Índice de Capítulo

    Dois dias antes da partida, Kazuki realizou uma breve reunião. Embora não fosse possível formular uma estratégia detalhada antes do início do Banquete, o time queria ao menos fazer alguns preparativos. Eles também precisavam aprender os rostos uns dos outros.

    Assim, um total de oito pessoas se reuniu. Dentre elas, sete participariam do Banquete.

    Pelo lado do Carpe Diem estavam Seol Jihu, Hugo, Chohong e a Sacerdotisa que Seol Jihu havia convidado, Maria. Pelo lado do Umi Tsubame estavam Ayase Kazuki e…

    — O-su!

    Um homem de aproximadamente 1,70 m, com os cabelos tingidos de vermelho e espetados como a juba de um leão.

    — Meu nome é Sakamoto Jun!

    O homem se apresentou energicamente antes de agarrar as mãos de Seol Jihu e sacudi-las vigorosamente para cima e para baixo.

    Seol Jihu ficou atônito. Óculos escuros translúcidos, uma camisa havaiana casual, bermuda amarrotada e sandálias… Como ele poderia descrever…? Sentiu que tanto a atitude quanto as roupas do homem exalavam um espírito livre.

    — Olá, olá! Você é uma das três estrelas ascendentes que têm sido o assunto do Paraíso, certo? O Primeiro Guerreiro Estrela que desistiu de se tornar Mago e ainda por cima mandou a Sinyoung pastar!

    O homem enfiou o rosto bem perto antes que Seol Jihu pudesse dizer qualquer coisa. Trocando olhares a uma distância de nariz com nariz, Seol Jihu ficou confuso. Por trás dos óculos escuros de Sakamoto Jun, seus olhos brilhavam intensamente como os de uma fera selvagem.

    — Hyung-nim, deixa eu te dizer uma coisa só por precaução.

    — Hã?

    — Eu amo bulgogi. Também gosto de kimchi. Conheço a maioria dos atletas famosos da Coreia e sou grande fã deles.

    Jun recitou rapidamente com um semblante sério. Quando Seol Jihu riu e respondeu — Eu também — os olhos dele se arregalaram e ele sorriu alegremente.

    — Iá~! Parece que vamos nos dar muito bem, Hyung-nim! Ótimo, ótimo. Ah, quer um?

    Ele passou o braço pelos ombros de Seol Jihu e lhe ofereceu um cigarro. Hugo, que assistia à cena, exclamou:

    — Eu também, eu também!

    — Faz tempo, Hugo Hyung-nim. Ouvi dizer que você se meteu numa enrascada recentemente.

    — Isso já faz eras. Ei, você não tem algo mais forte?

    — Aceita o que tem.

    — Mmm…

    Jun e Hugo pareciam se conhecer bem. Francamente, considerando a personalidade amigável de Jun, não era surpresa que ele se desse bem com Hugo.

    Jun soltou uma baforada de fumaça antes de exclamar:

    — Ah, caceta!

    Ele bateu na própria testa e ofereceu o maço de cigarros para Chohong.

    — Quase esqueci da minha Chung-dan Cho-dan Hong-dan noonim! Aqui, quer um?

    — Cale a boca.

    — Ah, e faz tempo também, Maria-chan~!

    — Cale a boca.

    Tsc. Não está sendo fria demais? É porque estamos diante de uma celebridade? Não está brava só porque tentei ser amigável, né? — Jun resmungou como uma metralhadora.

    Chohong, que parecia estar ficando irritada, massageou o pescoço e interveio:

    — Tanto faz. Aliás, quem é aquele?

    O queixo de Chohong apontou para a pessoa de manto cinza sentada silenciosamente no canto. O manto era grande o suficiente para sobrar espaço após cobrir todo o corpo. Como essa pessoa misteriosa também mantinha o capuz abaixado, seu rosto não era visível. Todo o traje gritava: ‘Sou uma pessoa suspeita!’

    — Não sei. — respondeu Jun.

    — O quê? Não foram vocês que convidaram… ela?

    — N-Nós convidamos, mas…

    Jun deu de ombros antes de virar o olhar. Kazuki, que estava de olhos fechados, encostado na parede, finalmente os abriu.

    — Há uma circunstância privada.

    — Kazuki, não sabia que você gostava de contar piadas. — rosnou Chohong, com uma expressão que dizia claramente ‘corte essa’.

    — Ela é uma excelente Sacerdotisa. Eu garanto.

    — Então é uma mulher. De qualquer forma, excelente ou não, você precisa apresentá-la já que ela será nossa companheira. Ao menos faça ela mostrar o rosto.

    Vendo a Sacerdotisa permanecer em silêncio, Chohong riu, incrédula.

    — Ei, para de bancar a fanática religiosa e tira logo esse capuz.

    Os olhos de Kazuki se estreitaram.

    — Chung Chohong, cuide da sua boca.

    — O quê?

    — Basta.

    Quando Chohong se levantou abruptamente, Jang Maldong a conteve. Ele não participaria do Banquete, mas estava ali na qualidade de conselheiro da Carpe Diem.

    — Chohong, sente-se.

    — O quê… Mas que inferno. Você também, Velho?

    — Mandei você se sentar. Não disse para não se opor.

    Diante disso, Chohong se jogou no sofá. Jang Maldong pigarreou seco antes de continuar calmamente:

    — Kazuki, posso fechar os olhos se este time estivesse apenas em uma expedição, mas o Banquete é outra história.

    Kazuki permaneceu em silêncio, ponderando. Todos, incluindo ele, sabiam que Chohong estava certa ao exigir que a Sacerdotisa se apresentasse. Após refletir por um longo momento, Kazuki soltou um suspiro abafado.

