Histórias 1
Capítulos 33
Palavras 39,5 K
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por Bar do Bardo — “Você mente com lógica.” Era essa a frase que pairava em minha mente, repetindo-se como um eco interminável, corroendo minha lucidez a cada vez que surgia. Sentado à mesa de metal da DPT, o piso de pedra reluzindo sob a fraca iluminação das lamparinas arcanas, eu encarava o vazio que se abria além do tampo frio. A delegacia, normalmente barulhenta, estava mergulhada em um silêncio pouco comum, como se as paredes também se calassem diante da sentença que a Dragonesa Negra me lançou. Aquela… 39,5 K Palavras • Ongoing

por Bar do Bardo — Os olhos dourados da Dragonesa cravaram-se em mim como lanças arcanas, e naquele segundo, a sala deixou de existir. Não havia chão, nem colunas, nem Wian — apenas o abismo incandescente de sua fúria, e eu, à beira dele, com a mentira na garganta e a verdade costurada nos lábios como uma ferida mal cicatrizada. O silêncio que precedeu sua pergunta foi o de uma tempestade retendo o sopro final antes do dilúvio. — Como você sabia? — perguntou ela, e sua voz não soou como uma curiosidade.… 39,5 K Palavras • Ongoing

por Bar do Bardo — O salão da Dragonesa Negra era um labirinto de contrastes. As paredes, altas como torres, eram revestidas de pedra vulcânica polida, negra e reluzente, refletindo o tremor das chamas dos archotes como estrelas aprisionadas. O chão, de obsídia lisa, parecia um lago congelado sob nossos pés, tão nítido que eu quase via meu próprio rosto deformado nele — pálido, com os olhos arregalados de quem carregava um segredo letal. Colunas esculpidas com runas antigas sustentavam um teto abobadado, onde… 39,5 K Palavras • Ongoing

por Bar do Bardo — — Vou causar uma distração e, na hora exata, deixarei aqui uma réplica perfeita. Quando a Dragonesa perceber, já será tarde. Ele ergueu a mão translúcida, mostrando-me uma pena falsa que cintilava fracamente, sem o mesmo esplendor hipnótico da original. Seria o bastante para enganar olhos desatentos — e, talvez, até mesmo os soldados do castelo. — Confie em mim — a voz da dragonesa parecia carregada de um humor ácido. Confiança. A palavra ganhou um gosto amargo na minha boca.… 39,5 K Palavras • Ongoing

por Bar do Bardo — A cidade acordava, mas era um despertar inquieto, daqueles que deixam uma insônia leve na alma, um desconforto que sussurrava no ouvido de todos: algo estava fora do lugar. As ruas, geralmente vibrantes com o barulho dos comerciantes e a algazarra das crianças, estavam silenciosas, povoadas por olhares furtivos e agrupamentos de pessoas cochichando o medo em murmúrios baixos. Eu caminhava entre elas, sentindo aqueles olhares nervosos me queimar as costas. Sabia que não era respeito, mas a esperança… 39,5 K Palavras • Ongoing

por Bar do Bardo — Minha mente corria, frenética, tentando formular uma desculpa que não fosse completamente desmascarada. Sabia que, ao desobedecer a ordem de Kadri e seguir investigando o caso por conta própria, eu corria o risco de piorar ainda mais a situação — talvez ser afastado permanentemente ou até enfrentar consequências mais severas. — Então... — comecei, usando o meu melhor sorriso forçado, aquele que normalmente funcionava para disfarçar improvisos. — Eu estava apenas... revisando o caso,… 39,5 K Palavras • Ongoing

por Bar do Bardo — — Vamos revisar o que já sabemos — falei para Wian, enquanto contemplava a noite. — Um assassinato ocorreu na taverna que, ironicamente, se chama 'A Última Dose'. Descobrimos uma conversa da vítima com o diretor da escola, uma caixa enigmática, e o fato de que nossa única pista foi morta por aranhas robóticas. A noite desdobrava-se majestosa acima de nós, estrelada, pintada com duas luas — uma tingida de um suave azul e a outra de um amarelo pálido. Era possível distinguir claramente a… 39,5 K Palavras • Ongoing

por Bar do Bardo — Naquela época, eu ainda vivia imerso em uma ilusão, acreditando que a vida se assemelhava a um conto de fadas. Convencia-me de que, por mais sombrias que fossem as circunstâncias, eu era imune à morte, e que, de algum modo, o bem triunfaria inevitavelmente sobre o mal. Era uma visão infantil e simplista dos acontecimentos, como se eu desesperadamente quisesse me enxergar como o protagonista de uma história, buscando um sentido heroico para a minha existência, na esperança de que o destino me… 39,5 K Palavras • Ongoing

por Bar do Bardo — “Eu sempre tive uma relação peculiar com a morte, uma espécie de fascinação mesclada com impotência. A perda das pessoas nunca deixou de me atingir com um golpe seco, frio, cortante... E talvez, por isso mesmo, a vida alheia, essa coisa estranha e efêmera, tenha para mim um valor que não consigo dar à minha própria existência miserável.” “Impotência... Essa palavra ecoa em mim como um trovão distante. É o que sinto agora. A única pista que tínhamos se foi — morta, silenciada… 39,5 K Palavras • Ongoing

por Bar do Bardo — — Como vocês não perceberam? — exclamei, quase incrédulo. — Olhem para os sinais! Apontei para o chão, onde, para qualquer observador comum, não havia nada além de manchas de sangue e os vestígios evidentes de uma luta. — Bem, se você está dizendo isso, deve ter visto algo que justifique essa suposição, mas eu não consigo ver — respondeu o anão, sua voz carregada de uma hesitação cautelosa. Tanto Wian quanto sua irmã assentiram em silêncio, partilhando da mesma… 39,5 K Palavras • Ongoing