Capítulo 1192 - Loucura na Prisão
『 Tradutor: Crimson 』
Vashno encostou-se na parede fria de uma câmara vazia e desconhecida. Seu peito subia e descia rapidamente, cada respiração irregular e superficial. O suor grudava seus cabelos na testa, e seu corpo doía pelo esforço.
‘Sobrevivi…’, pensou ele sombriamente, lançando um olhar para o lado.
A batalha anterior havia sido um caos completo. Primeiro, lutaram contra os Caçadores de Sangue, cujos ataques implacáveis devastavam o campo de batalha. Depois, os nativos entraram na luta, acrescentando sua própria fúria imprevisível. E, para piorar a situação… criaturas desconhecidas apareceram.
Uma delas possuía um poder que rivalizava com o auge do Reino da Oitava Algema — uma força tão aterradora que até mesmo Raven foi obrigada a usar todos os seus trunfos para contê-la.
Após o confronto, inúmeras vidas foram perdidas. O campo de batalha foi devastado com tanta violência que o próprio espaço se fragmentou. Os sobreviventes não tiveram outra escolha senão arriscar suas vidas, saltando às cegas através das rachaduras espaciais para escapar.
‘O que… são essas criaturas?’ Vashno murmurou para si mesmo, com os olhos semicerrados.
Eles não pareciam seres vivos. Não de verdade. Seus movimentos, seu poder destrutivo absoluto… eram mais parecidos com golems, construções de algo muito além da compreensão mortal.
No entanto, o perigo que representavam não residia apenas na força, mas também na sua presença. Emanavam uma força implacável e sobrenatural, capaz de fazer hesitar até mesmo os guerreiros mais experientes.
Vashno apertou os joelhos com força. Aqueles não eram inimigos para serem enfrentados levianamente. Eram monstros. Poderosos, aterrorizantes… e completamente imprevisíveis.
Vashno enfiou a mão na pequena bolsa presa à cintura e retirou um minúsculo frasco. Com um movimento preciso, bebeu o conteúdo. Instantaneamente, uma porção de sua mana retornou a sua reserva, reunindo sua energia.
Ele expirou lentamente, pressionando as costas contra a parede enquanto tentava se tornar o menor e mais invisível possível. Então, ergueu a cabeça — e congelou. Passos ecoaram vindos de cima.
“Ouvi dizer que apareceram pessoas de fora”, disse uma voz.
“O imperador enviou tropas para matá-los e capturá-los. Um grande número de nossos soldados já caiu.”
“Então… por que estamos lutando contra esses forasteiros?”
“Hã? Você não ouviu?”
“Não.”
Vashno estreitou os olhos enquanto escutava, agachado nas sombras. Pelo ritmo e hesitação da fala, ficou claro que não suspeitavam de sua presença.
“Dizem que os forasteiros vieram para saquear os recursos de nossa terra. Um enviado de nossa deusa desceu e falou com Sua Majestade sobre isso”, explicou outra voz.
“Um enviado da nossa deusa?!”
“Sim… eu mesmo não vi o enviado, mas dizem que ele possui imensos poderes, abençoado pela deusa.”
O maxilar de Vashno se contraiu ao ouvir a menção da deusa. Lentamente, ele se encostou na parede perto da escada, esforçando-se para captar mais palavras. Mas os passos já haviam se afastado; os dois já tinham deixado o andar superior.
Ele soltou um suspiro silencioso.
Este lugar — com o cheiro de podridão e desespero pairando no ar — era uma prisão. Um lugar que mantinha inúmeras almas em tormento.
Assim que teve certeza de que o andar superior estava vazio, Vashno se moveu. Subiu as escadas cautelosamente, cada degrau silencioso. No topo, observou o corredor escuro. Dentro das celas, podia sentir movimento — figuras encolhidas, vivas, mas aprisionadas na miséria.
Os olhos de Vashno percorreram todas. Cada prisioneiro ali era uma história de sofrimento, e em algum lugar entre eles poderiam estar respostas ou oportunidades.
Os olhos de Vashno percorreram a cela da prisão. Lá dentro, uma figura esquelética estava encostada na parede fria e úmida, o corpo tremendo como uma vela prestes a se apagar. Suas pálpebras estavam pesadas, mal se agarrando à vida. Pulsos fracos e erráticos de energia emanavam dele — tão tênues que mal eram perceptíveis até mesmo para um olhar treinado.
Os instintos de Vashno se aguçaram. Se aquele homem se recuperasse, poderia alcançar o Rank S. Mas em seu estado atual… ele era um cadáver à espera de ser morto. Cada respiração superficial ressoava em seu corpo frágil, cada movimento uma luta contra a própria morte.
Vashno estalou os dedos, deixando sua mana se entrelaçar em uma gaiola silenciosa e apertada que isolava a cela do resto da prisão. Lá fora, os gemidos abafados, os passos arrastados e os gritos dos outros desapareceram.
Os olhos do homem se abriram de repente com um esforço excruciante, vermelhos e trêmulos, fixando-se em Vashno, que estava parado logo além das grades. Seus lábios estavam rachados e ressecados, enquanto ele sussurrava com urgência rouca: “Você se atreve… a usar sua energia aqui… Eles vão te detectar. Vão te caçar.”
“O quê?!” Os olhos de Vashno se arregalaram, o coração disparando quando o perigo se tornou evidente.
O prisioneiro tossiu violentamente e, em seguida, sussurrou a verdade: “Esta prisão… está repleta de vigilância. Qualquer energia fora de uma cela… alerta. Se você não sabia, então como… como você chegou aqui?”
O maxilar de Vashno se contraiu. Ele havia entrado por uma estreita passagem subterrânea, sem ser visto, com cuidado — mas agora entendia. Aquela não era uma prisão comum. As próprias paredes eram sentinelas, as pedras vibrando com vigilância, o ar denso de uma malícia silenciosa. Cada pulso de energia corria o risco de disparar alarmes.
