Índice de Capítulo


    『 Tradutor: Crimson 』


    Raven expirou lentamente, limpando o sangue dos dedos.

    “Não gosto disto. Eles têm medo de nós, mas mesmo assim estão dispostos a morrer.”

    “Eu sei…” Respondeu Vashno em voz baixa. Seu olhar percorreu os inimigos restantes — homens trêmulos, mas que ainda os encaravam com uma determinação fanática e então disse: “Eles são loucos.”

    A expressão de Raven endureceu.

    “Vamos limpar isso.”

    Vashno assentiu com a cabeça e levantou a mão.

    –Boom!!

    Uma onda de poder irrompeu para fora.

    Os inimigos gritaram e depois silenciaram.

    Momentos depois, a neblina começou a dissipar-se novamente, e toda a floresta ficou estranhamente silenciosa. Um odor denso e metálico de sangue pairava no ar, cobrindo tudo como uma película invisível.

    Todos os atacantes estavam mortos.

    Raven e Vashno estavam lado a lado, observando as consequências. Corpos mutilados, armaduras despedaçadas e terra devastada se estendiam pela clareira.

    “Os habitantes locais são hostis… Não sei porquê, mas isto vai ser problemático”, Murmurou Raven.

    “Há algo de errado com este lugar”, Acrescentou Vashno, estreitando os olhos enquanto examinava a paisagem envolta em neblina.

    Eles prosseguiram, guiando os Presa de Leão para o interior do continente. Mais daquelas criaturas estranhas e desconhecidas os emboscaram pelo caminho. A cada emboscada, o grupo as abatia sem perder nenhum membro, mas os ferimentos começaram a se acumular.

    Após uma hora, a procissão, antes tão confiante, havia se tornado mais lenta. Vários guerreiros sangravam devido aos cortes e arranhões deixados por aquelas criaturas.

    Raven finalmente levantou a mão.

    “Vamos parar por aqui. Todos, descansem.”

    O grupo se posicionou em formação defensiva.

    Os curandeiros moviam-se rapidamente, com as mãos brilhantes pressionadas sobre as feridas. Outros destampavam as poções que haviam trazido, o líquido cintilando levemente enquanto curava a carne e restaurava a mana.

    A floresta permaneceu silenciosa ao redor deles…

    Silêncio demais.

    Vashno sentou-se ao lado de Raven, com o olhar fixo nos membros da Presa de Leão que descansavam. As luzes dos curandeiros tremeluziam suavemente na névoa, iluminando os rostos cansados.

    “Esses monstros têm níveis de força diferentes”, murmurou Vashno e explicando: “Alguns são fracos… mas outros são assustadoramente fortes. Se encontrarmos algo ainda mais poderoso, as perdas podem ser severas.”

    Raven olhou para ele de soslaio.

    “Se isso acontecer, haverá vítimas — todos sabem disso. Eles estão preparados.”

    Ela fez uma pausa e acrescentou: “Mas e você? Você ainda não me contou tudo. Desde o dia em que se juntou a nós, você nunca falou sobre o seu passado. Gostaria de compartilhar o que aconteceu?”

    Vashno balançou a cabeça, com uma expressão indecifrável.

    “Bem… não quero envolver ninguém deste grupo nos meus problemas. E como eu disse antes, mais cedo ou mais tarde vou embora.”

    Raven soltou um suspiro suave e deu de ombros.

    “Tudo bem. Não vou me intrometer.”

    Um silêncio se instalou entre eles, quebrado apenas pelo crepitar distante de feitiços de cura.

    Vashno fechou os olhos, deixando os sons do acampamento se dissiparem enquanto antigas memórias vinham à tona. Ele havia se juntado aos Presa de Leão apenas dois meses atrás, mas nesse curto período, lutara em inúmeras batalhas. Cada uma delas o impulsionara a se tornar mais forte, mais rápido do que jamais imaginara.

    Ele ficou com eles por um motivo.

    Os reinos secretos.

