Histórias 2
Capítulos 310
Palavras 401,6 K
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Tempo de Leitura 22 horas, 18 minutos22 hrs, 18 m

por David C.O — Depois de um café reforçado — ou o que chamavam de “café” naquele lugar — Cael despertou a todo vapor. Ou, ao menos... deveria. O universo, em sua eterna teimosia, ainda apostava que ele fosse algo além de um covarde. — Não acredito que comi uma larva gigante… agora há pouco… — comentou entre arrotos, com o rosto ainda contorcido de arrependimento. Alisava o novo traje: um manto branco que caía até os pés. — Pelo menos me deram um uniforme… — Não é um uniforme! — o… 9,9 K Palavras • Ongoing

por David C.O — — Por que está aqui? Por que seguiu as decisões que eles tomaram por você? A voz do brutamontes soou calma, inquisitiva — quase como a de um psicólogo em plantão —, enquanto Cael obedecia às suas instruções. Avançou com um soco direto, mas no instante do impacto, foi como esmurrar concreto. A dor subiu em espiral, do punho ao ombro. — Grr… cacete… Recuou, sacudindo a mão como quem espanta a realidade. Soltou um suspiro, entre o cansaço e a raiva. — Tu é uma muralha de aço,… 9,9 K Palavras • Ongoing

por David C.O — A luta de fato começou. E… novamente, ela se via diante de um abismo. Era conflitante. Um déjà-vu envenenado pela memória de derrotas e cicatrizes. Mais uma vez, estava diante de uma situação que somente ela poderia enfrentar — e não havia margem para erro. Não agora. Não com tantas vidas dependentes de sua decisão. Se ele sequer tivesse uma chance… seria o fim. Foi com esse pensamento que se lançou à frente. Sem um olho, sem uma mão, com metade do corpo em frangalhos… mas sua… 391,7 K Palavras • Ongoing

por David C.O — Foram levados ao setor dele num estalar de dedos. Literalmente. Os dois despencaram no meio de uma via movimentada e quase foram convertidos em patê sob as rodas de uma carroça flutuante — ou de algo que claramente tinha assistido “De Volta pro Futuro” demais e resolveu se passar por uma. Ao redor, figuras com mantos helênicos cruzavam apressadas, como se tivessem escapado de um museu temático da Grécia Antiga e estivessem atrasadas pro “TED Talk” de Sócrates. E, claro, como sempre, o bug… 9,9 K Palavras • Ongoing

por David C.O — E, diante de mais de cem da própria espécie — seres antigos, ex-guardiões de eras passadas, lendas vivas do além —, num tribunal cósmico que ficava literalmente em lugar nenhum, os dois estavam ali. Cael, encolhido como um estagiário pego usando a impressora do trabalho para imprimir currículo. E o loiro, em pé, desafiador, com aquele jeitão de quem já tinha aprontado coisa muito pior. Ao redor, uma névoa densa cobria seus pés. E, no centro de tudo, a entidade mais poderosa daquele… 9,9 K Palavras • Ongoing

por David C.O — (poV Cael) Cara… atravessar aquele portal foi tipo… uma brisa. Literal. Me senti sendo sugado para dentro de um mundo mágico — coelhinhos pulando, graminha verdinha, aquele clima de filme do Studio Ghibli… Será que era o tal pós-vida irado depois de virar panqueca no caminhão dos animes? Pois é. Não. Foi mais tipo levar um tapa na cara com a mão de Deus. Caí. Mas não foi qualquer queda, não — foi daquela maneira humilhante, estilo saco de batata, direto numa terra seca e estalando.… 9,9 K Palavras • Ongoing

por David C.O — Saindo do necrotério, com as roupas sujas de sangue e rasgadas pelos furos das balas, Cael sentia o peso do ar ao redor dele. A camisa branca, agora encharcada, colava em sua pele, o casaco desbotado balançava com o vento frio da madrugada. E olhou para o céu, um pouco tonto, como se estivesse tentando entender onde estava, o que era aquilo, se ainda estava em sua realidade. — Deus... Maria cheia de graça... Buda, obrigado! Clamava, a voz tremendo entre o alívio e a incredulidade. Como se… 9,9 K Palavras • Ongoing

por David C.O — Agora, caro leitor, deixe-me eu... Elar, assumir a narração. 22h. Necrotério do Cemitério do Bonfim. Lá estava. Estirado sobre a mesa de aço inox, pele parda já perdendo o tom, boca seca, roxa. Cabelos em low fade, cinco buracos no peito. Precisos. Frios. Sem chance de defesa. Mataram-o sem dó. Mas o tal bandido que o derrubou morreu com dezenove tiros logo depois. Se isso serve de consolo… — Tão jovem… A voz saiu baixa, quase um lamento. Era da médica legista: loira, olhos azuis,… 9,9 K Palavras • Ongoing

por David C.O — Belo Horizonte, Minas Gerais… A corrida dos ratos tá rolando solta. E eu, um moleque de 21 anos, tô no pique, correndo junto, acelerando sem freio. Sou motoboy. Depois do primeiro acerto, tô vivendo na sorte dos corres. Dia, noite, madrugada… tô rodando atrás de dinheiro — cada vez mais escasso nesse país meio falido que a gente insiste em chamar de lar. Mas, fazer o quê? Reclamar é fácil. Difícil mesmo é elogiar. Então, cá estou. Dia após dia. Vida Severina. Entregando as pizzas… 9,9 K Palavras • Ongoing

por David C.O — Antes do estrondo. Antes de Luciel romper as barreiras entre os mundos e mergulhar as raízes da criação no caos. Ele havia descido silenciosamente até as profundezas do Lago do Principado — um lugar esquecido por homens e entidades, onde o tempo parecia estagnado e a luz jamais ousava tocar as profundezas. Tais águas eram tão negras quanto a alma de um condenado pelo próprio pecado. E, como um carrasco que conhece bem o destino de suas vítimas, estendeu a mão e arrancou seis caixões do… 391,7 K Palavras • Ongoing