Capítulo 151: Companheiros Estranhos (5/5)
Algum tempo desconhecido depois.
— Uuh… Uuh…
A primeira coisa que Seol Jihu sentiu ao recobrar a consciência foi uma sede ardente.
— Parece que ele está voltando.
Em seguida, ouviu uma voz desconhecida, assim como…
— Seol, como está se sentindo? Seol?
…uma familiar.
— Água… Água…
De repente, ele sentiu algo deslizar cuidadosamente sob sua nuca, erguendo levemente sua cabeça. Em seguida, algo pequeno, porém cheio, entrou em sua boca entreaberta. Ele seguiu o instinto e imediatamente a fechou.
— Ai.
A ‘coisa’ que sustentava sua cabeça se encolheu um pouco. Mas ele estava concentrado demais naquele objeto pequeno e arredondado dentro da boca para perceber.
Era macio, mas levemente úmido. Embora não contivesse muita umidade, ele se sentia como um filhote de cachorro sugando o leite da mãe. No fim, não conseguiu resistir e mordeu, fazendo o líquido contido ali estourar.
— …Pooooh!!
No instante em que isso aconteceu, ele quase cuspiu tudo.
“Q-Que gosto é esse…?”
Amargo, azedo, adstringente e salgado, todos esses sabores o atacaram de uma vez só. Era como se tivessem misturado molho de soja e vinagre e deixado apodrecer por meses nos esgotos. Forte o suficiente para provocar terror no coração. Com isso, a névoa em sua mente se dissipou num instante.
— Pensar que ele morderia uma ‘dulce’. Realmente um humano corajoso.
Uma risadinha leve se seguiu. Ele não fazia ideia do que ela queria dizer com aquilo, mas mesmo assim reuniu resistência sobre-humana para aguentar firme.
Ainda era líquido. Tinha gosto de merda, sim, mas não era tão repulsivo quanto urina. Ele encarou aquilo como água da vida e engoliu tudo de uma vez.
— Keuh…
Um amargor terrível desceu por sua garganta. A sede permanecia tão intensa quanto antes. Era como se gotas de água tivessem caído numa chapa de metal incandescente e evaporado no mesmo instante. Ainda assim, encontrou forças para abrir os olhos.
— P-Princesa…?
Ele viu o rosto de Teresa.
— Você acordou.
Ela lhe deu um sorriso revigorante.
— Onde…
— Dentro de uma caverna. Me desculpe. Os perseguidores chegaram enquanto eu estava fora…
Agora que conseguia pensar com mais clareza, o que tinha acontecido afinal? Seol Jihu apenas inclinou a cabeça, confuso. A última coisa de que se lembrava era dos Parasitas caindo, não por suas mãos, mas pelas de outra pessoa.
— Foi você, Princesa?
— Não, não fui eu.
Teresa desviou o olhar para o lado.
— Foram essas pessoas que nos salvaram.
Ele seguiu o olhar dela e viu seis outras figuras, cinco delas sentadas perto da entrada da caverna. Todos usavam mantos semelhantes, com capuzes baixos o bastante para esconder seus rostos.
Seol Jihu estava prestes a agradecer, mas hesitou por um momento.
— …
Como dizer isso? Parecia errado chamá-los de ‘humanos’. Ele os observou mais atentamente e finalmente percebeu a razão daquela estranheza. Viu um par de asas negras, dobradas com perfeição, nas costas da figura que estava de pé à frente do grupo.
— …Um anjo??
— …Um anjo, é? Faz muito tempo desde a última vez que alguém me chamou assim.
A figura de asas negras respondeu. A voz tinha um timbre grave com um tom firme, mas também havia gentileza nas palavras, e não havia dúvidas de que era uma mulher.
— Um dia já fui chamada assim.
Arrependimento podia ser sentido em sua voz.
— Além de perder nosso lugar no mundo, ainda fomos corrompidas… Já não tenho mais o direito de me chamar de anjo.
Do que ela estava falando?
— Elas são da Federação.
Teresa o explicou.
— E, se minha suposição estiver certa…
Ela lançou um olhar furtivo às asas negras antes de continuar.
— …Ela deve ser uma Anja Caída.
Seol Jihu se alarmou bastante ao ouvir essas palavras.
