Índice de Capítulo

    “Paula, você ouviu? Eu vou encontrar o Vincent hoje!”

    “Sim, eu ouvi. Parabéns.”

    “É tudo graças a você, Paula, por ter incentivado ele.”

    Violet sorriu, irradiando felicidade. Quando Paula viu aquele sorriso, sentiu um orgulho enorme. Apesar de todo o processo ter sido difícil, seu orgulho apareceu rapidamente após os resultados finais.

    “Estou tão feliz. Se eu soubesse que seria assim, teria me vestido melhor.”

    “Você já está linda assim.”

    “Obrigada.”

    Violet sorriu timidamente, enrolando o cabelo com os dedos. Seus cabelos, que ela tanto desejava, ondularam suavemente.

    “Estou tão nervosa, faz tanto tempo que não nos vemos.”

    Violet colocou a mão no peito, antecipando o encontro com Vincent. Ela chamou alguém de sua casa para ajudá-la a se trocar para a nova roupa. Linda, parecia brilhar. Ah, parecia até que ela tinha um halo. A babá cobriu os olhos com a mão e, no horário marcado, conduziu Violet até a sala de estar no anexo.

    Ali estava Vincent, já vestido e polido desde cedo. Ele estava confortável, com as pernas cruzadas e as costas apoiadas no sofá. Seus olhos, agora desbotados, da cor de esmeralda, não eram notados, a menos que alguém se aproximasse muito.

    “Vincent!”

    Violet correu direto para ele. Foi mais rápido do que a luz. Não houve tempo para impedir a corrida dela, parecia até um animal caçando sua presa. Felizmente, Ethan bloqueou o caminho dela com habilidade. Depois, ele a fez sentar no sofá logo em frente a Vincent.

    Mesmo depois de ela ter se sentado, ele teve que afastá-la mais algumas vezes. Paula olhou para Violet enquanto preparava o chá e colocava os petiscos na mesa.

    “Quanto tempo, hein.”

    “Sim. Faz tanto, tanto tempo! Eu senti sua falta.”

    A voz dela, quase chorosa, foi engolida. Os olhos de Violet não saíam de Vincent. Como havia treinado, Vincent calmamente pegou a xícara e levou até os lábios, tomando um gole. Depois, com a xícara no colo, levantou a cabeça e encontrou o olhar dela. A prática foi curta, mas felizmente os movimentos estavam tão suaves que não pareciam estranhos.

    Paula ficou atrás de Violet, e Ethan se sentou entre Violet e Vincent. Paula decidiu observar Vincent, enquanto Ethan observava Violet, trocando sinais entre eles caso vissem algo estranho.

    “O que aconteceu? Como está seu corpo? Está se sentindo melhor? Por que você está tão magro? Por que não respondeu minhas cartas? O que aconteceu esse tempo todo? O que realmente aconteceu? Você tem ideia de como eu me preocupei?”

    “Calma, Violet. Pergunte devagar. Qual é a pressa?”

    Ethan fez um gesto com a língua, desaprovando o volume de perguntas que estavam saindo da boca dela. Violet olhou para Ethan e deu de ombros. Logo seu olhar voltou para Vincent.

    “Tá bom. Eu vou responder todas, então pergunte uma de cada vez.”

    “O que aconteceu?”

    “Muita coisa aconteceu. Provavelmente você já sabe.”

    “Você ainda não está bem?”

    “Não. Já melhorei bastante. Ainda me recuperando, mas não está tão mal.”

    “Mas ainda está ruim.”

    Violet começou a chorar e cobriu os olhos com o lenço. Ethan, de lado, comentou que estava vendo um espetáculo. Naquele momento, o salto de Violet bateu na panturrilha de Ethan. Ele gemeu e se abaixou para segurar a perna, e Vincent, ouvindo o som, virou a cabeça levemente. Mas como ele era cego, não sabia o que estava acontecendo, então não reagiu.

    Vincent, calmamente, trouxe à tona as palavras que havia praticado.

    “Não é nada para se preocupar. O motivo de não ter me encontrado antes foi que eu estava um pouco distraído. Coisas perigosas ainda estavam acontecendo. Por isso, estava tão nervoso. Não te encontrei porque tinha medo de falar algo errado quando nos encontrássemos. Eu estava preocupado porque ainda não me sentia seguro e você poderia estar em perigo. Eu pensei em te encontrar quando me sentisse mais seguro e melhor.”

    “Está tudo bem. Eu entendo tudo!”

    Violet gritou, inclinando o corpo para frente, em direção a Vincent.

    “Você está bem, como vejo. Fico feliz em ver que você está bem. Obrigada por me mostrar como você está saudável. Eu… eu me perguntei se você me odiava.”

    “Isso não é possível.”

    “Sim. Eu sei. Sei disso! Só, eu senti tanto a sua falta.”

    Essas foram as palavras que Paula hesitou tanto em dizer antes. Violet as disse com facilidade. Era como se ela estivesse dizendo “Vou dizer isso”. E a resposta de Vincent seria um agradecimento, sorrindo de forma travessa.

    “Tudo bem. Da próxima vez, vou responder a sua carta.”

    “O quê…?”

    “É sério?”

    “Sim.”

    Vincent assentiu com a cabeça. Violet respondeu, feliz. Paula olhou para Vincent, que estava agindo assim. A resposta que ele deu para Paula antes foi estranha. Definitivamente era uma conversa que eles haviam treinado… mas ele deu uma outra resposta. Por quê? Ele estava sorrindo, mas não de forma travessa como antes.

