Índice de Capítulo

    No final do caminho ficava a mansão capital dos grandes nobres.

    Por isso, as carruagens que passavam eram todos tão luxuosos e opulentos.

    Deviam pertencer a nobres que trabalhavam na corte.

    Os símbolos de cada família estavam pintados com orgulho em cada carruagem.

    “Mas eles dirigem tão rápido…”

    Os cocheiros tinham uma aparência rude, e até os cavalos pareciam ter uma personalidade feroz.

    Era como se tivessem escolhido deliberadamente como cocheiros pessoas grandes e de aparência assustadora.

    Os membros de mais alto escalão dos Cavaleiros Imperiais montavam cavalos mecanizados, geneticamente modificados. Como Kylo montava.

    Mas os nobres comuns só montavam cavalos comuns, e os cavalos de carruagem pareciam ser reservados para aqueles com personalidades particularmente rudes.

    Aqui era onde entrava a aristocracia conservadora.

    Acho que a luta por empregos é a mesma aqui que na minha vida anterior.

    Agnes fez um clique com a língua enquanto olhava para o cocheiro, que estava ficando irritado por estar preso no tráfego.

    Ela virou a cabeça para olhar a torre do relógio, mas já havia passado da hora de abertura.

    Ela estava tão absorta nas vistas.

    “Já é essa hora, mal posso esperar para ir embora.”

    Era a hora do último dia de aniversário.

    Agnes se virou e saiu correndo rua abaixo.

    Enquanto isso, Raymond, que a estava seguindo, estava muito atrás dela.

    Agnes olhava frequentemente para trás para ver se tinha sido descoberta.

    Então Raymond se escondeu ainda mais e a observou de longe.

    Mas por que ela está vestida assim…?

    Nunca imaginou que Agnes tivesse o hábito de sair do Palácio Imperial.

    Era uma sensação estranha descobrir uma faceta de Agnes que desconhecia.

    Claro, o movimentado centro da cidade era um lugar seguro, mas ainda não era tão seguro quanto o castelo.

    O que uma princesa que cresceu no palácio faria fora?

    Especialmente com uma roupa tão suspeita.

    Acho que ela está fazendo o típico turismo.

    Agnes estava absorta olhando as luxuosas lojas que abasteciam a nobreza.

    Nada lhe parecia especialmente suspeito.

    Ela quase parecia frustrada.

    Isso o lembrou que Agnes era uma jovem que acabara de atingir a maioridade.

    Como todas as jovens nobres, ela teria muitas perguntas e muitas coisas que queria fazer.

    Pela primeira vez, Raymond percebeu que Agnes era uma garota apenas alguns anos mais jovem que ele.

    E ele mesmo… a tinha machucado sem hesitar quando ela era ainda mais jovem do que ele é agora.

    Durante tantos anos.

    Ele sentiu uma estranha dor na boca do estômago, como se tivesse sido picado por uma agulha.

    — …

    O cenho de Raymond se franziu com a súbita onda de dúvidas.

    Ele tinha que falar com Agnes hoje, mesmo que fosse apenas para se livrar dessa sensação suja.

    Ele queria consertar as coisas com ela.

    Isso não significava que ele quisesse ser amante dela, como ela queria que fosse.

    Só… queria voltar a ser apenas amigos, como quando eram muito jovens.

    Quando tinham sido tão próximos que outros pensavam que eram irmão e irmã.

    Raymond realmente via Agnes como sua adorável irmãzinha.

    Era um pouco irritante, mas também divertido porque era como ter uma irmã mais nova.

    Sim, se pudesse voltar naquela época…

    Se livraria da sensação desconfortável de ver seu pai e a si mesmo sobrepostos.

    Isso era tudo que ele queria.

    Então.

    De repente, Agnes verificou o relógio da torre e começou a correr como se tivesse um assunto urgente.

    — … Por que ela está correndo de repente?

    Raymond a observou, tentando não ser óbvio.

    Agnes se apressou a seguir o caminho por onde tinha voltado.

    Chegaram a uma bifurcação.

