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    『 Tradutor: Crimson 』


    Um clarão ofuscante e cortante rasgou o mundo — e então a Terra entrou em erupção.

    –BOOOOM!!

    A explosão foi como um martelo divino. Eztein e Esriel não apenas sentiram suas barreiras se romperem — eles as sentiram se despedaçarem, camada por camada, até que a última estourou em um choque violento que fez seus ossos tremerem. Eles foram arremessados ​​para trás, as botas raspando no chão destruído enquanto a onda de choque passava esmagando.

    Diante deles, a terra se dobrou para dentro. Solo, pedra e raízes quebradas se dobraram como papel molhado enquanto uma explosão monstruosa escavava a terra. Uma nuvem de fumaça e poeira rugiu para cima, rodopiando com detritos em chamas e arcos crepitantes de relâmpagos. Pedaços de carne queimada, restos de quaisquer criaturas que outrora guardassem aquele lugar, foram lançados ao ar como brasas fumegantes.

    Em seguida, veio o fedor: pelos queimados, carne carbonizada e ozônio tão denso que chegava a cobrir a língua.

    “Quem armou essa armadilha está completamente louco!” Gritou Eztein, com a voz rouca, enquanto protegia o rosto dos destroços que caíam.

    Esriel fez uma careta. Os relâmpagos anteriores tinham sido fortes o suficiente para quebrar suas barreiras reforçadas. Qualquer coisa abaixo da Sétima Algema não apenas morreria — seria obliterada, seus ossos transformados em pó antes mesmo de tocarem o chão.

    Doranjan olhou fixamente para a fruta em sua mão. O puxão sinistro, como garras invisíveis tentando arrancá-la, havia desaparecido. Sumido sem deixar rastro.

    “Então é por isso que nada protegia esta fruta…” Ele sussurrou e então disse: “A razão de ninguém a ter pegado… ninguém a esconder.”

    Ele olhou para a cratera — suas bordas fumegavam, suas profundezas brilhavam com terra derretida. Pedaços de membros enegrecidos e armaduras retorcidas estavam fundidos ao solo como decorações grotescas.

    “Eles foram despedaçados no momento em que se aproximaram.”

    Uma rajada de vento quente passou, carregando cinzas e fragmentos de restos queimados. Doranjan apertou a fruta com mais força, seus olhos escurecendo.

    “Cada um deles.”

    As runas que circundavam a planta estavam erradas — terrivelmente erradas. Talhadas profundamente na terra, elas se contorciam com uma luz fraca e pulsante, como se estivessem vivas sob o solo. Cada símbolo parecia um olho que nos encarava, sussurrando sobre mãos ancestrais que os haviam esculpido em sangue e fúria.

    Qualquer ser que os tivesse colocado ali não queria apenas proteger a fruta, mas sim garantir que nada que entrasse naquele lugar jamais saísse.

    “Espera! Olhe!” exclamou Esriel, com a voz aguda de alarme.

    Doranjan e Eztein se viraram quando a fumaça se dissipou como cortinas sendo abertas. Debaixo dela, a paisagem havia sido apagada. O lago, chão, raízes — tudo havia desaparecido, substituído por um buraco monstruoso na terra. Um poço. Um abismo. Um buraco tão profundo que parecia que o próprio planeta havia sido perfurado.

    Sem fundo. Sem água. Nenhum indício do que aguardava lá embaixo — apenas uma escuridão sinistra e mortal.

    Eles trocaram olhares. Nenhuma palavra foi necessária.

    –Whoosh!!

    Doranjan e Eztein avançaram com força, mergulhando em direção à borda antes de se lançarem diretamente no buraco.

    “Esperem! Vocês vão mesmo descer aí?!” Esriel gritou, com a voz embargada, enquanto estendia a mão em um gesto de impotência.

    “Sim. Se você não quiser, fique aí em cima”, a voz de Eztein ecoou fracamente na escuridão — distante, já engolida.

    O coração de Esriel disparava. Todos os seus instintos gritavam para que ela ficasse para trás. Mas estar sozinha ao lado daquele buraco sem fim era ainda pior.

    Ela mergulhou atrás deles.

    –Swoosh!!

    O buraco os engoliu sem fazer barulho.

    Quanto mais desciam, mais o ar mudava. Ficava mais denso. Mais frio. A corrente de ar que subia de baixo não era apenas fria — era úmida, roçando a pele como o hálito de algo adormecido na escuridão. Um fedor metálico subia, tão forte que ardia o nariz, o cheiro de ferrugem impregnada de podridão. Sangue velho. Pedra úmida. Túmulos esquecidos.

    Suas luzes se apagaram como se sufocadas por mãos invisíveis. Até mesmo seus sentidos se embotaram, engolidos pela escuridão opressiva que os pressionava por todos os lados.

    Após uma longa descida, a escuridão finalmente se dissipou como um véu que se desfaz, e os três aterrissaram em solo firme no fundo do abismo.

    Eztein olhou fixamente para o vazio sufocante.

    “Eu diria que estamos a aproximadamente dois quilômetros abaixo da superfície.”

    Esriel seguiu seu olhar, mas não havia nada para ver. Nenhum brilho tênue. Nenhum indício do mundo acima. A névoa pálida que sufocava a superfície se recusava a descer até ali, e com sua ausência veio uma estranha clareza — como se seus sentidos não estivessem mais sendo sufocados.

    Doranjan exalou, sua respiração visível no frio.

    “Há um vulcão nesta ilha, e ainda assim estamos aqui… dentro de uma caverna congelada abaixo dele. Este reino é uma bagunça — conceitos, leis, tudo misturado e distorcido. Nem consigo mais explicar a névoa.”

