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    Os doces feitos na cozinha recentemente foram em grandes quantidades. O impacto do bolo de libra ensinou uma grande lição a Paula. Então, ela imediatamente pediu ao chef para fazer um grande bolo de libra.

    [“Não deve ser demais para o Mestre comer?”]

    [“Talvez comer sozinho seja solitário, o Mestre sempre me convida para comer com ele. Mesmo que eu diga que está tudo bem, ele insiste… Como uma simples empregada poderia rejeitar as palavras do seu Mestre? Se isso puder aliviar sua solidão, com prazer vou comer com ele, sem hesitar.”]

    Paula colocou as mãos no peito e falou uma mentira descarada. O chef se comoveu e prometeu fazer algo delicioso. Esse foi o resultado obtido. Graças a isso, Paula tem esperado mais pelos seus doces ultimamente. Ela realmente experimentou muitas coisas deliciosas no mundo durante sua estadia ali.

    O prato de bolo logo ficou vazio. Coisas deliciosas desaparecem rápido. Paula olhou para o prato vazio com arrependimento, ainda saboreando o gosto.

    “Coma isso também.”

    Lucas deu apenas uma mordida e passou o bolo restante para Paula.

    ‘Você é um anjo!’

    Paula ficou emocionada e perguntou se estava tudo bem. Ao mesmo tempo, sua mão já estava alcançando o prato dele.

    O olhar de Vincent imediatamente se voltou para o lado. O prato dele também estava vazio. Paula o pegou de surpresa ao trazer o prato para ele.

    “Isso, o Senhor Lucas me deu.”

    “Quem pediu alguma coisa?”

    Ele falou arrogante e jogou o garfo de lado. Em vez disso, pegou a xícara de chá. Mas logo fez uma expressão de confusão e tirou a xícara dos lábios. Paula então virou a xícara de cabeça para baixo, mas não havia nada nela. Ela se distraiu com o bolo e esqueceu de servir o chá.

    O olhar insatisfeito dele ficou fixo em Paula, e ela se assustou. Lucas, então, pegou o bule e serviu chá na xícara dele.

    “Irmão, beba.”

    “Não sei quem está estragando quem aqui.”

    Vincent levou o copo até os lábios. Paula colocou o garfo de lado.

    “Perdi a fome de repente. Quer mais?”

    “Não minta e termine de comer.”

    “Não foi você quem queria mais? Achei que você estava rabugento porque comi mais.”

    “Não sou tão mesquinho.”

    “Não posso acreditar nisso.”

    Vincent adorava doces, e agora que Paula também passou a gostar de sabores doces, ela às vezes se via insatisfeita com a porção dos doces. Dependendo do tipo de doce, essa sensação ficava mais forte.

    Como resultado, a cada vez surgia uma tensão estranha entre Vincent e Paula. Claro que Vincent sempre era o primeiro, mas, de vez em quando, Paula conseguia pegar um pouquinho mais que ele. Só um pouquinho, sem que ele percebesse.

    Mas, tendo perdido a visão e aguçado os outros sentidos, ele se manteve vigilante. Ele sempre lhe dava um olhar de reconhecimento quando ela pegava mais. Honestamente, era um pouco assustador cada vez que ele fazia isso.

    ‘Até que ponto você ama doces?’

    Quanto mais Vincent reagia assim, mais ousada Paula se tornava. Ela fazia concessões de tal forma que gostaria de pegar mais sempre que ele lhe desse aquele olhar. Claro, ela sabia que ele se recusaria. Seu orgulho não o faria devolver o que deu à empregada.

    Então, dessa vez, Paula empurrou o prato, dizendo que daria o quanto ele quisesse. Vincent fez um gesto com a mão. Ele se recusou a comer algo com sua saliva. Paula insistiu que ela tinha pegado só um pouco e empurrou mais o prato para ele, mas Lucas de repente soltou uma risada. Seu olhar estava fixo no prato.

    “Quanto mais olho para você, mais interessante você fica.”

    Lucas pode ter elogiado Paula, mas ela fez de conta que não entendeu e colocou o prato de lado. Por um momento, esqueceu que havia outro companheiro. Vincent fez um gesto com os olhos, perguntando o que estava acontecendo. Paula desejou fervorosamente que Lucas fechasse a boca.

    Lucas, que riu novamente, felizmente, disse algo mais.

    “Os dois se dão bem.”

    “Isso não é verdade.”

    “Há um mal-entendido.”

    A resposta veio ao mesmo tempo. Vincent e Paula se olharam ao mesmo tempo. Paula piscou, ele não seria capaz de vê-la, mas ele estava com os olhos bem abertos, tanto quanto podia.

