Capítulo 127
— …
No banquete, Raymond Spencer observou os dois entre a multidão.
Muito mais magro do que antes, tinha um olhar agudo que impedia as pessoas de se aproximarem.
Raymond não conseguia tirar os olhos deles até que deixassem a pista de dança.
Agnes parecia tão feliz.
Ele a olhou hipnotizado.
A imagem de sua mãe chorando de dor já não se sobrepunha à de Agnes.
Ele não tinha mais motivo para se sentir atormentado pela culpa.
Ele e seu pai se tornaram pessoas diferentes.
Mas ele sentia uma dor terrível.
Desgostava que Agnes não estivesse com ele.
Seria melhor se ela estivesse ao seu lado, machucada e aflita como sua mãe?
Mas então ele teria sido infeliz em sua presença.
… Isso era o melhor.
Enquanto Agnes não estivesse mais machucada e aflita, ele teria que se contentar com isso.
Ele resignou-se com dificuldade.
Agora tudo tinha acabado.
No dia antes do casamento da princesa Agnes.
Raymond Spencer abruptamente renunciou ao Príncipe Herdeiro e renunciou a suas vestes de cavaleiro.
Ele deixou a capital levando apenas sua espada.
Quando Agnes soube da notícia, sentiu-se estranha.
Seu primeiro instinto foi sentir pena por ele.
Ao mesmo tempo, ela percebeu que este mundo era originalmente uma fantasia escrita para Raymond Spencer.
Talvez…
Talvez a história de Raymond Spencer estivesse apenas começando.
Ela não gostava disso, mas não podia evitar desejar-lhe o melhor.
Como Agnes esperava, o casamento da Princesa foi muito mais luxuoso do que o do Príncipe.
O clima era brilhante e caloroso o tempo todo.
Houve um pequeno contratempo.
Rubius Melville, um membro dos Cavaleiros Negros, piscou secretamente para a noiva e foi descoberto por Kylo.
Quase o mataram, mas felizmente tudo acabou em paz.
No entanto, eles decidiram pular a recepção.
A noiva do dia, a Princesa Agnes, queria acelerar sua lua de mel.
O destino era a região de Grant, que agora era sua propriedade.
A terra de Grant era um lugar tranquilo em todas as estações, e um renomado produtor de vinho.
E o castelo de Grant, no centro de tudo, estava carregado de história.
Construído em seu dia por um dos Imperadores como residência de férias, era famoso por seus roseirais, que floresciam com rosas de cores brilhantes.
Com um novo proprietário pela primeira vez em muito tempo, o castelo de Grant estava muito movimentado.
Louis, o mordomo, era um homem alto, magro e de meia-idade.
Tocando seu bigode branco, observava os trabalhadores atentamente.
— Sua Majestade o Imperador concedeu esta propriedade e castelo ao homem que a Princesa tanto buscou.
A voz grave do mordomo fez com que os criados reunidos engolissem em seco nervosamente.
— Este castelo foi escolhido e selecionado pelo próprio Imperador! Diz-se que é a terra mais fina e notável, o castelo mais perfeito…!
Tendo cuidado do Castelo Grant por cinco gerações, o orgulho do mordomo era imenso.
— Se desapontarmos Sua Majestade a Princesa e Sua Alteza o Arquiduque mesmo que um pouco, estaremos desonrando Sua Majestade o Imperador! Entenderam?!
— Sim!
— Levarei isso em consideração!
Louis sorriu orgulhosamente enquanto olhava para seus criados em posição.
Tudo estava perfeito.
A limpeza do castelo, a decoração dos quartos, a qualidade dos criados, o chef de alta qualidade, os melhores ingredientes do território, os jardins tão bem cuidados quanto os de um castelo imperial, até a qualidade da água do grande lago atrás do castelo.
Perfeccionista, Louis estava pronto para servir a qualquer mestre exigente.
Mesmo que os novos proprietários tentassem encontrar falhas, eles nunca seriam capazes de fazer isso.
“Hoo-Hoo-Hoo…”
Vindo de uma família orgulhosa de cinco gerações.
Nos documentos transmitidos de geração em geração, seu nome seria mencionado ao lado dos momentos mais históricos.
