Ei, você é curioso? Se for, que bom, deixo saberem o quanto quiserem de mim! Pra começo de conversa, eu sou um sapo mágico, tá ligado? Eu sei que minha foto de perfil engana, mas é sério! Infelizmente, estou preso no fundo do poço, minha sabedoria não pode sair desse lugar, mas você pode sempre vir aqui e jogar uma moedinha ou perguntar ao sapo do poço sobre sua sabedoria.
De qualquer forma, esse sapo já foi autor de outras coisas, sabia? Ele também ensina e faz trabalhos relacionados a escrita! Bizarro? Com certeza é um sapo mágico, oras! Agora, se encante com minha magia e leia todas as minhas histórias (e entre no discord), simsalabim!
Capítulo 41: Que se Inicie a Batalha
Que merda!
Uma rápida descarga energética no corpo de Liane fez sua cabeça se jogar para o lado contra sua vontade, Er’Ika foi ligeiro em manipulá-lo e evitar que o pior acontecesse. Infelizmente, a flecha ainda pegou de raspão, cortando parte das bandagens em fiapos e tirando-as do lado de seu rosto. Elas caíram no chão, revelando um cintilante olho com íris vermelho sangue.
A recuperação foi melhor do que o esperado, mas o tempo excessivo tapado causou certa falta de costume com a luz, o que dificultava a vista de um dos lados. No entanto, sem tempo para esperarem, Liane chutou o chão e correu a toda velocidade na direção oposta. Nenhuma outra flecha veio conforme se esgueirava para dentro do sistema de cavernas.
— Seu idiota! — um dos cavaleiros na frente sussurrou com olhos cheios de ódio, estapeando a nuca do arqueiro com sua luva de metal. — Você errou o alvo e ele foi embora!
— Per-Perdão, eu me assustei e não mirei direito!
— Retardado… — Ele apertou as palpebras e franziu o cenho, precisando de um longo suspiro para se controlar. — Não importa. Lembrem-se, nossa prioridade é a senhorita. Aquele garoto deve ser dos bandidos, se tivesse acertado somente o braço, talvez o pegássemos… Ok, em frente, homens. Já fomos notados, então agora temos que atacar de uma vez!
O garotinho absorveu uma parte da conversa, deixando Er’Ika atônito por uma variável que não esperava: outras pessoas invadindo o covil para salvarem Silva. De todas as coisas, pensou que teriam semanas até isso acontecer, forçando seu sistema a reconstruir parte do plano. Eles claramente seriam de grande ajuda, talvez se unir a eles seria uma boa escolha, se não fosse por um mísero detalhe, “Aquele garoto deve ser dos bandidos, se tivesse acertado somente o braço, talvez o pegássemos”.
Liane, eles te enxergam como inimigo, mantenha-se o mais longe possível.
— Tem certeza de que eles não estão com Silva? — respondeu em voz baixa, dobrando uma esquina de volta ao local principal do covil. — Eu também os escutei. Podem ser aliados.
Talvez, mas ainda acho melhor passarmos longe. É impossível que alguém de fora saiba de você, somente Z e Jessia sabem da sua existência, logo, seria justo acreditar que aqueles caras são homens de algum nobre que veio resgatar a senhorita nobre, ou que veio tomá-la. Você não tem nada a ver com esses caras, só seria morto no lugar, porque pelo visto eles não se importam de alvejarem uma criança.
Os temores da entidade foram repassados ao menino, que tremeu diante do pensamento do que diabos aqueles sujeitos queriam. Pelo jeito suas saídas estavam gradualmente mais estreitas, o que só aumentava as dores de cabeça para se lidar. Ele retornou a parte das masmorras, contornando o caminho pelo qual Silva se encontrava.
Barulhos de metal se chocando ecoaram pelas paredes junto de gritos. O caos começou.
Liane mordeu a ponta da língua e junto de Er’Ika procuraram o aposento em que eram guardados os suprimentos do bando. Ele não pretendia roubar, destruir seria a melhor opção, mas também não foi escolhido. O que ele queria eram duas coisas: uma arma melhor de usar e água. A faca emprestada por Jessia serviu seu propósito, mas sem a falta de afiação e sendo extremamente difícil de tirar da carcaça daquele sujeito, era uma opção melhor só pegar outra nova.
Ele chegou ao armazém sem ser pego, seus olhos atravessaram a sala rumo a um local em que as armas foram empilhadas, e cuidadosamente analisou e procurou alguma que servisse em suas mãos. Encontrou duas adagas grandes o bastante, não eram tão pesadas e ainda conseguia usar os mesmos truques daqueles homens mortos. Se pudesse, usaria uma arma maior, mas sem a força necessária, era impossível. Ainda guardou uma terceira por precaução no bolso.
A água, por outro lado, fazia parte de um plano secundário. Durante o tempo que Er’Ika aprendeu sobre a magia, ele entendeu que sangue e outras estruturas microscópicas com água em sua produção canalizavam muito bem a energia ao longo do corpo, logo seu objetivo era de usufruir desse fato para potencializar danos com a magia que apelidou de “Tato Relâmpago”. Liane não estava ciente do nome, muito menos de questões mais específicas quanto ao uso dessa habilidade, tal como a forma que a condução funcionava, porém eram coisas a se resolver mais tarde.
Com alguns frascos abastecidos de água num cinto apertando o seu peito inteiro, o garotinho escapou do armazém, apenas para ouvir mais e mais barulhos de brigas por todos os cantos. Não demorou para acabar passando pela taverna improvisada, seus olhos cruzaram com os de uma bandida velha rasgando a boca de um homem sem capacete.
— Pirralho! — gritou, saltando para fora da zona de combate e indo em sua direção.
Liane pensou em fugir para longe antes de qualquer coisa, no entanto, ela chegou mais perto do que poderia reagir. A mão de Jessia o segurou pela gola da roupa, em seguida o colocando por baixo do ombro para ser mais fácil de carregá-lo.
— Ela está fugindo, atrás daquela maldita!
A voz se distanciou conforme a mulher traçava uma empreitada ao longo do sistema de cavernas. Sangue escorria de um de seus braços e o par de olhos vidrados se concentrava puramente no que estava adiante, como se estivesse possuída por alguma coisa.
O garoto tentou se desgrudar dela, mas foi impossível. Ficou firmemente preso, e ela não parecia querer soltar. Mordeu a ponta do lábio, indeciso se deveria ou não explodí-la com energia elétrica em um piscar de olhos.
Não o faça. Ela está com a guarda alta, vai contra-atacar no instante em que você fizer algo estranho. Vamos esperar primeiro sairmos daqui ou colocá-la mais relaxada antes de revelar nossos trunfos.
Liane concordou mentalmente, apenas esperando ver o que aconteceria a seguir. Então, em meio a gritos distantes, uma luz apareceu no final do túnel. Pela primeira vez em dias, aquele pequeno menino e a entidade dentro de si viram o céu estrelado com uma enorme lua cheia.
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