Ele sabia quase nada sobre esses “Anjos Caídos”. Apesar de terem liderado a criação da grande nação unificada chamada Federação, também eram uma raça alienígena àquele planeta. Em outras palavras, não eram nativos do Paraíso, assim como os Terrestres e os Parasitas.
Até então, a cabeça de Seol Jihu repousava sobre as coxas de Teresa. Ele forçou o corpo a se erguer novamente. Era o mínimo que podia fazer para agradecer àqueles que o salvaram. Mas, se fosse sério sobre isso, ainda assim eram seus inimigos.
A Anja Caída tomou a dianteira.
— Bem… Entendo por que você não nos vê com bons olhos. Afinal, somos invasores e vocês, os invadidos.
— …
— No entanto, dadas as circunstâncias, não pode deixar de lado essa hostilidade por um tempo? Do jeito que vejo, nossas posições não são tão diferentes neste momento.
— Ela tem razão. Seol? Por favor, não precisa ficar tão tenso.
Teresa assentiu de boa vontade. Vendo-a agir assim, Seol Jihu só pôde coçar a cabeça.
— …Muito obrigado por nos salvarem.
— Não há necessidade de agradecer. Vocês, humanos, nos estenderam a mão primeiro, e apenas decidimos colaborar, só isso.
“Estenderam a mão primeiro?”
Seol Jihu inclinou a cabeça mais uma vez. Será que deviam algo à Federação no passado?
— Além disso, resgatar alguém do sangue real de Haramark tem seu valor.
— Está me superestimando.
— Só estou dizendo a verdade. Afinal, você é um humano com uma visão favorável à Federação.
Teresa deu de ombros.
— Nós é que deveríamos agradecer. Com vocês destruindo os planos de produção em massa deles, todos podemos respirar aliviados agora.
— Fufufu. Realmente havia muitas vozes insatisfeitas do nosso lado.
A Anja Caída sorriu com leveza e tirou uma pedra azulada de dentro de seu manto.
— Disseram que, com a quantidade de Trovão usada para destruir o laboratório, poderíamos ter defendido a Fortaleza Tigol… No fim, foi uma escolha entre um ou outro.
— Ou seja, vocês escolheram a continuidade da existência da humanidade em vez da Fortaleza Tigol.
— Muitos sugeriram que ignorássemos os seus problemas. A Aliança dos Homens-Fera, especialmente, se opôs com veemência.
Teresa sorriu amargamente. A Aliança dos Homens-Fera foi, um dia, a segunda maior força política, mas não conseguiu resistir ao ataque dos Parasitas e acabou se juntando à Federação.
Além disso, os humanos simplesmente assistiram à destruição da Aliança dos Homens-Fera de braços cruzados.
— Foi então que vocês se posicionaram de maneira proativa. E de forma bem inesperada.
— Se está falando da Fortaleza Arden, não foi nada demais.
— Não precisa ser modesto. Se considerar o posicionamento das forças dos Parasitas, dá para perceber facilmente que a atenção da Rainha está bastante dispersa.
— Ela provavelmente não pode se dar ao luxo de deixar a fortaleza ser erguida no Vale Arden.
— Graças a isso, pudemos avançar até aqui no território deles.
Seol Jihu pensou, ‘Será?’ Quando mencionaram a Fortaleza Arden naquela conversa, ele imediatamente se lembrou de algo. Na época, não pensou muito a respeito, mas quem diria que a cor dourada retornaria para ele dessa forma?
— De qualquer maneira, foi algo bastante bizarro.
A Anja Caída começou a jogar a pedra azulada para cima e pegá-la repetidamente enquanto murmurava para si mesma.
— O quê foi?
— Estou falando do plano de produzir em massa as espécies mutantes. Para frustrar esse plano, tivemos que destruir o laboratório dentro do Ducado Delphinion. As outras instalações não eram tão importantes. Aquele lugar era não só o quartel-general do plano, mas também a base avançada para a próxima campanha deles.
— Certo, agora que mencionou, o que exatamente aconteceu naquela ocasião? Digo, a segurança devia ser absurda, então como vocês conseguiram?
— Não temos certeza.
A Anja Caída falou com bastante calma.
