Seigtsu

    Um escritor qualquer.
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    Tempo de Leitura 2 dias, 4 horas2 d, 4 hrs
    • Capítulo 23 — Os Três Mosqueteiros

      Capítulo 23 — Os Três Mosqueteiros Capa
      por Seigtsu 28 de dezembro de 2024 — 08:21 O frio mordia a pele como dentes de vidro, penetrando camadas de tecido e carne, até se alojar nos ossos. O inverno era um tirano silencioso, roubando o calor de tudo que tocava, cobrindo a cidade com seu véu branco e indiferente. O céu, de um cinza opaco, pairava imóvel sobre Mont-Tremblant, pesado como se estivesse prestes a desabar. Leonard estava sentado em um banco da praça, em frente ao Place St-Bernard, observando a neve pousada sobre os galhos nus das…
    • Capítulo 22 — Pendular da Noite

      Capítulo 22 — Pendular da Noite Capa
      por Seigtsu Leonard ponderou por alguns instantes, os olhos fixos na tela da televisão. Ottawa estava a apenas duas horas de carro. Um mundo inteiro, um tabuleiro novo, onde talvez pudesse mover suas peças com mais liberdade. Mas não era tão simples. Nunca era. “Não, não posso simplesmente chegar lá e dizer que quero participar…” O pensamento deslizou até a borda da consciência e se dissipou. Ele precisava de um plano. Se começasse a agir sem um, seria apenas mais um corpo à deriva no rio da…
    • Capítulo 21 — Casa

      Capítulo 21 — Casa Capa
      por Seigtsu A cama rangeu em um suspiro de madeira velha, mas dessa vez, suas mãos não buscaram os próprios olhos. O peso do corpo parecia estranho, como se algo o tivesse atravessado durante o sono e deixado um vazio. A luz filtrava pela janela, mas o amanhecer não trazia alívio. Era pálido, indiferente. A neve acumulada nos galhos das árvores desabava em pequenos montes silenciosos, um ciclo sem testemunhas, sem importância. Leonard observava o mundo lá fora, sentindo-se desconectado, como se estivesse a…
    • Capítulo 10 — Bestas Famintas

      Capítulo 10 — Bestas Famintas Capa
      por Seigtsu Leonard segurava a espada com ambas as mãos trêmulas, recuando até sentir as costas pressionarem o tronco áspero de uma árvore. “Já?! Droga, eu precisava me distanciar mais!” Os lobos avançavam, cada um com uma visão grotesca de terror. Seus quatro olhos, alinhados em pares sobrepostos, brilhavam com fome insaciável. Mandíbulas abertas mostravam dentes manchados de sangue, enquanto pedaços de pele eram arrancados de seus rostos deformados a cada movimento. Perto das patas, a carne…
    • Capítulo 4 — Devaneios

      Capítulo 4 — Devaneios Capa
      por Seigtsu Leonard despertou com um sobressalto, o coração disparado e a respiração entrecortada. O tremor que o acordara parecia ecoar por seu corpo, como se cada fibra de seu ser tentasse negar a realidade ao redor. “Aaah! Que merda foi essa? Cada vez meus sonhos estão ficando piores! Como posso dormir com isso?” Ele levou a mão ao peito, tentando acalmar o coração que martelava descontrolado. Foi então que percebeu algo estranho. Não estava em seu quarto. As paredes familiares haviam…
    • Capítulo 15 — A Lua Carmesim

      Capítulo 15 — A Lua Carmesim Capa
      por Seigtsu Se não fosse sua rara capacidade de enxergar os finos fios prateados do destino, Leonard jamais teria percebido a hipnose cruel que lhe foi imposta. Era uma armadilha tecida na própria essência do ar ao seu redor, sutil e inexorável. A lua pairava alta, derramando sua luz sobre o campo desolado, um brilho pálido que se quebrava nas sombras do espectro imóvel. — Esse lugar de merda nunca me deixaria sair assim tão fácil… — Leonard murmurou, os olhos presos na criatura à sua frente. — Mas…
    • Capítulo 16 — A Lua Carmesim (2)

      Capítulo 16 — A Lua Carmesim (2) Capa
      por Seigtsu Sob a luz resplandecente carmesim, a vegetação, tomada por uma estranha calmaria, era um retrato do horror que se entranhava nos ossos de Leonard. O espectro à sua frente parecia cada vez mais deslocado do mundo. O golpe, que deveria ao menos abrir uma brecha em sua constituição óssea, apenas fez um corte superficial em suas vestes, como se a lâmina houvesse deslizado sobre a memória de um corpo que já não existia. A ausência de sombra do esqueleto era uma afronta ao próprio senso de…
    • Capítulo 18 — Príncipe dos Caídos (2)

      Capítulo 18 — Príncipe dos Caídos (2) Capa
      por Seigtsu Uma hora havia se passado desde que Cedric deixou o quarto. As velas ardiam em combustão lenta, lançando sombras inquietas sobre as paredes de pedra. Lá embaixo, no grande salão, os sons da festa se espalhavam como uma onda distante — risadas, o tilintar de taças, o rumor abafado das vozes que se confundiam num emaranhado indistinguível.  O tempo parecia se mover de forma estranha, arrastado e, ao mesmo tempo, fugidio.  Então, um ruído suave rompeu a quietude. A porta abriu-se,…
    • Capítulo 20 — Leonard?

      Capítulo 20 — Leonard? Capa
      por Seigtsu No vazio etéreo que se estendia diante de Leonard, o espaço e o tempo pareciam não mais existir. O silêncio era absoluto, cortante, como o ar antes de uma tempestade. Ele estava ali, preso em um limbo sem cor, sem vida, sem esperança. Não havia dor, mas também não havia alívio, apenas uma sensação de inanição, como se sua própria alma estivesse sendo devorada pela escuridão infinita. “Onde estou? Eu morri?” As palavras flutuaram em sua mente como uma brisa fantasmagórica. Mas ao…
    • Capítulo 19 — Príncipe dos Caídos (3)

      Capítulo 19 — Príncipe dos Caídos (3) Capa
      por Seigtsu … Calius se viu imerso em sangue, os dedos trêmulos cobertos pelo líquido espesso que impregnava sua pele e suas vestes. O salão outrora vibrante era agora um campo de carnificina. Os corpos caídos se amontoavam em poças rubras, seus rostos congelados em expressões de terror ou agonia. O ar estava carregado do cheiro metálico de sangue e do som distante de gritos abafados. Acima, o céu, que antes abrigava a pálida lua, rasgava-se como um tecido gasto. Fendas fantasmagóricas surgiam entre…
    Nota