    “Tenho a sensação de que estamos prestes a descobrir”, murmurou Eztein, dando um passo à frente.

    Doranjan seguiu-os. Esriel hesitou apenas por um instante antes de se mover com eles.

    Eles entraram em uma passagem estreita, mergulhada na escuridão. A cada passo, o frio se intensificava, penetrando em seus ossos. As paredes de ambos os lados estavam gravadas com runas — rasas, antigas e pulsando fracamente como brasas moribundas. Cada símbolo cintilava com o brilho suave de vaga-lumes, projetando sombras trêmulas sobre a pedra áspera.

    “A energia aqui embaixo está ficando mais densa”, disse Eztein em voz baixa e complementando: “E o elemento gelo… sua concentração está aumentando rapidamente.”

    Seus passos ecoavam pelo corredor estreito — lentos, constantes, o único som em um mundo que parecia morto há muito tempo.

    Então o caminho se abriu.

    Os três saíram da passagem e pararam abruptamente.

    Uma vasta câmara se estendia diante deles — uma paisagem subterrânea forjada por contradições. Rios de magma outrora correram por ali, mas cada corrente derretida agora se solidificava em pleno fluxo, congelada em esculturas carmesim irregulares. A geada crepitava em suas superfícies, reduzindo a temperatura a níveis abaixo de zero. Suas respirações saíam em nuvens pálidas.

    Acima deles, inúmeros cristais se agarravam ao teto da caverna, brilhando suavemente como um céu repleto de estrelas frias. Sua luz inundava a câmara, revelando uma visão muito mais perturbadora.

    Rachaduras no próprio espaço.

    Dezenas delas — rachaduras finas e irregulares espalhadas pelo chão e pelas paredes. Cada uma cintilava com cores distorcidas, zumbindo fracamente como se chamasse algo além do véu.

    “Vinte…” Doranjan sussurrou e explicou: “Pelo menos vinte rachaduras no espaço.”

    O ar ao redor das rachaduras se distorcia, curvando a luz de maneiras antinaturais, cada uma delas uma ferida silenciosa na realidade.

    “Que lugar magnífico…” Eztein sussurrou, sua voz ecoando levemente enquanto inalava a densa energia elétrica que saturava o ar.

    Doranjan e Esriel assentiram com a cabeça, seus olhos percorrendo a paisagem congelada.

    Eles avançaram lentamente, observando a câmara com crescente admiração e inquietação. As rachaduras espalhadas pela caverna pulsavam irregularmente, como se o próprio tecido da realidade estivesse se desfazendo. Os três compreenderam instintivamente: um ataque concentrado de um especialista na Sétima Algema poderia fazer com que essas rachaduras crescessem — possivelmente destruindo toda a região subterrânea.

    Seus olhares se voltaram para o magma congelado. Ele ainda fluía — se movia — mas permanecia perfeitamente sólido, cada onda congelada no meio do movimento. Era como se o tempo e a temperatura tivessem sido confundidos pelas leis distorcidas deste reino, aprisionando o fogo incandescente em um eterno momento congelado.

    Acima deles, fragmentos de cristal flutuavam livremente pelo ar, suspensos como se a gravidade simplesmente tivesse deixado de se importar. Os fragmentos cintilavam suavemente ao passar, deixando tênues rastros de gelo ou luz, cada um com uma tonalidade diferente, cada um vibrando com uma energia contida.

    À medida que se aventuravam mais adentro, a paisagem mudava.

    À frente deles, duas fileiras de estátuas imponentes ladeavam um caminho que levava a uma grande plataforma. As estátuas permaneciam em formação silenciosa — régias, antigas e esculpidas com detalhes impressionantes. Suas expressões eram serenas, porém solenes, e cada uma irradiava uma fraca pressão fria que fazia o ar formigar contra a pele.

    Quatro estátuas ainda maiores ficavam ao redor da plataforma no final — cada uma distinta, cada uma exalando uma aura tão densa que até o ar congelado parecia mais pesado perto delas.

    Esriel aproximou-se da estátua mais próxima. Levantou a mão e deslizou a palma da mão sobre a superfície. A pedra estava congelada — não apenas fria, mas de uma forma anormal, um frio que penetrava em seus dedos como algo que tentava rastejar sob sua pele.

    “Há… Algo dentro disso”, sussurrou ela, semicerrando os olhos enquanto a energia fria pulsava fracamente através de seu toque.

    A câmara estava silenciosa.

    Silenciosa até demais.

    Quase como se as estátuas estivessem ouvindo.

    “Estas… estas são estátuas de anjos e anjos caídos”, sussurrou Esriel, seus dedos traçando o contorno da pedra fria. Seu olhar se dispersou para as quatro figuras colossais que circundavam a plataforma — guardiões imponentes esculpidos com tamanha precisão que pareciam prestes a despertar.

    A presença delas ofuscava a dos outros. Cada uma irradiava um tipo diferente de pressão, silenciosa, porém opressiva, como se antigas vontades permanecessem latentes na pedra.

    Enquanto Esriel os examinava, Doranjan lançou um olhar para Eztein e, casualmente, atirou a fruta em sua direção.

    “Aqui.”

    Eztein pegou a fruta com um fraco estalo de impacto, piscando surpreso.

    “Você não a quer?”

    “Claro que quero”, respondeu Doranjan com um pequeno resmungo e dizendo: “Mas você precisa mais agora. Consuma. O próximo tesouro que encontrarmos — esse é meu.”

    Eztein o encarou por um instante antes de um sorriso surgir em seus lábios.

    “Se você diz… então não vou me conter.”

    Ele olhou para a fruta que segurava na palma da mão, cuja superfície brilhava levemente sob as luzes de cristal acima.

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