Capítulo 27
A testa de Kylo franzia ao ouvir problemas.
— O quê? O que tá acontecendo?
Ele perguntou para Anna com urgência. Frustrado, o soldado que a acompanhava respondeu por ela.
— Perdemos completamente o fornecimento de água aqui, senhor.
— O quê?
— Há dois dias, só sai água misturada com sangue de monstro das tubulações. É uma tubulação da vila, então algo deve estar errado com o rio da vila…
— Tem água limpa por perto?
— A água ao redor do abrigo está toda misturada com sangue.
— Droga…
Não havia água limpa nos suprimentos de socorro que trouxeram.
Em primeiro lugar, a vila tinha um grande rio e uma tubulação de água intacta, então não deveria haver escassez de água.
O isolamento e a distância das aldeias vizinhas tornavam imediato o problema de encontrar água potável.
A água foi cortada dois dias antes, o que significava que as pessoas no abrigo não tinham bebido nada desde então.
Além disso, havia doentes feridos na guerra.
Sem água, os doentes morreriam em breve.
Kylo fez uma pausa enquanto considerava as opções.
Espera, é verdade, a princesa Agnes era uma maga.
A única que restava na Ordem dos Cavaleiros Negros, que todos haviam se escondido.
Sua principal habilidade era a magia de purificação.
Seria difícil purificar toda a água do rio misturada com o sangue do monstro, mas eles deveriam ser capazes de obter alguma água para uso imediato.
— Aonde foi a princesa Agnes? — perguntou Kylo, e outro soldado ao seu lado apontou para o lado.
— Ela foi para onde estão os doentes.
— Os doentes?
Ele ficou surpreso.
Seria impossível que a princesa Agnes tivesse ido por conta própria curar os doentes sem que ninguém pedisse.
Em primeiro lugar, ela tinha grandes poderes de cura, mas nunca os havia usado.
Ela podia curar uma maldita doença incurável causada por demônios.
Era impossível que alguém assim pudesse vir aqui e curar facilmente os doentes.
Ele se perguntou se ela iria aprontar de novo ou causar um acidente.
O Imperador Alejandro parecia se importar muito com sua reputação.
Se a notícia do que ela fez aqui aos doentes se espalhasse, ou qualquer outra coisa, o Imperador o responsabilizaria…
O Imperador culparia a ele, o homem no comando, pelas travessuras de sua filha.
Kylo se apressou para o prédio indicado pelo soldado.
O edifício improvisado e precário cheirava a ervas desde o momento em que entrou.
Era o cheiro de ervas que ele costumava usar com frequência como mercenário.
“Há uma princesa que veio a este lugar sujo e apertado?”
Kylo clicou a língua ao ver as condições ainda piores.
Mas assim que passou pela entrada, ouviu os soluços das pessoas.
Maldição!
A princesa deve ter tido outro incidente em tão pouco tempo. O que ela teria feito com todos esses doentes…?!
Kylo se apressou para dentro e franzindo a testa. Ele protegeu os olhos com o cotovelo quando uma luz brilhante o cegou de repente.
Sua visão ficou turva à medida que o brilho se desvanecia.
Assim que a luz desapareceu, ele viu cabelos prateados tingidos de malva que brilhavam nos lugares mais escuros.
Havia dois tipos de doenças que originalmente vinham dos demônios.
Havia duas doenças que vinham dos demônios: uma em que estavam completamente possuídos, com a pele enegrecida como a de um monstro, e perdiam o sentido, atacando as pessoas como zumbis, mordendo e arranhando.
Só podiam ser mortos queimando-os com fogo, como se trata os monstros.
Só uma santa podia purificá-los.
A outra era uma doença demoníaca e incurável que não destruía a personalidade da pessoa, mas gradualmente avermelhava todo o corpo.
Os sintomas começavam nos dedos dos pés e subiam gradualmente pelo corpo, deixando as áreas avermelhadas entorpecidas.
A taxa de progressão variava de uma pessoa para outra.
Alguns progrediam muito lentamente, enquanto outros morriam de tetraplegia em um dia.
Não era uma praga, mas também era uma doença sem cura.
Apenas os poucos Magos de Luz do Império podiam salvá-los.
