Índice de Capítulo

    No caminho de volta para Haramark.

    Assim que o grupo deixou o vale, a estrada se tornou comparativamente tranquila.

    Não havia nada digno de nota sobre a carroça da princesa. Bem, Ian também estava nela, mas era só isso.

    — Só posso me desculpar com você, amigo.

    — N-Não, está tudo bem.

    A voz de Ian transmitia o quanto ele estava arrependido, levando Seol Jihu a balançar rapidamente as mãos.

    — Mesmo assim, não me sinto bem sabendo que fui eu quem sugeriu isso primeiro, apenas para desistir de você assim.

    Após um longo período de reconsideração, Ian decidiu permanecer como Mago da família real por mais algum tempo. Havia algumas razões para essa decisão, mas a principal era o fato de a família real ter feito mais concessões. Além disso, Teresa também implorou a ele, então havia isso.

    Além disso, a família real também prometeu apoiá-lo de todo o coração, o que tornaria mais fácil para Ian se tornar um Alto Ranker. Ele disse que, assim que voltassem a Haramark, assinaria o novo contrato com eles.

    — Bem, não foi como se tivéssemos feito uma promessa definitiva ou algo assim. E eu também demorei para lhe dar uma resposta definitiva. Então, Mestre Ian, por favor, não se preocupe.

    — Obrigado por dizer isso. Isso certamente tira um peso dos meus ombros.

    Ian acariciou lentamente a barba e formou um sorriso relaxado.

    — Espere só mais um pouco. Veja bem, há uma diferença considerável entre um Mago Alto Ranker e um normal.

    — Perdão?

    — A família real fez algumas concessões. Eles prometeram não interferir nas minhas atividades externas, como expedições ou explorações.

    Ian piscou de maneira brincalhona.

    — Embora as coisas tenham se desenrolado assim porque este velho não conseguiu abandonar a lealdade e os laços que formou ao longo dos anos, fui sincero quando disse que gostaria de formar uma equipe com você. Aprendi algumas coisas com esta exped… Ahem, quero dizer, com nossa missão desta vez, assim como nas batalhas que travamos juntos.

    — …Ainda tentando enfeitar um porco, hein?

    Teresa olhou para os dois homens com uma expressão de incredulidade.

    — Lealdade? Laços? Vamos ser realistas. Você aceitou relutantemente porque prometemos aumentar seu orçamento de pesquisa e deixá-lo vagar livremente sempre que quisesse.

    — Oh, céus. Parece que ela viu através de mim.

    Ian parou de sorrir como um velho sábio e fez uma expressão brincalhona de quem fingia não saber de nada. Teresa apenas balançou a cabeça, impotente, antes de ver a expressão de Seol Jihu e soltar um ‘oops’.

    — Me desculpe. Pelo que ouvi, parece que vocês dois estavam prestes a formar uma parceria.

    De fato, Seol Jihu se sentia um pouco arrependido. Ainda havia muitas coisas que ele não sabia, então, se um veterano experiente e astuto o acompanhasse, certamente lhe daria muita confiança.

    No entanto, não era como se tivessem firmado um acordo em primeiro lugar, e ele também não estava em posição de exigir um. Assim, Seol Jihu decidiu se contentar apenas com ter feito amizade com essas pessoas.

    — Não, está tudo bem. Parece que o Mestre Ian é realmente uma pessoa muito importante do ponto de vista da família real.

    — Isso é verdade. Além disso, ele é essencial para que eu realize meu sonho.

    — Seu sonho?

    — Isso mesmo.

    Os olhos de Teresa brilharam intensamente.

    — A Fortaleza de Arden é apenas o primeiro passo para meu sonho se tornar realidade.

    — Posso ouvir sobre esse sonho?

    — Claro. É bem simples, na verdade. O Vale de Arden é uma cadeia montanhosa imponente e também serve como região de fronteira que impede o avanço dos Parasitas. Além disso, é a rota mais curta para Haramark para eles.

