Índice de Capítulo

    O Imperador respondeu, sua voz pouco convincente.

    — Mas, como pode o chefe dos Cavaleiros Brancos estar encarregado da sua escolta…?

    — O que poderia ser mais importante do que a segurança da Agnes neste momento?

    A mandíbula do Imperador se apertou.

    Agnes ficou boquiaberta.

    “O quê? Desde quando ele coloca minha segurança em primeiro lugar…?”

    Agnes queria dizer algo imediatamente, mas decidiu se conter até que fosse sua vez.

    O Imperador suspirou pesadamente.

    O fato de Agnes, a quem ele tinha chamado como reforço, permanecer em silêncio significava que ele não tinha escolha senão falar.

    — Mas Agnes não quer o Raymond como sua escolta, não é?

    — Querendo ou não, não há ninguém mais adequado para o trabalho.

    — Vejo que o Sir Clifford poderia ser mais adequado para a tarefa…

    — Você quer dizer Sir Clifford dos Cavaleiros, o que escolta o pai?

    — Sim, Sir Clifford, ele não carece de habilidade ou estatuto!

    Damian resmungou enquanto o Imperador falava com confiança.

    — Pai. Mesmo que nomeasse Sir Clifford como escolta de Agnes, não duraria nem um dia.

    — Mas, como é leal e paciente o Sir Clifford…!

    — Acredito que Agnes não o suportaria; ela insultaria Sir Clifford chamando-o de antiquado e arrogante.

    — …

    Damian olhou para Agnes, que estava sentada em silêncio, e depois apelou ao Imperador.

    — Majestade, eu também me preocupo com Agnes, e não é ruim que este irmão queira conceder o desejo que ela tanto deseja, mesmo que tarde?

    Sou tão ruim assim?

    Damian apelou às suas emoções.

    — Bem… na verdade não, mas…

    Diante disso, a voz do Imperador suavizou-se, como se seu próprio coração tivesse amolecido um pouco.

    Ele sabia muito bem o quanto Agnes tinha falado de Raymond naquela época.

    Mas mesmo assim, o Imperador tinha sido totalmente contra a ideia.

    No final, Agnes os havia demitido a todos, e por um tempo a princesa ficou sem escolta.

    Ele estava tão frustrado que o Imperador sentiu que não tinha escolha senão deixá-la sozinha.

    Mas isso não era mais uma opção.

    Agora que ocorreu um grave acidente, sua escolta teria que ser ainda mais minuciosa.

    O Imperador olhou para Damian.

    Como podemos…?

    Damian estava certo.

    Significaria muito cumprir o desejo dela.

    Mas… por mais que pensasse, não queria que ele se tornasse sua escolta.

    O canalha… o filho do Duque Spencer, o homem que havia causado tanto mal à sua filha…!

    Era uma sorte que Agnes tivesse perdido suas lembranças dele.

    Mas se as reuniu novamente, e ela recuperar a memória, ou se apaixonar por ele…

    “Não deve ser assim.”

    O Imperador falou, sua mente endurecendo novamente.

    — Mas Raymond Spencer não disse que não queria ser a escolta da Agnes naquele momento?

    Que arrogante idiota… pensou novamente.

    Então Damian riu como se estivesse dizendo: Não se preocupe com isso.

    — Você não precisa se preocupar com isso, Raymond aceitaria sem pensar duas vezes agora mesmo.

    — … por quê?

    — Provavelmente Raymond ficou chocado com o acidente da Agnes, e agora será gentil com ela e fará o que ela quiser.

    — …

    Isso é mais importante, não é?

    O Imperador olhou para Agnes com as pupilas vacilantes.

    Damian bateu no dorso da mão de Agnes com um sorriso irônico.

    Como se quisesse dizer que não havia com o que se preocupar.

    Agnes, que permanecera em silêncio o tempo todo, deu um pequeno sorriso.

    Por um momento, Damian sentiu um arrepio na espinha.

    — Posso falar agora?

    Agnes finalmente falou.

    — Bem, sim. Agnes. Fale você. Sua opinião é, de fato, a mais importante, não é?

    O Imperador fez um gesto para que ela falasse rapidamente, com um olhar de urgência.