— Na verdade, estávamos prestes a desistir. Os suprimentos que levamos estavam acabando, e não conseguimos encontrar nenhuma brecha… Mas então, surgiu uma oportunidade do nada.
— Do nada?
— Sim. Por algum motivo, todas as forças dos Parasitas que guardavam a superfície correram para o subsolo… Graças a isso, conseguimos enterrar não apenas cada desgraçado debaixo da terra, como também os que entraram depois.
Ela sorriu, mostrando os dentes perolados.
— E-Espera aí.
Seol Jihu perguntou apressado.
— Você disse que todas as forças da superfície entraram no subsolo?
— Isso mesmo. Não há dúvida, vi com meus próprios olhos. Sabe o que aconteceu?
— …Pode ser que…?
Ele piscou várias vezes antes de abrir os lábios devagar. Se sua memória não falhava, durante a fuga depois de resgatar Teresa e ser perseguido por todas as forças inimigas, ele se lembrava nitidamente da presença de Parasitas descendo as escadas ligadas à superfície.
Teresa ouviu sua explicação e exclamou — Ah!
— Hoh.
A Anja Caída parou de jogar a pedra e franziu os lábios.
— Esse humano está dizendo a verdade?
Ela olhou para trás, o que significava que não estava perguntando a ele. Uma das figuras encapuzadas sentadas ao redor assentiu levemente.
— Ele está dizendo a verdade. Não senti nenhuma falsidade nele.
Uma voz belíssima veio dessa figura encapuzada. Era tão bela que Seol Jihu ficou curioso para saber como ela era. A Anja Caída deu uma risadinha suave.
— Nesse caso, esse assunto deve ser tratado como a primeira cooperação entre a Federação e os humanos.
— Digno de comemoração, não acha?
Teresa sorriu e entrou no clima.
— Comemorar… Comemorar parece bom, mas…
A Anja Caída brincou com a pedra azulada antes de soltar um longo suspiro.
— Isso é para quando conseguirmos sair vivos daqui.
— I-Isso…
— Pelo menos, para nós, é.
Essas palavras conseguiram esfriar o clima dentro da caverna num instante. De fato, a realidade deles não havia mudado em nada.
— Então.
A voz da Anja Caída baixou de tom.
— Vamos parar com as conversas paralelas e começar a discutir coisas mais construtivas.
— Concordo. Coisas construtivas.
Teresa assentiu.
— Ver vocês se escondendo aqui nas montanhas significa que…
— Não há saída.
— É o que eu imaginei.
Os ombros de Teresa cederam visivelmente.
— Foi a mesma história para nós. Tentamos passar pelo vale primeiro, mas mudamos o caminho para cá…
— Contornamos toda a região da fronteira, mas ainda assim não conseguimos encontrar nenhuma brecha. Sabíamos que eles haviam posicionado tropas em pontos estratégicos, mas… Isso aqui parece que a rede deles está ainda mais longa e pesada do que antes.
— Isso quer dizer que a Rainha Parasita está realmente furiosa com o bombardeio do laboratório?
— Devemos assumir que sim.
— Ehew.
Teresa Hussey estalou os lábios antes de continuar com uma voz desanimada.
— Isso é seriamente irritante. Nós, tudo bem, só temos as pernas, mas se até vocês estão com dificuldade para escapar…
Ela se referia às asas, obviamente.
— A rede de defesa antiaérea deles é perfeita.
A Anja Caída respondeu com uma voz melancólica.
— Além de criaturas voadoras, há centenas de franco-atiradores.
— …Franco-atiradores?
— A criatura que feriu o ombro deste humano.
Seol Jihu olhou instintivamente para seu ombro esquerdo, e seus olhos se arregalaram. Estava se perguntando por que seu corpo parecia um pouco melhor do que antes, e agora podia ver ataduras limpas e bem apertadas ali.
— Uh, hã?
Além disso, seu braço se movia conforme sua vontade. Embora ainda doesse, a dor era muito mais tolerável do que antes.
“Eles até me trataram.”
Enquanto se comovia com aquele gesto generoso, a Anja Caída continuou:
— É impossível atravessar a linha de fogo deles e escapar. Talvez conseguíssemos passar uma vez, mas certamente não teríamos chance contra as forças que nos perseguiriam. Seríamos abatidos antes mesmo de sair da Floresta da Negação.
