Histórias 1
Capítulos 80
Palavras 106,4 K
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por Naor — Anayê acordou com um susto, sufocando um berro da garganta. Se tivesse ouvido, veria que tinha gritado o nome do irmão. Sua cabeça latejou por um instante e os lábios estremeceram enquanto se localizava. Estava em uma tenda deitada em uma espécie de cama improvisada com palha e trapos. Passou a mão pelo rosto notando que sua roupa também havia sido trocada. Agora trajava uma camisa preta e uma calça marrom. Percebeu também seu cabelo embaçado e sujo de poeira, tomando uma cor quase… 106,4 K Palavras • Ongoing

por Naor — As ruas das ruínas das lamentações eram palco de um massacre. Corpos multilados, sangue, escombros, ferros e paus denunciavam a terrível situação que terminara finalmente com a maldição daquele lugar. Porém, para o ceifador, ainda restavam três vidas para alcançar o fim da batalha. Então, quem sabe, poderia cair no chão e se render à exaustão. Suas pernas estremeciam e sua visão se alternava entre embaçada e limpa. Ainda assim, ele retesou o peito e fechou a mão em um punho. Havia… 106,4 K Palavras • Ongoing

por Naor — Os inquietos lamentadores respiravam quase sincronizados, com seus pulmões se enchendo e soltando ar enquanto corriam na direção do ceifador. Boyak se concentrou. O tempo curto não dava opção para pensar em estratégias, precisava agir antes que ficasse cercado demais. Um ferro se fincou no chão entre seus pés um instante depois. Então seus olhos se depararam com uma torre quadrada a poucos metros de distância. Provavelmente, nos tempos áureos da cidade dos portões de ferro, fora uma… 106,4 K Palavras • Ongoing

por Naor — Quando Boyak terminou seu treinamento e se tornou um ceifador, pensava que seus maiores inimigos eram as aberrações. E, de fato, em sua primeira caçada, seu desafio contra uma quimera foi a conclusão desse pensamento. Após quase uma noite inteira de combate, voltou para a hospedaria ao ponto da exaustão, se segurando para não cair pelo caminho. No entanto, exatamente nesse percurso presenciou uma cena terrível. Trinta homens fardados com armaduras pratas marcadas no peito com a… 106,4 K Palavras • Ongoing

por Naor — A primeira sensação que invadiu a mente do ceifador ao ver as rodas da carroça girando foi no quanto ele tinha sido ingênuo ao confiar em uma aberração. Seu mestre dissera, sua experiência confirmara, e mesmo assim, havia tomado a decisão mais tola de sua vida. — Grekz! — gritou. Sem resposta, o segundo sentimento intruso foi a raiva. E ela se apresentou de duas maneiras: pela frustração de confirmar que uma aberração sempre agia da mesma forma e pela incompetência de confiar sua… 106,4 K Palavras • Ongoing

por Naor — O lamentador não prestava atenção em nada, sequer percebia a sombra do corpo de Anayê se agigantando enquanto se aproximava. O tecido da blusa dela tocou a ponta dos dedos do ceifador. Não, não vai dar, Boyak pensou. Seria impossível até mesmo para ele naquelas condições conseguir agarrá-la. Eu ia precisar torcer a gravidade. E, até onde sabia, apenas com um estoque de fluido de oração muito grande no corpo isso foi possível, e só um ceifador fizera tal feito uma única… 106,4 K Palavras • Ongoing

por Naor — Anayê enxergou algo parecido com um muro destruído no horizonte. De início, achou que a escuridão e o cansaço estavam pregando uma peça, porém quanto mais a carroça avançava, mais a silhueta das ruínas de um muro ficavam claras. Grekz guiou o veículo para a esquerda desviando um pouco do caminho. A atenção de Anayê se direcionou para os restos de um portão de ferro a alguns quilômetros. — Estão vendo a mesma coisa que eu? — ela perguntou. Os dois assentiram. — Estamos nos… 106,4 K Palavras • Ongoing

por Naor — Anayê estava sonhando com seu vilarejo. Era incrível como nos sonhos o local se tornava tão vívido. As casas simples de madeira pintadas de amarelo, verde ou castanho, cores consideradas abençoadas por seu povo. Todo ano, durante a festa do solstício de verão, eles pintavam o rosto com essas cores. — Celebramos a vida com essas cores — seu pai explicara várias vezes — Morte, vida, sonhos, desilusões, transcendência, bem, mal. Embora desconexos, são esses fatores que fazem a… 106,4 K Palavras • Ongoing

por Naor — Após o aperto de mãos, Grekz, o líder dos gors, apresentou formalmente seu grupo. A mulher se chamava Ziray, o menino Airen, e seus três companheiros, Marv, Terelk e Rodd. Além deles, havia Yorlg, o gor atropelado que havia sobrevivido, mesmo estando muito ferido. Boyak deu-lhe uma gota do fluido para ajudar na recuperação. Anayê e Ziray se entreolharam desconfiadas. A mulher ainda não conseguia dosar a ameaça à vida do seu filho e a salvação vinda dos próprios rivais, mas Grekz era um bom… 106,4 K Palavras • Ongoing

por Naor — Agora era o ceifador quem estava surpreso. — Irmão? Aquele general? Anayê assentiu. — Fomos levados juntos até a fortaleza quando crianças — explicou. — Mas ele era tão firme que os generais acharam por bem treiná-lo. — E ele aceitou... Ela balançou a cabeça, triste. Atrás deles, os gors conversavam com a mulher e o menino. — Primeiro, achei que ele tinha morrido. Fiquei anos sem ter notícias. Mas depois começaram boatos de um general mais jovem e eu soube que era… 106,4 K Palavras • Ongoing