Eles nos detectaram”, resmungou Doranjan, sua voz ecoando como um trovão distante, reverberando pela pedra e fazendo o próprio magma ondular.

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