Índice de Capítulo

    “Que… Bobagens?”

    Direito? Que direito?

    Como ele poderia ser tão descarado e confiante ao cuspir essa merda?

    Agnes estava tão aturdida que mal conseguia falar.

    Ela estava chocada e não conseguia articular uma palavra.

    — O que você quer dizer com direito? Nunca ouvi falar disso. Isso te torna meu noivo? — respondeu ela, tentando deliberadamente envergonhá-lo.

    Mas Raymond, como sempre, respondeu sem rodeios, sem um pingo de condescendência.

    — Estávamos prestes a ser.

    — …

    Huh, isso é uma loucura…

    Agnes sentiu como se tivesse sido atingida na cabeça por um objeto contundente gigante.

    Ela não conseguia entender por que ele faria isso.

    Ele foi atropelado por uma carruagem naquele dia também?

    Não, eu sou a que está agindo como uma louca, por que você age como um louco…?

    Agnes tentou ler a emoção em seu rosto inexpressivo.

    Mas não conseguiu encontrar nenhuma pista. Ele não poderia ter se interessado por ela de repente.

    Agnes se forçou a manter uma expressão séria e perguntou.

    — Ouvi dizer por aí que eu e você não nos damos bem, certo?

    — … Foi apenas um pequeno mal-entendido. Não se deixe levar pelo que os outros dizem ao seu redor.

    — …

    — De verdade?

    Agnes ficou boquiaberta e sem palavras.

    “Há apenas alguns dias, ele apareceu sem aviso e espiou meu quarto…”

    O que diabos é um mal-entendido?

    Você está louco? Levou um tiro em algum lugar?

    Agnes perguntou enquanto o encarava com os olhos semicerrados.

    — Senhor, você fez contato visual comigo fora da janela do meu quarto há algumas noites, certo?

    — … Sim.

    — Por que diabos estava espionando meu quarto, e percebe que não tem nada a me dizer mesmo que fosse pego agora?

    — Apenas vim porque estava preocupado com a segurança da princesa. Tenho o dever de proteger a família real, e também sou responsável por uma parte da guarda imperial.

    — …

    A resposta veio tão seca, como se ele estivesse esperando por isso.

    Não havia nada a apontar, o que deixou Agnes ainda mais atônita.

    Parecia melhor mandá-lo embora.

    “Que vá embora, porque ele é realmente louco.”

    A ideia de tratar a loucura real com loucura fingida era assustadora.

    Ao contrário dela, que fingia perder a memória e ser louca, a outra pessoa realmente era.

    — … De qualquer forma, se me der licença, tenho um compromisso, como disse.

    — … Entendi, então te verei novamente amanhã.

    — Amanhã de novo? Por quê? — perguntou Agnes, parecendo inquieta.

    Desta vez, Raymond respondeu indiferente.

    — A princesa e eu costumávamos nos ver todos os dias. Continuaremos até que você esteja estável.

    — …

    Agnes piscou confusa.

    Eles se viam todos os dias?

    Ela não se lembrava disso desde que era criança.

    “Não, o que ele está pensando em enviar uma mensagem tão enganosa?”

    Disse Agnes rapidamente enquanto se levantava da cadeira.

    — Você não precisa fazer isso, vou te chamar se precisar e você não terá que vir me ver por um tempo.

    — Se você diz, eu farei. — respondeu Raymond, inesperadamente submisso.

    Agnes o viu sair da sala.

    — Não consigo imaginar o que ele está pensando.

    Agnes murmurou.

    “Raymond ficou louco por esses dias no romance?”

    Para ser sincera, ela só folheara o romance, então não se lembrava de nenhum episódio em particular.

    Então não havia pistas para seguir.

    Raymond Spencer, apesar de ser o protagonista, era de certa forma um personagem indescritível.

    “Eu era a única que pensava que ele era um nojento.”

    Quando ficou sozinha na sala, sentiu que lhe faltava forças.

    Lidar com Raymond havia consumido sua energia.

    — Não sei… — murmurou.

    Ela não tinha vontade de investigar assuntos que não diziam respeito ao seu Favorito.

    Não importava se fosse o protagonista masculino, a protagonista feminina ou um louco.

    Não era problema dela.

    Agnes se acomodou no sofá, buscando uma posição confortável.

