Capítulo 1193 - Guerra Entre Anjos e Anjos Caídos
『 Tradutor: Crimson 』
Em pouco tempo, Vashno emergiu à superfície. Daquele ponto de vista, a prisão parecia enganosamente pequena, embora soubesse que suas profundezas se estendiam por mais de cem andares subterrâneos. Ao redor, estruturas e instalações extensas pontilhavam a paisagem — muitas delas expelindo fumaça densa e escura para o céu noturno. Pessoas corriam em meio ao caos, seus gritos abafados pelo rugido da destruição.
A névoa branca que envolvia grande parte do continente parecia evitar esta área. Os assentamentos dos habitantes locais permaneceram intactos, envoltos apenas na escuridão. Vashno considerou investigar o motivo, mas o instinto lhe dizia que a sobrevivência vinha em primeiro lugar.
“Isso é…?”
Ele esticou o pescoço para cima e seus olhos se arregalaram em descrença.
O céu fervilhava com uma tempestade de energia. Relâmpagos de várias cores iluminavam a noite enquanto a terra tremia violentamente sob seus pés. O próprio ar parecia ferver, uma pressão invisível forçando pessoas comuns a desabarem, agarrando suas cabeças em agonia.
Acima, inúmeras silhuetas colidiam com uma força estonteante, enviando ondas de choque que rasgavam a terra. Uma coisa as unia a todas: asas — brilhantes, aterrorizantes e divinas.
Anjos. Anjos caídos.
Os lábios de Vashno se entreabriram enquanto ele murmurava baixinho, quase para si mesmo: “Nem um dia se passou…”
A carnificina lá em cima estava apenas começando. E o que quer que estivesse acontecendo ali… era algo que jamais imaginara.
Acima do campo de batalha, uma visão ainda mais chocante aguardava. Uma gigantesca rachadura atravessava o céu, estendendo-se por centenas de milhares de quilômetros como o olho escancarado de um deus, encarando os mortais com um julgamento implacável. O ar tremia sob sua presença, carregado de uma energia inimaginável.
“Eles chegaram a danificar o reino secreto…” Vashno murmurou, sua voz mal audível em meio aos tremores.
E isso era apenas o primeiro dia. A carnificina já havia atingido uma escala que ele jamais imaginara. Vashno esperava que o conflito escalasse a esse ponto em três, talvez cinco dias. Contudo, os anjos e anjos caídos eram implacáveis, sua fúria e sede de sangue acelerando a destruição além da compreensão.
Ninguém que se aventurasse no reino secreto poderia ter previsto isso. Talvez apenas os anjos e os anjos caídos tivessem compreendido a tempestade que estavam desencadeando.
Vashno movia-se com uma precisão silenciosa, cada passo calculado, mesmo enquanto o chão tremia sob a fúria acima.
–Boom! Boom!
Explosões de energia divina ecoaram pela terra. Anjos trajados com armaduras resplandecentes abriram caminho entre as forças de outras facções, suas lâminas e feitiços semeando morte por onde passavam. Soldados fugiam desesperadamente, tropeçando nos escombros, os gritos dos moribundos se misturando ao rugido da batalha.
Para onde quer que olhasse, o campo de batalha fervilhava de caos: prédios destruídos, terra arrasada e corpos espalhados em todas as direções. O confronto acima e abaixo era imparável, um testemunho implacável da ira divina desencadeada por seres imortais.
Os olhos de Vashno se estreitaram. O mundo havia mudado em um único dia, e a verdadeira dimensão da guerra estava apenas começando a se revelar.
Os habitantes deste reino secreto não tiveram melhor sorte. Incontáveis cadáveres jaziam espalhados pelo chão, seu sangue encharcando a terra em rios carmesins. Casas, mercados e ruas foram reduzidos a ruínas fumegantes, os gritos dos vivos mal audíveis em meio ao estrondo da batalha acima.
‘Como é que essa luta começou…?’ Vashno murmurou para si mesmo, movendo-se cautelosamente pelo campo de batalha. Ele se mantinha nas sombras, evitando confrontos entre especialistas de alto nível cujos golpes poderiam obliterá-lo em um instante.
Seus olhos percorreram a distância e pararam. Um palácio imenso se erguia a cerca de cem quilômetros de distância, suas torres se elevando como garras em direção ao céu turbulento.
E acima dela pairava uma figura.
Um homem de meia-idade, com traços marcantes e imponentes, os olhos arregalados de desespero enquanto examinava os céus.
Ele era o Imperador do Império.
O único governante do único império do Continente do Grande Espírito. Seu status era inigualável, sua força formidável. Contudo, agora, diante dos forasteiros, todo o seu poder não significava nada.
Outrora, ele estivera acima de incontáveis vidas, comandando exércitos, subjugando nações à sua vontade. Mas ali, nada podia fazer senão contemplar a força imparável que despejava destruição do céu.
Em poucas horas, o império se transformara em um campo de batalha para forasteiros. Cidadãos jaziam massacrados nas ruas, seu sangue encharcando o chão. Torres que haviam resistido por séculos foram reduzidas a escombros, e a própria grandiosidade do palácio parecia frágil sob o ataque implacável.
Em questão de horas, o poderoso império, símbolo de força e ordem em todo o continente, foi reduzido ao caos, às ruínas e ao desespero.
“Por quê?!” Rugiu o Imperador, sua voz embargada pela raiva e incredulidade enquanto contemplava o caos acima.
