Histórias 1
Capítulos 127
Palavras 259,5 K
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por Dellos — — Mais de sessenta mortos. Uma tragédia — lamentou sir Alóis. Seus olhos avelãs, levemente manchados de cinza pelo uso de mana, refletiam o brilho dourado das velas acesas que iluminavam o escritório. Todas estavam acesas, à exceção de uma. O cheiro do melgráz quente nas canecas temperava o cômodo com um agradável aroma. — Não se poderia esperar algo diferente dada a situação. Por que demoraste tanto para ir à vanguarda do combate? — perguntou Thierry. Uma dor começara a… 259,5 K Palavras • Ongoing

por Dellos — Um brilho pálido atravessava as frestas entre as folhas das árvores do bosque dos Torboun. Laranjeiras, macieiras e romãzeiras na maior parte, embora nenhuma estivesse em época de colheita. Os ancestrais da casa pareciam ter apreço por frutas, espalhando tanto dessas árvores ao redor de seu decrépito castelo. Odilon se mantinha parado como uma delas nos momentos de calmaria do vento. Sentiu uma folha cair em sua cabeça, juntando-se a outra dúzia que havia pousado lá anteriormente,… 259,5 K Palavras • Ongoing

por Dellos — Jonas ergueu a mão até a vela, sentindo o agradável calor que o protegia contra o frio noturno. Ouvia o som das gotas de chuva caindo. Era difícil saber quando iria chover e quando não naquele lugar. O céu permanentemente nublado dava poucas previsões de tal coisa. O que tornava o tempo imprevisível. Imprevisível como cada momento parecia ser. — Caralho, eles tinham que ir logo para aquele lugar? — lamentou. — Francamente, é muito azar achar um canto bom e no mesmo dia esse lugar… 259,5 K Palavras • Ongoing

por Dellos — — Coloque mais lenha, ou morreremos de frio antes que o inverno chegue — disse o pai de Odilon em seu tom imperioso. A serva se apressou para cumprir a ordem. Não estava tão frio, mas a carne do velho duque parecia se contorcer com a menor e mais breve brisa que fosse. Odilon o via se agitar enquanto era posto pelos servos no cadeirão da sala, coberto de peles e mantas grossas. As enormes pelancas pareciam prestes a cair de seus braços magros e esqueléticos cada vez que ele os erguia. A… 259,5 K Palavras • Ongoing

por Dellos — A luz do sol poente iluminava os campos dourados que muito em breve seriam colhidos, de acordo com Theo. Júlia estava em frente ao poço, lavando roupas. Suas mãos estavam doloridas e enrugadas. Estranhava não ter adoecido estando tão exposta ao sol e a água quente todos os dias. Na verdade, nenhum deles havia ficado doente, exceto talvez por Theo, mas aquilo fora diferente. Na verdade, ela nem sabia ao certo o que tinha acontecido, sabia apenas o que os outros lhe falaram. Afinal estava… 259,5 K Palavras • Ongoing

por Dellos — Ventos frios sopravam por entre as árvores cobertas de musgo e neblina, fazendo as folhas chacoalhar e caírem. Jonas podia ouvir o coaxar dos sapos, o canto das cigarras, e mais além. Ouvia os passos das lebres, o uivo distante dos lobos de skoll, o som de um galho quando uma ave nele pousava e levantava voo. Ouvia a sinfonia que era mundo com seus inúmeros e caóticos instrumentos. E ouvia também os outros sons, mais próximos e conhecidos. — Lembrei de quando ia na casa das minhas… 259,5 K Palavras • Ongoing

por Dellos — Os ecos dos moribundos reverberaram pelos antigos paredões da garganta do camelo. Ossos à vista, carne rasgada de cortes feitos por lâminas cegas, grandes hematomas e nódulos negros. Duas dezenas de homens estendidos como galhos secos de um sarça. Burak sabia que a maioria não viveria para além de algumas noites. Faria melhor coisa por eles dar-lhes a honra de serem oferendas ao deserto do que deixá-los viver um dia que fosse na miséria de um aleijado. E foi o que fez. Ordenou a meia… 259,5 K Palavras • Ongoing

por Dellos — “Vento”. Sempre ventava naquele lugar. Não uma brisa agradável, carregada da fragrância de perfumes sobrepostos e aromas de doces e comidas da qual fora acostumada. Sequer era o hálito quente dos esgotos abaixo das avenidas principais e ruas sujas dos bairros mais sujos a qual já pisara, ou do suor fresco de um metrô no final do dia. Não tinha cheiro de nada além de areia. As migalhas batiam contra seu rosto, alojando-se no nariz, boca e junto a suas pálpebras. Incomodava-a cada vez que… 259,5 K Palavras • Ongoing

por Dellos — Estava claro como o dia, mas não havia sol. Apenas um vasto céu azul sem nuvens. Vazio. Tão vazio quanto aquele lugar. A sua frente, estava uma enorme porção de água, semelhante a um mar. Mas era um rio, ela sabia, tão grande que não conseguia ver a outra margem. Podia perceber quão poderosa era a sua corrente pelo som de suas águas. Atrás de si, havia campos brancos, que se estendiam até onde a vista alcançava. Eles lhe davam uma estranha sensação de calma. Quando havia chegado ali? Não… 259,5 K Palavras • Ongoing

por Dellos — — O que é esse azul, o céu? Por quê ele está embaixo? — perguntou uma voz sua, inocente e infantil, admirando um desenho estranho e curioso. Frustrou-se com a risada que recebeu como resposta. — Não, o céu está acima dele — Seu pai apontou com o dedo para o desenho. — Vê que essas cores são diferentes? Esse aqui é o céu — passou-o pela parte dita, de um cinza azulado repleto de partes brancas e então para um azul mais escuro, nunca por ela visto —, e esse aqui é o… 259,5 K Palavras • Ongoing