Ele expirou lentamente, o ar frio e pútrido da câmara enchendo seus pulmões. Cada sombra parecia mais pesada ali, cada som amplificado. Um passo em falso, um lampejo descuidado de poder… e os caçadores desceriam.
Este lugar não se limitava a aprisionar corpos — ele monitorava, caçava e punia. E Vashno acabara de se deparar com suas garras.
Talvez o mecanismo de detecção da prisão fosse de baixa qualidade. Não conseguia detectá-lo enquanto ele mascarava deliberadamente sua presença, permitindo-lhe mover-se como uma sombra entre os condenados.
“Então… o que você sabe sobre a deusa?” Perguntou Vashno, com a voz baixa, mas imponente.
“Nada”, murmurou o homem, com a voz rouca e o corpo frágil tremendo.
“Estou preso porque não acredito na deusa.” Ele balançou a cabeça, os olhos turvos de exaustão.
Hum… Vashno desviou o olhar, examinando as fileiras de prisioneiros. Um pensamento fugaz de abrir todas as celas lhe passou pela cabeça, mas ele o abandonou quase instantaneamente. Eles estavam fracos demais. Mesmo que os libertasse, desabariam imediatamente, sucumbindo aos seus corpos frágeis e debilitados. Abrir as celas seria uma misericórdia apenas no nome, uma marcha lenta rumo à morte.
Ele expirou e caminhou em direção às escadas, mantendo sua presença oculta.
Logo em seguida, ele chegou à sala do diretor.
O próprio carcereiro era formidável, um especialista na Quinta Algema. Mas para Vashno, mesmo esse nível de poder era insignificante, um obstáculo menor facilmente superado.
Vashno sentiu a presença de três pessoas dentro da sala. Uma era o carcereiro. As outras duas mulheres estavam no nível da Primeira Algema. Elas estavam envolvidas em algum ato íntimo com o carcereiro, seus grunhidos e gemidos ecoando pela câmara, alheias a tudo o mais.
Desatento… e despreparado.
Os olhos de Vashno brilharam com uma luz fria e impiedosa. Suas mãos se tornaram um borrão num instante, rasgando o ar como lâminas duplas que fendem a própria realidade.
A sala explodiu num único e silencioso momento de precisão letal.
–Bang! Bang! Bang!
Três estalos silenciosos ecoaram no quarto apertado — rápidos demais, violentos demais para que qualquer um deles pudesse reagir.
Os punhos de Vashno atingiram seus rostos com uma força capaz de quebrar ossos.
As duas mulheres desabaram instantaneamente. Independentemente de serem da Primeira Algema ou não, a diferença entre a força delas e a de Vashno era como papel diante de uma tempestade. Elas caíram no chão inconscientes antes mesmo que suas mentes registrassem a dor.
O diretor, no entanto, permanecia quase inconsciente — um testemunho apenas de seu Reino, não de qualquer medida de preparo. Sua visão turvava violentamente enquanto cambaleava, os olhos arregalados em descrença. Alguém o havia atingido. Ali. Em seu escritório. No coração da prisão. A própria ideia era absurda.
Vashno não lhe deu tempo para compreender.
Ele avançou, as sombras se estendendo com seu movimento, e apertou a garganta do carcereiro com a mão. Seus dedos cravaram na carne como um torno de ferro.
Então — pressão.
Vashno liberou sua energia no corpo do homem, uma corrente violenta que atravessou nervos, órgãos e meridianos simultaneamente.
“Ghh!”
O carcereiro convulsionou, sangue jorrando de sua boca, os olhos arregalados de terror.
“Você… forasteiro?!” Ele conseguiu balbuciar, com saliva e sangue escorrendo pelo queixo. O terror em seu olhar se contorceu em algo raivoso, descontrolado e então disse: “Forasteiro… só há um destino para você. Você… vai… morrer.”
Antes que Vashno pudesse responder—
–BOOOOM!
Uma força monstruosa irrompeu de algum lugar muito acima.
Toda a prisão subterrânea estremeceu, poeira jorrando do teto, barras de metal rangendo como se fossem se soltar a qualquer momento. Mesmo através de camadas de terra e pedra, as flutuações de energia eram avassaladoras — poderosas o suficiente para esmagar pessoas mais fracas instantaneamente.
As pupilas de Vashno se contraíram.
Independentemente do que estivesse acontecendo na superfície…
Não era normal.
E não era pequeno.
–Boom!!
A carranca de Vashno se aprofundou quando ele ergueu o olhar. Com um estalo repugnante, ele esmagou o pescoço do carcereiro com a mão. O corpo do homem ficou mole, desabando no chão — a vida sendo levada em um instante.
“O que… está acontecendo…?” Vashno murmurou baixinho.
Acima, o ar vibrava com inúmeras ondas de energia. As flutuações não eram sutis — eram enormes, e cada pulso emanava um poder imenso.
Sem hesitar, Vashno desapareceu, reaparecendo nas sombras dos andares superiores. Sua ascensão à superfície foi rápida e implacável.
Dezenas de guardas cruzaram seu caminho. Eram disciplinados, armados e prontos para confrontar intrusos — mas Vashno era a própria tempestade encarnada. A cada passo, a cada movimento brusco de sua mão, caíam como trigo diante da foice. Punhos colidiam com ossos, cotovelos estilhaçavam costelas, e um turbilhão de movimentos deixava um rastro de corpos inconscientes ou sem vida.
Ele não tinha tempo para se esconder. Não tinha tempo para sutilezas. Cada segundo contava, e cada guarda que se colocava em seu caminho não passava de um obstáculo a ser eliminado.

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