O enviado de sua deusa desapareceu no instante em que os forasteiros atacaram. Ele acreditava — não, esperava — que seu império pudesse resistir ao ataque. Mesmo com as poções divinas oferecidas pelo enviado, foi em vão. Falharam miseravelmente. Cada estratégia, cada tropa, cada grama de poder — inútil contra os forasteiros impiedosos que saqueavam suas terras.
Em todo o império, reinava o caos. Facções se enfrentavam e se dispersavam, invadindo por todas as fronteiras. Os forasteiros visavam o império não apenas para conquistá-lo, mas porque era o maior território intocado pela névoa branca, rico em recursos prontos para serem tomados.
Os Caçadores de Sangue e outras facções atacaram como lobos. No início, seus ataques eram dispersos, quase oportunistas. Mas agora… transformaram-se em uma tempestade de carnificina, uma onda de destruição que dilacerou o império.
Os olhos do Imperador se voltaram para as ruas abaixo, rios de sangue reluzindo ao tênue luar. Palácios reduzidos a escombros, cidadãos fugindo e caindo em igual medida, os orgulhosos estandartes de seu império esfarrapados e encharcados de carmesim.
“Isto… é o fim”, Sussurrou ele, com a voz carregada de desespero, encarando a ruína que fora o trabalho de sua vida.
…
Enquanto isso, Vashno cruzava o campo de batalha a toda velocidade, tornando o chão indistinto sob seus pés. O imponente palácio erguia-se à frente, suas torres alcançando o céu noturno. Um brilho revelava uma matriz protetora ao seu redor, mas estava fragmentada — repleta de enormes buracos, tremeluzindo como uma chama moribunda, mal resistindo ao caos.
Ele não sabia como a matriz havia sido quebrada, mas não tinha tempo para refletir sobre isso.
Com um salto poderoso, Vashno alçou voo e deslizou por uma das aberturas. Aterrissou dentro dos jardins do palácio, onde mais de cem corpos jaziam espalhados pelo mármore ensanguentado. Seus olhos se estreitaram, a expressão se contraindo à medida que a gravidade do massacre o oprimia.
Sem hesitar, ele avançou, atravessando o pátio do palácio como uma sombra. As portas não ofereceram resistência; a própria estrutura parecia abandonada após a carnificina.
Lá dentro, os corredores refletiam os horrores do lado de fora. Cadáveres jaziam espalhados pelo chão, dilacerados e quebrados, o cheiro de sangue e ferro impregnava o ar, impregnando todas as superfícies. O outrora grandioso palácio havia se transformado em um túmulo.
Vashno parou abruptamente no meio do passo. Algo estava errado.
Acima dele, tênue, quase imperceptível, uma presença persistia. Fria, sutil, mas inconfundível. Alguém, ou algo, estava observando.
Seus olhos se estreitaram ainda mais, o corpo se tensionando enquanto se preparava. Neste palácio da morte, o perigo estava longe de terminar.
–Whoosh!!
Um clarão ofuscante irrompeu, forçando Vashno a recuar. Seu punho avançou, enviando uma onda pelo ar enquanto a figura atingida se chocava contra a parede.
“Você é habilidoso em furtividade”, os olhos de Vashno brilharam com malícia pura enquanto dizia: “Uma pena não ser o suficiente!”
Ele avançou com ímpeto, a energia crepitando ao redor de seu punho como uma tempestade.
[Punho Estelar da Destruição]!!
A figura lutou para se levantar, o rosto empalidecendo enquanto o punho enorme se aproximava. Sem hesitar, desencadeou suas artes marciais, brandindo adagas numa tentativa desesperada de deter o imparável.
–Bang!!
As adagas colidiram com o punho de Vashno. O impacto fez as paredes estremecerem, sacudindo o chão sob seus pés. Mas foi inútil. No instante seguinte, o ataque se estilhaçou. O punho atingiu o corpo do assassino com uma força devastadora. Ossos se quebraram, vasos sanguíneos se romperam e órgãos foram esmagados. A pressão só cessou quando… seu corpo explodiu em uma grotesca explosão, espalhando carne e ossos pelo corredor.
Vashno retraiu o punho, os olhos frios e desdenhosos enquanto olhava para a pilha macabra.
“Um Sexto Algema… ousando me atacar”, murmurou ele, com a voz baixa, quase entediada.
Ele flutuava no ar, movendo-se em meio à carnificina que cobria o corredor. Seus sentidos se aguçavam, vasculhando cada sombra, cada canto, em busca de outras ameaças.
No final do corredor, sua mão pressionou uma pintura.
“Este trabalho é impressionante”, murmurou ele e continuou: “Materiais de alta qualidade… mas…”
Com um lampejo de mana, a pintura se ergueu, revelando uma runa tremeluzente gravada na parede. Sua percepção penetrou a pedra além dela, confirmando que não havia nenhum compartimento oculto atrás.
O olhar de Vashno percorreu o corredor mais uma vez, calmo, porém letal, como o de um predador que acabara de lembrar sua presa do preço da audácia.
Um brilho fraco e pulsante surgiu na palma da mão de Vashno. Ele a pressionou contra a runa, e uma onda de mana pura irrompeu, rastejando pela parede como fogo líquido.
–Ohm!!
O ar à sua frente distorceu-se violentamente. A runa brilhou intensamente e uma passagem espacial se abriu, engolindo luz e sombra. Os objetos ao redor da abertura se curvaram e se contorceram como se a própria realidade estivesse tremendo sob a pressão.
Sem hesitar, Vashno deu um passo à frente. O corredor atrás dele pareceu se esticar e distorcer, o palácio desaparecendo de vista à medida que ele entrava no corredor.

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