Índice de Capítulo


    『 Tradutor: Crimson 』


    “Você acha que os outros estão dispersos?”, perguntou Eztein.

    Doranjan expirou lentamente.

    “Muito provavelmente.”

    Se a entrada espalhasse todos aleatoriamente pelo reino, acabariam aparecendo juntos no mesmo lugar.

    Eles trocaram um olhar.

    Eles tiveram sorte.

    “Vamos encontrar algumas pessoas primeiro.”

    “Sim…”

    Suas figuras se tornaram indistintas e, no instante seguinte, transformaram-se em dois rastros de luz cruzando o céu.

    –Swoosh!!

    Sua velocidade rasgava o ar, gerando ondas de choque que atingiam o oceano abaixo. As ondas explodiam em ondas violentas, e o mar, antes calmo, agitava-se por onde passava.

    Meia hora passou num instante.

    Então os olhos de Eztein se estreitaram.

    “Pronto.”

    Uma ilha imensa surgiu no horizonte, impossível de não notar.

    Um vulcão imponente dominava o centro da ilha, com seu topo atingindo quase vinte mil metros de altura e atravessando as nuvens. A ilha se estendia abaixo dele, por mais de trinta quilômetros de largura, com florestas densas e vibrantes, repletas de vida.

    Eztein e Doranjan desceram até a margem, pousando levemente na terra macia. Suas auras imediatamente se contraíram, ocultas para evitar atrair atenção desnecessária.

    Encontrar Vashno ainda era a prioridade máxima deles.

    Mas este reino… este lugar tinha segredos que valiam a pena desvendar.

    Doranjan inspirou profundamente, sua expressão mudando.

    “Existem pelo menos três frutas lendárias nesta ilha. Eu consigo senti-las pelo cheiro.”

    “Sério? Não notei nada”, disse Eztein, farejando o ar e não encontrando nada de incomum.

    “Eu sou diferente de você”, respondeu Doranjan simplesmente.

    Eztein deu uma risadinha.

    “Eu sei. Nesse caso, vamos ficar com elas. Uma para cada um de nós e guardaremos a última.”

    Se uma única ilha continha três frutas lendárias, então esse reino secreto era muito mais extraordinário do que imaginavam inicialmente.

    A atenção deles se aguçou quando a grama alta à frente farfalhou.

    Então se separaram.

    Diversas figuras surgiram, armas em punho, olhares tensos e cautelosos enquanto cercavam os recém-chegados.

    Eztein e Doranjan trocaram um olhar calmo.

    Eles já haviam pressentido a presença desses nativos no momento em que pousaram. Seus níveis eram muito inferiores aos deles — nenhuma ameaça, mesmo que fossem hostis.

    A expressão de Doranjan não mudou.

    Eztein não se deu ao trabalho de reagir.

    Eles simplesmente esperaram.

    Porque para os dois, aquilo não representava perigo.

    Foi um inconveniente.

    Os habitantes locais eram demis.

    Antenas finas se projetavam do topo de suas cabeças, tremendo levemente enquanto observavam os recém-chegados. Sua pele era anormalmente pálida, quase translúcida, como se o sangue mal corresse sob a superfície. Vestiam roupas rústicas e gastas — peças moldadas pela sobrevivência, e não pelo conforto.

    Eztein ergueu levemente a mão, mais em cumprimento do que em defesa.

    “Vocês conseguem nos entender?”

    Os demi apertaram ainda mais suas armas, mas não ofereceram resposta.

    Então um homem deu um passo à frente.

    Ele era maior que os outros, seu corpo coberto por tatuagens negras em espiral que se espalhavam por seus braços e peito como tinta viva. Seus olhos eram penetrantes, cautelosos, mas não temerosos.

    “De onde você veio?”, perguntou ele.

    Um breve alívio percorreu o corpo de Eztein.

    Comunicação — boa. Isso significava informação.

    “Sou Eztein, e este é meu companheiro, Doranjan.” Ele gesticulou calmamente para o lado e disse: “Viemos de uma terra muito distante. É a nossa primeira vez aqui, então estamos tentando entender onde estamos… e o que é esta ilha.”