    Precisava recuperar sua energia antes de se encontrar com seu Favorito.

    Kylo não conseguia ficar parado na sala.

    Os nervos o impediam de se acalmar.

    No final, ele saiu da sala e foi em direção à entrada do quarto da princesa. Vários servos que estavam na porta o observaram com surpresa.

    Kylo falou com eles como se estivesse informando.

    — Vou esperar aqui.

    Pelas expressões deles, Raymond ainda estava dentro.

    Kylo se colocou diante das grandes portas.

    Pronto para esperar eternamente.

    Por sorte, não passou muito tempo até que a porta se abriu e Raymond saiu.

    — …

    As sobrancelhas de Raymond se franziram ao ver Kylo esperando na porta.

    Os olhares dos dois homens se cruzaram no ar, iniciando uma estranha batalha de vontades.

    O mordomo ficou nervoso.

    Isso iria ficar feio.

    A princesa ficara muito alarmada quando lhe contou que a última vez algo similar acontecera…

    Se isso se repetisse, desta vez iria se voltar contra ele.

    O mordomo fez um gesto e afastou todos os serviçais que estavam por perto.

    O pior de tudo era que se o rumor de que os dois haviam se enfrentado diante da sala da princesa se espalhasse…

    “O Imperador não toleraria isso.”

    O mordomo mandou embora todos os serviçais e encarou os dois.

    Enquanto se desafiavam com o olhar, Raymond perguntou.

    — Você está aqui novamente?

    A pergunta fez Kylo sorrir.

    O tom de voz do homem era detestável, como se tivesse escolhido aquele momento para perguntar sobre algo do qual não tinha ideia.

    Ele respondeu com todo o sarcasmo que pôde reunir.

    — Sim, já que ela me procura tão insistentemente todos os dias. — Respondeu Kylo.

    — …

    Ao ver que a expressão de Raymond se tensionava, Kylo acrescentou.

    — Posso entender por que você assediava a princesa, mas não tenho intenção de ser tão desprezível quanto você.

    — …

    — Como você se atreve, sendo um cavaleiro que protege a família real, a tratar a princesa como um incômodo… como qualquer outra pessoa?

    O sarcasmo não era agradável de ouvir, mas Raymond não se alterou muito.

    Só sentiu pena e desdém por Kylo Gray.

    Ele pensava que a princesa o procurava.

    Iludido.

    Era o tipo de pessoa que se iludia com o menor gesto.

    Não teria que lidar com ele por muito tempo, mas precisava abordar o assunto.

    A ironia da astuta mordoma facilitou a conversa.

    Raymond abriu a boca lentamente.

    — Kylo Gray, acho que pode estar enganado sobre algo…

    — …?

    — Será melhor que não crie ilusões.

    — Ilusão? Que ilusão? — perguntou Kylo Gray, ruborizado por suas palavras.

    Os olhos azuis de Raymond Spencer brilharam diante de suas palavras, e ele sentiu o impulso de esmagá-lo.

    No entanto, exteriormente não o demonstrou e falou com indiferença.

    — A ilusão de que ela te procura pelos mesmos motivos que me procurou.

    — …

    — Você sabe melhor do que ninguém que não é o caso.

    — …

    Não se iluda achando que a princesa gosta de você.

    Não havia como Kylo não perceber isso.

    Kylo apertou os punhos com força.

    Desgraçado…

    Os músculos de sua mandíbula se contraíram ameaçadoramente.

    Ele também suspeitava que lhe estavam dando falsas esperanças.

    Mas que Raymond Spencer, entre todas as pessoas, notasse e apontasse isso…

    A humilhação o invadiu até que queimou todo o seu corpo.

    Humilhação. Vergonha. Derrota.

    Todos esses eram sentimentos que ele já havia experimentado antes, mas o desprezo de Raymond Spencer era difícil de suportar.

    Kylo se virou e o encarou com ódio.

    — O que te faz pensar que é uma ilusão?

    Ajude-me a comprar os caps - Soy pobre

    Regras dos Comentários:

    • ‣ Seja respeitoso e gentil com os outros leitores.
    • ‣ Evite spoilers do capítulo ou da história.
    • ‣ Comentários ofensivos serão removidos.
    AVALIE ESTE CONTEÚDO
    Avaliação: 0% (0 votos)

    Nota