    Seol Jihu já sabia disso.

    — Então, planejo transformar todo o Vale de Arden em uma fortaleza. Uma grande e inexpugnável, suficiente para fazer a Rainha Parasita desistir voluntariamente da ideia de nos invadir.

    Seol Jihu inclinou a cabeça levemente.

    “Espera, sinto que consigo… me lembrar de algo aqui…”

    Já fazia bastante tempo desde que teve aquele sonho, mas se alguma parte dele ainda permanecia, mesmo que de forma vaga e indistinta, então devia ter sido um incidente extremamente chocante.

    “O Vale de Arden… Haramark…”

    — …Não apenas uma pequena porção, mas fortificar toda a cadeia montanhosa. Tudo que ouço é seu desejo descarado de trabalhar este velho até a morte.

    Enquanto Seol Jihu pensava consigo mesmo, Ian resmungava baixinho.

    — A família real sempre o recompensará devidamente.

    — Fico feliz com as recompensas, mas este velho gostaria de ouvir uma boa dose do seu encorajamento de vez em quando também.

    — Bem, não será difícil fazer isso por você, mas… você só vai pedir para eu dizer coisas como, ‘Kuek! Mate-me em vez disso!’ ou ‘Isso não vai me fazer me submeter a você!’ Como isso pode ser considerado encorajamento?

    — Esses são os encorajamentos perfeitos para o corpo deste velho.

    — …Eu não quero. Não sei por quê, mas sempre que digo essas palavras, me sinto estranha.

    Ouvindo a recusa de Teresa, Ian só pôde estalar a língua em desapontamento.

    Seol Jihu fez o máximo para conter o riso. Ainda assim, olhava silenciosamente para Teresa com curiosidade. As coisas tinham terminado bem, mas suas questões pessoais ainda não haviam sido respondidas.

    Por que ele sentiu uma atração tão forte na primeira vez em que encontrou essa mulher? Pensou muito sobre isso, mas não conseguiu entender.

    “Espera aí.”

    Agora muito curioso, Seol Jihu ativou seus “Nove Olhos” novamente. Teresa continuava sem cor, mas ele não estava buscando isso.

    “Verde é a Observação Geral, certo?”

    【Janela de Status de Teresa Hussey】


    【1. Informações Gerais】

    Data de Convocação: N/A

    Grau do Selo: N/A

    Sexo/Idade: Feminino/24

    Altura/Peso: 165,5 cm / 54,6 kg

    Condição atual: Boa

    Classe: NV. 5 Cavaleira Princesa

    Nacionalidade: Haramark

    Afiliação: A Família Real de Haramark

    Apelido: Princesa de Haramark


    【2. Traços】

    1. Temperamento:

    – Robusta. (Tanto sua mentalidade quanto suas ações são afiadas e substanciais.)

    – Responsável. (Dá importância aos deveres ou obrigações com os quais foi incumbida.)

    – Heroica. (Possui espírito vigoroso e não hesita em realizar pequenas ações, caso seja necessário.)

    2. Aptidão:

    – Sábia. (Tem o dom de julgar rapidamente a situação de forma correta e responder adequadamente.)

    – Superadora. (Independentemente da dificuldade da situação, ela buscará uma maneira de sobreviver e superar a adversidade atual.)


    【3. Nível Físico】

    – Força: Intermediária (Alta) ↑1

    – Resistência: Intermediária (Baixa)

    – Agilidade: Intermediária (Alta)

    – Vigor: Intermediário (Intermediário)

    – Mana: Intermediária (Intermediária) ↑1

    – Sorte: Baixa (Alta)

    Pontos de Habilidade Restantes: 0


    【4. Habilidades】

    1. Habilidades Inatas (1)

    2. Habilidades Relacionadas à Classe (6)

    3. Outras Habilidades (4)


    【5. Nível de Cognição】

    – Difícil de agradar (Tenaz e persistente)

    – Curiosa

    – Melancólica (Sente-se sem esperança e frustrada em seu coração)

    Essa era a Janela de Status de outra pessoa, algo que ele não via havia muito, muito tempo. Ele achou até estranho poder ver também a Janela de Status de uma Paraisiana.