    — Ei, saia da frente! Saia da frente! Saia da frente!

    Gritou um homem a plenos pulmões.

    O acidente aconteceu num instante.

    Um carruagem se precipitou pela estrada a uma velocidade alucinante em direção a Agnes, que tentava atravessar.

    As rédeas do cavalo haviam se soltado. O cocheiro gritou para a mulher de túnica negra e fez um gesto para ela sair.

    Mas, de alguma forma, mesmo vendo a carruagem se precipitar em sua direção, ela não se moveu.

    Agnes estava congelada.

    Como se não se importasse em morrer.

    — Agnes!!!

    Raymond tentou correr até ela, mas era tarde demais.

    Só podia ver seu corpo magro colidir com a enorme carruagem.

    O tempo parecia desacelerar, e ele não conseguia fazer nada.

    Agnes…?

    Por que, Agnes…?

    Raymond mal podia acreditar no que estava acontecendo diante dele. Parecia irreal.

    Ele estava acostumado a se sentir impotente e ver alguém morrer.

    Tinha que fazer isso inúmeras vezes no campo de batalha.

    Mas isso não era um campo de batalha.

    Era um acidente que poderia ter sido evitado se ele não tivesse seguido tão de longe, se tivesse ficado um pouco mais perto.

    De repente, Raymond sentiu o mundo ao seu redor desacelerar e seus ouvidos ficaram ensurdecidos.

    Bip-bip.

    Um zumbido indescritível o envolveu por completo.

    Ele cambaleou até o local do acidente, incapaz de acreditar no que estava acontecendo diante dele.

    Quando ele recuperou os sentidos, as pessoas se aglomeravam ao seu redor, gritando freneticamente.

    — Uma mulher bateu em uma carruagem!

    — O cavalo deve ter enlouquecido, talvez…!

    — Alguém a examine!

    — Há muito sangue, ela não está morta?

    — Parece ser a carruagem de uma família nobre, qual é?

    — Ela realmente está morta?

    O som das pessoas falando parecia vir de outra dimensão.

    Raymond se aproximou da mulher vestida de preto que estava sangrando.

    — Não pode ser…

    Raymond se abaixou lentamente e virou os ombros da mulher cobertos de sangue.

    Não, não podia ser, não deveria ser.

    Naquele breve instante, Raymond rezou fervorosamente.

    Por favor, que não fosse Agnes.

    Que a astuta Agnes tivesse percebido sua perseguição e fugido disfarçada.

    Mas…

    — Agnes.

    A túnica caiu, revelando cabelos malva-prateados que nunca poderiam ser confundidos.

    Raymond ficou sem fôlego ao ver os cabelos instantaneamente cobertos de sangue vermelho.

    — …

    O sangue se acumulava ao redor da cabeça de Agnes, formando uma poça.

    Ele havia visto pessoas morrerem centenas de vezes. Ir para a guerra significava que ele não sentia mais nada quando via alguém morrer.

    Ao contrário de seus companheiros, que podiam se tornar insensíveis à morte, Raymond não conseguia.

    Cada vez que alguém morria, seu coração batia e seu estômago revirava, tornando difícil de suportar.

    Mas nunca tinha sido tão doloroso. Era difícil respirar, como se suas entranhas estivessem sendo arrancadas.

    Ele mal conseguia manter a compostura.

    A respiração ficava cada vez mais difícil e sentia como se o chão estivesse virado de cabeça para baixo.

    O mundo inteiro estava de cabeça para baixo.

    Agnes estava morrendo?

    Diante de seus olhos?

    Tão repentinamente…?

    As terríveis lembranças de sua infância, da perda de sua mãe, repetiam-se em sua mente mais uma vez.

    Não… não… não…

    Ele verificou o pulso de Agnes com uma mão pálida que tremia descontroladamente.

    Ela ainda estava respirando.

    Somente depois Raymond começou a gritar pedindo ajuda.

    As pessoas chegaram, agarraram a mulher ensanguentada e olharam perplexas para o homem que de repente gritava como um louco.

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