    Damian estava relaxado, como se pudesse suportar o que ela tivesse a dizer.

    Agnes falou firmemente.

    — Não darei um único passo fora dos meus aposentos a menos que removam o Raymond Spencer como minha escolta.

    — … ah?

    Agnes era uma festeira confessada.

    É claro, ela não havia festejado muito ultimamente, mas havia estado em alguns chás.

    Isso era tudo.

    Agnes era naturalmente energética.

    Desde criança, ela não conseguia ficar parada.

    Depois de seu recente acidente, ela não conseguia ficar parada enquanto se recuperava, então saía para passear, fazer piqueniques e dar umas voltas por aí.

    Mas agora ela falava assim.

    Os olhos do Imperador se abriram com surpresa.

    — Eu não sei o que eu pensava antes sobre Sir Raymond Spencer — disse — mas agora eu não quero nem ver a cara dele.

    — …

    — Minha cabeça lateja… meu coração lateja e mal consigo respirar… então eu vou ficar na cama o dia todo se tiver que ficar com o Lorde Spencer.

    O Imperador e o Príncipe ficaram em silêncio diante das palavras firmes de Agnes.

    — E eu também não quero Sir Clifford. Como meu irmão disse, Sir Clifford é muito arrogante e vai me repreender por tudo que eu fizer, então eu vou ficar nos meus aposentos.

    — …

    — Se qualquer um deles se tornar meu cavaleiro escolta, não vou dar um passo fora dos meus aposentos a partir de amanhã, e bem poderia ir para um convento.

    — … u-um convento?

    Seus olhos se agitaram com as palavras extremas de Agnes.

    Um convento, isso não podia se tornar realidade.

    Um convento era um lugar onde freiras religiosas se reuniam, completamente isoladas do mundo exterior.

    A ideia de o Imperador nunca mais ver sua filha favorita era horrível.

    O Príncipe Herdeiro também poderia usar o casamento de Agnes para benefício político.

    O convento estava em apuros.

    Agnes observou as reações dos dois homens, muito agitados.

    Sua voz soava emotiva, ao contrário da severidade de suas palavras anteriores.

    — Pai, você lembra? Quando rejeitei todos os escoltas no passado. Você me disse que se houvesse alguém que eu quisesse no futuro, faria dele meu escolta.

    — Eu disse.

    — E você disse que me deixaria dizer quem, contanto que não fosse Sir Raymond Spencer.

    — Sim, eu me lembro.

    — A pessoa que eu quero é…

    O Imperador e o Príncipe Herdeiro se contorceram quando Agnes pronunciou as palavras cuidadosamente.

    “Não pode ser…”

    “Não pode ser…!”

    Eles tinham a mesma pessoa em mente.

    Alguém que Agnes havia estado convidando para seu quarto todos os dias ultimamente.

    Alguém cuja reputação nos círculos sociais, estranhamente, havia melhorado recentemente.

    Alguém de quem se falava que era o favorito da Lady Agnes há algum tempo…

    — Por favor, designe Lorde Kylo Gray como meu escolta.

    Não há negociação.

    As caras de ambos os homens se contorceram quando Agnes falou com firmeza.

    — Agnes, você não pode… Não é possível… Ele, quero dizer… De jeito nenhum… Dar seu coração… Certo? Não é possível, certo? — perguntou o Imperador, tremendo.

    Agnes franziu o cenho como se não entendesse o que isso significava.

    — Claro que não, papai. Eu só quero retribuir o favor.

    Agnes corou como se tivesse ouvido algo muito estranho.

    O Imperador e o Príncipe Herdeiro ficaram chocados com seu surto, e suas mentes foram preenchidas com pensamentos de “não é possível…”

    Agnes continuou rígida, como se fosse a pessoa mais fria da sala.

    — Não é segredo que Lorde Gray me salvou a vida muitas vezes. Ele merece ser nomeado cavaleiro, mas haverá oposição.

    Ele estava certo.

    Exagerar o título de cavaleiro era muito provável que causasse uma reação violenta da nobreza.

    — Só por ser minha escolta, as pessoas sentirão que Lorde Gray foi recompensado pela Família Imperial.

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