    Lucas acrescentou que parecia que Vincent e Paula se davam bem. Vincent não respondeu e simplesmente bebeu seu chá, enquanto Paula arrumava os pratos vazios. Enquanto isso, a risada de Lucas ecoava pelo jardim.

    Paula, quieta, tirou um livro. Paula decidiu ignorar a risada estranha. Vincent parecia concordar, e o assunto mudou naturalmente.

    Quando Paula ajustou sua postura e se sentou, Lucas a olhou com um olhar curioso.

    “O que você vai fazer?”

    “Vou ler um livro.”

    “Um livro?”

    O olhar de Lucas se fixou no livro que ela segurava. Paula limpou a garganta. Vincent calmamente sorvia seu chá. O olhar de Lucas se moveu de Vincent para Paula novamente.

    “Você vai ler em voz alta?”

    “Sim.”

    ‘Dá para perceber só de olhar que eu vou ler. Por que perguntar??’

    Paula abriu o livro e começou a ler as frases com destreza. Foi um começo repentino, mas Vincent ouviu sua voz como se já estivesse acostumado.

    Era uma história de aventura para crianças, de tamanho médio. Livros longos eram difíceis de ler. Se o conteúdo fosse longo, era difícil se concentrar. Paula percebeu recentemente que conteúdos curtos e simples eram mais fáceis de ler e mais agradáveis de ouvir.

    Paula havia escolhido cuidadosamente o livro. Lucas ficou maravilhado com a história fluindo pela voz dela. Ele olhou abertamente para Vincent, mas Vincent não demonstrou atenção para Lucas. Ele estava totalmente focado na voz de Paula. Então, Paula se concentrou ainda mais em ler o livro. Mesmo uma pequena distração poderia levar Vincent a apontar algo, então ela precisava se manter concentrada.

    À medida que Lucas os observava, sua surpresa gradualmente diminuiu. Então, em algum momento, ele puxou silenciosamente uma cadeira mais perto de Vincent e se sentou.

    “Por que você está tão perto?”

    “Quero ouvir também.”

    Os dois homens se sentaram lado a lado, ouvindo atentamente sua voz. Normalmente, era só Vincent, então Paula não percebera como seria tenso ler para outra pessoa. Essa tensão afetou sua voz, fazendo-a vacilar algumas vezes. Ela viu a expressão séria de Vincent, mas rapidamente leu a próxima parte, fazendo de conta que não notou.

    Os olhos de Lucas brilharam como os de uma criança. Não sabia se ele achava a situação incrível ou se estava surpreso por ela saber ler, mas ele lhe deu um olhar perturbador que fez seu couro cabeludo formigar. Era como ler um conto de fadas para os irmãos mais novos dele.

    Além disso, ele participava ativamente.

    “Então, o que acontece depois?”

    “O quê? Ah, o que acontece depois é…”

    Ele não estava só ouvindo passivamente. De vez em quando, ele fazia perguntas ou perguntava sobre as opiniões dela. Às vezes, ele conversava sobre histórias que ouvira em outro lugar. Era uma conversa trivial, mas ele agia como se estivesse se divertindo. Vincent franziu a testa, mas não interrompeu a conversa. Graças a isso, apenas Paula, que se tornou a parceira de conversa, ficou desconcertada.

    “É sobre a camaradagem e o amor conquistados através das aventuras. Uma história com uma boa lição.”

    Depois de terminar o livro, Lucas não se esqueceu de dar suas opiniões.

    “Sim. Você gostou de ouvir?”

    “Gostei muito de ouvir. Talvez seja porque você leu com tanta facilidade que foi fácil de ouvir.”

    “Você me elogia demais. Aprendi muito com alguém.”

    Enquanto Paula dizia isso, ela olhou para Vincent. Um homem que costumava suspirar profundamente diante do menor desconforto enquanto ela lia, agora estava tranquilamente bebendo seu chá. Mesmo que o chá já devesse ter esfriado, ele ainda tomava aos poucos, agindo como se não sentisse o olhar dela.

    E suas palavras foram outras.

    “Melhor que antes.”

    “Sim, sim.”

    ‘Eu sabia que ele diria isso.’

    ‘Já não deveria dar elogios como “Li bem” e “Não tenho mais nada para apontar”?’

    O elogio estava muito contido.

    Mas, por outro lado, Lucas achava que o elogio não era suficiente.

    “Não há resistência para ouvir e ela lê suavemente. Foi a primeira vez que soube que a história de alguém poderia ser tão boa de ouvir. Senti uma preocupação com o outro que estava ouvindo. A voz dela estava tão boa… não, eu só acho que tudo estava muito bom.”

    “Eu só estava lendo. Me avise se souber de algum bom livro.”

    “Será? Na próxima vez, escolho um.”

    Paula riu, e Lucas aproveitou a oportunidade para garantir que participaria da próxima vez.