    O homem tatuado os estudou lentamente. Com atenção, seu olhar buscava mentiras, ameaças ou fraquezas.

    Após um longo momento, ele se virou.

    “Me sigam.”

    Eztein e Doranjan trocaram um olhar. Um acordo silencioso.

    Tudo correu mais tranquilamente do que o esperado — sem derramamento de sangue, sem resistência. Uma grata surpresa.

    Eles seguiram o homem, embora os outros moradores locais ainda mantivessem suas armas em punho, escoltando-os à distância como sombras vivas.

    Em pouco tempo, chegaram a um povoado escondido no interior da ilha — um conjunto de casas de madeira, centenas delas, dispostas num padrão disperso. Fumo subia suavemente das chaminés; crianças espreitavam por trás das portas; adultos interrompiam o trabalho para observar os estranhos.

    “Esta é a nossa casa”, disse o homem tatuado e continuou: “A casa da Tribo Fergo. Eu sou Zandir… Chefe dos Fergos.”

    Olhares curiosos seguiam Eztein e Doranjan de todas as direções, mas os dois ignoraram a atenção. Seu foco permaneceu nas palavras de Zandir.

    “A tribo Fergo é apenas uma das muitas pequenas tribos nesta vasta ilha que chamamos de Caixa Vermelha”, continuou Zandir e finalizou: “Esta terra está repleta de perigos — criaturas e forças muito além do que meu povo pode enfrentar.”

    Ele fez uma pausa, olhando para trás, para eles.

    “Já encontrei pessoas de fora antes. Há muito tempo. Portanto, sua presença… não me surpreende totalmente.”

    Suas antenas se contraíram levemente, um movimento instintivo, talvez sinalizando inquietação ou expectativa.

    O ar ficou mais pesado.

    Eztein e Doranjan escutaram atentamente.

    Algo lhes dizia que aquilo era apenas o começo.

    “Forasteiros?” Eztein ergueu as sobrancelhas, sua voz ecoando fracamente pela trilha silenciosa da floresta.

    Zandir assentiu com a cabeça, seus passos tranquilos enquanto continuava avançando.

    “Assim como você, ele alegou vir de uma terra distante. Ele a chamou de Continente do Grande Espírito.” Seu tom baixou, como se repetisse palavras sagradas e continuou: “Ele disse que aquele continente é mil vezes maior que esta terra. Não sei se é verdade… mas escolhi acreditar nele.”

    ‘Continente do Grande Espírito… Será que esse é um continente dentro do reino secreto?’ Eztein se perguntou em silêncio, com seus pensamentos girando em espiral.

    Zandir prosseguiu: “Eu nunca estive lá pessoalmente. Tudo o que sei vem daquele homem misterioso. Mas, segundo ele, o Continente do Grande Espírito é vasto — repleto de facções poderosas, incontáveis ​​tesouros e perigos inimagináveis. Mesmo assim, nossa Terra da Caixa Vermelha permaneceu intocada… escondida dos olhos daqueles seres poderosos.”

    Ele fez uma pausa, olhando para trás.

    “Ele não estava mentindo. Os registros ancestrais da nossa tribo confirmam muitas de suas palavras.”

    Ao chegarem a um penhasco íngreme, Zandir parou diante de uma abertura escura esculpida na pedra. Eztein e Doranjan o seguiram para dentro e, instantaneamente, o mundo mudou.

    Uma quietude pesada pressionava sua pele. O ar se tornava mais denso, mais pesado, carregando um peso invisível que não existia lá fora.

    Os dois homens se viraram bruscamente, sentindo a fraca ondulação de energia atrás deles.

    “Há uma barreira”, murmurou Doranjan.

    Um sorriso surgiu nos lábios de Zandir.

    “Você sentiu. Nossos ancestrais teceram poderosos selos de isolamento nesta caverna. Nenhuma percepção, por mais forte que seja, pode penetrá-los. Este lugar foi construído para proteger algo inestimável.”

    Ele ergueu uma tocha da parede, cuja chama tremeluziu, iluminando a pedra com sombras dançantes.

