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    Ei, você é curioso? Se for, que bom, deixo saberem o quanto quiserem de mim! Pra começo de conversa, eu sou um sapo mágico, tá ligado? Eu sei que minha foto de perfil engana, mas é sério! Infelizmente, estou preso no fundo do poço, minha sabedoria não pode sair desse lugar, mas você pode sempre vir aqui e jogar uma moedinha ou perguntar ao sapo do poço sobre sua sabedoria.

    De qualquer forma, esse sapo já foi autor de outras coisas, sabia? Ele também ensina e faz trabalhos relacionados a escrita! Bizarro? Com certeza é um sapo mágico, oras! Agora, se encante com minha magia e leia todas as minhas histórias (e entre no discord), simsalabim!

    “Sei disso, por qual outro motivo eu ia pedir a sua ajuda? Aliás, tem como confiar que Silva não escapará da cela sozinha? Se ela fizer isso, fico preocupado no que pode acontecer…”

    “Sinto uma sensação ruim ao invés. Fica pior quando não tenho remorso do que fiz…”

    “Você tem razão e tudo, mas eu ainda vou me sentir mal de um jeito ou de outro.”

    Aquela reclamação se tornou corriqueira. Liane se livrou da lamparina antes que fosse tarde e rumou para o local das minas. Junto a magia e técnicas de faca, ele também aprendeu a diminuir o som de seus passos, além de outras coisinhas das quais manteria quieto por não serem tão úteis agora. 

    Anteriormente, dentro do quarto de Jessia, ambos arquitetaram um plano para causar uma baderna naquele covil e ir embora. O sentimento nutrido pela bandida existia, independente de quaisquer razões para perdoá-la, e mais, ele queria encontrar Zana o mais cedo possível. Logo, o que pensaram foi: sairiam de fininho naquela noite, entregariam a chave da cela de Silva, iriam para as minas libertar mais pessoas e então esperar que os soldados começassem uma luta para resgatarem a senhorita.

    Era meio cruel, até o garotinho admitiu isso, mas com tantos inimigos por perto e apressado para ir embora, seria sua melhor solução. Desde que os residentes do vilarejo, ele e Silva fugissem são e salvos, evitaria o peso da culpa, mas ainda havia um tipo de sensação diferente permeando por perto.

    Er’Ika quem sentiu tal coisa, um mau presságio prestes a chegar. Preferiu se abster de comentar, achando que causaria ainda mais problemas para o receptáculo seguir suas ordens, por isso era melhor manter quieto até terminarem de fazer tudo. Ele controlou cada pedacinho de Liane para ressoar como um só, seus nutrientes estavam perfeitos e sua condição ficou estável mais depressa que o esperado. Chamar de milagre era pouco se comparado ao que aconteceu em questão de horas.

    A entidade alinhava esse fenômeno com o acontecimento de antes, da explosão repentina de raiva. O fluxo de energia pelo corpo do garotinho melhorou muito desde esse evento, além de que sua regeneração natural parecia ter acelerado mais que o normal. Foi como quebrar um cadeado, abrindo espaço para as propriedades sobrenaturais que Er’Ika reforçava alcançassem o limite.

    Mesclado ao ramo de memórias dos três homens, a condição de ambos nunca esteve melhor. Informações, habilidades, tudo na ponta dos dedos. Facilmente os dois podiam navegar pelo labirinto e sair sem serem vistos, mas Liane insistiu em libertar aquelas pessoas capturadas. Sua teimosia obrigou a entidade a aceitar e formar esse plano mais brutal.

    Eles rapidamente passaram pelo sistema de cavernas e entraram no espaço destinado aos prisioneiros. Sua presença ficou quase invisível com as técnicas de furtividade integradas por um dos homens mortos, facilitando não ser percebido por ninguém e nem acordar por acidente uma pessoa.

     Duas pessoas guardavam os presos. Eram dois capangas, cada um iluminando a caverna com uma lamparina. Eles conversavam sobre alguma besteira, talvez sobre o que faziam antes de entrarem para o crime. De qualquer jeito, não importava, pois usaria a distração a seu favor.

    Tirou a faca emprestada por Jessia da bainha. Mesmo sem estar afiada, serviria para a ocasião. Ainda escondido, posicionou os pés e braços para arremessar um objeto, imitando mais ou menos a forma como estava nas memórias em sua cabeça. De uma hora para a outra, a adaga voou de sua mão rumo à cabeça de um dos bandidos, perfurando um dos olhos.

    O segundo tomou um susto com o assobio que ouviu, e quando reparou, seu colega já estava morto no chão. Não demorou para que sua vez também chegasse, pois Liane aproveitou o ponto cego por ter virado a cabeça para o lado e se jogou contra ele, levando as duas mãos até sua garganta e descarregando uma onda elétrica pelo corpo do indivíduo.

    Sua pele queimou, e logo a eletricidade veio ao cérebro e desligou todas as suas funções voluntárias. Não tinha como ter certeza se morreu ou não, mas se estivesse caído e imóvel, era um ótimo sinal. Aquela comoção foi o suficiente para acordar alguns dos prisioneiros.

    Liane concordou, imediatamente abrindo as celas uma a uma, porém tinha pena daqueles rostos aflitos e da face quase cadavérica de sir Aymeric. Ele provavelmente morreria no meio desta luta, mas era a única forma de evitar um destino ainda pior.

    — A senhorita está numa cela nos corredores de pedra esperando por vocês! Eu irei na frente, vou criar uma distração, aproveitem e a usem para ir embora! Só teremos uma chance!

    O garoto não esperou resposta, deixando para trás um conjunto de homens e mulheres atordoados com aquela afirmação. Quanto mais tempo economizasse, melhor. Enquanto acelerava para uma corrida, reforçando as pernas com energia o bastante para aumentar sua velocidade, Er’Ika criou um mapa mental em sua cabeça para se guiarem, usando um diagrama desenhado e um ponto vermelho para representá-lo. Seu plano era sair e entrar pela frente do esconderijo, pegando-os desprevenidos com uma bomba elétrica semelhante à anterior, e para isso acontecer tinha que primeiro pegar o caminho à esquerda.

    Seus passos apressados seguiram pelos corredores de pedra sem fim, os olhos atentos a cada menor movimento ao seu redor. Houve bastante sorte por não encontrar ninguém, mas isso estava prestes a mudar.

    Assim que dobrou numa das partes da caverna, um grupo de homens armados e armadurados tapou sua vista. Mesmo no escuro, os viu, e seus pelos arrepiaram quando uma flecha voou em sua direção no meio daqueles soldados, ficando a centímetros de perfurar o lado enfaixado do rosto.


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