Capítulo 248: Escolha do Destino (4/12)
— Um lugar onde eu nunca devo ir?
Seol Jihu levantou a voz inconscientemente.
— ⟅Depois que o imperador anterior foi executado, o imperador que o sucedeu declarou o lugar como proibido.⟆
“Proibido…”
Não era um conceito estranho. Não importava a era, não era incomum que o governo designasse certos lugares como áreas proibidas.
A questão era que esse tal de Sacrificium havia sido declarado como um local inacessível por um imperador do Império, uma nação que supostamente atingiu o auge da engenharia mágica. O peso dessa proibição era muito mais sério que o normal.
— Por que ele o declarou como um lugar proibido?
— ⟅Uuuuuun~⟆
Flone gemeu, parecendo ter dificuldade em lembrar de algo que aconteceu há tanto tempo.
— ⟅Acho que foi porque as pessoas continuavam morrendo, mesmo após a morte do imperador anterior.⟆
“Depois da morte do imperador anterior?”
Seol Jihu inclinou a cabeça.
— Ele criava um monstro na vila ou algo assim?
— ⟅Não sei.⟆
A fumaça balançou de um lado para o outro.
— ⟅Muita gente se perguntava o motivo exato, mas ninguém conseguiu descobrir. A única coisa que todos sabiam era que a única pessoa que sobreviveu depois de entrar naquela vila foi o próprio imperador ganancioso. Tanto em vida quanto depois.⟆
— Acha que consegue explicar isso em mais detalhes?
Nesse momento, uma leve tosse soou, fazendo Seol Jihu se sobressaltar. Jang Maldong o encarava com os olhos semicerrados.
— Está falando com alguém?
— Hã? Ah, sim.
— Pode falar normalmente. Não precisa sussurrar.
— Obrigado.
Jang Maldong voltou a fechar os olhos após lançar um olhar firme para Seol Jihu.
Seol Jihu tinha muitas perguntas que queria fazer a Flone…
— …
Mas, por sentir que Jang Maldong havia percebido algo, não conseguiu abrir a boca com facilidade.
Quando Seol Jihu retornou a Haramark, viu que Kim Hannah estava ligando para ele. Imediatamente colocou a mão sobre o cristal redondo, e a conexão foi feita em menos de 10 segundos.
O motivo da ligação era para informá-lo de que ela havia encontrado Estrela Que Massacra os Céus e a garota da faixa branca.
A dupla de irmãos havia sido vista por último em Eva. Mas, como desapareceram após entrar no templo, ela disse que provavelmente tinham voltado para a Terra, e que o avisaria quando retornassem. Foi nesse momento que ela percebeu que Seol Jihu não estava prestando muita atenção e franziu as sobrancelhas.
— Qual é a dessa atitude? Foi você quem me pediu ajuda.
— Ah, é. Obrigado.
— Preciso pescar elogios agora? O que foi? Tem alguma coisa te preocupando?
“Será que eu falo?” Seol Jihu hesitou. Embora quisesse se abrir com alguém, Bok Jungsik havia pedido que os irmãos Yi não soubessem sobre a transferência, chegando até a solicitar confidencialidade.
Mas como Seol Jihu queria obter informações, decidiu perguntar de forma indireta, sem revelar o segredo.
No entanto, Kim Hannah não era alguém fácil de enganar.
— Arqueira? Tá falando da Yi Seol-Ah?
Ela percebeu na hora do que ele estava falando quando ele disse: “O Mestre visitou a Rosa Branca porque eles tinham uma Arqueira talentosa.”
— Não?
— Não mente. Arqueiras comuns não chamam a atenção do Mestre Jang. Já que você falou da Rosa Branca… só pode ser ou a Arqueira principal deles, ou uma estrela em ascensão.
— Bem, ele foi ver a Arqueira principal, na verdade.
— Ah é? E qual era o nome dela?
— Uh, como era mesmo?
— Engraçado. Diz isso na maior cara de pau? Olha, não mente pra mim. Aquela Arqueira principal que eu mencionei? Ela encerrou contrato com a Rosa Branca recentemente e saiu.
Quando Seol Jihu ficou em silêncio, Kim Hannah riu, como se achasse fofa a tentativa de enganá-la.
— Tá tentando enganar quem? Vai molhar a língua primeiro da próxima vez.
Seol Jihu ficou com cara de bobo. Kim Hannah deu uma risada abafada e apoiou o queixo sobre os dedos entrelaçados.
— Enfim, eu guardo segredo, então pode falar.
— …
— Ou não, se não quiser. Acha que vou deixar de descobrir só porque você ficou quieto?
No fim, Seol Jihu contou tudo o que havia acontecido até o momento.
Quando terminou de explicar, os olhos de Kim Hannah estavam semicerrados como uma fenda.
— He~eh. Uma colaboração para uma expedição em troca de uma transferência…
Seus olhos giraram.
— Isso é, sem dúvida, curioso. As condições são boas demais.
— Você também acha, né? Talvez estejam me mirando.
Kim Hannah olhou para Seol Jihu de forma estranha antes de soltar um ‘Ah!’.
— Verdade, o Mestre Jang tá com você.
— …Você acha mesmo que eu não teria percebido isso?
— Até parece.
Seol Jihu sorriu com amargura.
— De qualquer forma, expedição… expedição…
Kim Hannah tamborilava na mesa. Não era como se soubesse tudo sobre o Paraíso, e também não era estranho que Terrestres partissem em expedições.
Mas Kim Hannah demonstrava reações suspeitas, como inclinar a cabeça ou entortar os cantos da boca.
— Tem cheiro…
— Cheiro?
— Cheiro de treta — Kim Hannah revelou um sorriso malicioso. — Dá pra sentir de longe o fedor de merda podre.
Seol Jihu não pôde deixar de lembrar de como Kim Hannah sempre comparava tudo com cocô quando algo dava errado.
— Pelo que conheço daquele velhote do Bok Jungsik, não tem chance de ele fazer algo tão imprudente assim… Aha!
Tak.
Ela bateu na mesa antes de encarar Seol Jihu.
— Ei.
— ?
— Você não foi lá e aceitou a proposta, né?
— Por que eu faria isso? Recusei, obviamente.
— Ótimo. Vou ser clara só por precaução. Não se meta nisso. Não se envolva e nem tenha qualquer relação com esse assunto. Entendeu?
— Já falei, eu recusei.
— Vamos ver.
Kim Hannah bufou.
Só alguns dias depois Seol Jihu descobriu o que ela queria dizer com aquilo.
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