Índice de Capítulo

    Quando ele olhou para a Princesa Agnes com um olhar tão possessivo que não conseguia esconder, deixou-o sem palavras.

    Ele não podia permitir que isso continuasse.

    Se não controlasse isso, Kylo Gray certamente ultrapassaria a linha.

    E talvez…

    Princesa Agnes poderia aceitar voluntariamente sua audácia.

    Isso tinha que parar.

    Raymond se aproximou de Kylo Gray, que estava parado no lugar vazio.

    Arrastando os pés.

    Ele deve ter ouvido os passos, mas Kylo não se moveu.

    Atrás dele, Raymond falou.

    — Inventar algo que não existe é mais chocante do que eu pensava… Você realmente caiu tão baixo?

    Ao ouvir essas palavras, os ombros de Kylo giraram lentamente.

    Ele olhou para Raymond com olhos vermelhos e injetados de sangue.

    — O que você disse?

    — Você está confundindo seus sonhos com a realidade, é impossível que a Princesa Agnes te beije.

    — Não acho que um pequeno fisgão seja digno de opinar.

    — A Princesa Agnes não perdeu a memória.

    — … o quê?

    Raymond observou divertido o piscar frenético das pupilas de Kylo.

    Ele tinha que contar a verdade.

    Apenas assim poderia acordá-lo de seu próprio engano.

    — Agnes está fingindo deliberadamente ter perdido a memória por minha culpa.

    — … que tipo de bobagem é essa?

    — Você nunca saberá. Passamos por muito, e ao contrário de você, estivemos juntos por muito tempo.

    — …

    A mandíbula apertada de Kylo se contraiu com isso.

    Raymond sorriu satisfeito ao ver seus punhos tremerem.

    — Agnes ainda está apaixonada por mim. É por isso que fingiu sua amnésia por mim, para me manter por perto.

    — … acho que é você quem está delirando.

    — Será melhor você se controlar, Kylo Gray.

    — …

    — Você realmente acha que a Princesa Agnes te beijou e, mesmo que fosse real… ela realmente pensou que era você?

    Kylo Gray não aguentou mais.

    Ele deu um passo à frente e agarrou Raymond pelo colarinho.

    Ele lançou um olhar ameaçador, e Raymond riu suavemente.

    — É uma pena, mas… a Princesa deve ter te confundido comigo. Ela me implorou inúmeras vezes para amá-la; para vê-la, por favor…

    — … cale a boca.

    — Você foi um substituto, alguém que ela usava para me confundir.

    — …

    — É tão fácil, simples, sim…!

    Puck!

    O punho de Kylo finalmente atingiu o rosto de Raymond.

    Raymond também não ficou parado.

    Os dois homens cerraram os dentes e avançaram um contra o outro.

    Mas a briga não durou muito.

    Os cavaleiros que os viram correram para detê-los.

    A força de Kylo era grande demais, e a briga só terminou depois que muitos homens se lançaram contra eles.

    Só quando Raymond estava fora de vista, Kylo se relaxou.

    A briga finalmente tinha acabado.

    — …

    Os cavaleiros e soldados olhavam para Kylo fixamente, com a língua para fora, como se estivessem olhando para um monstro.

    Encolhido no chão, o peito de Kylo subia e descia.

    Com medo de que pudessem ser alvo de sua ira, fugiram rapidamente.

    Ele tinha suposto ser um substituto, mas o pensamento era um fraco substituto para a realidade.

    Ele tinha estado sob seu poder por pouco tempo e parecia exausto.

    Ele estava novamente sozinho.

    Ele se agarrou à terra sob seus pés.

    Ele se sentia como uma criança fazendo birra porque não conseguia o que queria.

    Embora nunca tenha sido seu.

    Quando criança, ele não tinha ninguém para quem reclamar.

    Ninguém o ouvia.

    Então ele teve que suportar tudo sozinho, e ele teve que superar.

    Foi o mesmo com essa emoção.

    Era o certo, porque ele estava sozinho.

    Sem conhecer meu lugar. Como eu me atrevo?

    Como você se atreve, sob a ilusão de ser especial, a cobiçar algo que nunca será capaz de ter…?

    Idiota. Idiota. Escória. Maldito bastardo nojento.

    Os insultos que lhe lançaram desde a infância, ele não tinha escrúpulos em se dirigir a si mesmo.

