Índice de Capítulo

    — Uwaaaah…!!

    Chohong gritou. Ela conseguiu empurrar Kazuki, que tentava segurá-la pelo braço, e correu para fora, apenas para esbarrar em alguém e cair desajeitadamente para trás. Cinzia, com um cigarro pendurado nos lábios, olhava para ela com olhos levemente surpresos. Eles haviam retornado, em outras palavras.

    — O que está…

    Cinzia fechou a boca rapidamente. Um total de sete pessoas havia retornado. Seis haviam partido inicialmente, o que significava, no mínimo, que a equipe conseguiu resgatar uma pessoa.

    — Lawrence! É a Erica Lawrence!

    — O Richard Hugo também está lá!

    O grupo que aguardava reconheceu os cativos resgatados e gritou de alegria. No entanto, as comemorações não duraram muito.

    Desde o começo, a taxa de sucesso dessa missão era considerada baixa. Ainda assim, o clima da equipe que havia resgatado dois cativos estava especialmente sombrio, mais do que o esperado. Era como olhar para um bando de pessoas atordoadas, sem alma.

    Os olhos de Cinzia, por sua vez, desviaram para o rosto encharcado de suor de Ian, agora distorcido por uma expressão de derrota, ofegante. Só então ela percebeu que faltava alguém na equipe de resgate.

    — Ian! Iaaaan!

    Chohong, que estava sentada no chão, atordoada, recobrou os sentidos e correu até o Mago.

    — Rápido! Rápido, reative o círculo mágico! Agooora!

    No momento em que o agarrou pela gola, Ian desabou como um boneco de palha. Ele havia esgotado toda a sua energia mental mantendo o círculo mágico.

    — Levanta! Você tem que levantaaaar!

    Chohong gritou desesperada. As pessoas ao redor começaram a murmurar inquietas. Cinzia entrou rapidamente nos limites do círculo mágico e conteve Chohong à força. Ela lançou uma pergunta enquanto pressionava a mulher que se debatia enlouquecida.

    — Ayase Kazuki, o que aconteceu?

    O japonês não conseguiu abrir a boca por um tempo. Era conhecido por sua postura fria e controlada, mas agora parecia tão confuso quanto todos ali.

    — …Antes de tudo.

    Kazuki quebrou o longo silêncio e falou com uma voz baixa e contida.

    — Conseguimos chegar até aqui na missão de resgate graças àquele jovem. Do começo ao fim.

    Cinzia soube imediatamente de quem se tratava.

    — Eu sei disso.

    — Nós não queríamos desistir até o fim. Ele e eu permanecemos até o fim do tempo limite e procuramos em todos os lugares. Por causa disso, conseguimos resgatar Richard Hugo e Erica Lawrence, e também salvar Ayase Yui, Ibrahim Ali e Edward Dylan a tempo.

    Ou seja, os Terrestres haviam sido todos resgatados, de um jeito ou de outro.

    — E Teresa Hussey?

    — A Princesa estava…

    Kazuki titubeou nas palavras e não conseguiu continuar.

    — …Ele não conseguiu parar a busca, mesmo sem encontrá-la, e ultrapassou o tempo limite?

    — Não.

    A suposição de Cinzia foi recebida com uma resposta desnecessariamente incisiva por parte de Kazuki.

    — Parece que a Princesa estava sendo mantida prisioneira por um Parasita de alto rank.

    — Prisioneira, é?

    — Sim. No entanto, ele conseguiu resgatá-la com sucesso. Mesmo tendo sido descoberto no meio da fuga, de algum modo ele rompeu a rede de contenção e escapou do bloco prisional.

    — Havia um Parasita de alto rank presente? Não, espera. Ele foi descoberto e mesmo assim escapou?

    Cinzia piscou. Ela só acreditara pela metade nas notícias sobre o incidente no Vale de Arden, mas, com Kazuki tão sério assim, não teve escolha senão levar a sério.

    — Então, o que aconteceu? Se ele escapou, por que não está aqui?

    Kazuki balançou a cabeça, impotente.

    — …Não sei.

    — O quê?

    — Droga! Eu realmente não sei o que aconteceu. Sim, ele estava no limite do tempo, mas eu tinha certeza de que conseguiria. Nós explodimos a ponte aérea, atrasamos a perseguição inimiga e abatemos todas as criaturas voadoras. E ele estava prestes a entrar no esconderijo em segurança, mas…

    Kazuki empurrou a franja para trás. A testa estava encharcada de suor.

    — Ele estava prestes, e o que aconteceu depois?

    Dessa vez, quem perguntou foi Agnes. Kazuki respondeu com o mesmo ar perdido.

    — O que eu vi foi… Seol correndo enquanto carregava a Princesa nos braços, até que de repente vacilou.

    — Está dizendo que ele caiu?

    — Não, não parecia que ele tropeçou e caiu. Se tivesse tropeçado em algo, o impulso da corrida ainda o faria… Ah.