    Será que ele a encarou demais? Não conseguiu ler além das primeiras linhas antes que Teresa, de repente, virasse a cabeça em sua direção. Ela devia ter sentido seu olhar.

    Assim que seus olhos se encontraram, Seol Jihu se encolheu e virou rapidamente a cabeça, fingindo que não tinha percebido nada.

    “Será que ela me descobriu?”

    Como uma criança pega fazendo algo travesso, Seol Jihu sentiu-se nervoso por dentro.

    — Com licença.

    Ele fingiu não ouvir.

    — Com li-cên-ça…

    Quando ele não respondeu, Teresa simplesmente se levantou de onde estava e sentou-se bem ao lado dele. Mesmo assim, ele não reagiu, então ela se aproximou ainda mais, a ponto de seus quadris se tocarem. Seol Jihu se encolheu de novo e a olhou. Um sorriso satisfeito se formou no rosto dela.

    — Bem, tem uma coisa. Estou curiosa sobre isso, então pode me ajudar a entender melhor?

    — Perdão?

    — Naquela vez em que nos conhecemos? Por que você estava me encarando tão~ intensamente? Você estava fazendo a mesma coisa agora há pouco.

    Finalmente tinha chegado o momento. Seol Jihu ajeitou sua expressão e abriu a boca.

    — Se você se sentiu ofendida, gostaria de pedir desculpas.

    — Não? Não me senti ofendida nem nada disso.

    Teresa levantou as mãos.

    — Bem, sejamos honestos, eu sei que sou bem bonita.

    Ela deu de ombros de maneira despreocupada.

    — Então, você estava me encarando porque sou bonita…? Foi isso?

    A atitude absolutamente direta de Teresa deixou Seol Jihu completamente sem palavras. Foi preciso um certo esforço para que ele conseguisse dizer algo.

    — Ah, isso… Tanto a cor dos seus olhos quanto a do seu cabelo são realmente bonitas, sim. De onde eu venho, a cor rosa é muito rara, sabe.

    Seol Jihu sorriu de forma constrangida enquanto, inconscientemente, tentava se afastar dela. Não queria que ela roubasse seus lábios novamente tão cedo.

    — Oh, é mesmo? Eu não sinto nada de especial, porém.

    — E-eu entendo.

    — É. Eu não sinto nada de especial quanto a isso, já que cresci assim.

    À medida que a conversa se desenrolava, Seol Jihu conseguiu criar um pequeno espaço entre eles. Teresa inclinou a cabeça, mas, ao vê-lo cobrindo os lábios com a mão…

    — …Ah.

    Ela soltou um leve suspiro.

    — H~ng.

    Em seguida, deixou escapar um gemido estranho enquanto um brilho de pura malícia preenchia sua expressão.

    — Bem, quero dizer, sabe…

    Seu sorriso sutil, mas perigoso, fez Seol Jihu se lembrar de um predador carnívoro mirando uma presa herbívora.

    — Eu tenho esses olhos rosas e cabelo rosa desde que nasci…

    Ela de repente baixou o olhar e examinou o próprio corpo por um segundo e, então…

    — E também…

    Ela sorriu brilhantemente e se inclinou mais perto da orelha de Seol Jihu, e sussurrou.

    — Eu também sou rosa naquele outro lugar.

    Após sussurrar, Teresa piscou para ele.

    Seol Jihu imediatamente tossiu de forma dolorosa e ofegante.


    O exército em viagem chegou a Haramark na manhã do quarto dia.

    O tempo passado fora era uma coisa, mas talvez por tantos incidentes terem acontecido desde a partida inicial da cidade, Seol Jihu não pôde deixar de dar boas-vindas à visão da civilização.

