Histórias 1
Capítulos 127
Palavras 259,5 K
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por Dellos — O vento rosnava por entre as escarpas cortantes e irregulares no alto da imensa formação rochosa que cortava o deserto ao meio como uma monumental muralha decaída. Ítalo cobria o rosto com uma manta que usava como capa, cobrindo seu corpo da cabeça aos pés para protegê-lo do vento. Fazia uma careta de dor a cada pisada. Os sapatos haviam se rasgado de forma irremediável noites antes, deixando os pés expostos a qualquer coisa que houvesse no solo. Areia escorria por entre os dedos… 259,5 K Palavras • Ongoing

por Dellos — — Jonas, venha cá — Ele ouviu uma voz rouca o chamar, e se apressou seu passo na direção em que ela se originava. Ele entrou na garagem, sentindo cheiro de cigarro permeando o ar. Muito da rouquidão na voz de seu avô era devido a eles. — Oi vô. — Você mexeu no meu rádio? — O velho perguntou. Sua carranca retorcendo as rugas da face. Ele estava debruçado sobre a mesa, mexendo no rádio. — Não, nem toco nisso. A gente tem tv hoje em dia,… 259,5 K Palavras • Ongoing

por Dellos — Quando criança, Ítalo assistiu a desenhos e filmes sobre guerreiros lutando, com grandes espadas mágicas, contra monstros e terríveis feiticeiros, desejando um dia ter uma espada e ser ele próprio um cavaleiro que venceria o mal. Sonhara, em seus delírios de infância, em derrotar dragões e feiticeiros, tal como aqueles heróis a quem crescera assistindo. Com a idade, a compreensão de seu mundo, e as palavras de sua madrasta, sonhos se transformaram em ilusões. Ilusões essas que o seu eu havia… 259,5 K Palavras • Ongoing

por Dellos — Jonas bateu com o copo vazio na mesa de madeira, ouvindo a risada desagradável do conde rubro encher-lhe os ouvidos. Sentia o estômago se revirar enquanto o hidromel se espalhava por ele. — Bom, bom, você aguenta bem, garoto — crocitou o conde, bebendo da sua própria caneca. — Mas falta… muito par… me “sulperar” — disse entre arrotos e soluços. Espero nunca superá-lo. — O senhor é insuperável, conde. Tanto no copo, quanto em generosidade — elogiou Eric, erguendo sua… 259,5 K Palavras • Ongoing

por Dellos — Era um dia dourado e sem sol. As ruas jaziam barulhentas e vazias. Sons como o bater de asas de mil pássaros podiam ser ouvidos ecoando por todas as vielas, mas não se via uma pena flutuando no ar. Não havia ninguém. E havia Ele a encarando. — Olá, portadora — saudou-a com a voz e o rosto familiares de sua mãe. Julia não respondeu. Aguardou, sabendo que Ele continuaria. E Ele continuou. — Vejo que está mais paciente do que em nosso último encontro. Isso fará lhe fará bem — Um… 259,5 K Palavras • Ongoing

por Dellos — Os dois times entraram na quadra, um ao lodo do outro, ficando em linha reta, de frente para a arquibancada principal, como se fosse um jogo de verdade. O hino nacional tocou, enquanto todos fingiam cantá-lo. Júlia achava tudo aquilo estupido. Não era como se fizesse qualquer diferença no jogo. Apenas Ítalo parecia cantar realmente. Após o hino terminar, as equipes se cumprimentaram. Ela olhou para Eduardo e notou algo. Nenhum de seus colegas de classe o cumprimentou enquanto passavam. As… 259,5 K Palavras • Ongoing

por Dellos — — Estão demorando — murmurou Piercy, olhando para a multidão em constante movimento ao redor, dançando e cantando. — São mulheres conversando, não é surpresa — brincou Théo com um tom sarcástico na voz. Debret riu. Um som que parecia saturado frente ao clima animado do festival que se desenrolava. — O garoto sabe das coisas — comentou ele. — De fato, se saíram para conversar, é de se esperar que não voltem tão cedo, uma vez que duas mulheres multiplicam cada assunto… 259,5 K Palavras • Ongoing

por Dellos — Amarelo, vermelho, azul. As coloridas cordas chacoalhavam ao vento, estendidas como fitas de festa junina nos postes que cercavam o lugar da festividade. Verde, laranja, violeta. Eram longas, entrançadas e finas. Preto, branco, dourado. Coloriam o nublado céu branco e pareciam vivas. Tão vivas quanto as pessoas sob elas. Palmas, vivas e risos se alastravam pela multidão como fogo em uma casa de madeira, enquanto tambores eram batidos, flautas sopradas e… 259,5 K Palavras • Ongoing

por Dellos — Havia algo de errado com seus pés. Sabia, mas não conseguia entender o que era. Entendia apenas que esse era o motivo pelo qual a espada de madeira fora atirada de sua mão novamente. Thierry sempre preferia isso ao invés de um golpe direto. Algo que Eduardo poderia considerar humilhante, não fosse pela última vez que fora acertado. Demorara dois dias para conseguir se mover sem o joelho gemer de dor. Desde então ele vira essa preferência como uma pequena misericórdia de alguém que… 259,5 K Palavras • Ongoing

por Dellos — O fogo crepitava na lareira de pedra negra, que iluminava o pequeno cômodo. Caio, Carmen, e Eduardo sentavam-se no chão de madeira, próximos a ele, buscando se aquecerem com o seu calor, gratos por estarem a salvos da noite lá fora. Podiam ver os poucos pedaços enegrecidos de lenha desaparecendo enquanto as chamas os consumiam, o que lembrava Eduardo da horrenda visão dos monstros que os atacaram sendo queimados vivos, e do cheiro nauseante de seus corpos carbonizados. Fora algo que nem mesmo Theo… 259,5 K Palavras • Ongoing