    Kazuki semicerrrou os olhos, continuando com uma expressão meio convicta, meio incerta.

    — Um pouco antes de ele entrar na sala, acho que ouvi um som parecido com um tiro.

    — Um tiro?

    — É a melhor forma como posso descrever. Nem eu tenho certeza disso.

    Ao ouvir a palavra ‘tiro’, Cinzia lançou um olhar de soslaio para Agnes.

    Sem que ninguém percebesse, o ambiente ao redor havia caído em um silêncio mortal. Não, Chohong ainda gritava a plenos pulmões. E também…

    — …

    Agnes fechou os olhos lentamente.


    ‘Ele’ os perdeu. Não, seria mais correto dizer que ‘eles’ simplesmente desapareceram sem deixar vestígios?

    Para ser honesto, um punhado de gado escapando não era motivo de preocupação, na visão do Parasita de alto rank. Porém, o mesmo não podia ser dito sobre Teresa Hussey. Ela era uma realeza de Haramark, um dos Sete Reinos que desempenhavam um papel crucial na facção humana. E, mais importante ainda, também possuía um contrato com os sete deuses.

    Certa vez, a Rainha Parasita perdeu uma guerra em um determinado planeta. Ela enfrentou um deus poderoso e foi completamente derrotada. Conseguiu escapar por pouco com vida e, de algum modo, acabou em Paraíso, onde estabeleceu uma nova base. A partir daí, expandiu sua influência rapidamente e devorou a Divindade Suprema desse mundo para restaurar uma parte de seus poderes.

    No entanto, isso estava longe de ser suficiente. Ela almejava a perfeição absoluta para alcançar sua vingança e, por isso, ansiava por ainda mais poder. Para alcançar seu objetivo, queria absorver mais deuses. Era óbvio que ela teria interesse nos sete deuses restantes de Paraíso, desejando devorá-los também.

    Em outras palavras, os segredos que Teresa Hussey guardava eram um tipo de tributo para a Rainha. Mesmo que o segredo em si se mostrasse inútil, ainda poderia servir como prova do valor daquele Parasita de alto rank. Se tudo corresse bem, poderia até receber a oportunidade de evoluir para um ser ainda mais elevado.

    Impulsionado pela determinação de não deixá-la escapar, mobilizou não apenas as forças subterrâneas, mas também as criaturas de elite que guardavam a superfície para rastreá-la. Segundo seus cálculos, ela já deveria ter sido capturada, dada a inundação de Parasitas no primeiro subsolo.

    Infelizmente, a velocidade da fuga dela superou suas expectativas, e suas ações acabaram sendo um desperdício de energia. Refletiu sobre o próprio erro, percebendo que ela deveria ter sido apresentada à Rainha assim que foi capturada. O desejo de evoluir cegou a criatura, que preferiu manter a mulher humana como prisioneira para extrair informações por meio da tortura. Nunca imaginou que as coisas terminariam assim.

    — Grrrrr…

    O Parasita desconhecido atravessou a ponte aérea restaurada e entrou na área de pesquisa. No entanto, ao ver o esconderijo, não conseguiu mais conter a fúria.

    — Kuuuuuaa!!

    Não fazia ideia de como os ratos haviam conseguido infiltrar-se na base, mas aquilo…

    Aquele laboratório, localizado no antigo Ducado Delphinion, era um ponto estratégico crucial e uma base militar para a futura invasão da facção humana. Ainda mais importante, o plano de produção em massa começara justamente ali, então podia-se dizer que esse era o quartel-general de todas as instalações de produção em massa existentes.

    Para acessar o subsolo, era necessário passar primeiro pela superfície. Por isso a área superficial era rigidamente protegida, mas agora…

    — Malditos ratos!! Como ousam recorrer a truques como esse?!

    O Parasita de alto rank explodiu em fúria antes de encontrar uma poça de sangue próxima à estante. O disparo parecia ter tido êxito, mas ninguém sabia o que acontecera depois. O certo era que não havia nada mais a ser encontrado por ali.

    — Encontrem-na! Revirem este lugar de cabeça pra baixo e tragam-na pra mim!

    Como todos os guardas da superfície haviam descido para o subsolo, mal havia espaço para se mover, mas sob aquela ordem, eles se espalharam ruidosamente por todos os cantos da instalação.

    O Parasita de alto rank respirava furioso por um tempo, até pisar com força no altar no centro do esconderijo.

    CRACK!!

    No instante em que o círculo mágico se desfez em pó fino…

    Barum…

    De repente, o interior do esconderijo tremeu levemente.

    Não, aquilo não parecia certo.

    — ?

    O Parasita de alto rank levantou o olhar para o teto. Poderia não ser nada, mas parecia que o teto havia tremido um pouco agora há pouco.

    — …Keuk!

    No entanto, a criatura logo voltou sua atenção à caçada. Virou nos calcanhares e deixou o esconderijo.

    Um pequeno gesto, um grande impacto!

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