Pessoas com habilidades de poder mágico muito superiores às dos magos comuns.
Eram chamados de Magos de Luz, e normalmente eram necessários muitos anos de preparação para alcançar esse nível.
Agnes era a Mago de Luz mais jovem do Império.
E hoje, pela primeira vez, ela mostrou seus poderes.
Aqueles que estavam aguardando a morte se emocionaram diante do milagre que tinham diante de seus olhos.
Entre os doentes do edifício, havia quatro terminais, vinte e cinco soldados que haviam sido gravemente feridos em uma viagem à vila e quinze gravemente feridos pelos destroços.
Mas com um único brilho de Agnes, todos ali foram curados.
— Meu Deus… meu braço voltou!
— Deus…!
— Obrigado, obrigado…!
— É um milagre…!
As pessoas choravam de alegria ao ver o desaparecimento da dor que as afligia.
Foram abençoadas com uma luz calorosa que fez valer a pena o tempo que tinham suportado.
No meio daquela luz, Agnes sorria tão docemente como um anjo.
Era um sorriso tímido, desprovido de qualquer pretensão, mas aos olhos dos presentes, era o sorriso de um anjo milagroso que havia descido com um raio de luz de uma nuvem escura.
Kylo também se misturou com a multidão e testemunhou o milagre de Agnes.
Uma imagem deslumbrante pairava ao seu redor como um halo de luz.
Um grito alto veio do prédio onde os doentes estavam reunidos, e aqueles que levavam suprimentos e os que estavam observando se reuniram ao redor do prédio alarmados.
Os aldeões ficaram surpresos ao ver os doentes, que estavam agonizando dia após dia, saindo do prédio.
— A princesa nos curou! — exclamaram.
— Graças à bênção da família imperial!
Os doentes transbordavam de alegria e elogiavam a princesa.
O resto da aldeia olhava com espanto e curiosidade.
Agnes se sentiu envergonhada com a avalanche de atenções favoráveis, ao contrário da primeira vez que entrou na aldeia.
Ela sorriu tão suavemente que as comissuras de seus lábios se crisparam.
— Obrigada, princesa.
— Obrigado!
Agnes estendeu a mão, com uma expressão mundana.
— Só estava seguindo ordens como membro da Ordem.
Enquanto Agnes falava humildemente e atribuía o mérito a Kylo, todos os olhos se voltaram para ele.
Os Cavaleiros Negros, uma organização cujos crimes durante a guerra enviaram a maioria de seus membros para a prisão.
E liderando-os está Kylo Gray, um cavaleiro sanguinário da loucura.
As pessoas aqui, longe da capital, sabiam que os rumores exagerados sobre Kylo Gray, que sugava o sangue dos monstros, eram verdadeiros.
Mas o que viam não era uma figura monstruosa e aterradora, mas um jovem e bonito cavaleiro.
Depois de testemunhar o milagre da princesa diante de seus olhos, até os Cavaleiros Negros que tinham a pior reputação começaram a parecer heróis.
Especialmente seu líder, Kylo.
As pessoas que reclamaram no início sobre por que os Cavaleiros Negros e a princesa vieram em vez da Santa e dos Cavaleiros Brancos mudaram de opinião.
Afinal, a santa não tinha poderes de cura, apenas a capacidade de purificar os humanos endemoniados.
As pessoas se sentiram culpadas por seus preconceitos e olharam para os Cavaleiros com outros olhos.
Foi então.
— Senhor, e a água potável?
Perguntou nervoso um dos soldados.
Se não tivessem água, estariam em sérios problemas.
Kylo lembrou-se de seu propósito original.
— … me leve ao riacho que se conecta ao rio da aldeia. Preciso ver como está.
— Eu vou mostrar!
O chefe da aldeia adiantou-se.
Kylo ainda estava atordoado com o milagre que tinha testemunhado antes, mas precisava fazer o que tinha que fazer.
Ele se virou para Agnes.
— A água que usam para beber parece estar contaminada. Parece ter começado no rio da aldeia que sai das tubulações de água…
Kylo estudou o semblante de Agnes com incredulidade.
Ela não tinha mais energia depois de usar tanta magia.
A maioria dos magos era assim.
Mesmo um único feitiço de cura representava um grande desgaste para o corpo.
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