Histórias 1
Capítulos 23
Palavras 118,4 K
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Tempo de Leitura 6 horas, 34 minutos6 hrs, 34 m

por higgscrowl — Oliver sorriu quando percebeu que meus olhos haviam se fixado no último feitiço: Ignis Mortem. Ele nem precisou perguntar. Sabia. A afinidade se revelava sozinha, como um perfume invisível que apenas os magos experientes sentiam. — Claro que seria esse — murmurou, pegando o cachimbo de volta no ar. — A magia mais condenada do círculo, e você se apaixona por ela à primeira vista. Ah, Perséfone, você realmente tem bom gosto. — Ele é o primeiro — respondeu ela lá de cima, com os pés… 118,4 K Palavras • Ongoing

por higgscrowl — No dia seguinte, fui acordado com o som oco da bengala de Oliver batendo no chão da torre mágica. A luz do amanhecer atravessava os vitrais altos, pintando o espaço com tons suaves de púrpura e dourado. Pers ainda dormia recostada na parede, os cabelos espalhados como neve sobre o chão de pedra. — Hoje, nada de lutas épicas nem trovões negros — disse Oliver, com a voz séria e sem o habitual sarcasmo. — Sente-se, Hades. Pernas cruzadas. Coluna reta. Silêncio absoluto. Obedeci,… 118,4 K Palavras • Ongoing

por higgscrowl — Com um estalar de dedos, Oliver girou o cachimbo no ar e soprou uma baforada lenta, densa, tão púrpura quanto o crepúsculo entre mundos. A fumaça se contorceu, flutuando como seda viva, até se adensar em um círculo perfeito no chão polido da torre mágica. — Que comece o espetáculo final — disse ele, em tom grave, como se estivesse abrindo a cortina de um palco dos antigos teatros de Emberfell. A fumaça roxa se ergueu como colunas ao redor do círculo e, dentro dele, surgiu a forma… 118,4 K Palavras • Ongoing

por higgscrowl — Após aquela pausa, aquela breve eternidade entre flores douradas e chá quente, voltamos à rotina. Ou melhor, Oliver nos puxou de volta a ela com a delicadeza de um trovão. Na manhã seguinte, quando abri os olhos ainda com o cheiro dos cabelos de Perséfone preso à memória, ele já estava ali. Sentado na beirada da torre mágica, como se nunca tivesse saído, equilibrando o cachimbo entre os dentes e empilhando livros como um castelo de cartas. — Dormiu bem, jovem apóstolo? — disse ele,… 118,4 K Palavras • Ongoing

por higgscrowl — Os dias se arrastavam em meio à poeira mágica da torre, e os treinos com Oliver começavam a pesar mais do que o corpo podia suportar. As manhãs começavam cedo, os músculos ainda doíam dos combates com esqueletos invocados por Pers, e antes mesmo que o sol aquecesse os girassóis, já estávamos de pé, eu, exausto; Oliver, implacável. — Um mago de verdade não se faz com talento. — disse ele certa manhã, enquanto me obrigava a recitar dez vezes a mesma fórmula de canalização. — Faz-se… 118,4 K Palavras • Ongoing

por higgscrowl — A luz púrpura girou ao nosso redor como um redemoinho etéreo e familiar, e num piscar de olhos, a realidade se curvou mais uma vez. Estávamos de volta à torre mágica, ou, como Oliver havia apelidado em tom de deboche, o teatro acadêmico da mente disciplinada. As paredes eram feitas de fumaça firme, como se o próprio ar tivesse sido treinado para obedecer. Os vitrais flutuavam sem estar presos a nada, transbordando mana líquida que brilhava como rios no céu. Pers já estava lá, sentada… 118,4 K Palavras • Ongoing

por higgscrowl — Oliver pigarreou mais uma vez, como se suas cordas vocais fossem feitas de couro seco e precisassem ser despertadas antes de qualquer discurso. O cachimbo ainda soltava espirais de fumaça púrpura, agora mais preguiçosas, como se também já estivessem cansadas da aula. — E com isso, caros leitores — disse ele, erguendo os braços com exagero teatral — encerramos a parte chata, porém essencial, da nossa adorável geopolítica. Podem respirar. A guerra ainda não começou, e os mapas ainda não… 118,4 K Palavras • Ongoing

por higgscrowl — Oliver surgiu por detrás das cortinas violetas como se estivesse voltando de um número de mágica. Limpou as lentes de seus monóculos com um lenço invisível, tragou lentamente o cachimbo que soltava pequenas notas musicais no ar, como se estivesse afinado com o que viria e então se postou no centro da sala. — Ah, meus caros leitores, depois de tanto amor nos campos dourados, é hora de voltarmos à poeira da estrada e ao tilintar das moedas — disse com um sorriso torto, o olhar faiscando sob… 118,4 K Palavras • Ongoing

por higgscrowl — Oliver inclinou-se sobre a mesa, apoiando as mãos magras e rindo com aquele tilintar inconfundível do seu cachimbo mágico, um som que, para mim, marcava o fim de cada sessão. — Está ficando tarde, meus caros leitores — anunciou com teatral seriedade — e nossos cérebros já fumegam mais do que este velho cachimbo. Continuaremos amanhã esta jornada por Chaia, por seus impérios e pecados, pela política dos mortos e pela ciência dos vivos. Ele bateu palmas num ritmo cadenciado, como se… 118,4 K Palavras • Ongoing

por higgscrowl — Voltamos à sala devagar, como se aquele instante sob a sakura tivesse descolado o tempo do mundo. O vento ainda trazia no corpo pétalas cor-de-rosa que dançavam em espirais preguiçosas ao nosso redor, e, por um momento, me perguntei se algum Deus não estava sussurrando ao destino: deixe-os só mais um pouco. Mas não. O dever, sempre ele, nos chamava de volta. E como dois estudantes tardios em uma escola sagrada, cruzamos a porta da sala universitária com os olhos cúmplices e o sorriso contido de… 118,4 K Palavras • Ongoing