Capítulo 234: Adeus, Santa Fantasma! (1/4)
Depois de se despedir de Ian, Seol Jihu seguiu para uma mercearia administrada por um Terrestre.
Após selecionar cuidadosamente e comprar os ingredientes, foi até os estábulos para contratar uma carruagem. No entanto, ao mencionar a Floresta da Negação, a maioria dos cocheiros se recusou a ir. Só depois de suborná-los com dinheiro extra é que um finalmente se ofereceu para levá-lo.
Imediatamente após fechar o contrato da carruagem, Seol Jihu voltou ao escritório para se preparar para mais uma viagem.
— Você mal chegou e já vai sair.
Jang Maldong estalou a língua enquanto balançava a cabeça. Seol Jihu tinha acabado de voltar de um evento cansativo, então vê-lo partir novamente sem descansar, e ainda por cima sem tomar banho, fez Jang Maldong sentir pena dele.
Seol Jihu, que arrumava a mochila com cuidado, deu um sorriso.
— Vou me sentir incomodado se continuar adiando isso. Sem contar que é algo que eu teria que fazer eventualmente. E de qualquer forma, vou ficar fora só por pouco tempo.
Jang Maldong resmungou ao ouvir Seol Jihu falar como se estivesse indo para um passeio no parque.
— Só você mesmo pra fazer uma viagem até a Floresta da Negação parecer uma caminhada tranquila.
Apesar disso, ele sabia de onde vinha a confiança de Seol Jihu para ir sozinho.
Ter a proteção de um espírito maligno centenário poderoso o bastante para obliterar centenas de Parasitas num piscar de olhos certamente garantia a sobrevivência de Seol Jihu, pelo menos dentro da Floresta da Negação.
— Mas o que é que você tá arrumando tanto aí? Essa mochila vai explodir desse jeito, seu traste.
— Ah. É um presente de despedida.
— Presente de despedida?
Jang Maldong parou de comentar. Era porque viu uma expressão triste passar brevemente pelo rosto de Seol Jihu.
Ele mudou de assunto.
— Quanto tempo acha que vai levar?
— Quatro dias devem bastar. Cinco, no máximo.
— Cinco dias, hein… então não deve ser problema. Enfim, não vou dizer muita coisa pra quem conseguiu voltar vivo do território dos Parasitas, mas tome cuidado, entendeu?
Ao ouvir o tom preocupado, Seol Jihu, que empacotava a mochila com força, parou. Pensando bem, fazia um bom tempo desde que alguém demonstrara preocupação genuína com ele.
Era um pouco constrangedor, mas Jang Maldong lhe parecia um avô.
“Então eu sou tipo um neto?”
— Tira esse olhar nojento da cara agora mesmo.
Jang Maldong cuspiu ao sentir o olhar de Seol.
— Não tem com o que se preocupar.
Seol Jihu apontou para o brinco na orelha.
— Se as coisas apertarem, é só ativar o Brinco Festina e escapar.
— Olha só quem tá falando grosso. Não era você quem tava se gabando de treinar pra não fugir mais?
Jang Maldong comentou com sarcasmo. Depois de uma risada sem graça, Seol Jihu ergueu a mochila.
— Bem, tô indo.
— Certo.
Seol Jihu deixou o escritório da Carpe Diem após se despedir.
— E não foi só isso. Dizem que, como se virar a mesa cerimonial cuidadosamente preparada não bastasse, ela também rejeitou o altar.
— O problema é que ninguém sabia o que deu errado. Sem contar que não havia como se comunicar, foi um completo caos. Não é como se alguém tivesse tocado em algo ou sido desrespeitoso…
— Mas aparentemente eles nem foram impedidos de entrar. Não houve sinal de recusa, e no começo, a fumaça preta parecia até empolgada, dançando ao redor dos acompanhantes. Então, de repente…
— Bem. Segundo a princesa Teresa, parecia estranhamente com uma garotinha fazendo birra porque não gostou do presente.
Ian cogitou a possibilidade de o espírito ter finalmente perdido o ego e se transformado em um espírito maligno completo, mas Seol Jihu pensava diferente.
Ele não podia negar que aquele pobre espírito havia nascido de um ressentimento massivo, mas ainda era um espírito puro e consciente.
E o mais importante: se tivesse se transformado completamente em um espírito maligno, todos que entraram na Floresta da Negação teriam sido massacrados.
Mas o fato é que ninguém morreu.
Portanto, devia haver um motivo para aquelas ações. Um motivo para a Santa Fantasma ter feito aquela cena.
“O que será que a deixou assim?”
De certo modo, a Santa Fantasma era um exemplo extremo do Mandamento Dourado.
Ela podia ser cruel como uma bruxa com quem profanasse o túmulo, mas generosa como uma santa com quem demonstrasse respeito.
Ele não sabia o que a deixara irritada dessa vez e, para ser sincero, tinha medo de ser repreendido.
Mas, desde que decidiu viver conforme o Mandamento Dourado, Seol Jihu nunca sequer considerou não visitá-la. Precisava retribuir o favor de ter tido sua vida salva.
Seol Jihu cuidadosamente colocou os itens que carregava no bolso e apressou o passo.
Seol Jihu entrou na Floresta da Negação sem hesitação após descer na Colina Napal. Como já havia estado ali diversas vezes, conhecia o caminho até o túmulo como a palma da própria mão.
Exceto pela vez em que quase quis negar a existência da irmã, a viagem correu relativamente bem. Assim que seu destino ficou à vista, Seol Jihu abriu a boca.
— Senhorita Santa!
— Sou eu! Estou aqui!
Mas, apesar de levantar a voz e gritar várias vezes, a porta não se escancarou como de costume. Não houve qualquer reação.
Considerando que ela sempre corria até ele sempre que a chamava, isso definitivamente não era um bom sinal.
Alguns momentos depois, Seol Jihu chegou ao túmulo isolado no meio da Floresta da Negação.
A área ao redor estava mortalmente silenciosa. Era um lugar onde até os monstros hesitavam em se aproximar. O túmulo exalava uma atmosfera sombria e ameaçadora.
— Senhorita Santa?
Nada aconteceu quando ele bateu cuidadosamente na entrada após chamá-la mais uma vez.
“Que estranho…”
Por que não havia sinal de recusa, mas também nenhuma resposta? Após hesitar por um tempo, Seol Jihu estendeu o braço.
— Com licença. Vou entrar.
E no momento em que ia abrir a porta…
“Hã?”
Uma expressão de incredulidade surgiu no rosto de Seol Jihu.
“Não abre?”
A porta não cedia. Por mais que forçasse, não dava sinal de abrir.
Depois de muito tempo lutando com a porta, ele acabou recuando sem sucesso.
“O que aconteceu…?”
Talvez fosse só azar. Pensando que a Santa poderia estar dando um passeio lá fora, ele se jogou na grama e esperou que ela voltasse.
Diziam que a fumaça negra estava lá da última vez que foram. A essa altura, sua imaginação começou a correr solta, pensando até que ela poderia estar lidando com Parasitas que voltaram para se vingar.
Após esperar por mais de uma hora, Seol Jihu soltou um longo suspiro.
“Não tem o que fazer, acho.”
Ele não podia simplesmente ficar esperando ali dia e noite. Eventualmente, se levantou devagar.
Foi então que…
Regras dos Comentários:
Para receber notificações por e-mail quando seu comentário for respondido, ative o sininho ao lado do botão de Publicar Comentário.