Índice de Capítulo

    O dia em que a fenda se abriu novamente.

    Os monstros eram ainda mais fortes e maiores do que antes, conforme os relatos dos Cavaleiros Negros que haviam viajado com eles.

    Se Kylo Gray não estivesse lá, a batalha não teria terminado tão facilmente.

    Monstros mais fortes e maiores que antes… era assustador imaginar.

    Talvez a segunda guerra tivesse sido perdida.

    Na última guerra, os humanos sofreram grandes perdas.

    Muitos cavaleiros e soldados morreram.

    Ele ainda fica tonto quando pensa na devastação.

    Mas a segunda guerra acabou antes mesmo de começar.

    Nada disso teria sido possível sem o sacrifício de Agnes.

    Ele queria calar aqueles que não sabiam o que estavam fazendo.

    — As pessoas são… tão frias.

    Disse Hugo, que estava ao seu lado.

    Sirius riu divertido.

    — Não foi você um dos que saíram criticando a princesa em algum momento?

    — … não posso negar.

    Sirius ficou sem palavras enquanto Hugo aceitava de bom grado a acusação.

    Foi então que Joshua, que tinha permanecido em silêncio entre eles, murmurou.

    — Você está certo… todos são um pouco exagerados.

    Desta vez, a testa de Hugo franziu diante das palavras de Joshua. Ele também era um dos que odiavam a Princesa mais do que qualquer um.

    Joshua engoliu o champanhe amargo com frustração.

    Ele se lembrou de como tinha tremido quando disse que não queria se encontrar com Raymond Spencer algum dia.

    Pela primeira vez, ele percebeu que ela era uma mulher jovem e frágil.

    Como ela poderia ser tão decidida?

    Como poderia ter sido tão covarde, tão temerosa de enfrentar alguém… e ainda assim, ter jogado sua vida fora para salvar o mundo?

    Esta paz veio ao custo da vida de alguém.

    Então era natural que as pessoas se sentissem gratas a ela. Ele não podia culpá-la por isso.

    Joshua cerrava os punhos e franzia os lábios.

    Então, frustrado, afrouxou a gravata e perguntou.

    — O que aconteceu? Ele voltou?

    — …

    O semblante de Sirius e Hugo escureceu ao ouvir aquelas palavras.

    Desde a morte da Princesa Agnes, Raymond Spencer ainda não havia retomado seu cargo de líder.

    — Há rumores maliciosos… Ele não pode ser nosso líder, certo? De qualquer forma, ele não era tão amigo da princesa…

    Joshua murmurou como se não entendesse.

    De fato, os rumores sobre Raymond eram abundantes.

    Alguns diziam que ele estava inconsciente e dormindo como se estivesse morto, outros que havia se cortado até a morte.

    Sirius, sabendo a verdade, não ousava falar.

    Ambos os rumores eram verdadeiros.

    Raymond tinha tentado se suicidar e falhou.

    Desde então, o duque Spencer, temendo que seu filho tentasse novamente, recorreu às drogas.

    Uma droga que o fazia dormir.

    Era a única maneira de impedir que ele acordasse e tentasse se suicidar.

    Sirius suspirou profundamente.

    Mesmo com suas roupas escuras, os nobres riam e conversavam.

    A morte de um homem parecia ser esquecida assim tão facilmente.

    Sirius achou isso amargamente triste.

    Hugo e Joshua, que estavam ao seu lado, pensaram o mesmo.

    Uma cidade tranquila no norte do Império.

    Um grupo de crianças se reuniu na beira de uma floresta e, ao ver alguém, gritaram.

    — Irmão. Não estava aquilo ali ontem?

    — Ei, não aponte com o dedo! Papai nos disse para não falarmos com pessoas que não conhecemos!

    — Mas não é mais um mundo perigoso.

    Disse inocentemente a menina.

    O menino ao lado dela franziu os lábios insatisfeito.

    — Não é um mundo perigoso?! Olhe só todos os cobradores de dívidas que estão vindo para nossa casa agora mesmo, idiota!

