Capítulo 117
Agnes piscou e olhou para suas mãos. Com meus poderes? Eu sou uma espécie de potência lendária ou algo assim!
Se fosse o caso, poderia entender por quê.
… não, por mais que pensasse, não sabia.
Agnes coçou a cabeça nervosamente.
Isso não importava agora.
Ela segurou Kylo, com o rosto coberto de lágrimas, e perguntou.
— Então… a fenda não se abriu novamente, certo? A fonte foi definitivamente eliminada.
— … sim.
— E você está vivo. E… não sei como, mas estou viva de novo.
Kylo fez um pequeno gesto com a cabeça.
Agnes avaliou a situação rapidamente.
— Então…
Poderia haver um final mais perfeito?
Com a fonte eliminada, Kylo não tinha motivos para morrer, e ela não tinha motivos para morrer em seu lugar.
Isso significava que…
Agnes olhou para Kylo, com as lágrimas ainda rolando pelo rosto.
Estive me perguntando o tempo todo… onde diabos ele vendeu suas roupas?
A parte de cima de seu corpo nu estava coberta de cortes. Parecia que doía…
Aliás, seu rosto parecia um pouco mais magro do que antes.
Ele não está comendo bem… Seu coração afundou ao ver seu rosto magro.
Mas ele ainda era incrivelmente bonito.
Nunca havia visto um rosto tão cheio de lágrimas… e era tão bonito que ela queria continuar olhando.
Como ele podia chorar tão maravilhosamente?…
O desejo pervertido inerente fez seu coração palpitar.
Mal conseguindo acalmar sua respiração agitada, Agnes disse.
— Deixe-me curar primeiro suas feridas.
Com um olhar de absoluto desinteresse, Agnes contemplou seu torso nu com os olhos.
Como se só pudesse curar olhando, ela acariciou seus abdominais, lançando feitiços curativos e purificadores.
Mas não limpou as lágrimas que encharcavam suas bochechas.
Você está muito bonito quando chora…
Agnes perguntou cautelosamente, olhando para os olhos manchados de lágrimas de Kylo.
— Mas… você ficou triste que eu morri, por quê, por causa desta carta?
— … pensei, pensei que estava errado em pensar.
— …
— Que você poderia gostar de mim.
Kylo agarrou seu pulso e a puxou para perto. Sua bochecha fria tocou a pequena palma dela.
Quanto tempo ele esperara por ela aqui? Suas bochechas estavam tão frias. A parte de cima do corpo nu também estava gelada…
Uma lágrima escorreu pelo canto do olho e encharcou a palma de sua mão.
— Não tenho certeza de quando, mas há muito tempo que não me atrevo…
— …
— A admitir que…
Kylo engasgou um soluço, seus enormes ombros tremendo.
Agnes captou nos olhos o momento em que o homem mais forte do mundo parecia mais vulnerável.
Ah… talvez…
De alguma forma, ela sabia as palavras que viriam a seguir.
Eu te amo…
— Estava apaixonado.
Seu coração afundou diante da confissão que veio com sua voz trêmula.
Não pode ser… desde quando?
— … sério?
— N-Não sei por que, por que u-uma mulher nobre como você amaria algo co-como eu, mas… — gaguejou Kylo, a voz quebrada pelas lágrimas.
Agnes levantou a outra mão e apertou ambas as bochechas dele.
Não podia haver um homem mais adorável no mundo.
Saber que seu favorito a amava era tudo o que importava.
— Kylo.
— …
— Vamos nos casar.
Agnes soltou a confissão que estivera segurando por tanto tempo.
Ela nem se preocupou em dizer “Sim, eu aceito”. Pisou fundo no acelerador.
Era um grande salto, mas honestamente, não havia razão para duvidar.
Nem Kylo, nem eu precisamos morrer, e enquanto isso, meu Favorito está apaixonado por mim?
Poderia muito bem morrer se me casar com ele. Devo casar… Devo fazer isso!
Agnes jurou que, mesmo que tivesse que morrer novamente, o faria.