Nesse momento, os olhos de Seol Jihu se abriram um pouco mais.
— Por isso, gostaríamos de fazer uma proposta a vocês.
— Vamos decidir depois de ouvir.
— Por que não nos ajudam a criar uma distração?
A expressão de Teresa se contorceu.
— Querem que sejamos iscas?
— Tecnicamente, sim. Todos aqui serão iscas.
A proposta da Anja Caída era a seguinte:
Primeiro, quatro dos seis membros da Federação presentes se dividiriam em dois grupos e tentariam perfurar os lados esquerdo e direito da linha de busca inimiga. Caso fossem descobertos, atrairiam os perseguidores, criando uma pequena brecha. Em seguida, Seol Jihu e Teresa tentariam sua sorte. A Anja Caída e o membro restante observariam a situação e decidiriam o que fazer.
Podia-se dizer que esse plano havia sido elaborado em favor desse membro remanescente, aquele que a Anja Caída deveria acompanhar. No entanto…
— Esse plano pode não ser tão ruim assim para vocês dois.
Ela não estava dizendo que os dois humanos deveriam se sacrificar por eles. No momento, a situação era praticamente a mesma em qualquer ponto da fronteira. Se não encontrassem outra saída, teriam que forçar uma ruptura de qualquer forma. Portanto, fazer isso daquele modo talvez aumentasse um pouco as chances de sobrevivência. Em teoria, mesmo que esse aumento fosse menor do que uma lágrima de pintinho recém-nascido.
— Pelo seu plano, imagino que vocês dois ocupem posições importantes dentro da Federação, e por isso precisam voltar a qualquer custo, estou certa?
— Não temos razão para te contar isso. De qualquer forma, o que vão fazer? Tudo bem se não aceitarem. Deixaremos a decisão com vocês.
— Mm…
— Caso contrário…
A Anja Caída olhou para Teresa, que ponderava seriamente, e acrescentou algo.
— Se conseguirem pensar em algo melhor, por favor, me diga. Estou ouvindo.
Teresa voltou o olhar para seu companheiro. O jovem em questão parecia estar refletindo profundamente.
— Seol?
— …
— Querido~?
— ?
Seol Jihu piscou.
— V-Vossa Alteza disse algo?
— Se não ouviu, não importa. O que vai fazer?
— Uhm… Não parece bom.
— Por quê?
— É um plano baseado no sacrifício de alguém.
— Mas não há outro jeito. — A Anja Caída respondeu. — Sem que alguém se sacrifique, será difícil até mesmo uma pessoa escapar. Claro, sei como os humanos pensam. No entanto, nossa situação atual exige que pensemos com realismo e ajamos de acordo.
— Eu entendo o que está dizendo.
— Você entende e ainda assim diz isso?
— Sim.
— Hoh-oh. Isso quer dizer que…
— Acho que tenho um plano melhor.
Seol Jihu respondeu antes de voltar o olhar para o lado.
— Princesa.
— Sim?
— Esta é a cordilheira onde os Lioners viviam?
— Bem, costumava ser, mas… segundo o relatório do Ian, eles parecem ter mudado os ninhos para algum lugar dentro da Floresta da Negação.
Ele já sabia disso. Afinal, testemunhara com os próprios olhos.
— Isso significa que esta cordilheira é conectada à Floresta da Negação.
— Sim, é.
Teresa confirmou.
— Nesse caso, você sabe onde está a Colina Napal em relação à nossa posição atual?
— A Colina Napal? Sei onde fica, mas…?
Por que ele estava perguntando sobre a Floresta da Negação e a Colina Napal de repente?
Teresa o encarou atônita. Há pouco tempo, ele parecia prestes a desfalecer, mas agora havia um brilho renovado em seus olhos. Eram os olhos de alguém que encontrou esperança. Ela não sabia o que ele estava planejando, mas…
— Por favor, ouça o que ele tem a dizer.
Ela conteve o coração acelerado e olhou para a Anja Caída.
— A defesa da Fortaleza Arden e a infiltração no laboratório, ele foi o responsável por fazê-las acontecer. Prometo que não vai se arrepender de ouvi-lo.