    — Ela foi apresentada a nós pela Senhora Seo Yuhui.

    — O quê?

    — Eu garanto a identidade desta Sacerdotisa em meu próprio nome. Por favor, compreendam! Há uma circunstância complicada que nos impede de revelar sua identidade.

    Diante de Kazuki falando desse jeito, até mesmo Chohong achou difícil retrucar.

    — …Tudo bem, não precisa revelar o rosto. Mas ao menos queremos ouvir a voz dela. Ela deveria ser capaz de nos dizer seu nível, certo?

    A Sacerdotisa pareceu refletir. Logo, ela se curvou educadamente antes de levantar a mão enluvada e mostrar cinco dedos.

    Chohong olhou aquilo e fez uma careta.

    — Que porra. Isso é sério? Ei, eu também sou isso aqui.

    Ela também levantou cinco dedos, provocando a Sacerdotisa. Kazuki pressionou as têmporas e lançou a Seol Jihu um olhar suplicante. Sem poder ignorá-lo, Seol Jihu se levantou.

    — Chongchong.

    — Ah, o quê… Espera, como você me chamou?

    Quando Chohong protestou, Seol Jihu prosseguiu calmamente:

    — Kazuki se esforçou bastante para convidá-la.

    — Eu sei disso. Mas como assim, como você me chamou?

    — Vamos pensar pelo lado positivo. É bom termos duas Sacerdotisas.

    — Você acha que eu não sei disso? Mas como vou confiar minhas costas a alguém cujo nome eu nem sei?

    — Eu entendo, então se acalme.

    — Essa Sacerdotisa tá se achando demais! Nem a voz quer mostrar! Argh, quer saber, foda-se.

    Seol Jihu usou sua técnica secreta, mudar de assunto repetidamente.

    Chohong tinha o hábito de desistir quando as conversas ficavam complicadas. Era exatamente nisso que Seol Jihu apostava.

    Como se estivesse achando toda a conversa um incômodo, ela bufou e se afundou no sofá. Ainda assim, deixou claro que não se daria bem com a Sacerdotisa.

    Algumas rachaduras surgiram no ambiente do grupo logo no primeiro encontro, mas Seol Jihu ainda assim cumprimentou a Sacerdotisa com um sorriso.

    — Prazer em conhecê-la. Sou Seol.

    — ?

    Inclina.

    — Seol. Esse é o meu nome.

    — ?

    Inclina.

    Ela inclinou a cabeça novamente.

    “Ela não me entende?”

    Seol Jihu inclinou a própria cabeça de volta.

    — Já que parece que terminamos as apresentações…— O clima pesado diminuiu um pouco quando Kazuki retomou a palavra. — Vamos começar.

    Kazuki olhou para o enorme mapa pendurado na parede. Ele apontou para um local específico e continuou:

    — Vou ser direto. Esta é a entrada que o Hao Win nos passou.

    — Pergunta! — Nesse momento, Jun gritou com a mão erguida. — Ela foi confirmada?

    — Como assim?

    — Ouvi dizer que as Tríades conseguiram duas entradas, usando uma para eles e vendendo a outra para outra organização.

    Ele queria confirmar essa informação, pois nem a Carpe Diem nem Umi Tsubame haviam comprado a outra entrada.

    — Isso é apenas o que se sabe publicamente.

    Kazuki pareceu ter antecipado a pergunta, respondendo sem hesitar.

    — Existem vinte e seis entradas conhecidas publicamente, com vinte e uma ocupadas por diversas forças.

    — Você quer dizer que as Tríades têm entradas mantidas em segredo?

    — Não são só as Tríades. É um segredo aberto. Caso contrário, não teria havido mais de trezentos participantes no último Banquete.

    Jun imediatamente exclamou:

    — Ah.

    Já que exatamente dez pessoas podiam entrar por entrada, bastava fazer um cálculo simples para perceber que havia mais entradas do que o público sabia.

    — As Tríades têm conflitos internos severos. Naturalmente, a pessoa que encontrou a nova entrada está escondendo essa informação.

    — Aha, então é isso.

    Jun se sentou, convencido. Kazuki continuou o briefing:

    — Partiremos amanhã de manhã. Viajaremos de carruagem durante dois dias por esta estrada.

    A caneta em sua mão desenhou uma linha suave e curva.

    — Chegaremos ao segundo oásis do Deserto de Sal. Não é um lugar seguro, mas não deveríamos ter problemas com o nosso poder… O que foi? — Vendo Seol Jihu levantar a mão, Kazuki perguntou.

    — E as Tríades?

    — Se você quer saber quando irão se juntar a nós, será no Estágio 1 ou no Estágio 2, no mais tardar.

    — Estágio 2…

    — Não será difícil. Lutaremos juntos e nos apoiaremos, se necessário. Ouvi dizer que haverá outro time nos ajudando também.

    — Merda, é uma missão cooperativa entre quatro times?

    Chohong resmungou ainda irritada pelo ocorrido antes, mas logo se calou. Sabendo como o Banquete funcionava, sabia que não tinham nada a perder tendo mais equipes do lado deles.

    — Finalmente… — Kazuki prosseguiu lentamente: — Faremos uma identificação clara de quem é aliado e quem é inimigo.

    Um pequeno gesto, um grande impacto!

    Regras dos Comentários:

    • ‣ Seja respeitoso e gentil com os outros leitores.
    • ‣ Evite spoilers do capítulo ou da história.
    • ‣ Comentários ofensivos serão removidos.
    AVALIE ESTE CONTEÚDO
    Avaliação: 100% (3 votos)

    Nota