    A única maneira que ele tinha de se livrar de sua cobiça era se rebaixando.

    Apenas se desapegando de seu amor-próprio e aceitando sua existência humilde, ele finalmente poderia desistir dela de uma vez por todas.

    Para que ele nunca manchasse ela.

    De volta ao seu quarto, Agnes se aproximou de Hazel, que dormia em sua cama.

    Ela deu uma olhada e, felizmente, seu corpo parecia ter voltado ao normal.

    — Ugh…

    Agnes suspirou aliviada.

    Agora que o trabalho estava feito, ela não tinha muito tempo.

    Apenas alguns cavaleiros e soldados ficariam para limpar qualquer bagunça, e o resto voltaria para a capital.

    Uma vez de volta à capital, Agnes estaria ainda mais ocupada do que antes.

    Verificando o horário, ela decidiu que deveria acordar Hazel em cerca de dez minutos.

    Foi então.

    Um leve golpe na porta fez Agnes ficar tensa.

    — É o Kylo?

    Por alguma razão, não quero vê-lo agora…

    Agnes estava indecisa, mas não queria acordar Hazel, então abriu a porta.

    Felizmente, não era Kylo quem estava chamando, mas Raymond Spencer.

    “O que está acontecendo?”

    Agnes franziu a testa e olhou para o rosto dele.

    Raymond não estava com boa aparência.

    Enquanto ela examinava seu rosto, ele virou ligeiramente a cabeça.

    A ferida em sua gengiva ainda não tinha cicatrizado, apesar de seu feitiço de cura apressado.

    Ele não queria mostrá-la. Não queria que ela soubesse que tinha brigado com Kylo Gray, para ser preciso.

    Então ele tentou agir com naturalidade.

    — Preciso conversar com você.

    — … Podemos fazer isso no corredor?

    — … Sim.

    Ao ouvir sua resposta, Agnes saiu e fechou a porta atrás dela.

    Raymond olhou ao redor.

    O corredor vazio estava quieto, mas não era um lugar para conversar.

    Mas ele não podia deixar os nervos dominá-lo.

    Precisava saber o que Agnes estava pensando agora.

    Ele tinha que saber.

    Se não isso, pelo menos a verdade.

    — …

    Raymond fez uma pausa, olhando para Agnes.

    Seus olhos estavam intensos, seus lábios franzidos.

    Imediatamente, uma pergunta subiu à sua garganta. Ele queria agarrar Agnes pelos ombros e perguntar.

    Você realmente o beijou?

    Você deu seus lábios a ele?

    Ele olhou para os lábios dela, com os olhos sombrios.

    Raymond achava difícil desviar o olhar de seus lábios vermelhos e carnudos.

    Ele queria gritar com ela por permitir que aquele idiota tivesse aqueles lábios.

    Ele queria reivindicá-los como seus agora mesmo.

    Ele queria esmagar aqueles lábios com os seus, cobrindo qualquer vestígio de sua sujeira que pudesse ter ficado.

    Pensamentos violentos passaram por sua mente.

    Parecia uma boa ideia usar Damian para voltar à capital e forçar Agnes a se casar com ele.

    Não importava se ela queria ou não.

    Ele fingiria ter perdido a memória de qualquer maneira. Você ainda gosta de mim.

    Não era isso que ela tanto desejava?

    Ele sabia melhor do que ninguém o quanto ela o desejava.

    Ele queria dar a ela o que tanto desejava.

    Mas também estava com medo.

    Agnes não o olhava mais da mesma maneira.

    Com os olhos magoados, o rosto cheio de arrependimento.

    A imagem que tantas vezes vinha à mente agora era um borrão.

    Era perturbador.

    Talvez, apenas talvez, Agnes não gostasse mais dele de verdade.

    Ele se sentiu arrependido. Se ele tivesse percebido antes… eles já estariam casados.

    Talvez tivessem vários filhos.

    Então, mesmo que ela realmente tivesse perdido a memória, ela não teria conseguido fugir dele.

    Ajude-me a comprar os caps - Soy pobre

    Regras dos Comentários:

    • ‣ Seja respeitoso e gentil com os outros leitores.
    • ‣ Evite spoilers do capítulo ou da história.
    • ‣ Comentários ofensivos serão removidos.
    AVALIE ESTE CONTEÚDO
    Avaliação: 0% (0 votos)

    Nota