— Bem, se for apenas escutar… Não, espere.
Antes que dissesse qualquer outra coisa, a Anja Caída o questionou primeiro.
— Antes de falar, quero te fazer algumas perguntas.
Seol Jihu assentiu.
— Em primeiro lugar, neste plano que vai propor, não haverá sacrifícios?
— Não posso garantir isso.
— Há uma chance de sucesso maior do que criar uma distração?
— Individualmente falando, sim.
— Muito bem. Por fim…
A Anja Caída levou um tempo antes de lançar a última pergunta.
— O seu plano. É um plano não só para vocês dois, mas para todos aqui presentes?
— É claro.
Seol Jihu respondeu sem hesitar, como se dissesse: ‘Por que perguntar algo tão óbvio?’, A Anja Caída olhou novamente para trás. A figura encapuzada de voz belíssima abriu os lábios:
— Pura verdade. Não senti um pingo de falsidade nele.
— Então é assim.
A Anja Caída cruzou os braços. Suas asas negras se agitaram levemente, talvez sinalizando que seu interesse havia sido despertado.
— Certo.
Ela apertou a pedra azulada com firmeza e disse:
— Vamos ouvir.
Por volta do momento em que o sol alcançou o meio do céu.
Todos os oito saíram da caverna. Caminharam por um tempo antes de pararem em um ponto específico da cordilheira.
— Não é uma linha reta, mas esta deve ser a área geral de onde dá para ver a Colina Napal.
— Está ótimo. Não precisamos de uma localização tão precisa.
Teresa Hussey falou primeiro, e Seol Jihu respondeu.
Não precisavam falar muito. Haviam discutido tudo dentro da caverna, então passaram diretamente aos preparativos.
A Anja Caída abriu suas asas. Os outros cinco também as abriram, mas, ao contrário de sua líder, suas asas pareciam as de borboletas.
A Anja Caída abraçou Teresa, e Seol Jihu foi abraçado por aquela que possuía um par particularmente belo de asas brancas. Era a mesma que avaliara se ele estava mentindo antes. Com os dois no centro, os outros quatro se posicionaram ao redor para protegê-los.
Quando a Anja Caída deu a ordem, todos os cinco começaram a murmurar algo. Lançaram magias com cânticos completamente diferentes dos usados por Magos humanos, algo incompreensível aos ouvidos mortais.
Swiiiish, whooosh!!
Do nada, rajadas poderosas de vento surgiram. Ventos invisíveis envolveram seus corpos, e, de repente, tornaram-se leves como plumas.
Disseram que aquilo era ‘Invocação Espiritual’. E isso também significava que quem o segurava era uma Fada Celeste.
Seol Jihu observou, deslumbrado, aquele espetáculo jamais visto antes. Então, seus ouvidos captaram o som suave de asas batendo.
— Uau…
Seu corpo começou a flutuar. Lentamente, lentamente…
— Oh… oh…
A sensação inédita de ausência de peso fez com que ele apertasse ainda mais os braços no abraço. Foi então que ouviu um leve h-hmm vindo de cima.
— P-Por favor, não segure com tanta força…
— D-Desculpa…
Ele se desculpou depressa, um pouco envergonhado.
Logo, todos estavam no ar. Mantiveram-se na altitude mais baixa possível e voaram rente à cordilheira. Para alcançar a maior velocidade possível, precisavam de uma distância considerável.
Após voarem em velocidade adequada…
— Aqui já basta.
Todos fizeram uma curva fechada em círculo após a Anja Caída levantar a voz. Num piscar de olhos, começaram a ganhar altitude. Seol Jihu engoliu seco enquanto observava a cordilheira ficando cada vez menor.
Pouco tempo depois.
— É agora.
Finalmente, havia chegado a hora. Sentiu seu corpo se inclinar. A cabeça da Fada Celeste apontava diretamente para a frente, enquanto as pernas iam para trás.
E assim, quando ela se alinhou no ar como uma flecha…
— Comecem!
No instante em que as palavras da Anja Caída alcançaram seus ouvidos, todas as Fadas Celeste presentes gritaram ao mesmo tempo:
— El Jinn Acceleratio!
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