    Eles continuavam a aparecer com frequência e intensidade crescentes. E ele precisava deles. Precisava das oportunidades que ofereciam, precisava do poder que proporcionavam.

    Ele já havia explorado quatro reinos secretos.

    Este… era o quinto dele.

    E havia algo naquilo que parecia mais sinistro do que todos os outros juntos.

    –Ohm!!

    Uma vibração repentina percorreu o ar.

    Vashno abriu os olhos de repente. Raven se levantou imediatamente, seus instintos à flor da pele enquanto examinava os arredores envoltos em névoa. Ao redor do acampamento, os membros da Presa de Leão se agitaram em confusão — e depois em alarme — quando uma poderosa onda de energia varreu a área como uma onda de choque.

    “Flutuações de energia…” Raven murmurou, com uma expressão sombria e disse: “Aquelas criaturas que enfrentamos antes não possuíam energia alguma. Isto é diferente… perigosamente diferente.”

    E a aura não era pequena.

    Era avassaladora.

    Mais forte que a Quinta ou Sexta Algema.

    Esta era a presença de um lutador na Sétima Algema — não, não apenas uma.

    Vários.

    “Preparem-se para a batalha!” Ordenou Vashno.

    Num instante, a neblina se dissipou.

    Figuras surgiram, sombras se materializando em homens, cada um irradiando um poder aterrador equivalente ao de especialistas na Sexta e Sétima Algema. Sua sede de sangue era palpável, impregnando o ar.

    “Matem todos!!” Gritou um homem com cicatrizes no rosto, com um sorriso perverso, sua voz assassina ecoando pelo acampamento.

    Os olhos de Vashno se aguçaram no instante em que o viu.

    “É Verto… dos Caçadores de Sangue.” Sua voz se transformou em um rosnado frio. Ele se levantou enquanto sua aura explodia como uma onda gigante, fazendo o chão tremer sob seus pés.

    Ele deu um passo à frente.

    “Raven”, disse ele sem olhar para trás e completou: “Não deixe ninguém morrer.”

    “Tem certeza? Posso lidar com eles se quiser”, disse Raven, com um sorriso nos lábios enquanto o vento agitava sua capa.

    “Eu cuidarei deles”, respondeu Vashno, com voz firme.

    Raven estalou os dedos.

    “Muito bem… então são seus. Não me faça esperar.”

    Vashno inclinou-se para a frente e o chão rachou sob seus pés.

    –Swoosh!!

    Verto, o guerreiro marcado por cicatrizes, sentiu antes de ver: uma onda de energia esmagadora rasgando o ar. Seus olhos se arregalaram quando uma figura surgiu diante dele. O instinto gritou. Por reflexo, ele brandiu sua espada maciça.

    –Boom!!

    O impacto irrompeu como um trovão, arremessando Verto através dos destroços de uma tenda. Poeira e detritos explodiram para fora enquanto ele deslizava pelo chão, abrindo uma trincheira profunda.

    Ele se levantou com dificuldade, tremendo.

    ‘O que… o que é ele?’

    Seu olhar se fixou no homem que permanecia calmo em meio à fumaça.

    “Você-!”

    Ele nem sequer terminou a palavra.

    Vashno desapareceu.

    Um instante depois, ele reapareceu bem diante de Verto, com asas douradas e roxas se desdobrando atrás dele num lampejo de força radiante. As asas se abriram amplamente — majestosas, mortais.

    Então o ar se dividiu.

    Linhas douradas disparavam em todas as direções, traçando arcos luminosos pelo céu como pinceladas divinas. Perseguiam os subordinados de Verto com uma precisão impossível. Os soldados se dispersavam, gritando, muito lentamente.

    Uma a uma, as linhas detonaram.

    –Boom! Boom! Boom!

    Explosões se espalharam pelo campo de batalha, envolvendo corpos em uma luz ofuscante. Ondas de choque reverberaram pelo acampamento enquanto os gritos e as explosões se misturavam em uma única e estrondosa sinfonia de destruição.