    “Esta caverna guarda a história da nossa tribo”, disse ele, com a voz carregada de reverência.

    Doranjan estreitou os olhos.

    “E por que nos mostrar isso?”

    A chama refletia nos olhos de Zandir enquanto ele respondia lentamente: “Porque a história morre se ninguém se lembra dela. O homem que nos visitou disse que a maior parte do passado do continente já foi enterrada, perdida junto com as antigas facções que outrora governaram.” Ele exalou, o som ecoando pela câmara e finalizo: “É uma tragédia. Recuso-me a deixar que a história da Tribo Fergo tenha o mesmo destino.”

    Ele se virou e caminhou mais para dentro da caverna, a luz da tocha revelando o primeiro de muitos murais, aguardando em silêncio, intocados por gerações.

    “Nossa história remonta a milhares de anos…”

    A voz de Zandir ecoou suavemente enquanto ele erguia a tocha em direção às antigas muralhas.

    A luz banhava um extenso mural, com figuras imponentes erguendo-se acima das nuvens, seu brilho iluminando os céus. Abaixo delas, incontáveis ​​mortais ajoelhavam-se em reverência, suas silhuetas congeladas em eterna adoração.

    “Estes”, disse Zandir em voz baixa e explicou: “São os deuses. Nossos ancestrais testemunharam seu poder em primeira mão. Os deuses são reais… mesmo que eu nunca tenha visto tais seres divinos.”

    Ele adentrou mais na câmara, a chama tremendo ao revelar o próximo mural.

    Este era mais escuro, vasto, opressivo e sufocante. Uma figura colossal pairava no céu, sua forma engolida por uma escuridão infinita. Dentro dessa escuridão, incontáveis ​​olhos se contorciam, observando e piscando ao lado de presas serrilhadas que rasgavam o próprio céu, devorando a luz, devorando o espaço, devorando tudo.

    “Este”, disse Zandir, com o rosto contraído e explicou: “É um deus maligno. Um ser que dizem ser capaz de devorar o mundo inteiro. Ele desceu ao nosso reino há muito tempo e entrou em conflito com os próprios deuses. A batalha durou eras… mas, no fim, os deuses o repeliram.”

    A caverna parecia ficar cada vez mais fria.

    Eztein e Doranjan trocaram um olhar pesado.

    Ambos reconheceram isso: A fome avassaladora, a escuridão que tudo consumia.

    Não havia como se enganar.

    O deus maligno retratado no mural… era talvez a Gula.

    Se os murais fossem verdadeiros, então os ancestrais da Tribo Fergo, mortais comuns perdidos nas marés de antigos cataclismos, teriam testemunhado batalhas divinas que remodelaram esta terra e reino secreto.

    Zandir ergueu a tocha novamente e apontou para outro mural.

    Este era mais grandioso que os outros.

    Um deus solitário estava de pé na base de uma escadaria colossal que espiralava em direção aos céus, cada degrau esculpido na própria luz. Incontáveis ​​mortais ajoelhavam-se ao longo das laterais da escadaria, seus corpos marcados pela reverência, as mãos erguidas em adoração enquanto o deus ascendia a um reino além da visão mortal.

    “Um deus ascendeu aos céus”, disse Zandir suavemente, sua voz carregando o peso de um temor ancestral e disse: “E ao fazê-lo, travou guerra contra o mundo inteiro. O conflito foi tão destrutivo que o deus criou inúmeras dimensões — camadas sobre camadas — para proteger os mortais das consequências da batalha. Foi durante essa era que nosso ancestral chegou a esta ilha.”

    Eztein e Doranjan franziram a testa, com um lampejo de inquietação nos olhos.

    Eles haviam estudado inúmeros registros históricos, mas nenhum deles mencionava um deus ascendendo enquanto lutava contra o mundo… ou a criação de dimensões como escudos. Nada correspondia ao que estava esculpido diante deles. E, no entanto, a voz de Zandir não continha mentiras, apenas convicção moldada por gerações de crença.

    Se o ancestral realmente testemunhou esse evento divino… não havia como ter certeza.

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