    “É divertido, não é, irmão?”

    “Bem.”

    O único problema era que o outro participante estava muito frio. Mas Lucas, já acostumado com a atitude de Vincent, nem se importou.

    “Eu não sabia que meu irmão gostava tanto de doces. Como você tem escondido isso o tempo todo?”

    “Eu não escondi.”

    “Você não comia assim.”

    “Não é porque eu não demonstrava, que eu não gostava.”

    Lucas balançou a cabeça. Isso fez sentido.

    “Mesmo assim, se eu soubesse que você gostava de doces, teria comprado vários bolos. Conheço vários lugares famosos.”

    “Não há necessidade disso.”

    Vincent recusou de forma direta. Depois, acrescentou perguntando que confiança Lucas tinha nele. Era uma afirmação cheia de espaço para mal-entendidos, mas Lucas apenas riu e brincou, dizendo que sabia que Vincent ia gostar se ele trouxesse alguns.

    Por um momento, uma atmosfera tranquila passou entre os dois.

    “Ah, a propósito, pedi as folhas de chá que você gosta. Vão chegar amanhã. Você ainda gosta, certo? Chá-preto de Novelle.”

    “Sim.”

    “Você vai aceitar, certo?”

    “Se for oferecido sinceramente, eu aceito.”

    Paula não tinha conseguido pegar mais desde que o chá dourado que ela havia recebido acabou. Queria pedir ajuda a Isabella, já que Vincent adorava aquele chá. Quando o chá-preto de Novelle acabou, Vincent ficou desapontado. Mas Paula conhecia Vincent. E sabia da alegria que ele escondia sob sua atitude ríspida.

    ‘Você está fazendo isso de propósito só porque ele é seu irmão?’

    Lucas, que não sabia de nada, apenas aproveitava.

    “Irmão, eu fiquei realmente aliviado.”

    “O que quer dizer?”

    “Você parece tranquilo. Quando ouvi sobre isso antes, fiquei preocupado. Mesmo quando vi com meus próprios olhos, ainda estava inseguro. Mas agora, depois de ficar aqui, entendo. Você tem estado bem. Fico feliz.”

    “…”

    “Nem sabia que você gostava de doces. Não sabia que poderia sair para caminhar, ler um livro e viver assim, em paz.”

    Lucas deu uma risada suave. Parecia feliz, mas dava para sentir o amargor que permeava aquilo. O olhar que ele lançou para Vincent estava cheio de desespero. Ele estava com os olhos marejados, como se fosse chorar a qualquer momento, só de piscar.

    “É tão reconfortante.”

    Havia alívio na voz dele.

    Agora que pensava nisso, Lucas havia dito que cegou Vincent. Se fosse assim, significava que Lucas já sabia da condição de Vincent. Talvez ele já soubesse do ‘algo’ que Vincent estava escondendo.

    A imagem dos dois conversando na sala veio à mente. O que estava contido naquela imagem era provavelmente mais pesado do que Paula poderia imaginar. Por isso, ela sentiu que, de certa forma, entendia os sentimentos de Lucas por Vincent naquele momento. A preocupação dele era provavelmente genuína.

    Por um momento, Lucas parecia diferente. O jeito como ele olhava para o chão, com os olhos brilhando de emoções, foi bastante comovente.

    Mas a emoção desapareceu rapidamente. Infelizmente, aquela tristeza não chegou até seu destino. Vincent estalou a língua.

    “Isso é estranho.”

    “É?”

    A tristeza foi apagada rapidamente. Foi uma mudança rápida. Tão rápida que Paula se perguntou se a mudança foi bem-vinda.

    ‘Não, essa tristeza foi muito curta?’

    O sorriso brilhante de Lucas pegou Paula de surpresa.

    “Isso tudo deve ser por causa dela.”

    Dessa vez, a atenção de Lucas se voltou para Paula.

    Paula piscou surpresa com o elogio repentino.

    ‘Eu?’

    “Obrigado por estar ao lado do meu irmão.”

    “Ah, não, não é nada.”

    “Claro, eu deveria ser grato.”

    A resposta de Lucas foi rápida.

    ‘O quê?’

    Paula olhou para Vincent, confusa. Ele não corrigiu o que Lucas disse.

    Bem, sim, é uma coisa razoável de se ser grato. Mas… poderia ser que ele estivesse um pouco grato também?

    ‘Hmph!’

    Paula bufou abertamente.

    Ainda assim, Vincent nem fez questão de ouvir.

    ‘Esse moleque!’

    Paula estava brava, então engoliu o chá quente com pressa.

    Sua garganta estava seca.

    “Bem, claro. Com uma pessoa tão bonita ao seu lado, deve se sentir animado.”

    Paula espirrou o chá que estava bebendo.

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