26 Resultados na categoria ‘Virellium: Entre Sombras e Segredos’
- Virellium acordou com seus próprios gritos. Paredes que antes sustentavam edifícios deslizavam como frases apagadas.As ruas perdiam seus traçados, dissolvendo-se em trilhas de papel rasgado.As palavras gravadas nas placas públicas — nomes de lojas, de ruas, de igrejas — se despregavam, flutuando como folhas mortas. E entre os escombros, pessoas vagavam sem passado.Sem memória de seus próprios nomes.Sem a certeza de que existiam no parágrafo certo. Era o que chamavam nos Manuscritos…
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- I. O que foi esquecido não foi perdoado. Ninguém lembra quando a Última Página foi escrita.Talvez não tenha sido.Talvez apenas tenha nascido do espaço deixado pelas histórias que se negaram a terminar. Há quem diga que ela começou com um autor que se recusou a concluir sua obra — e no silêncio do não-fim, as palavras se acumularam, ganharam peso, consciência... e ódio. A Última Página não é um livro.É um câncer no tempo narrativo. Um espaço onde tudo que não deveria mais…
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Capítulo 12 – A Ponte das Almas
O livro proibido se abriu.Mas não como um livro comum.Ele abriu como uma fenda. Como uma boca faminta.E dele emergiram gritos de frases abortadas, nomes esquecidos, personagens rasgados das margens da realidade. Uma torrente de sentidos não vividos, sonhos amputados, existências rasuradas.No centro disso tudo, Cael Thornwald.Ele não lia o livro.O livro... lia-o. Quando recuperou a consciência, estava de joelhos no chão da hospedaria. O piso de madeira rangia sob seu peso, vibrando como se ecoasse…- 28,4 K • Ongoing
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Capítulo 11 – O Autor de Si Mesmo
O espelho trincado não devolvia apenas a imagem de Cael Thornwald.Devolvia perguntas.Cada rachadura projetava uma versão sua:— Cael com olhos vazios.— Cael sorrindo como quem perdeu tudo.— Cael de pé, diante de uma cidade feita de páginas que ardiam. No centro, refletida sobre as fraturas, a pena negra flutuava.E no reflexo, as rachaduras sussurravam:"Espectro da Última Palavra... És escrito ou escritor?" Cael estendeu a mão.Tocou o vidro.A superfície quebrou — sem estilhaçar.…- 28,4 K • Ongoing
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Capítulo 10 – O Teatro da Queda
Os sinos de Virellium não tocaram naquele dia.Não porque houvesse silêncio.Mas porque o tempo foi apagado de seus sinos. Cael Thornwald acordou com o cheiro de pergaminho queimado encharcando o ar. As sombras em seu quarto estavam fora de lugar. Uma delas tremia sozinha, mesmo sem vento. O silêncio carregava o som abafado de uma respiração que não era dele, como se as paredes da hospedaria estivessem vivas, ofegando em compasso com o desconhecido. A madeira estalava sob os pés do tempo, e do…- 28,4 K • Ongoing
- Documento interditado. Classificação: Verbo III.Origem: desconhecida. Autor: perdido na reescrita.Encontrado por: Cael Thornwald, após o incidente do Salão da Voz Sem Boca. “Os Treze Fragmentos não são pessoas.São ruínas que ainda caminham.”— Nota marginal, escrita à mão, com tinta dissolvida em memória. 1. A AURORA “Ela carrega a luz antes do verbo. Mas não a luz que guia — a luz que confunde.” Domínio: Recomeço, Ilusão de esperança Arquétipo: A primeira…
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- O quarto de Cael cheirava a tinta fresca. Ele acordou com um gosto amargo na boca, como se houvesse engolido um livro em chamas. As cortinas estavam fechadas, mas a luz que tentava atravessá-las parecia... hesitante, como se temesse encontrar algo lá dentro que não devia ver. Na parede diante de sua cama, palavras haviam sido escritas durante a noite — não por sua mão. Letras finas, curvas impossíveis, uma caligrafia que parecia se mover quando olhada de relance. Ele tentou focar. Mas seus…
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- A aurora em Virellium era um teatro de mentiras. A luz que deveria emergir do leste parecia implorar para não tocar as pedras encharcadas da cidade. Havia algo no ar — não o frio comum, mas um peso, uma espessura invisível que transformava o tempo em vidro. Frágil… Cortante. Cael subiu as escadas do porão em silêncio. A madeira rangeu sob seus pés com um som mais seco do que deveria, como se a casa estivesse secando por dentro. Leor estava acordado, sentado à mesa com uma garrafa entre os…
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- O dia em Virellium começava como sempre: afogado em cinza, respirando podres sussurros. O céu estava sobrecarregado de nuvens pesadas que pairavam como um manto funerário, deixando a cidade coberta por uma espessa névoa que parecia nunca se dissipar. Mesmo após o nascer do sol, a luz se recusava a penetrar o véu que envolvia Virellium. Os lampiões a gás ainda ardiam, queimando uma chama amarelada que lançava sombras trêmulas sobre as ruas. Como se a própria cidade recusasse a luz, insistindo em…
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Capítulo 2 – SUSSURROS NO VÉU
A chuva, que até pouco tempo atrás parecia ameaçar afogar a cidade, finalmente cessara. Mas o cheiro persistia. Era o cheiro de Virellium: ferrugem, fuligem e pecado. A cidade estava imersa em sua essência. As vielas estreitas ainda estavam molhadas, espelhando as lâmpadas a gás que lançavam sombras vacilantes nas paredes de tijolos negros. Um cenário como o de um pesadelo antigo, repetindo-se noite após noite, onde a luz não vinha para iluminar, mas para reforçar o que estava nas…- 28,4 K • Ongoing
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