Índice de Capítulo

    — Agnes, você faria o mesmo comigo e diria isso? Isso realmente seria possível…?

    Agnes deu de ombros diante das palavras de Damian. Então, ela tomou a dianteira e caminhou confiante pelo labirinto.

    Hazel a seguiu, olhando para ela com incredulidade.

    Ela se perguntava como alguém da idade dela poderia ser tão inteligente.

    Era como se Agnes tivesse memorizado todas as saídas do labirinto.

    — Ei, você não vem?

    Mas quando ela se virou ao ouvir a voz de Damian atrás dela, sua confiança diminuiu um pouco.

    Mas Hazel conseguiu sair do labirinto em segurança, graças a Agnes, e ela cumpriu sua promessa.

    Hazel podia ver seus irmãos chorando e culpando-a pelo que tinha acontecido.

    Ela nunca esqueceu aquele dia.

    Embora a Princesa tivesse esquecido que ela existia… ela nunca a esqueceu.

    Minha heroína, meu…

    Hazel acalmou sua respiração agitada e olhou fixamente para Agnes, que brilhava no centro da multidão.

    “Se não fosse por essa maldita maldição, eu poderia ter estado ao seu lado…”

    Uma única e amarga lágrima rolou pela bochecha de Hazel.

    Foi então.

    Uma pessoa que casualmente olhava pela janela gritou com força.

    — Kyaa, eu acho que a fenda se abriu! A lua…!

    Naquele momento, todos os olhos se voltaram para a janela.

    Era verdade.

    A lua crescente, que havia estado escondida pelas nuvens de chuva, foi revelada e começou a se mover de forma estranha.

    A lua crescente se esticava como se fosse um demônio, e logo se transformou em uma lua cheia redonda.

    Uma lua cheia.

    Era o sinal de que a fenda estava se abrindo.

    — Huh…!

    No meio da multidão agitada, Hazel agarrou o coração.

    Ela começou a andar rapidamente e fugiu antes que os olhos pudessem se fixar nela.

    Mas uma pessoa a notou.

    — O que está acontecendo com ela?

    Era a Princesa Agnes.

    Agnes acalmou a multidão, percebendo que Hazel havia fugido.

    As pessoas não estavam terrivelmente assustadas com os sinais de que a fenda havia se aberto, ou de que o que Agnes disse antes funcionou.

    Na verdade, alguns dos mais jovens estavam desapontados por não terem visto Kylo Grey em ação.

    Agnes tentou acalmá-los um pouco mais.

    — A fenda logo se fechará, é apenas temporária, e o Lorde Kylo Grey lidará com tudo, então não se preocupem.

    Os trovões ensurdecedores que os haviam assustado cessaram quando a lua cheia surgiu.

    Isso os permitiu se acalmar relativamente rápido.

    Alguns dos menores finalmente adormeceram após uma noite aterrorizante de insônia.

    Agnes ordenou aos soldados que fechassem todas as cortinas e deixassem as pessoas descansarem.

    Então ela se dirigiu rapidamente para onde Hazel Devon tinha desaparecido.

    “Alguma coisa não está certa.”

    Enquanto isso, no bosque do vilarejo.

    Enquanto esperavam diante de uma grande árvore que se dizia ter mais de 1500 anos, uma fenda apareceu diante de seus olhos.

    Apareceu ao mesmo tempo que a lua cheia surgiu.

    Kylo ficou atordoado ao ver a fenda negra no ar.

    Ele nunca tinha pensado que isso aconteceria de verdade.

    Ele pensou que a guerra contra os demônios havia acabado.

    Mas aqui estava novamente.

    Assim como Kylo, os outros cavaleiros e soldados pareciam devastados.

    Um monstro apareceu do nada através da fenda.

    Era um monstro muito maior do que os monstros anteriores.

    Com um movimento de sua mão, a batalha começou.

    Enquanto ele perfurava a cabeça do monstro, Kylo lembrou na mente o sorriso da Princesa Agnes.

    O sorriso caloroso que ele acreditava ser exclusivo para ele.

    Mas não era apenas para ele.

    O que ele sentia ao ver o mesmo sorriso para os outros.

    Era uma emoção destrutiva que ele não se atrevia a expressar.

    Às vezes ele queria despedaçar a pessoa para quem o sorriso de Agnes estava direcionado, às vezes ele queria punir a Princesa Agnes.

    Às vezes ele imaginava sequestrá-la e levá-la para um lugar onde apenas ele soubesse e a trancar lá.

