Histórias 1
Capítulos 82
Palavras 111,3 K
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por Israel Ribeiro — As rodas das carruagens da Casa Krosys avançavam devagar pela estrada úmida, o som das ferraduras e do metal ecoando entre as colinas cobertas por névoa. O brasão azul e prateado nas laterais ainda brilhava, mesmo após dias de viagem, símbolo de uma casa antiga, influente e orgulhosa de seu nome. Dentro da carruagem, o seu interior era amplo e silencioso. Cortinas de veludo azul escuro bloqueavam parte da luz, e o aroma leve de chá de folhas secas se misturava ao cheiro de couro novo.A jovem… 111,3 K Palavras • Ongoing

por Israel Ribeiro — O vilarejo de Noren ainda cheirava a terra molhada e sangue.Os soldados terminavam de prender as carroças, revisar equipamentos, ajustar cordas e limpar lâminas. O som metálico das fivelas se misturava ao burburinho da multidão. Rostos sujos, olhares ansiosos, todos fitando Ian como se estivessem diante de uma lenda viva atravessando a rua principal. Ele fingia não notar. Ajustou o sobretudo, verificou o cavalo da carruagem e esperou em silêncio. — Guardião! — chamou o capitão da… 111,3 K Palavras • Ongoing

por Israel Ribeiro — A manhã seguinte chegou sem que Karl tivesse realmente dormido.O ar do jardim ainda cheirava a fumaça e pedra queimada. A claridade pálida que atravessava as fendas do teto mal iluminava o abrigo improvisado. Ele e Laura trabalhavam em silêncio, separando mantimentos e ferramentas que haviam conseguido na troca do dia anterior. O som dos frascos e o tilintar do metal ecoavam como pequenas lembranças do que restava de normalidade. — Ainda não acredito que deixamos tanta coisa pra trás… —… 111,3 K Palavras • Ongoing

por Israel Ribeiro — Mapas e relatórios estavam espalhados pela mesa central, alguns riscados com tinta vermelha, outros cobertos de notas recentes. O ar era pesado, carregado de dúvidas marcadas e pergaminhos abertos. Thalien mantinha-se ereta à cabeceira da mesa, as mãos firmes sobre a madeira. A voz não era alta, mas tinha o peso de quem estava acostumada a ser obedecida.— O setor leste precisa de reforços na drenagem. Se mais um túnel ceder, vamos perder a passagem direta para o entreposto. Malrik bufou,… 111,3 K Palavras • Ongoing

por Israel Ribeiro — A casa ainda cheirava a mofo quando Karl e Laura arrumavam os mantimentos do mercado. Entre sacos de arroz, raízes secas e tecidos dobrados, havia uma rara sensação de alívio. Laura testava os grãos com a ponta dos dedos, enquanto Karl ajeitava as ferramentas novas no canto. — Dessa vez a troca valeu. — disse ela, quase sorrindo.— Até parece milagre. — Karl respondeu, batendo na sacola com orgulho. Mas o milagre durou poucos instantes. Uma vibração começou pelo chão. Primeiro… 111,3 K Palavras • Ongoing

por Israel Ribeiro — O corredor parecia se estreitar ainda mais conforme Karl avançava pelos tuneis da periferia de Altheria. As paredes de pedra carregavam marcas de séculos, fissuras que se cruzavam como cicatrizes, musgo enegrecido em alguns pontos e gotas escorrendo até formar poças rasas no chão. Cada passo dele arrancava um respingo que ecoava, como se os corredores quisessem repetir sua presença para todos os cantos. O ar cheirava a poeira molhada, misturada ao ferrugem de metais. A tocha na mão de Karl… 111,3 K Palavras • Ongoing

por Israel Ribeiro — As carruagens reduziram o ritmo à medida que a estrada se abria em uma clareira. O som das rodas sobre a terra deu lugar ao estalar das rédeas, e os soldados começaram a se mover com a disciplina costumeira. Logo a rotina tomava forma, tendas sendo erguidas com movimentos rápidos e sincronizados, estacas sendo fincadas no solo úmido, e fogueiras iniciadas em pontos estratégicos para afastar o frio. Mais ao fundo, algumas guardas se reuniram em pequenos grupos, dividindo tarefas enquanto o olhar… 111,3 K Palavras • Ongoing

por Israel Ribeiro — Narrado por Lysvallis Acordei com o peso de mil martelos batendo dentro da minha cabeça. A luz que atravessava a lona parecia zombar da minha falta de auto controle, desde quando fiquei tão fraca para o álcool? Respirei fundo, tentando ignorar o enjoo e a secura da boca, mas o incômodo persistia. Estava atrasada... O acampamento já devia estar em movimento, desmontando as tendas, organizando as carroças. E eu, a rainha, permanecia deitada como uma garota que não sabe beber. Sentei-me… 111,3 K Palavras • Ongoing

por Israel Ribeiro — A noite já estava avançada quando Thamir finalmente saiu da Tenda de Elenys. No acampamento, o silêncio se fazia presente, interrompido apenas pelos murmúrios dos guardas em suas vigílias. Thamir caminhou em direção à sua tenda provisória, montada ao lado da tenda de Elenys. O vento frio assobiava entre as lonas das tendas, fazendo a estrutura ranger suavemente. Thamir se acomodou, permitindo que a mente desacelerasse. Mas antes que o sono o tomasse por completo, uma névoa estranha se formou… 111,3 K Palavras • Ongoing

por Israel Ribeiro — A tenda de Elenys era diferente das demais. Ao invés de mesas altas e cadeiras de madeira, o espaço era coberto por tapetes grossos e almofadas largas, com uma mesa baixa no centro, adornada por pratos simples de pão, carne defumada e vinho. A luz suave de lamparinas espalhadas pelo ambiente criava um ar mais íntimo, quase aconchegante, apesar da tensão que rondava cada gesto. Thamir estava sentado de pernas cruzadas, um braço apoiado no joelho, postura relaxada, mas o olhar carregava aquela… 111,3 K Palavras • Ongoing