Histórias 2
Capítulos 320
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por leodib. — Uma dor aguda me trouxe de volta. Um peso esmagador no abdômen, algo quente escorrendo pelas minhas costas, ensopando minhas roupas. Respirei fundo e o mundo me atingiu de uma vez só: o fedor de esporos queimados, o grito distante de Pandora, o choque metálico de lâminas. Abaixei os olhos. A lâmina da minha irmã atravessava minha barriga. O cabo ainda em sua mão trêmula. Eu havia vencido no oceano de mana, libertado sua essência, mas no mundo real o corpo dela ainda obedecera ao fungo até o… 374,6 K Palavras • Ongoing

por leodib. — Os dias passaram, impiedosos e contínuos.Acordava cedo, o corpo pesado e os ossos grudados ao sono, e se atirava aos treinos com vontade total. Os músculos queimavam, tremiam, recusavam-se a obedecer, e os pulmões ardiam. Quando acabava, se voltava para os livros, estudando até os olhos latejarem e a cabeça doer. Mas a pausa era breve: mal a dor diminuía, já era hora de se entregar à Aedena novamente. Cada sessão era um combate silencioso; a mestra a empurrava sem piedade, moldando corpo e mente… 120,7 K Palavras • Ongoing

por leodib. — O mergulho não foi suave. Não havia o acolhimento do vazio ou a neutralidade fria de um oceano de mana comum. Atravessar a mente de Cassiopeia foi como mergulhar em um mar de raízes cortantes, cheias de espinho, emaranhadas, que se fechavam sobre mim com intenção de estrangular. O ar não existia; apenas umidade fétida, densa, que queimava minha pele mesmo sendo apenas uma representação. E então vi. O sol de mana da minha irmã, que eu conhecia tão bem, brilhava ao longe, ou pelo menos… 374,6 K Palavras • Ongoing

por leodib. — A plataforma deu um tranco seco e começou a deslizar. Rin se sobressaltou, os pés sem apoio, as mãos sem onde se agarrar. Sua mente se dividia entre as sensações de seu corpo físico e a projeção psíquica que habitava. Com os olhos da forma astral, percebeu que o espaço à frente não era sólido: tremeluzia como vidro em brasa. Correntes psíquicas se entrelaçavam, unindo-se e desfazendo-se em espasmos, como águas revoltas de um rio enfurecido. Hostilidade vibrava nelas, uma pressão… 120,7 K Palavras • Ongoing

por leodib. — Eles caíram de pé, como brinquedos, mas logo se ergueram com a rigidez de marionetes controladas. Vi nos olhos deles o vazio do domínio. Cassiopeia foi a primeira a se mover. O olhar dela não me reconheceu, a lâmina ergueu-se em arco brilhante, carregada de mana, e partiu contra mim sem hesitação. — Cass… — murmurei, mais para mim do que para ela. Não havia resposta. A lâmina dela chocou-se contra a minha com um estrondo metálico. O impacto reverberou pelo meu braço, os… 374,6 K Palavras • Ongoing

por leodib. — Rin deixou a catedral em companhia de Higgs. Seus dedos se esfregavam uns nos outros, nervosos, enquanto um frio ácido lhe corroía o estômago. — Tome minha oferta e prova de renascimento... — murmurava, repetindo em voz baixa a liturgia que lhe fora ensinada, como quem se agarra a um feitiço contra o abismo que o aguardava. Uma nave da Igreja os esperava na doca. O veículo sagrado os levaria até a cúpula de habitação erguida no hemisfério lunar oposto à pirâmide do Mausoléu. O… 120,7 K Palavras • Ongoing

por leodib. — O chão tremeu. O abalo percorreu a caverna, um tremor forte no subterrâneo, fazendo poeira cair das paredes e rachaduras se abrirem sob nossos pés. Era diferente dos tremores normais da montanha. Esse carregava uma pulsação ritmada, como se fosse o batimento de um coração gigante. Senti imediatamente o que significava: as criaturas dali deviam ter detectado que um de seus irmãos havia caído. Voltei às pressas pelo túnel que levava de volta até onde estava Pandora, Niana e Milena. O… 374,6 K Palavras • Ongoing

por leodib. — Quando a sirene tocou indicando o início da manhã de segunda-feira, Lyra já estava desperta havia mais de uma hora. Seu sono fora instável, uma batalha silenciosa entre a dor que não sabia nomear e os instintos primitivos de sua feraether, que não cessavam de se agitar dentro dela. Pouco antes do despertar coletivo, já estava trocada, suada, no pátio, tentando disciplinar corpo e mente. Liberara seu kocka para vagar longe, não queria seus pensamentos ecoando na própria cabeça. Precisava de… 120,7 K Palavras • Ongoing

por leodib. — A raiva borbulhava. Eu sentia meus companheiros sendo levados cada vez mais para dentro da montanha numa velocidade absurda. Era como se mãos invisíveis os arrastassem por túneis que se formavam ao redor deles. O vínculo telepático latejava em mim, mas toda vez que eu tentava alcançá-los, recebia apenas um eco vazio. Estavam desacordados. Podia sentir que ainda viviam, mas não havia mais consciência para responder ao meu chamado. Ao meu lado restavam apenas Pandora, Niana e Milena. As únicas… 374,6 K Palavras • Ongoing

por leodib. — Em Tactur-2, no laboratório da polícia, Raphael manipulava com seus dedos longos e marcados um pequeno cubo negro, marcado por riscos dourados quase invisíveis a olho nu. Um de seus lados exibia conectores prateados. — Então isso é o cérebro da coisa? — perguntou, a voz grave, para o calculador policial que estava ao seu lado. — Exatamente. Seu modelo é único. Não temos como rastrear onde foi montado, nem mesmo concebido. Uma coisa que, Honestamente, nunca vi igual. Ele tomou… 120,7 K Palavras • Ongoing