Histórias 2
Capítulos 137
Palavras 380,6 K
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por Nyck — O museu se curvava sob o peso de uma atmosfera sufocante. Cobertas por relíquias de um passado quase esquecido, as paredes devolviam um brilho opaco à luz que mal escapava dos lustres antigos. Lewis se afastava, e os passos ressoavam como um lembrete de que Mandy estava sozinha naquele salão vasto e inóspito. Ela observava os objetos expostos, capturando cada detalhe com atenção minuciosa. As vitrines empoeiradas guardavam itens que não deveriam estar ali, pedaços de histórias que… 316,9 K Palavras • Hiatus

por Nyck — Raven estava encostada em uma pilastra descascada perto do clube. Seus olhos acompanhavam o movimento dos técnicos que trocavam cabos e instrumentos no palco. Os últimos acordes da banda anterior ainda ressoavam no ambiente, ofuscados pelo burburinho de conversas dispersas e risadas alcoolizadas. No entanto, algo diferente chamava a atenção agora. O clima tornava-se gradativamente mais denso. A atmosfera estava eletricamente carregada, à espera de uma tempestade que não se anuncia com trovões, mas… 316,9 K Palavras • Hiatus

por Nyck — Dairy Queen — 23:42 pm. Assim que entendi o que Benjamin precisava, eu o acolhi. Mas, no instante em que senti o corpo dele ceder, tive certeza de que ele não estava apenas procurando um lugar para se apoiar, mas um porto. Um abrigo que suportasse tudo o que ele não conseguia expressar em voz alta. O cansaço, o medo, tal mistura de culpa e confusão que vem de confiar em quem não se deve... Klaus Fritz era só um nome, mas tinha deixado uma marca pesada demais. A ligação que tínhamos era… 316,9 K Palavras • Hiatus

por Nyck — 23:28 — Sangue, o carmesim derramado até agora é apenas uma oferta escassa. Procurem e façam deles colaboradores involuntários de nosso grande projeto. Mais formas humanas. Mais corpos amontoados, com seus olhos vazios olhando cegamente para o abismo. Seja qual fosse o terrível objetivo, o ciclo ansiava por uma maré vermelha. Não havia escolha a não ser obedecer; era uma exigência opressiva, um estrangulamento de rendição a um plano desumano que só esperava do outro lado da… 316,9 K Palavras • Hiatus

por Nyck — Hill City Public Library — 23h30. O sino da biblioteca tilintou atrás deles quando a porta de vidro se fechou. O cheiro de papel envelhecido e madeira encerada ainda pairava nos cabelos de Mandy, como se cada livro que ela folheara tivesse deixado um pedacinho de si ali. — Ah, só mais um capítulo de Moby Dick, vai. — disse, quase manhosa, os olhos brilhando de empolgação. — O Ahab pode esperar só mais um pouco pela baleia, não pode? Lewis soltou uma risada curta, sacudindo a… 316,9 K Palavras • Hiatus

por Nyck — O relógio passava das 23h, como Mikael viu em seu celular. — Não tenho mais tempo. Seu polegar percorreu o aplicativo de bloco de notas aberto, uma lista selecionada de destinos turísticos zombando dele na tela: Monte Rushmore, ArtForms Gallery, Prairie Berry Winery. Todas as coisas que um visitante normal poderia gostar. — Vamos para a caçada. À noite, a escuridão, antes contida pelos últimos lampejos do crepúsculo, envolvia a cidade. Mikael, moldado por noites… 316,9 K Palavras • Hiatus

por Nyck — Quando a tarde desceu sobre a pacata vizinhança, Philip Gordon sentiu uma inquietação incomum que o levou à casa de Ethan. Já haviam se passado horas desde o encontro anterior, todavia o vizinho jamais esqueceria a expressão perturbada nos olhos do homem. À medida que o crepúsculo se aproximava, o céu adquiria tons de laranja e rosa, mas parecia haver uma estranha sombra sobre a casa dos Moore. Cada passo que Philip dava era acompanhado por uma sensação crescente de dúvida,… 316,9 K Palavras • Hiatus

por Nyck — A guerra, de fato, nunca terminou. Não para aqueles que viviam sob a longa sombra do Reich, que se espalhara por grande parte da Europa. Os desfiles de bandeiras vermelhas com suásticas se tornaram tão banais quanto o som dos trens cruzando as fronteiras. A Alemanha havia vencido, e o resto do continente se ajustou à nova ordem, curvando-se sob o peso de um regime que fazia da obediência um dogma e do medo uma arte. No entanto, a vitória teve um custo, mesmo para os vencedores. A brutalidade pura… 316,9 K Palavras • Hiatus

por Nyck — Certa vez, Emma dissera: — Nossos sonhos podem se tornar realidade. O que desejamos pode, sim, acontecer. Sem isso, viver seria como acordar num mundo sem sol, olhar o céu e não ver estrelas, mergulhar no mar e não sentir as ondas. Seria existir sem sentido. Naquele tempo, Benjamin não tinha noção do quão pesadas eram aquelas palavras. Agora, porém, elas voltavam como um significado adormecido, reverberando no meio do caos que se formava dentro dele. Emma acreditava que o… 316,9 K Palavras • Hiatus

por Nyck — A jornada dos pais de Benjamin foi tortuosa, uma mistura de sucesso e tristeza, entrelaçada com risos que surgiam em momentos ensolarados antes de serem engolidos por um choro. Não havia nada que não parecesse um movimento arriscado e difícil na constante mudança da existência. Mas, apesar de todos os altos e baixos infindáveis, uma lembrança se destacou como mais brilhante do que as demais: no dia 5 de outubro, nasceu Benjamin Moore. O recém-nascido parecia possuir a essência de uma… 316,9 K Palavras • Hiatus