    Tanto Teresa quanto Ian eram pessoas ocupadas. Como gesto de despedida, Teresa pediu um aperto de mão firme. Ela também disse para ele esperar um pouco pelas recompensas prometidas. Ian se despediu com palavras significativas:

    — Vamos nos encontrar novamente em breve.

    Depois de se despedir dos dois, Seol Jihu desceu da carroça enquanto reorganizava seus pensamentos. Precisava receber as recompensas e também passar por um templo. Ainda teria que se preocupar em vender sua parte dos espólios. Pensou que ficaria um tanto ocupado por um tempo.

    “Ainda assim…”

    No fim das contas, não muito havia mudado.

    Ian decidiu permanecer como Mago da família real. Assim que a divisão dos espólios fosse concluída, ele também teria que se separar do Carpe Diem. Claro, tinham passado por muita coisa juntos, então alguma amizade e confiança haviam sido construídas, mas ainda seria difícil se reunir em outra missão apenas por coincidência, como daquela vez.

    “Seria bom se eu pudesse subir de nível.”

    Embora participar de outra expedição fosse difícil, ele ainda poderia conseguir entrar em uma equipe de exploração se fosse, pelo menos, Nível 2.

    “Se não der certo, vou ter que aguentar mais um tempo como carregador.”

    — Ei.

    Enquanto Seol Jihu permanecia ali umedecendo o lábio inferior, uma voz familiar chamou sua atenção. O trio Dylan, Chohong e Hugo o aguardava no portão da cidade.

    — Me desculpem. Vocês estavam esperando há muito tempo?

    — …Não, nem tanto.

    Chohong desviou o olhar de maneira disfarçada. Seol Jihu ficou se perguntando se havia algo errado, já que Hugo estava sorrindo feito um bobo e Dylan apenas observava a situação, de braços cruzados.

    — H-hmm.

    Chohong pigarreou para limpar a garganta e falou em voz baixa.

    — Então, qual é o seu plano daqui pra frente?

    — Hã?

    Sua resposta indiferente fez Chohong coçar a cabeça de maneira irritada. Como se não soubesse o que dizer ou como dizer, seus lábios se abriram e fecharam várias vezes.

    — Argh, droga. Tipo…

    — …O quê?

    — …Quer vir com a gente?

    Ela disse algo sem começo nem fim. Vendo a expressão confusa de Seol Jihu, Hugo começou a bater palmas enquanto explodia em uma gargalhada. Chohong gritou alto:

    — Então por que vocês me pediram pra falar isso em primeiro lugar?!

    Depois que a confusão se acalmou, Dylan abriu a boca.

    — Seol, você pretende ficar em Haramark?

    — Sim, pretendo.

    Dylan havia aconselhado Seol Jihu a deixar Haramark, mas ele não planejava fazer isso. Estivesse certo ou errado, ele apenas queria permanecer na cidade por mais um tempo.

    — Entendo… Nesse caso…

    Dylan descruzou os braços e colocou as mãos sobre as cabeças de Chohong e Hugo.

    — Escute. Eu sou tecnicamente o líder do Carpe Diem, mas até eu acho difícil controlar esses dois idiotas.

    Seol Jihu estava prestes a concordar, mas ao ver o olhar ameaçador de Chohong, parou imediatamente.

    — Então quero saber, gostaria de me dar uma ajudinha com isso?

    Seol Jihu piscou os olhos.

    — Como compensação, vou deixar você usar uma instalação de treinamento bem decente daqui pra frente, sem cobrar nada.

    Só então o jovem entendeu o significado daquelas palavras, e sua mandíbula caiu levemente.

    — D-Dylan.

    Dylan sorriu, mostrando os dentes.

    — Bem, que tal acertarmos os detalhes enquanto comemos, bebemos e nos divertimos?

    Seol Jihu também sorriu animadamente.

    — Parece ótimo pra mim.

    Um pequeno gesto, um grande impacto!

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