    Ele se perguntava se se sentiria melhor por trancá-la para que nunca mais pudesse mostrar esse sorriso a ninguém.

    Ele sentia nojo e náuseas de si mesmo por ter imaginado algo assim.

    Ele estava confuso; nunca havia sentido isso antes.

    Antes, ele cobiçava o poder, mas nunca cobiçava alguém… seu coração.

    Era uma sensação estranha querer possuir completamente alguém, deleitar-se com seu sorriso e sua bondade.

    Mas…

    Ele desejava. Mais desesperadamente do que nunca desejou o sucesso ou o poder.

    Ele queria ser especial para ela, acontecesse o que acontecesse, quer esse sentimento fosse positivo ou negativo.

    Um desejo destrutivo de tomar posse de alguma forma da vida de uma pessoa.

    Isso era puramente culpa dele.

    Ele deveria tentar suprimi-lo.

    Ele deveria querer tentar suprimi-lo, esmagá-lo de alguma forma.

    Mas no momento em que ele a viu me dar o colar, tornou-se impossível.

    Kylo jurou que se algum dia voltasse deste lugar e visse novamente a Princesa Agnes, não hesitaria em agarrá-la e perguntar:

    Por que você me fez assim? O que devo fazer para te ter?

    Após fugir do auditório, Hazel foi para os aposentos que compartilhava com a Princesa Agnes.

    Uma vez dentro de seu quarto, Hazel se arrastou até o canto perto de sua cama e se encolheu.

    Ela olhou pela janela e viu a lua cheia, grande e inchada.

    Com um suor frio, os ombros de Hazel tremiam.

    — Por quê…?!

    O dia em que a fenda se abriu pela primeira vez no mundo.

    O céu escureceu de repente e uma nuvem de chuva desabou sobre ele. A lua crescente desapareceu, substituída por uma enorme lua cheia.

    Hazel Devon, que tinha saído para dar um passeio furtivo, foi atingida por um raio naquele dia e amaldiçoou não poder contar a ninguém.

    Uma vez por mês, a maldição mudava seu corpo em cada lua cheia.

    Temendo que fosse uma grande fraqueza para ela, os Devons mantiveram isso em segredo.

    Felizmente, não era lua cheia toda vez que a fenda se abria.

    Hazel só tinha tempo livre uma vez por mês, durante a lua cheia, e seu corpo voltava ao normal depois desse dia.

    Não importava que ela tivesse um irmão gêmeo, ou que a família Devon tivesse um filho ilegítimo da idade de Hazel.

    “A data ainda está muito longe…”

    A lua crescente no céu se transformou de repente em lua cheia.

    Assim como no dia em que a primeira fenda se abriu no mundo, e com ela vieram os raios e a maldição.

    Hazel Devon apertou os ombros ao sentir que seu corpo mudava terrivelmente.

    Ela sentiu que seu uniforme era arrancado com um estalo.

    O medo a dominou, junto com a dor dos ossos se movendo.

    Foi então.

    … boom!

    Os olhos úmidos de Hazel Devon se abriram de horror.

    Seus olhos se encontraram com os da Princesa Agnes enquanto ela entrava pela porta.

    Mais do que qualquer outra pessoa, ela não queria ser vista nesse estado repugnante.

    Hazel recuou horrorizada. Ela não conseguia pensar.

    — Eles descobriram, eles descobriram… Argh…

    Hazel começou a chorar em voz alta, assim como no dia em que conheceu a Princesa quando era criança.

    — …

    A Princesa Agnes ficou rígida de surpresa.

    — Ugh… O que acabei de ver?

    Ela levantou lentamente o punho e esfregou os cantos dos olhos.

    Ela piscou várias vezes, mas a cena diante dela permaneceu a mesma.

    Sua cabeça girava, confusa.

    A pessoa diante dela era definitivamente Hazel Devon. O cabelo, a cor dos olhos, a forma do rosto. Era definitivamente…

    Mas, por que seu corpo…?

    Por que… está…?

    Agnes entrou em pânico enquanto olhava para Hazel, que se transformara em uma figura robusta e musculosa.

    — Lorde Devon, está tudo bem…?

    — Oh, não venha!

    Ajude-me a comprar os caps - Soy pobre

    Regras dos Comentários:

    • ‣ Seja respeitoso e gentil com os outros leitores.
    • ‣ Evite spoilers do capítulo ou da história.
    • ‣ Comentários ofensivos serão removidos.
    AVALIE ESTE CONTEÚDO
    Avaliação: 0% (0 votos)

    Nota