    Vashno nem sequer olhou para trás.

    Ele avançou — em direção a Verto — suas asas ardendo como um julgamento que descia dos céus.

    –Boom! Boom! Boom!

    As explosões abriram um rastro de destruição no campo de batalha, lançando terra, fumaça e destroços no ar. Antes que os ecos se dissipassem, os guerreiros dos Presa de Leão avançaram como uma matilha de lobos famintos libertados de suas correntes. Eles viram a abertura criada por Vashno e atacaram.

    As armas brilhavam. As habilidades se inflamavam. A intenção assassina inundava o ar como uma tempestade iminente.

    “Nossos inimigos são os Caçadores de Sangue!!”

    “Não se contenham!!”

    “Matem todos!!”

    Suas vozes se fundiram em um único grito de guerra que fez o chão tremer. Então, aço colidiu com aço — duro e impiedoso. Faíscas explodiam a cada impacto, cintilando como vaga-lumes em uma tempestade violenta. Lâminas cortavam a carne. Poder elemental detonou pelo campo em arcos vermelhos, azuis e dourados, iluminando o campo de batalha com explosões de cores letais.

    Os Caçadores de Sangue.

    Sobreviver entre os territórios dos anjos e dos anjos caídos era sobreviver a um massacre constante. Nessa faixa de terra ensanguentada, os fracos desapareciam como poeira em um furacão. Exércitos, guildas, seitas — inúmeras organizações foram dizimadas ao longo dos anos, apagadas tão completamente que nem mesmo ruínas restaram. Apenas os implacáveis, os impiedosos e os verdadeiramente poderosos sobreviveram.

    Presa de Leão e Caçadores de Sangue existiam porque não tinham outra escolha a não ser matar para abrir caminho.

    –Bang!!

    Vashno avançou velozmente, sua velocidade rasgando o ar. Deixou um rastro de imagens residuais distorcidas — fantasmas de si mesmo ainda congelados em pleno movimento. Suas asas douradas se abriram, cada batida gerando uma explosão de energia radiante. Os feixes desceram como dardos divinos, cortando o campo de batalha.

    Os olhos de Verto se arregalaram. Ele ergueu sua enorme espada e enfrentou o ataque de frente.

    –Boom! Boom!!

    O impacto esmagou o ar. O chão sob Verto se abriu em crateras e explodiu, lançando pedaços de terra pelos ares. Mesmo se defendendo com todas as suas forças, a força o arremessou para trás como um boneco de pano.

    Ele derrubou árvore após árvore — a madeira estilhaçando, os troncos explodindo para fora — até que finalmente se chocou contra o chão, abrindo um longo buraco na terra.

    “Argh!!”

    Ele engasgou, tossindo sangue que espirrou na terra. Sua visão ficou turva, mas ele se obrigou a ficar de pé, com cada osso latejando.

    Então ele viu.

    Vashno pairava acima do caos, suas asas resplandecendo com uma luz dourada-púrpura tão intensa que distorcia o ar ao seu redor. Sua aura ondulava em ondas violentas, dobrando galhos e espalhando pedras soltas.

    Diante dele, os dois subordinados mais fortes de Verto — ambos elites na Sétima Algema, homens capazes de remoldar colinas com um único golpe — estavam travando um combate com ele.

    E estavam perdendo terreno rapidamente.

    A cada golpe de braço de Vashno, o próprio ar se despedaçava. A cada batida de suas asas, ondas de choque percorriam o campo de batalha, esmagando tudo o que estivesse muito perto. Seus oponentes cambaleavam a cada troca de golpes, o sangue jorrando de seus ferimentos, seus movimentos tornando-se frenéticos sob o ataque implacável.

    Eles não estavam apenas sendo empurrados para trás.

    Eles estavam sendo subjugados, esmagados por uma força que parecia menos com a de um guerreiro…

    … e mais como uma calamidade que desce dos céus.

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