27 Resultados na categoria ‘Virellium: Entre Sombras e Segredos’
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Capítulo 14 – A Primeira Reescrita
O amanhecer em Virellium era cinza como carvão dissolvido. As ruas, antes carregadas de névoa silenciosa, agora fervilhavam com palavras soltas.Sílabas que se enroscavam nos becos como heras proibidas.Verbos que caíam dos telhados com o peso de velhos pecados.Substantivos rachados entulhavam os bueiros, como se as entranhas da cidade expelissem a própria memória corrompida. O ar carregava um novo peso: o peso da possibilidade. Era como se, a cada respiração, Cael Thornwald inalasse ecos de…- 28,4 K • Ongoing
- Virellium acordou com seus próprios gritos. Paredes que antes sustentavam edifícios deslizavam como frases apagadas.As ruas perdiam seus traçados, dissolvendo-se em trilhas de papel rasgado.As palavras gravadas nas placas públicas — nomes de lojas, de ruas, de igrejas — se despregavam, flutuando como folhas mortas. E entre os escombros, pessoas vagavam sem passado.Sem memória de seus próprios nomes.Sem a certeza de que existiam no parágrafo certo. Era o que chamavam nos Manuscritos…
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Capítulo 12 – A Ponte das Almas
O livro proibido se abriu.Mas não como um livro comum.Ele abriu como uma fenda. Como uma boca faminta.E dele emergiram gritos de frases abortadas, nomes esquecidos, personagens rasgados das margens da realidade. Uma torrente de sentidos não vividos, sonhos amputados, existências rasuradas.No centro disso tudo, Cael Thornwald.Ele não lia o livro.O livro... lia-o. Quando recuperou a consciência, estava de joelhos no chão da hospedaria. O piso de madeira rangia sob seu peso, vibrando como se ecoasse…- 28,4 K • Ongoing
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Capítulo 11 – O Autor de Si Mesmo
O espelho trincado não devolvia apenas a imagem de Cael Thornwald.Devolvia perguntas.Cada rachadura projetava uma versão sua:— Cael com olhos vazios.— Cael sorrindo como quem perdeu tudo.— Cael de pé, diante de uma cidade feita de páginas que ardiam. No centro, refletida sobre as fraturas, a pena negra flutuava.E no reflexo, as rachaduras sussurravam:"Espectro da Última Palavra... És escrito ou escritor?" Cael estendeu a mão.Tocou o vidro.A superfície quebrou — sem estilhaçar.…- 28,4 K • Ongoing
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Capítulo 10 – O Teatro da Queda
Os sinos de Virellium não tocaram naquele dia.Não porque houvesse silêncio.Mas porque o tempo foi apagado de seus sinos. Cael Thornwald acordou com o cheiro de pergaminho queimado encharcando o ar. As sombras em seu quarto estavam fora de lugar. Uma delas tremia sozinha, mesmo sem vento. O silêncio carregava o som abafado de uma respiração que não era dele, como se as paredes da hospedaria estivessem vivas, ofegando em compasso com o desconhecido. A madeira estalava sob os pés do tempo, e do…- 28,4 K • Ongoing
- O dia em Virellium começava como sempre: afogado em cinza, respirando podres sussurros. O céu estava sobrecarregado de nuvens pesadas que pairavam como um manto funerário, deixando a cidade coberta por uma espessa névoa que parecia nunca se dissipar. Mesmo após o nascer do sol, a luz se recusava a penetrar o véu que envolvia Virellium. Os lampiões a gás ainda ardiam, queimando uma chama amarelada que lançava sombras trêmulas sobre as ruas. Como se a própria cidade recusasse a luz, insistindo em…
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Capítulo 18 – Vozes no Papel Rasgado
O dia em Virellium amanhecera sem sol. Apenas uma luz opaca se esgueirava entre os prédios de pedra, como se o próprio céu hesitasse em revelar demais. Era o tipo de luz que deixava as coisas visíveis, mas não compreensíveis. Cael Thornwald caminhava em silêncio pelas margens do bairro Sul-Cinzel, com Senna e Leor alguns passos atrás. Nenhum deles falava. Havia uma tensão suspensa entre as palavras — não entre eles, mas dentro do próprio mundo. Como se a cidade, em seus alicerces,…- 28,4 K • Ongoing
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