    Sem querer, Paula desviou o olhar dele. Ele tomou seu chá e levantou a cabeça. O olhar dele estava voltado para frente, onde Violet estava, como ele havia praticado, mas parecia que também alcançava Paula, que estava atrás dele. Paula não conseguiu se concentrar e desviou os olhos, sem saber por quê.

    Depois disso, a conversa sobre como estavam continuou. Violet falava empolgada, e Vincent respondia de forma intermitente. Quando a conversa começou a ficar estranha, Ethan interveio, e a conversa voltou a fluir com normalidade. Violet estava tão concentrada no diálogo que parecia não ter notado a estranheza de Vincent.

    Paula podia perceber o quanto a relação deles era duradoura pela forma como conversavam.

    “Sim, Vincent. Não são lindas as flores?”

    “Flores?”

    Vincent perguntou, confuso. Paula ficou surpresa.

    “Ah, minha nossa. Eu te mandei um buquê. Pedi para colocarem ao lado da cama, você não viu?”

    “… sim.”

    “As flores estão frescas? Estavam todas frescas, e as cores eram lindas. Qual foi a mais bonita? Da próxima vez, vou tentar fazer um buquê só com aquelas flores.”

    “…”

    Vincent colocou a xícara de chá que estava segurando sobre o colo e começou a mexer com as pontas dos dedos. Na superfície, ele parecia perdido em pensamentos, mas, na verdade, estava confuso. Paula também estava. Ela não podia falar sobre o buquê que Violet fez. Aconteceu antes que ela pudesse mencionar algo sobre isso.

    Ela não sabia o que fazer, então gesticulou com a mão e ficou nervosa, mas os olhos de Ethan se encontraram com os dela. Ele sorriu para ela.

    “Como você pode ficar tímido em uma hora dessas?”

    Ethan deu um tapinha no braço de Vincent. Foi um gesto brincalhão. O olhar de Vincent escorregou até Ethan. Ethan sorriu e respondeu por Vincent.

    “Eu ouvi você dizer que as flores roxas eram as mais bonitas?”

    “Ah. Eram as mais bonitas?”

    Quando Violet perguntou, Vincent assentiu, com um pequeno atraso. Ele disse que gostou, e ela acrescentou que tentaria fazer aquilo na próxima vez. Não havia nenhum vestígio de dúvida em sua voz alegre. Olhando para Ethan, Vincent sorriu e fez um leve aceno com a cabeça.

    O perigo passou. Paula secretamente soltou um suspiro de alívio.

    Era hora de Vincent voltar. Quanto mais a conversa se estendia, pior ficava. Com o tempo, Violet poderia começar a notar algo estranho. Ela talvez não percebesse de imediato, tão feliz estava por encontrá-lo, mas se ficasse observando Vincent por mais tempo, havia uma grande chance de perceber algo.

    Como planejado, Vincent se afastou primeiro.

    “Violet. Estou um pouco cansado hoje, posso me levantar agora?”

    “Ah, entendi.”

    Era uma resposta cheia de pesar. Paula não conseguia ver a expressão de Violet, mas podia imaginar qual emoção teria aparecido em seu rosto.

    “Posso vir te ver de novo?”

    “Claro. Você é sempre bem-vinda.”

    Depois de falar, Vincent se levantou rapidamente. Paula foi até a porta para ajudá-lo. Ethan também se levantou, seguido por Violet.

    Agora, tudo o que precisavam fazer era sair. O fim da encenação estava próximo.

    Foi nesse momento que Paula e Ethan trocaram olhares tentando concluir a situação.

    “Vincent!”

    Violet saltou para os braços dele, prestes a sair. Foi uma situação muito repentina. Vincent, que a recebeu com frieza, ficou rígido como estava. Ethan também levantou os olhos, surpreso. Paula ficou igualmente tensa.

    Nesse meio tempo, Violet, alheia ao que acontecia, levantou a cabeça dos braços dele.

    “Vincent. Senti tanto a sua falta. Senti muito a sua falta.”

    “Vi… olet. Se acalma agora.”

    “Realmente, realmente.”

    Os olhos dela estavam úmidos de lágrimas, prestes a cair a qualquer momento. Paula torceu para que Vincent não olhasse nos olhos de Violet. No entanto…

    “Uh? Os olhos do Vincent…”

    Assim que ela falou isso, Vincent a empurrou. Foi como um impulso defensivo. Violet bateu na mesa atrás dela e caiu.

    Quando Ethan se aproximou para ajudá-la, Violet o olhou com um ar perdido. O barulho alto fez Vincent se assustar também. E quando você entra em pânico, acaba cometendo erros. A mão de Vincent mexeu no ar. Por um momento breve, ele rapidamente retirou a mão, mas ela já devia ter visto.

    “Vincent?”

    “Desculpe, desculpe.”

    Confuso, ele se virou e estava prestes a sair.

    No entanto, o infortúnio não parou por aí.

    Enquanto tentava sair rapidamente, ele caiu, batendo o joelho no braço do sofá. Caiu no chão, caindo de cara.

    Bang!

    Seguiram-se sons de dor.

    Paula estava chocada e correu até ele. Pegou a mão que mexia no ar e o apoiou.

    E então, o tumulto se acalmou.

    “Vin-Vincent…”

    “…”

    O rosto dele ficou vermelho.

    Eventualmente, tudo explodiu. Da pior forma possível.

    “Vincent! Vincent! Abre a porta, hein?”

    Bang! Bang!

    Um som suave vinha de trás da porta fechada.

    “Vincent, vamos conversar. Tá?”

    Bang novamente!

    Bang! Bang!

    Mas a porta fechada nunca se abriu.

    Mesmo sabendo disso, Violet continuou batendo na porta.

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