— …
Kylo piscou, atordoado.
Estava claro que não conseguia acompanhar o discurso rápido da princesa.
Agnes engoliu em seco e se desculpou.
— … oh, podemos ter um relacionamento por enquanto, embora você tenha que me prometer um casamento.
— …
— … não é um pouco errado estar em um relacionamento, mas não se casar?
Agnes esperou cautelosamente por sua resposta.
— Eu… eu não, eu não, eu não acho que mereço…
Não precisava ouvir mais.
Ao perceber que sua resposta equivalia a uma permissão, ela segurou sua cabeça entre as mãos.
Era como um sonho.
Ela se abraçou ao seu pescoço e deixou cair as lágrimas que estava segurando.
Graças a Deus que morreu, pensou, mas estava errada.
Os ancestrais estavam certos quando disseram que rolar na sujeira de cachorro era algo bom.
Ela estava feliz por estar viva.
Agnes levou Kylo montanha abaixo pela neve.
Por que ele parece tão diferente?, pensou.
Havia algo estranhamente diferente entre o Kylo de suas lembranças e o Kylo de hoje.
Enquanto antes ele era um pouco infantil, agora era como…
Parece um filhote abandonado.
Embora sua expressão fosse a mesma de antes, ela conseguia sentir sua tristeza.
Não esperava que sua morte afetasse tanto Kylo.
Desde quando ele gosta de mim?
Honestamente, era difícil saber, porque nunca havia sido muito boa em adivinhar.
Se soubesse, teria encontrado um jeito melhor.
“Não, não consigo pensar em um jeito melhor.”
Com a fonte da fenda eliminada e ambos vivos, não havia mais nada a desejar.
Tudo o que restava era retornar em segurança ao palácio.
A ideia de ver a expressão do seu pai pesava muito em sua mente, como se tivesse uma enorme tarefa pela frente.
Quando chegaram ao pé da montanha, decidiram procurar um cavalo e cavalgar de volta para a capital.
Mas estavam sem dinheiro.
Não ousava pedir a Kylo, que lhe havia declarado seu amor, para roubar.
Enquanto caminhavam sem rumo, encontraram alguém que reconheceram.
Eram uns bandidos que estavam assaltando um vendedor ambulante qualquer…
Os dois roubaram os simpáticos bandidos para pagar a viagem de volta à capital.
Juntos, cavalgaram até a entrada do palácio, na desembocadura do rio.
Kylo desmontou primeiro e abraçou Agnes.
Dando as mãos, estavam prestes a seguir em direção às portas.
De repente, Kylo agarrou o pulso dela.
— … você tem que ir?
— O quê?
Agnes virou a cabeça, e Kylo murmurou com voz insegura.
— … sua Majestade nunca permitiria, e então novamente…
— Kylo.
— …
Agnes olhou para ele e segurou a mão dele. Acariciou suas bochechas afundadas e falou com firmeza.
— Confie em mim, eu cuidarei de tudo.
— …
O olhar e a voz afetuosa que ele esperava.
Kylo assentiu, sentindo as pontas dos olhos arderem novamente.
Tudo o que podia fazer agora era confiar em Agnes.
Era difícil não confiar na mulher que tinha arriscado a vida por ele.
— Aqui, segure minha mão.
Agnes disse, e Kylo segurou sua mão.
Era uma mão muito mais pequena e delicada que a dele, mas ele se sentia seguro, como se estivesse sendo envolvido por ela.
A Princesa Agnes, que morreu após eliminar a fonte da fenda.
Antes a desgraça da corte imperial, agora a heroína do império, voltou à vida.
Houve histórias milagrosas de seu guarda-costas, Kylo Gray, invocando um antigo deus para salvar sua vida.
Uma notícia escandalosa após a outra virou o império de cabeça para baixo.
O Imperador doente ficou cheio de alegria.
A ele, Agnes explicou o que aconteceu sem um pingo de saliva na boca.
Era um pouco forçado… mas bastante verissímil, com algumas exagerações e fanfarronices adicionadas, apenas por precaução.
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