    — Chii…

    — Termine de recolher as frutas!

    — Você sempre fala comigo com desprezo!

    — Você quer se calar?

    A menina resmungou e lançou um olhar furioso para seu irmão, então voltou a recolher as frutas.

    Mas sua curiosidade continuava atraída pelo homem misterioso.

    Em pé diante de uma grande árvore, ele era muito alto e intimidador.

    Sua expressão também era assustadora… mas, de alguma forma, ele não parecia ser um cara ruim por estar usando o uniforme de um cavaleiro.

    Nos contos de fadas, os cavaleiros sempre eram pessoas boas e justas.

    Então ele não podia ser um cara ruim.

    Afinal, esta é uma cidade pequena no meio do nada, então é raro ver alguém vestido assim.

    Ela tinha que aproveitar a oportunidade de vê-lo. Quando ela veria outro cavaleiro assim nesta cidade?

    A menina ficou olhando para o homem por um bom tempo, e então o ouviu dizer algo para seu irmão.

    Foi aquela noite.

    Durante o dia, a menina que tinha estado recolhendo frutas inocentemente correu para a floresta chorando.

    Seus olhos cheios de lágrimas procuravam desesperadamente alguém na escuridão.

    — Ali…!

    O cavaleiro ainda estava lá, debaixo da grande árvore. Ela correu em direção a ele, sem medo.

    De perto, o homem era maior e mais assustador do que ela esperava. Mas a menina não hesitou.

    — Ca-Cavaleiro, me ajude, hmmm… Ca-Cavaleiro, certo? Meu, meu pai… Por favor, ajude meu pai!

    — …

    O olhar do homem, que antes estava fixo sem expressão nas árvores, mudou.

    Uma menina estava encolhida aos seus pés, chorando.

    — Me ajude, me ajude, me ajude… hhh… homens assustadores, meu pai, meu irmão… uhhh.

    A expressão do homem era sombria, mesmo enquanto a menina chorava lamentavelmente.

    — Por favor, por favor me ajude, certo? Meu pai pode estar morto…!

    Se alguém estava morto ou não, não tinha nada a ver com ele.

    A pessoa mais importante de sua vida já estava morta, então, quem se importava com as mortes dos outros?

    Por dois dias, ele ficou debaixo desta árvore.

    A mesma árvore cujas pétalas caíram sobre seu rosto em um dia de piquenique.

    Talvez fosse hora de ir embora.

    — …

    Mas quando virou para ir embora, ignorando-a, seus passos se detiveram.

    O vento se levantou e as pétalas se dispersaram.

    Ele ouviu uma visão.

    Todos os dias não precisam ser um conto de fadas.

    Às vezes chove, às vezes é triste, às vezes é deprimente, às vezes é solitário. Mesmo assim, quero que viva neste belo mundo um pouco mais.

    As palavras ressoaram em seus ouvidos, embora ele nunca as tivesse ouvido na voz dela.

    Claro, caloroso… nostálgico.

    Ele se perguntou como o mundo pareceria aos olhos dela.

    Agnes, o que você achava tão bonito?

    Kylo, você foi o mais precioso que tive.

    O que ela viu em alguém como ele que a fez escolher a morte em seu lugar?

    …  ele estava certo de que pelo menos não se pareceria assim.

    Kylo balançou a cabeça em direção à menina soluçante.

    — Me guie.

    — … hmph, o quê?

    Ao perceber o que o homem havia dito, a menina se levantou e apontou para o lado.

    A esperança tomou conta dela.

    O homem era um cavaleiro com uma espada na cintura. Pelo menos aqueles temíveis cobradores de dívidas não o derrotariam.

    Os cavaleiros eram tão fortes nos contos de fadas.

    A menina agarrou a ponta da manga dele e começou a guiá-lo, caso ele escapasse.

    Mais tarde, naquele mesmo dia, começou a circular um rumor em uma pequena vila no norte.

    Dizia-se que um cavaleiro errante estava resgatando pessoas em perigo.

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