Seigtsu

    Um escritor qualquer.
    Histórias 4
    Capítulos 589
    Palavras 1,0 M
    Comentários 2.632
    Tempo de Leitura 2 dias, 7 horas2 d, 7 hrs
    • Capítulo 10 — Bestas Famintas

      Capítulo 10 — Bestas Famintas Capa
      por Seigtsu Leonard segurava a espada com ambas as mãos trêmulas, recuando até sentir as costas pressionarem o tronco áspero de uma árvore. “Já?! Droga, eu precisava me distanciar mais!” Os lobos avançavam, cada um com uma visão grotesca de terror. Seus quatro olhos, alinhados em pares sobrepostos, brilhavam com fome insaciável. Mandíbulas abertas mostravam dentes manchados de sangue, enquanto pedaços de pele eram arrancados de seus rostos deformados a cada movimento. Perto das patas, a carne…
    • Capítulo 11 — A Árvore Anciã

      Capítulo 11 — A Árvore Anciã Capa
      por Seigtsu A chuva caía pesada, lavando o sangue que escorria das feridas abertas no corpo de Leonard. O som rítmico das gotas parecia ganhar vida própria, cada uma carregando histórias que ecoavam em sua mente cansada. A visão começava a se fechar, um túnel escuro que o conduzia à beira do esquecimento. — Tudo é tão… calmo… — murmurou, enquanto sua mandíbula relaxava e depois abria, deixando a boca roçar contra a grama molhada. A confusão que fervilhava em sua mente minutos antes se…
    • Capítulo 12 — Visão Eterna

      Capítulo 12 — Visão Eterna Capa
      por Seigtsu O caminho que parecia interminável finalmente chegou ao fim quando Leonard encontrou-se diante do colossal tronco da árvore. Cada passo havia sido uma batalha contra seu corpo exausto, e a força que lhe restava o abandonou de repente. Ele caiu para frente, virando instintivamente o rosto para evitar que seu nariz esmagasse contra a madeira. Seu impacto fez algumas lascas do tronco se desprenderem, caindo ao redor de seus pés encharcados. Ofegante, ele recuou com dificuldade, afastando-se do tronco…
    • Capítulo 13 — Fora Daqui

      Capítulo 13 — Fora Daqui Capa
      por Seigtsu Após curtos passos, a chuva que se perpetuava misteriosamente cessou, permitindo a Leonard compreender melhor o funcionamento das árvores ancestrais. Contudo, algo ainda remexia em sua mente. “Aquele cadáver… Não era eu mesmo, não é?” "E se fosse, como eu teria acabado daquela maneira?" "O que aconteceu aqui? Onde eu realmente estou?" Nada parecia fazer sentido. Inúmeras dúvidas, sem respostas, se agitavam entre seus pensamentos sombrios. “Uma coisa notável é que quanto…
    • Capítulo 14 — Campo Florido

      Capítulo 14 — Campo Florido Capa
      por Seigtsu Dando mais alguns passos, chegou a quase cair se não tivesse se apoiado na espada fragmentada.  “Quase…”  Sentia-se triste por estar manchando o longo campo branco com a sua sujeira. Embora quisesse estar ali, por outro lado, renegava o desejo de manchar com a própria sujeira aquelas inúmeras flores brancas. Não lembrando ao certo, Leonard tinha uma certa impressão de que essas flores um dia fizeram parte de sua vida e ele parecia finalmente receber um entendimento…
    • Capítulo 15 — A Lua Carmesim

      Capítulo 15 — A Lua Carmesim Capa
      por Seigtsu Se não fosse sua rara capacidade de enxergar os finos fios prateados do destino, Leonard jamais teria percebido a hipnose cruel que lhe foi imposta. Era uma armadilha tecida na própria essência do ar ao seu redor, sutil e inexorável. A lua pairava alta, derramando sua luz sobre o campo desolado, um brilho pálido que se quebrava nas sombras do espectro imóvel. — Esse lugar de merda nunca me deixaria sair assim tão fácil… — Leonard murmurou, os olhos presos na criatura à sua frente. — Mas…
    • Capítulo 16 — A Lua Carmesim (2)

      Capítulo 16 — A Lua Carmesim (2) Capa
      por Seigtsu Sob a luz resplandecente carmesim, a vegetação, tomada por uma estranha calmaria, era um retrato do horror que se entranhava nos ossos de Leonard. O espectro à sua frente parecia cada vez mais deslocado do mundo. O golpe, que deveria ao menos abrir uma brecha em sua constituição óssea, apenas fez um corte superficial em suas vestes, como se a lâmina houvesse deslizado sobre a memória de um corpo que já não existia. A ausência de sombra do esqueleto era uma afronta ao próprio senso de…
    • Capítulo 17 — Príncipe dos Caídos

      Capítulo 17 — Príncipe dos Caídos Capa
      por Seigtsu … A luz da manhã filtrava-se preguiçosamente pelas cortinas negras, tingindo o aposento de um dourado crepuscular. No vasto dormitório real, cada detalhe falava de luxo e poder: a cabeceira esculpida reluzia sob a iluminação vacilante do lustre angelical, poltronas e sofás de veludo pareciam ter sido criados não para o conforto, mas para a ostentação. O espelho à frente refletia um homem de semblante tranquilo, cujo rosto pálido e de olhos cinzentos continha uma beleza severa, quase cruel.…
    • Capítulo 18 — Príncipe dos Caídos (2)

      Capítulo 18 — Príncipe dos Caídos (2) Capa
      por Seigtsu Uma hora havia se passado desde que Cedric deixou o quarto. As velas ardiam em combustão lenta, lançando sombras inquietas sobre as paredes de pedra. Lá embaixo, no grande salão, os sons da festa se espalhavam como uma onda distante — risadas, o tilintar de taças, o rumor abafado das vozes que se confundiam num emaranhado indistinguível.  O tempo parecia se mover de forma estranha, arrastado e, ao mesmo tempo, fugidio.  Então, um ruído suave rompeu a quietude. A porta abriu-se,…
    • Capítulo 19 — Príncipe dos Caídos (3)

      Capítulo 19 — Príncipe dos Caídos (3) Capa
      por Seigtsu … Calius se viu imerso em sangue, os dedos trêmulos cobertos pelo líquido espesso que impregnava sua pele e suas vestes. O salão outrora vibrante era agora um campo de carnificina. Os corpos caídos se amontoavam em poças rubras, seus rostos congelados em expressões de terror ou agonia. O ar estava carregado do cheiro metálico de sangue e do som distante de gritos abafados. Acima, o céu, que antes abrigava a pálida lua, rasgava-se como um tecido gasto. Fendas fantasmagóricas surgiam entre…
    Nota