Esta propriedade imperial tinha seu primeiro proprietário.
O lendário cavaleiro que salvou a princesa como em um conto de fadas.
Este castelo faria parte das histórias contadas por gerações.
Com grande emoção, Louis esperava seus novos donos.
Os recém-casados chegaram algumas horas mais tarde.
As portas da carruagem dourada pararam na frente da entrada principal do castelo.
El primeiro a descer foi um homem bonito e alto.
Era o tão falado Grão Duque.
Ele havia lutado e derrotado o monstro de três cabeças e parecia tão viril como sempre.
Foi então que um braço fino se estendeu de dentro da carruagem e, sem hesitação, o Arquiduque pegou a mulher do vestido colorido.
Com isso, o novo proprietário do castelo, Kylo, subiu as escadas.
Louis, que sorria de orelha a orelha diante das grandes portas, sentiu-se envergonhado, mas nunca demonstrou.
Um bom mordomo nunca vacila.
Eles eram um casal de recém-casados. Não era surpresa que estivessem em uma pose tão desconfortável.
— Bem-vindo, meu senhor! Sou a quinta geração de mordomos que administra este castelo. Por favor, sinta-se à vontade para me chamar de Louis.
— Um prazer.
Agnes, nos braços do Arquiduque, cumprimentou com uma voz elegante.
— Um prazer.
O cumprimento do Arquiduque foi igualmente breve.
Louis não se perturbou e os conduziu habilmente.
— Gostaria de mostrar-lhes o castelo, mas antes gostaria de mostrar-lhes seu escritório e quarto…
Louis os guiou pelo castelo, seguindo perfeitamente seu roteiro cuidadosamente preparado.
Enquanto explicava a história e as origens de cada parte do castelo, a emoção o envolvia.
Depois de mostrar cada parte do castelo, ele também lhes mostrou o famoso roseiral e o lago.
Era a coroação do castelo de Grant.
E por último, o salão onde seria realizada a ceia e o baile.
A todo momento, o Arquiduque a segurava em seus braços como uma preciosa princesa.
Se os rumores de que ele havia matado o monstro de três cabeças fossem verdadeiros, não parecia importar-lhe carregá-la o tempo todo.
— Bem, então… Gostaria de descansar até que o jantar esteja pronto? — perguntou Louis, o mordomo, enquanto os conduzia ao quarto, e Agnes assentiu.
— Sim, estou um pouco cansada.
— Cansada? — perguntou Kylo, com uma voz ressonante.
Agnes assentiu e Kylo se dirigiu diretamente ao quarto.
Louis parou por um momento, observando suas costas.
Por algum motivo, os novos proprietários pareciam ser um casal… bastante estranho.
Talvez seja porque estão recém-casados, ou talvez ele tenha sido assim quando recém-casado.
Bem, é melhor que nada, pensou Louis enquanto se dirigia ao salão de banquetes.
O quarto que prepararam para os dois era muito luxuoso.
Quando Kylo a sentou suavemente na cama, Agnes olhou ao redor com uma expressão perplexa.
— Você não gosta? Deveríamos voltar ao Palácio Imperial? — perguntou Kylo, e Agnes negou com a cabeça.
— Não, eu gosto. E você, Kylo?
— Está bom para mim, Majestade, se não se importa.
Agnes sorriu para Kylo, que respondeu como se fosse um súdito leal.
Ela se perguntou se era o mesmo homem que uma vez tinha sido tão beligerante e exigente com ela.
Seja o que for, não importava. Enquanto fosse o seu melhor eu, isso era tudo o que importava.
— Está tudo bem com suas costas?
Perguntou Kylo, preocupado.
Mesmo na noite anterior, Kylo tinha se infiltrado no quarto de Agnes.
Era o dia antes do casamento, e eles não deveriam ter feito isso, mas de alguma forma o clima continuava os levando a isso.
Pela primeira vez em sua vida, Kylo percebeu que não tinha autocontrole.
Apenas um pouco mais, apenas um pouco mais… Ele a segurava, suplicando, implorando.
Era a última vez, então por favor… ele tinha suplicado dezenas de vezes. Mas nunca foi a última vez.
Isso era o que a manteve acordada até de manhã.
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